IV-056 APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA NAS EDIFICAÇÕES

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Transcrição:

IV-056 APROVEITAMENTO DA ÁGUA DE CHUVA NAS EDIFICAÇÕES Margolaine Giacchini (1) Engenheira Civil pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Especialista em Gestão Ambiental pela UEPG. Bacharel em Ciências/Matemática pela UEPG. Professora do Centro de Educação Profissional de Ensino Técnico L.S. de Ponta Grossa (CEPET). Engenheira Civil e Consultora Ambiental. Alceu Gomes de Andrade Filho Engenheiro Civil pela Universidade Federal do Paraná. Doutor em Engenharia pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Membro do Núcleo de Estudos do Meio Ambiente da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Professor Adjunto da UEPG. Endereço (1) : Rua Generoso Marques dos Santos, 196 - Centro Ponta Grossa - Pr - CEP: 84010500 - Brasil - Tel: (42) 3224-9170 - e-mail: margolaine@pop.com.br. RESUMO Os recursos hídricos em todas as suas formas de apresentação na natureza estão ameaçados, seja pela degradação dos mananciais, poluição ambiental, alterações climáticas e também pelo consumo elevado. Dentro do novo paradigma de desenvolvimento urbano, algumas cidades brasileiras aprovaram Leis que obrigam captar e armazenar a água da chuva na própria edificação visando evitar enchentes. Este estudo teve como objetivo geral investigar o aproveitamento da água de chuva nas edificações, na cidade de Ponta Grossa no Estado do Paraná, a qual possui cerca de 300 mil habitantes e apresenta índices pluviométricos que permitem a captação da água de chuva em todos os meses do ano. Destaca-se a visita técnica realizada à empresa de transporte coletivo local, onde se verificou as instalações do sistema de captação, armazenamento e utilização da água de chuva. Por meio de um estudo de caso, desenvolvido em uma indústria de fundição de ferro, obteve-se o volume potencial de água a ser captado na cobertura da edificação através da análise dos índices pluviométricos da região, da área de coleta da água de chuva e do coeficiente de escoamento. Identificou-se a demanda de água potável e não potável, bem como as atividades que permitem a utilização da água de chuva. Verificou-se a simplicidade do sistema de aproveitamento da água de chuva nas edificações, a sua eficiência, bem como a sua importância para o meio ambiente. Através deste estudo, concluiu-se que aproveitar a água da chuva nas edificações significa muito mais que reduzir o consumo e as despesas com água tratada, representa um passo importante para a construção de um mundo mais digno, no qual todos tenham acesso a água de boa qualidade. PALAVRAS-CHAVE: Água de Chuva, Aproveitamento da Chuva, Utilização da Água, Captação da Água de Chuva, Aproveitar água da Chuva. INTRODUÇÃO É notório que a água é a principal fonte de vida e que este líquido é único e finito. Não se tem conhecimento de outro material com as mesmas propriedades na natureza. A preciosidade da água e a sua importância para a sobrevivência humana são os fundamentos para a preservação dos recursos hídricos e a redução do consumo de água. O gerenciamento do uso da água e a procura por novas alternativas de abastecimento como o aproveitamento das águas pluviais, a dessalinização da água do mar, a reposição das águas subterrâneas e o reuso da água estão inseridos no contexto do desenvolvimento sustentável (AGENDA 21, 2001). A busca por novas fontes de abastecimento de água faz-se urgente em todo o planeta. O ciclo da água promove a renovação desta, porém a quantidade de água existente é sempre a mesma e o seu consumo aumenta todos os dias. A ONU - Organização das Nações Unidas em seu alerta sobre degradação ambiental no planeta enfatiza que a água é o recurso natural mais degradado pelo homem. Também faz referência à necessidade de governos, empresas e sociedade repensarem seus critérios de crescimento econômico levando em consideração os impactos ao meio ambiente (GRIPP, 2001). ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1

A água da chuva pode ser utilizada em diversos processos, é uma ótima fonte de água e de tecnologia relativamente simples e econômica. Segundo FENDRICH (2002), captação da água de chuva é um processo antigo e muito utilizado em regiões áridas e semi-áridas como é o caso do Nordeste Brasileiro. Na Alemanha e no Japão, por exemplo, o processo de captação da água de chuva começou visando a retenção das águas pluviais como medida preventiva no combate a enchentes urbanas. Porém no decorrer do tempo o aproveitamento da água ganhou espaço em função do risco de escassez e, também, com o objetivo de promover a recarga dos subsolos, principal fonte de abastecimento de água nestes países (GROUP RAINDROPS, 2002). No Brasil, principalmente as grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre entre outras, são freqüentemente atingidas por enchentes, as quais, causam grandes problemas sociais, ambientais e econômicos. Em algumas cidades foram criadas Leis Municipais tornando obrigatória a retenção da água da chuva na edificação, por determinado período, objetivando prevenir enchentes (SIKERMANN, 2003). Segundo TUCCI (1994), a urbanização das cidades provoca um aumento da vazão de águas pluviais em função da impermeabilização dos solos e da redução do tempo de escoamento. O aproveitamento da água de chuva está sendo utilizado por indústrias, escolas, postos de gasolina, enfim em atividades que consomem um volume elevado de água para fins não potáveis, pois representa uma economia no consumo de água tratada e conseqüentemente redução de despesas. O objetivo geral deste trabalho foi investigar o aproveitamento da água de chuva nas edificações urbanas industriais, visando reduzir o consumo de água tratada nos processos produtivos e conseqüentemente contribuir para a sustentabilidade dos recursos hídricos da região. Destaca-se, principalmente, a identificação das técnicas utilizadas, a importância para o meio ambiente e a sua viabilidade econômica. MATERIAIS E MÉTODOS A investigação teve início com a leitura e revisão da bibliografia, na seqüência desenvolveu-se um estudo de caso em uma indústria de fundição de ferro, seguido de uma visita técnica e entrevista realizada a empresa de transporte coletivo local, a qual utiliza o sistema de aproveitamento da água da chuva. A área de atuação deste estudo foi o Município de Ponta Grossa, o qual possui 286.647 habitantes e localizase no centro-leste do estado do Paraná (PMPG, 2003). A edificação trata-se de um barracão industrial de alvenaria, cuja área de coleta das águas pluviais (cobertura) corresponde a 7.962,79 m² e seu material são Telhas de fibro cimento. Foi calculado o volume médio mensal aproveitável das águas pluviais na região de Ponta Grossa através da equação: V = C X P X Ac (Equação 1) Onde: V = volume potencial médio de águas pluviais (m³) C = coeficiente de escoamento superficial da área de coleta (C=0,80) P = altura total média de chuva (m) Ac = área de coleta das águas pluviais (m²) O valor do coeficiente de escoamento, C= 0,80, foi adotado em função do material da cobertura. Identificou-se ainda a demanda necessária de água potável da indústria, segundo a norma ABNT (1982), NBR 5626, que trata sobre as instalações prediais de água fria, estabelece para indústria com restaurante de 70 a 80 litros por operário por dia. Adotou-se o valor de 100 l/operario / dia como medida de segurança. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2

RESULTADOS E DISCUSSÃO No quadro seguinte verifica-se o volume mensal médio aproveitável das águas pluviais, por metro quadrado conforme os índices pluviométricos da região de Ponta Grossa Pr, relativos aos últimos 48 anos. Quadro 01: Volumes Médios Mensais das Águas Pluviais, para Ac = 1m² e C = 0,80. Mês Precipitação Média P (mm) Volume Médio de Chuva V (m³/m²) Janeiro 186 0,149 Fevereiro 161 0,129 Março 138 0,110 Abril 101 0,080 Maio 116 0,093 Junho 118 0,094 Julho 96 0,077 Agosto 79 0,063 Setembro 136 0,109 Outubro 153 0,122 Novembro 119 0,095 Dezembro 151 0,121 Total Anual 1554 1,243 Fonte: Precipitação Média (P) - CARAMORI, 2002. Portanto para a área de coleta Ac = 7.962,79 m², o volume médio mensal das águas pluviais aproveitável pode ser observado na Quadro 02. Quadro 02: Volumes Potenciais Médios Aproveitáveis para Ac=7962,79 m². Volume Médio de Água de Mês Volume Médio de Chuva V (m³/m²) Chuva Aproveitável Vap (m³) Janeiro 0,149 1186,46 Fevereiro 0,129 1027,20 Março 0,110 875,90 Abril 0,081 644,99 Maio 0,093 740,54 Junho 0,094 748,50 Julho 0,077 613,13 Agosto 0,063 501,65 Setembro 0,109 867,94 Outubro 0,122 971,46 Novembro 0,095 756,47 Dezembro 0,121 963,50 Total Anual 1,243 9.897,74 O objetivo inicial deste estudo era abastecer a cisterna da reserva de segurança com capacidade de 120 m³ e o reservatório superior da reserva de incêndio 30 m³, perfazendo um total de 150m³. Analisando-se os dados do quadro anterior verifica-se que, em todos os meses do ano, o volume de água pluvial captado é suficiente para abastecer a cisterna e o reservatório de segurança, inclusive excede a esta demanda. Por conseguinte sugeriu-se que a empresa promova o aproveitamento do excedente de água de chuva captado em outras atividades, as quais seu uso seja pertinente. Na indústria são consumidos em média 1083 m³ de água tratada por mês, somando-se a esta 264m³ mensais de água retirada de poço artesiano, perfazendo um total médio de 1347 m³ de água potável. Parte desta água poderia ser substituída por água da chuva, em atividades como mistura de areia, cabine de pintura, refrigeração de fornos e de torres. Pode ser utilizada também para a limpeza do prédio, do pátio e do estacionamento que são bastante amplos, como se observa na Figura 01, e ainda para abastecer as descargas de banheiros. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3

Figura 01 Vista Aérea da Indústria Fundição Hubner Fonte: Administração da Indústria Fundição Hubner Ltda, 2003. Através da demanda necessária de água potável da indústria (100l/op/dia), do número de funcionários (345) e o número de dias trabalhados no mês (20), obteve-se o consumo mensal de água potável da empresa, qual seja: 690 m³, necessários para abastecer o refeitório, os bebedouros os lavatórios e chuveiros. Visando uma melhor analise dos dados, estabeleceu-se uma relação entre a demanda de água potável e não potável da empresa, o volume de água consumido e o volume potencial de água de chuva captado, conforme exposto no Quadro 03. Quadro 03 Relação entre Consumo e Demanda de Água Potável e Não Potável e Volume de Água de Chuva Aproveitável. Mês Consumo de água SANEPAR (m³) Consumo de água Poço (m³) Demanda de água Potável (m³) Demanda de água Não- Potável (m³) Volume de água de Chuva Vap (m³) Janeiro 1058 264 690 632 1186,46 Fevereiro 1088 264 690 662 1027,20 Março 1054 264 690 628 875,90 Abril 1250 264 690 824 644,99 Maio 1139 264 690 713 740,54 Junho 1000 264 690 574 748,50 Julho 941 264 690 515 613,13 Agosto 1068 264 690 642 501,65 Setembro 1029 264 690 603 867,94 Outubro 1088 264 690 662 971,46 Novembro 1213 264 690 787 756,47 Dezembro 1067 264 690 641 963,50 Total Anual 12.995 3.168 8.280 7.883 9.897,74 Fonte: Consumo de água (SANEPAR) - Administração da Indústria Fundição Hubner ltda. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4

Verifica-se, Figura 02, que apenas nos meses de abril, agosto e novembro o volume potencial de água de chuva captado é inferior a demanda de água não potável. O consumo de água varia em função da produtividade da empresa, podendo ocorrer em todos os meses do ano uma demanda maior ou menor de água que a apresentada no quadro anterior. Figura 02 Diagrama da Relação entre Volume de Água de Chuva e Demanda de Água Não Potável. 1400 1200 1000 VOLUME (m³) 800 600 400 Volume de água de chuva(vap) Demanda de água não potável 200 0 jan. fev. mar. abr. mai jun. jul. ago. set. out. nov. dez. TEMPO Tomando-se por base o ano de 2002, no qual o consumo total de água tratada da concessionária de abastecimento SANEPAR foi de 12.995m³ e, somados aos 3.168 m³/ano de água retirada do poço artesiano, perfazem um consumo total anual de 16.163 m³ de água potável. Dos quais 8.280m³ correspondem à demanda de água potável da empresa durante um ano e, portanto 7.883 m³ representam a demanda anual de água não potável ou não nobre, a qual poderia ser substituída por água de chuva. Segundo os dados descritos acima o aproveitamento de água de chuva pode representar uma redução de aproximadamente 50% no consumo de água potável e uma conseqüente economia de recursos financeiros para a empresa, sendo possível em alguns meses do ano ultrapassar este índice. O investimento necessário para a instalação do sistema de aproveitamento da água de chuva torna-se menos expressivo, posto que, já estão instalados os equipamentos para coleta da água, as calhas e os condutores verticais. Para o abastecimento da cisterna e do reservatório da reserva de segurança será necessário tão somente desviar a água que atualmente segue para a galeria de águas pluviais para um reservatório de auto-limpeza, com capacidade de aproximadamente 3m³, ou uma caixa de sedimentação, que deverão ser instalados antes da cisterna. Para o aproveitamento da água de chuva em outras atividades da empresa, sugere-se a construção de uma cisterna de armazenamento com capacidade de cerca de 600 m³, visto que a demanda média mensal de água não potável é de 656,92 m³, conforme dados do Quadro 03. Outra sugestão seria a instalação de reservatórios elevados de menor capacidade, os quais possibilitem a armazenagem da água da chuva coletada nos pontos próximos de onde será utilizada, dispensando assim, o uso de bombas o que propicia uma economia de energia. VISITA TÉCNICA E ENTREVISTA No Município de Ponta Grossa o aproveitamento da água de chuva nas edificações vem despertando o interesse por parte de indústrias e empresas que utilizam um volume elevado de água. A empresa de transporte coletivo da cidade, a Viação Campos Gerais S. A implantou recentemente o sistema. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5

O processo utilizado pela empresa consiste em captar a água da chuva que cai na cobertura da edificação (Ac=5000 m²) através das calhas, conduzir esta água para uma cisterna de armazenamento e, recalcá-la para um reservatório superior que abastece o lavador de veículos. Através de informações fornecidas pela Assessora de Comunicação Social, Cristiane Dresch, constatou-se que o sistema de aproveitamento das águas pluviais foi idealizado antes da execução da edificação. O projeto hidráulico das instalações de água fria, esgoto e águas pluviais já previa a captação, o armazenamento e utilização destas. A empresa está certificada pela Norma ISO 9001 e, segundo Dresch o sistema de aproveitamento da água de chuva, além da redução de custos representa a filosofia de responsabilidade social e ambiental da empresa. A cisterna de armazenamento da água de chuva localiza-se em nível inferior ao do terreno da edificação, não está enterrada no subsolo e tem capacidade de 180 m³, Figura 03. Nesta cisterna ocorre a sedimentação das partículas e a retenção de folhas e excrementos existentes na água. Figura 03: Cisterna de Armazenamento e Sedimentação das Águas Pluviais. Fonte: O Próprio Pesquisador Retratou. Data: 19/08/2003 Uma bomba recalca a água da cisterna para dois reservatórios localizados num nível superior ao da cisterna, Figura 4, com capacidade de 25 m³ cada um, os quais armazenam a água para abastecimento da máquina onde serão lavados os veículos. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6

Figura 04 - Reservatórios Elevados das Águas Pluviais. Fonte: O Próprio Pesquisador Retratou. Data: 19/08/2003 A água da chuva é utilizada para abastecer a máquina que faz a lavagem externa dos veículos bem como para a limpeza interna dos mesmos, Figura 05. Conforme informações do entrevistado em média são lavados 130 veículos por dia, perfazendo um total de aproximadamente 3.900 por mês. Figura 05: Veículo sendo lavado na máquina abastecida com Água da Chuva Fonte: O Próprio Pesquisador Retratou. Data: 19/08/2003 A água, os óleos e graxas resultantes da lavagem dos veículos passam por uma série de decantadores, antes de serem lançados na rede coletora de esgoto reduzindo-se, assim, o lançamento de poluentes nos rios. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7

Conforme exposto pelo entrevistado, em períodos de estiagem o volume captado de água da chuva é menor e, portanto o consumo de água tratada aumenta. Entretanto na temporada de chuvas aumenta a periodicidade com que são lavados os veículos, em função da cidade apresentar muitas ruas sem pavimentação, ainda assim ocorre uma redução de cerca de 70% na tarifa mensal de água, neste período. O custo de implantação do sistema de aproveitamento de água de chuva representou cerca de 1% do valor da obra, de acordo com informações do entrevistado. CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES Ao aproveitar a água da chuva de maneira simples e sustentável, a humanidade aponta para o verdadeiro crescimento evolutivo do homem, como ser humano racional, inteligente e espiritual. Demonstra que é possível utilizar os recursos naturais de maneira equilibrada, sem degradar ou esgotar as suas fontes possibilitando a renovação dos mesmos. Nos lugares assolados por estiagens prolongadas, utilizar a água de chuva pode ser questão de sobrevivência humana, pois em muitos casos esta é a única fonte de água e pode ser utilizada para fins potáveis. Para as cidades que apresentam problemas com as enchentes, armazenar a água de chuva na própria edificação significa possivelmente eliminá-las ou ainda reduzir custos com a drenagem das águas pluviais, o que pode proporcionar melhores condições de vida para a população, evitando mortes e doenças e, ainda possibilitando que os recursos financeiros do poder público sejam destinados para outros setores. Nas atividades empresariais, comerciais e industriais aproveitar a água de chuva representa economia de água tratada, redução de custos e, também, pode contribuir para a obtenção da certificação ambiental na norma I S O 14001. A utilização da água de chuva nas residências e nos condomínios promove a racionalização do consumo de água tratada, a economia de energia e a conseqüente redução das despesas, podendo inclusive despertar seus habitantes para a importância de evitar o desperdício de água. Uma escola que implante o sistema de aproveitamento da água de chuva, certamente estará contribuindo para a formação de cidadãos mais conscientes da sua relação com o com o meio ambiente, pois a educação ambiental vivenciada na prática é muito mais significativa. Os alunos podem verificar o funcionamento do sistema e, a água pode ser utilizada para a horta, para limpeza ou descargas de vasos sanitários. Todos podem se beneficiar com o aproveitamento da água de chuva, pois escola lucra com a economia de água, os alunos serão incentivadores do processo na sociedade e, a natureza será preservada. É importante uma análise holística da edificação antes da implantação do sistema de aproveitamento da água de chuva, para que dentro do contexto construtivo sejam considerados e avaliados os aspectos arquitetônicos, hidráulicos, estruturais, econômicos e ambientais da obra. Embora o processo de coleta, armazenamento e utilização da água de chuva seja bastante simples, recomendase alguns cuidados como a identificação e sinalização da tubulação, do reservatório e demais equipamentos, a instalação de filtros e de um reservatório de auto-limpeza. É importante também o cuidado para que as instalações hidráulicas das águas pluviais sejam independentes, pois não pode haver risco de contaminação da água tratada pela água de chuva. Outro aspecto importante a se destacar é necessidade de manutenção constante do reservatório de auto-limpeza, sempre que houver uma precipitação mais intensa. Quanto ao reservatório de armazenamento recomenda-se a manutenção com freqüência anual. Em grande parte das edificações, o aproveitamento da água de chuva é tecnicamente viável em função do fim a que se destina a água coletada. Do ponto de vista econômico também é aconselhável, pois se trata de um sistema relativamente simples e pouco oneroso que certamente será recompensado no decorrer do tempo. No tocante ao aspecto ambiental e social, é que o sistema de aproveitamento da água de chuva tem seu ponto mais alto, pois possibilita a redução do consumo de água tratada, a conseqüente preservação dos mananciais de abastecimento e a inclusão social através da disponibilização deste recurso para toda a população. Dentro do objetivo geral deste estudo de investigar o aproveitamento da água de chuva nas edificações verificou-se o funcionamento deste sistema através, da visita técnica realizada à empresa de transporte coletivo ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 8

Viação Campos Gerais S. A, a qual com a implantação do sistema de aproveitamento da água de chuva, economiza cerca de 70% de água tratada durante a estação chuvosa. O estudo de caso desenvolvido na Indústria Fundição Hubner aponta para a viabilidade da utilização da água de chuva nas atividades que não necessitam de água potável. Segundo os dados analisados apenas nos meses de abril, agosto e novembro o volume potencial das águas pluviais, coletado na cobertura da edificação, é inferior a demanda de água não nobre. Aproveitando a água de chuva, a empresa poderá reduzir em cerca de 50% o consumo de água potável. Cabe ressaltar que as previsões realizadas neste trabalho foram baseadas nas médias mensais observadas na estação pluviométrica do Município de Ponta Grossa, com período de 48 (quarenta e oito) anos de observação. Para se aumentar a confiabilidade das estimativas podem ser realizados estudos de aprofundamento estatístico na base de dados. Esse procedimento permitirá o desenvolvimento de cálculo mais preciso para dimensionamento do reservatório de armazenamento de água de chuva. Reduzir o consumo de água tratada, preservar os mananciais e promover a recarga das águas subterrâneas são medidas necessárias e urgentes a fim de se evitar o colapso no abastecimento de água potável das cidades. O ser humano é o construtor do mundo, depende dele o rumo a ser seguido para que todos possam viver num mundo melhor, no qual a sociedade não vise tão somente lucros financeiros e bem estar individual, sem a preocupação com o futuro do planeta. Cabe aos profissionais da engenharia buscar alternativas ambientalmente corretas para a construção de edificações menos impactantes ao meio ambiente e, que promovam o uso racional dos recursos naturais possibilitando a convivência harmônica entre o homem e a natureza. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AGENDA 21. Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Curitiba: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e social IPARDES, 2001, 260p. 2. GRIPP, S. Revista Banas Qualidade. Banas Ambiental. São Paulo: Banas, n.12, jun. 2001. 58 p. Suplemento. 3. FENDRICH, R. Aplicabilidade do armazenamento, utilização e infiltração das águas pluviais na drenagem urbana. Curitiba, 2002. 504f. Tese (Doutorado em Geologia Ambiental) Setor Ciências da Terra, Universidade Federal do Paraná. 4. GROUP RAINDROPS. Aproveitamento da água da chuva. Makoto Murase(Org.). Tradução: Massato Kobiama; Cláudio Tsuyoshi Ushiwata; Manoela dos Anjos Afonso. Tradução de: Yatte Miyo Amamizu Riyo. Curitiba: Organic Trading, 2002, 196p. 5. SIKERMANN, J. M. Gerenciamento das águas de chuva: imprescindível para o futuro das grandes cidades do Brasil. Disponível em: <http:// www.3ptechnikde./brazil/documents/dokuments3.doc.> Acesso em: 27 jul. 2003. 6. TUCCI, C. E. M. Controle de enchentes urbanas. Seminário: Hidráulica computacional aplicada a problemas de drenagem urbana. São Paulo: 1994, 6p. 7. PMPG-PREFEITURA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA. Aspectos geográficos. Disponível em: <http://www.pontagrossa.pr.gov.br/acidade/geográficos.html> Acesso em: 25 jul.2003.(a) 8. ABNT. Instalações prediais de água fria. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, NBR 5626, 36p., Novembro de 1982. 9. CARAMORI, P. H. Parque Estadual de Vila Velha PEVV Estudos para Complementação e Revisão do Plano de Manejo Fatores Abióticos e Fatores Antrópicos Climatologia. Ponta Grossa. Núcleo de Estudos em Meio Ambiente-NUCLEAM da Universidade Estadual de Ponta Grossa, 2002. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 9