CONDIÇÕES DE PATROCÍNIO (Papel Comercial) 1) RESPONSABILIDADE DO BES E DO NOVO BANCO O papel comercial é um valor mobiliário que integra dívida de curto prazo, pelo que não pode ser considerado um instrumento financeiro muito complexo (artº 314-D/CVM). O Dec. Lei nº 69/2004 estabelece um regime rigoroso de informação, de garantias de solvabilidade da entidade emitente e de pagamento para as emissões de papel comercial com valor unitário inferior a 50.000,00. Por outro lado, o art. 109/CVM estabelece um regime rigoroso de informação e exigência de prospecto sujeito à aprovação e supervisão da CMVM para as emissões a subscrever por mais de 150 pessoas. Acontece que no caso do papel comercial em causa subscrito pelos lesados o valor unitário é superior a 50.000,00 e o BES teve o cuidado de nunca colocar cada série em mais de 150 pessoas. Assim, nas emissões em causa, a lei dispensa a obrigatoriedade de uma instituição financeira patrocinadora, que garanta o pagamento do papel comercial. Contudo, o facto de não ser obrigatório não impede que não exista. E, no nosso caso, o BES sempre assumiu a garantia do pagamento do capital e juros, quer no acto da subscrição - em muitos casos por declaração escrita - quer através da constituição da provisão específica para garantia do papel comercial, quer de uma escrow account. Acresce que o BP, ao exigir a constituição da escrow account para o efeito, implicitamente reconheceu que existia essa garantia efectiva de pagamento por parte do BES, que intermediou a venda do papel comercial. Por essa razão, o BP não pode vir agora dizer que a responsabilidade pelo pagamento do papel comercial é apenas das entidades emitentes, nomeadamente a ESI e a Rioforte. A informação dada a cada um dos subscritores sobre a aplicação que lhes estava a ser proposta varia muito de caso a caso. Em alguns casos nem foi assinada qualquer documentação, noutros foi dito que era dívida do BES internacional e pouca gente sabia, na altura o que era a ESI ou a Rioforte.
De qualquer forma, há duas falhas graves: a. O BES deveria ter declarado, por escrito, que actuava em conflito de interesses, dada a relação com a entidade emitente (artº 312 nº 1 al. c) e nº 2/CVM; b. O BES tinha obrigação estrita de comunicar o risco grave de solvabilidade da entidade emitente, que era do conhecimento da sua Administração, sobretudo nas subscrições posteriores a Novembro de 2013, nomeadamente na ESI onde já era do conhecimento público a falsificação das contas. Em suma, o BES é responsável perante os lesados subscritores de papel comercial, quer como garante do pagamento, quer porque violou obrigações estritas de informação e veiculou informação enganosa. O Novo Banco é responsável, desde logo, por força da própria deliberação de resolução, nomeadamente da al. b) do Anexo 2, onde se refere que: As responsabilidades do BES perante terceiros que constituam passivos ou elementos extrapatrimoniais deste serão transferidos na sua totalidade para o Novo Banco, S.A. com excepção dos seguintes ( Passivos Excluídos ). E, como resulta do exposto, o BES era efectivamente responsável perante os portadores do papel comercial em causa. Existe, portanto, fundamento substancial, com forte probabilidade de êxito, para intentar acções de responsabilidade civil solidária contra o BES e o Novo Banco. Mas, porque as situações não são iguais em todos os lesados nas relações que tiveram com o BES, nem quanto à data, nem quanto à entidade emitente do papel comercial, é aconselhável a propositura de acções individuais, embora possa haver lugar, em certos casos, a coligação de Autores, quando o papel comercial, o balcão e o gestor forem os mesmos e a subscrição tenha sido em datas próximas. Recorde-se, no entanto, que é necessário que uns lesados, que não façam parte da mesma acção sirvam de testemunha noutras acções, nomeadamente quanto ao facto que o BES assegurava a garantia do pagamento do capital e juros. O pedido, é a indemnização correspondente ao investimento, aos juros do capital investido (lucros cessantes) e aos danos morais. Contudo, o valor concreto da indemnização fica para ser apurado em execução de sentença, uma vez que, actualmente, não é possível saber qual a importância que se poderá vir a recuperar
na liquidação das entidades emitentes, o que permite reduzir a taxa de justiça para apenas 612,00, em vez do pagamento da taxa de justiça elevada, calculada em função do valor do pedido peticionado. Honorários: Provisão inicial: Tendo em atenção o número expectável de Autores (mais de 200), fixa-se o pagamento inicial de honorários no valor de 1.000,00, por cada subscritor, acrescido de IVA (23%), para os residentes, para efeitos de recibo. Ao valor de honorários acima indicado, acresce a taxa de justiça de 612,00. Por conseguinte, o valor total inicial, a transferir, por cada Autor, será de 1.612,00 + IVA ( 1.842,00). Reforço de honorários: Antes da audiência de julgamento, se a ela houver lugar, a provisão inicial deverá ser reforçada em mais 1.000,00 + IVA por cada Autor. Recursos: Honorários a serem calculados em função da complexidade e tendo como limite 2.000,00 por recurso. Em caso de coligação, a avaliar caso a caso, os honorários serão reduzidos em 25% em cada Autor e só haverá lugar a uma taxa de justiça. Success fee: A final, haverá lugar a uma success fee de 2% sobre o ganho na acção. Em caso de acordo ou transacção judicial, a success fee será reduzida a metade. As taxas de justiça, para além da inicial, se a elas houver lugar, devidamente justificadas e documentadas, serão pagas em separado. 2) RESPONSABILIDADE DO BANCO DE PORTUGAL O Banco de Portugal e em particular o seu governador são responsáveis pelas falhas graves de supervisão comportamental e prudencial, que deram lugar a que os clientes do BES
continuassem a confiar no Banco, a realizar aplicações financeiras e a não alienar as que já possuíam, mesmo depois de o BP saber da falsificação das contas da ESI. Acresce ainda que as declarações públicas do governador, que garantia a solvabilidade do BES mesmo 15 dias antes da operação de resolução deram uma falsa sensação de confiança, sem a qual os lesados poderiam ter alienado o papel comercial ou pedido o resgate antecipado. Estas falhas graves do Banco de Portugal e do seu governador são susceptíveis de os fazer incorrer em responsabilidade civil assim como ao Estado - pelos prejuízos causados aos detentores de papel comercial, prejuízos esses que são idênticos aos atrás referidos. Contudo, a causa de pedir é idêntica em todos os lesados do papel comercial, pelo que se pode considerar que existem interesses homogéneos susceptíveis de fundamentar a propositura de uma acção popular, com grande economia de custos e isenção de taxa de justiça inicial. Honorários: Em consequência, a provisão inicial de honorários e despesas para esta acção popular, que reveste de alguma complexidade, fixa-se em 200,00 por Autor. CONCLUSÃO Em face do exposto, as acções judiciais de responsabilidade civil que a sociedade de advogados Pereira de Almeida e Associados, RL está a patrocinar têm fundamento substancial e forte probabilidade de êxito para ressarcimento dos lesados do papel comercial capital investido, juros e danos morais e são as seguintes: a. Acção contra o BES e Novo Banco; b. Acção popular contra o governador do Banco de Portugal, Banco de Portugal e Estado; PROCEDIMENTO: Os valores referentes à provisão inicial de honorários e taxa de justiça deverão ser transferidos para a conta do Montepio Geral abaixo indicada: NIB: 00360 44799106002515 37 IBAN: PT 50 00360 44799106002515 37 SWIFT: MPIOPTPL Documentação a enviar: Os documentos que devem ser enviados por cada um dos Autores são os seguintes: - Procuração forense, conforme minuta em anexo; - Cópia do Cartão do Cidadão ou B.I. e NIF;
- Documento do Banco com indicação dos produtos adquiridos; - Outros documentos ou informações do Banco que possam ser relevantes; - Memorando com indicação do balcão, data de subscrição, nomes dos gestores de conta ou gerentes que os levaram a adquirir os produtos e forma como foram feitos os contactos e abordagem comercial. Toda a correspondência deverá ser enviada para os endereços abaixo indicados. Os Advogados António Pereira de Almeida Maria do Carmo de Araújo Pereira