Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo 51

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Transcrição:

ISSN 1518-4269 Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo 51 Junho, 2004 Nicésio Filadelfo J. de A. Pinto Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, 35701-970, nicesio@cnpms.embrapa.br Carlos Roberto Casela Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, 35701-970, casela@cnpms.embrapa.br Alexandre da Silva Ferreira Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, 35701-970, O míldio do sorgo, causado pelo fungo Peronosclerospora sorghi, é uma doença de ampla faixa de adaptação climática, sendo encontrada em várias regiões de plantio de sorgo na África, na Ásia e nas Américas. No Brasil, a doença, antes restrita aos estados da região Sul, encontra-se atualmente disseminada em praticamente todas as áreas de plantio de sorgo. A doença pode causar perdas significativas à produção, sendo um problema principalmente em áreas de produção de sementes. De acordo com a Portaria n o. 747, de 24.10.1977, do Ministério da Agricultura, as sementes de sorgo devem ser produzidas em áreas onde o míldio do sorgo não tenha sido constatado. Assim, a Comissão Estadual de Sementes e Mudas CESM/MG, estabeleceu o Padrão de Lavoura Zero para o míldio do sorgo em campo de produção de sementes de sorgo. O fungo P. sorghi é transmitido via correntes aéreas (conídios), via sementes (oosporos, conídios e micélio dormente), via solo (osporos) e via palhada de sorgo infectada (oosporos). Oosporos, conídios e micélio de P. sorghi são encontrados nas glumas, pericarpo e endosperma de sementes de sorgo coletadas de plantas infectadas sistemicamente. Esse fungo é estabelecido nas sementes sistemicamente, através da planta-mãe ou por infecções naturais via estigma, estilo e ovário, sendo capaz de infectar as plântulas oriundas dessas sementes. Com relação ao controle químico desse patógeno, o fungicida metalaxyl tem sido o mais utilizado. Ele é um produto sistêmico pertencente ao grupo químico alaninato, com atividade in-vivo e invitro contra patógenos da ordem Peronosporales, onde estão os fungos causadores de míldios em diversas culturas, como Peronosclerospora sorghi, agente etiológico do míldio do sorgo. O fungicida metalaxyl tem sido usado em pulverizações foliares, bem como no controle de doenças transmitidas pelo solo ou pelas sementes. Atualmente, o mercado possui esse ingrediente ativo na versão metalaxyl-m, o qual é o isômero S do metalaxyl anteriormente comercializado (Apron, Ridomil 50 GR, Ridomil-Mancozeb BR). Segundo a literatura internacional, o tratamento de sementes de sorgo em dose de 100 g i.a.100 kg -1, seguido por uma única pulverização com metalaxyl a 750 g i.a.ha -1, 40 dias após o plantio, pode controlar completamente as infecções sistêmica e localizada causadas por P. sorghi. Apenas o tratamento das sementes em dose de 100 a 200 g i.a 100 kg -1 de sementes não promove a proteção contra a infecção sistêmica tardia nas plantas-mãe ou perfilhos, nem contra as lesões

2 Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo locais sobre as folhas. Pulverizações foliares em dose de 100 a 200 g i.a.100 ha -1, aplicadas 20 a 40 dias após o plantio, resultaram na completa recuperação das plantas com os sintomas da doença. Em trabalho realizado no Brasil, o metalaxyl (Apron 35 PM), aplicado em tratamento de sementes de sorgo vassoura ou de milho, nas doses de 100, 200 ou 400 g i.a.100 kg - 1 de sementes, foi o fungicida mais eficiente no controle do míldio do sorgo. A Embrapa Milho e Sorgo tem priorizado a condução de trabalhos visando avaliar a eficiência de fungicidas no controle de conídios de P. sorghi associados às sementes de sorgo (Figura 1), proteger as plantas de sorgo em estádios iniciais de Figura 2 Figura 1 desenvolvimento contra os oosporos de P. sorghi presentes na palhada e no solo (Figura 2), bem como proteger, via pulverização foliar, as plantas adultas e seus perfilhos contra o míldio sistêmico (Figura 3) ou míldio localizado (Figura 4). Em trabalhos de controle químico do míldio do sorgo conduzidos nos anos de 2002 a 2004, pela Embrapa Milho e Sorgo, foram utilizadas sementes da cultivar SC283, altamente suscetível a Peronosclerospora sorghi. No controle de conídios de P. sorghi veiculados pelas sementes, estas Figura 3 foram previamente tratadas com os seguintes fungicidas (g i.a.100 kg -1 sementes): metalaxyl-m + mancozeb (5,6 + 89,6), metalaxyl-m + chlorothalonil (15,0 + 150,0), fosetyl-al (240,0), propamocarb (722,0), metalaxyl-m (75,0), metalaxyl-m (37,5), fludioxonil + metalaxyl-m (12,5 + 5,0) e fludioxonil + metalaxyl-m (25,0 +

Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo 3 a semeadura, os fungicidas metalaxyl-m + mancozeb, metalaxyl-m + chlorothalonil, metalaxyl-m e fludioxonil + metalaxyl-m foram altamente eficientes no controle do míldio sistêmico do sorgo ( 98,7 a 100,0%). Figura 4 10,0). A seguir, as sementes foram prégerminadas, inoculadas com conídios de P. sorghi, semeadas em solo esterilizado e colocadas em de casa de vegetação. Os resultados obtidos estão mostrados na tabela 1, pela qual pode-se ver que aos 15 dias após Na proteção das sementes contra oosporos de P. sorghi presentes no solo e na palhada de sorgo, as sementes de sorgo foram tratadas com os seguintes fungicidas (g i.a.100 kg -1 sementes): metalaxyl-m + mancozeb (5,6 + 89,6), metalaxyl-m + mancozeb (7,3 + 116,5), metalaxyl-m + chlorothalonil (15,0 + 150,0), metalaxyl-m + chlorothalonil (19,5 + 195,0), metalaxyl- M (37,5), metalaxyl-m (75,0), metalaxyl-m + fludioxonil (5,0 + 12,5) e metalaxyl-m + fludioxonil (9,0 + 22,5). As parcelas experimentais foram estabelecidas em solo com restos de cultura de sorgo contaminados com oosporos de P. sorghi. As plantas foram avaliadas 45 dias após a semeadura (Tabela 2), sendo que o fungicida metalaxyl-m (75,0 g i.a.100 kg -1 ) promoveu proteção absoluta contra a infecção sistêmica causada por oosporos de P. sorghi. Na pulverização foliar de fungicidas visando o controle do míldio, linhas espalhadoras de inóculo de P. sorghi foram antecipadamente Tabela 1 - Avaliação da eficiência de fungicidas no controle de Peronosclerospora sorghi, pelo tratamento de sementes de sorgo infectadas com conídios desse patógeno. Embrapa Milho e Sorgo,, 2002.

4 Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo Tabela 2. Avaliação da eficiência de fungicidas no tratamento de sementes de sorgo contra oosporos de Peronosclerospora sorghi presentes no solo de semeadura, visando o controle do míldio do sorgo. Embrapa Milho e Sorgo,, 2004. estabelecidas lateralmente às parcelas. Os seguintes fungicidas foram utilizados (g i.a.ha -1 ): metalaxyl-m + mancozeb (100,0 + 1600,0), metalaxyl-m + mancozeb (72,0 + 1152,0), metalaxyl-m + chlorothalonil (135,0 + 1350,0), metalaxyl-m + chlorothalonil (101,2 + 1012,5), fosetyl-al (2000,0) e fosetyl-al (1440,0). As aplicações dos fungicidas, com início 21 dias após o plantio e em número de quatro, foram realizadas com pulverizador costal manual, a intervalos de 14 dias. Decorridos 14 dias da última pulverização, os resultados (Tabela 3) mostraram que plantas de sorgo tratadas com os fungicidas metalaxyl-m + mancozeb e metalaxyl-m + chlorothalonil não apresentaram míldio sistêmico ou localizado, atendendo, assim, ao padrão de lavoura (zero %), enquanto que a testemunha sem fungicida apresentou 17,4% de plantas com míldio sistêmico ou localizado. Os resultados obtidos nos trabalhos conduzidos pela Embrapa Milho e Sorgo evidenciam que: Metalaxyl-M + Chlorothalonil, Metalaxyl-M e Fludioxonil + Metalaxyl-M são eficientes no controle do míldio do sorgo incitado por Peronosclerospora sorghi, através do tratamento de sementes infectadas por conídios desse patógeno; 2 - O fungicida metalaxyl-m, na dose de 75,0 g i.a.100 kg -1 de sementes, promove proteção absoluta contra a infecção sistêmica causada por oosporos de P. sorghi presentes na palhada de sorgo e no solo; 3 - É possível produzir sementes de sorgo em lavoura livre de míldio (Peronosclerospora sorghi), mediante pulverizações foliares preventivas com os fungicidas metalaxyl-m + mancozeb e metalaxyl-m + chlorothalonil. É oportuno ressaltar que ainda não há registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA de nenhum fungicida para o controle de Peronosclerospora sorghi em sorgo: (http:// extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/ principal_agrofit_cons) 1 - Os fungicidas Metalaxyl-M + Mancozeb,

Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo 5 TABELA 3. Avaliação da eficiência de fungicidas foliares no controle do míldio (Peronosclerospora sorghi) em sorgo. Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG, 2004. Literatura Consultada ANAHOSUR, K. N.; PATIL, S. H. Chemical control of sorghum downy mildew in India. Plant Disease, St. Paul, v. 64, p.1004-1006, 1980. ANAHOSUR, K. N.; PATIL, S. H. Effect of metalaxyl seed treatment on seedling emergence and development of local lesions of sorghum downy mildew in sorghum. International Working Group on Graminaceous Downy Mildews. v. 3, p. 1, 1981. CASELA, C. R.; FERREIRA, A. S. O Míldio do Sorgo. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 2001. 7p. (EMBRAPA-CNPMS, Circular Técnica, 12). FREDERIKSEN, R. A. Sorghum downy mildew in the United States: overview and outlook. Plant Disease, St. Paul, v. 64, p. 903-908, 1980. MARGOT, P. Control of seed-borne diseases with metalaxyl. Seed Science and Technology, Zurich, v. 11, n. 3, p. 921-933, 1983. PINTO, N. F. J. A. Patologia de Sementes de Sorgo. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1999. 62 p. (EMBRAPA-CNPMS, Circular Técnica, 32). PINTO, N. F. J. A.; CASELA, C. R. Eficiência de fungicidas no controle do míldio do sorgo (Peronosclerospora sorghi) associado às sementes de sorgo. Informativo Abrates, Brasília, DF, v. 13, n. 3, p. 225, 2003. SAFEEULLA, K. M. Biology and control of downy mildews of pearl millet, sorghum, and finger millet. Myson: Wesley Press, 1976. TAKEDA, A. S.; NAKAMURA, K.; GIMENES- FERNANDES, N.; KRONKA, S. N.; GOMES, G.; INOUE, L. T. Efeito do tratamento químico de sementes sobre o controle do míldio do sorgo em milho e em sorgo. Científica, Jaboticabal, v. 10, n. 1, p. 129-133, 1982.

6 Controle Químico do Míldio (Peronosclerospora sorghi) em Sorgo Circular Técnica, 51 Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Milho e Sorgo Endereço: Rod. MG 424 km 45 - Caixa Postal 151 Fone: (31) 3779-1000 Fax: (31) 3779-1088 E-mail: sac@cnpms.embrapa.br 1 a edição 1 a impressão (2004): 500 exemplares Comitê de publicações Expediente Presidente : Jamilton Pereira dos Santos Secretário-Executivo: Paulo César Magalhães Membros: Camilo de Lélis Teixeira de Andrade, Cláudia Teixeira Guimarães, Carlos Roberto Casela, José Carlos Cruz e Márcio Antônio Rezende Monteiro Revisão de texto: Dilermando Lúcio de Oliveira Editoração eletrônica: Dilermando Lúcio de Oliveira