OBUSEIRO AUTOPROPULSADO M-109 A3 Maior alcance para a artilharia brasileira

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Transcrição:

OBUSEIRO AUTOPROPULSADO M-109 A3 Maior alcance para a artilharia brasileira Entre 1999 e 2001 a Artilharia no Exército Brasileiro foi reforçada pela aquisição de 37 Viaturas Blindadas Obuseiro Autopropulsada M-109 A3, denominadas VB OAP M- 109 A3, oriundas de excedentes do Exército Belga e modernizados pela empresa belga SABIEX INTERNATIONAL S/A. Com estas aquisições a Artilharia sobre lagartas deu um grande impulso para a sua modernização, pois ela apenas contava com os antiquados Obuseiros AP M-108 de calibre 105mm, e estes são de 155mm com alcance de tiro a uma distância de 23,5km o que vem lhe dar uma grande mobilidade e alto poder de fogo. Sua origem remonta à década de 50, idealizados para proporcionar apoio às unidades mecanizadas e blindadas, mantendo as mesmas características de mobilidade e deslocamento daquelas unidades, utilizando-se lagartas. Para uma maior proteção da tripulação e para diminuição de peso, optou-se por uma blindagem de alumínio. Obuseiros Autopropulsados M-109 A3 sendo modernizados na SABIEX. Crédito da foto: Sabiex International S/A

O Obuseiro M-109 foi por muitas décadas a base da artilharia autopropulsada na maioria dos exércitos ocidentais, sendo usado até os dias atuais em suas diversas versões que foram sendo aprimoradas, participando atualmente na Guerra do Iraque com as forças americanas em sua versão A6 Paladin bem mais moderna do que o modelo adquirido pelo Brasil. A estrutura do chassi é de alumínio soldado, o que protege a tripulação contra fogo de armas leves. O motorista fica sentado à esquerda, na frente do chassi, tendo à direita o motor. Os outro cinco membros da tripulação, comandante, atirador e três municiadores ficam na torre e na parte posterior do chassi. Uma larga porta traseira permite o remuniciamento. Existe ainda duas portas laterais e uma na traseira da torre, bem como duas escotilhas no teto. Sua suspensão é do tipo barra de torção e utiliza sete rodetes intermediários com o rodete do motor na frente e o rodete tensor na lateral traseira, não existindo assim rodetes fixos. O obuseiro de 155mm tem elevação de +75º, depressão de 3º e a torre possui giro de 360º, motorizada, muito embora exista um controle manual para emergências. Sua cadência é de 4 tiros por 3 minutos, seguidos de um tiro por minuto para a hora seguinte. Transporta um total de 28 obuses e 500 cartuchos.50 e dependendo da munição empregada seu alcance pode ser de até 23,5km. Três vistas do M-109 A3 da Escola de Material Bélico EsMB no Rio de Janeiro. Fotos: autor

Ele pode ainda vadear cursos de água com profundidade máxima de 1,82m, embora algumas versões possuam um kit especial anfíbio, que consiste em nove sacos de ar infláveis, sendo quatro montados de cada lado do chassi e um à frente, permitindo assim ao veículo deslocar-se na água a uma velocidade de 6,9km/h. Ao que tudo indica este acessório não acompanha a versão adquirida pelo Brasil. Nos Exércitos da América do Sul apenas o Brasil e o Peru (12 M-109 A2 com canhão M-185) operam versões deste modelo. Detalhes do interior da torre notar o local de armazenagem dos obuses 155mm e a culatra. Fotos: autor. Eles chegaram em quatro lotes a saber: 1º lote: 6 VB OAP M 109 A3 chegada ao Brasil em 6 de outubro de 1999. 2º lote: 12 VB OAP M 109 A3 chegada ao Brasil em 26 de maio de 2000. 3º lote: 12 VB OAP M 109 A3 chegada ao Brasil em 24 de outubro de 2000. 4º lote: 7 VB OAP M 109 A3 chegada ao Brasil em 23 de abril de 2001, e foram desembarcados nos portos do Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR) e a seguir foram assim distribuídos: 12 para 15º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, na cidade de Lapa (RS), 12 para 16º de São Leopoldo (RS), 12 para o 29º de Cruz Alta (RS) e 01 para a Escola de Material Bélico EsMB no Rio de Janeiro (RJ).

Vale aqui o registro de que na segunda metade dos anos 80 a VEROLME EQUIPAMENTOS PESADOS S/A da cidade do Rio de Janeiro, em associação com a inglesa VSEL VICKERS SHIPBUILDING & ENGINEERING LIMITED, assinaram um contrato de intenções em que se previa a produção no país do AS-90 denominado MALLET um obuseiro autopropulsado de 155mm que estava sendo desenvolvido pelos ingleses sobre o chassi do carro de combate Challenger e que no Brasil o chassi seria de um outro blindado que não chegou a ser escolhido em razão do cancelamento do projeto em 1989. O projeto era muito moderno para a época e nos atenderia muito bem, mas devido às restrições impostas na transferência de tecnologia por parte da VSEL e principalmente pelos reflexos negativos da situação econômica financeira do país sobre a Verolme, época em que o sinal vermelho havia acendido sobre a nossa Indústria de Material de Defesa que nos próximos dez anos seguintes estaria reduzida quase que a zero, perdendo não só este mas muitos outros projetos inovadores e significativos para uma grande independência na área de defesa e que no alvorecer do século XXI nos transformou novamente em importadores de material de segunda mão, excedentes da Europa e Estados Unidos... Capa do catálogo elaborado pela Verolme Equipamentos Pesados apresentando o AS-90 Mallet em 1987. Coleção do autor

VB OAP M-109 A3 do Exército Brasileiro deslocando-se em terreno irregular. Crédito da foto: CComSEx. Ficha Técnica: Fabricante: USA Tripulação: 6 homens Peso total: 25 toneladas Comprimento total: 9,12m Altura: 3,28m Largura: 3,15m Motor: Detroit, 8 cilindros, modelo DDC 8V 71t, diesel Transmissão: Allison, modelo XTG 411 2 A Armamento: Um obuseiro calibre 155mm, uma metralhadora.50 Alcance máximo do tiro: 23,5km Elevação: -3º a + 75º Velocidade máxima: 56km/h Autonomia: 344 km Vau: 1,07m Rampa máxima: 60% Inclinação máxima: 40% Optrônicos: Visão noturna para o motorista e chefe da peça