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Transcrição:

Ricardo Fiegenbaum (Org.) São Leopoldo/RS 2010

Centro de Estudos Bíblicos 2010 Rua João Batista de Freitas, 558 B. Scharlau Caixa Postal 1051 93121-970 São Leopoldo/RS Fones: (51) 3568-2560 Fax: (51) 3568-1113 vendas@cebi.org.br www.cebi.org.br Bíblia entre mundos, tribos e caminhos Organização e Projeto Gráfico: Ricardo Fiegenbaum Revisão: Isolde Dreher Capa: Samuca Mendonça Impressão: Contexto Gráfica ISBN: 978-85-7733-107-9

Sumário Apresentação Igreja e cidadania: alguma relação? Tempo de profecia Trabalho e descanso: mandamentos de Deus! Os mandamentos da vida O Pai-Nosso Um mundo para cuidar Bíblia, caminho para a liberdade Celebração da Páscoa na História de Israel O amor é o princípio e o fim de tudo Jesus, sua família e seu tempo Comunidade cristã, sinal de vida nova A Bíblia e as relações familiares: um exercício! O que faz você feliz? Refletir sobre as diferenças faz toda a diferença Uma pedra na consciência Cartas de amor que Deus nos mandou Bíblia e Vida Descobrindo um método de leitura O método de leitura da Bíblia Viver a Bíblia de corpo e de coração Bibliodrama, como se faz Bibliodrama, passo a passo

Apresentação O que a Bíblia tem a dizer para a juventude de hoje? Aliás, quem são os/as jovens de hoje? Em um tempo cada vez mais marcado pela diversidade de jeitos de ser e de viver a vida, compreender as juventudes é essencial para poder lhes indicar caminhos. O livro Bíblia entre mundos, tribos e caminhos é o resultado de uma parceria entre o jornal Mundo Jovem e o Centro de Estudos Bíblicos, para juntos e juntas dizermos palavras sobre Juventude e Bíblia, seus mundos, suas tribos e seus caminhos. Bíblia entre mundos É convite a olhar para horizontes largos: o planeta, a paz, a cidadania e a profecia. É responsabilidade cristã, cidadã, o cuidado com o mundo e com o nosso futuro. Bíblia entre tribos Há muito se fala em tribos juvenis, os espaços de identidade e autonomia dos/as jovens, que buscam em seus pares as referências para entender e navegar neste tempo em que estão vivendo. Como Jesus, seu grupo, sua comunidade, buscam construir relações novas e um modo mais saudável e feliz de viver a vida. Bíblia e caminhos Aí está a necessária insistência em dizermos que a vida exige um método e um projeto. Que futuro almejamos sem um projeto que guie nossos passos na caminhada? O Mundo Jovem é uma publicação que há 50 anos reflete, provoca e acompanha o mundo dos/as jovens. Tem palavras para dizer sobre este período da vida, seus mundos, suas tribos e seus caminhos. Quando faltam as palavras, buscamos as parcerias. Se Mundo Jovem tem um mérito, é o de ter a pessoa/parceria que diz a palavra apropriada no tempo e no tema oportunos. Para falar aos/às jovens sobre Bíblia, poderíamos pensar em outra parceria? Para nós, o CEBI representa a leitura encarnada, também no mundo, nas tribos e nos caminhos da juventude. Surpreendenos a cada texto, a cada reflexão que oferece sobre o vasto mundo da Bíblia e dos/as jovens. Vamos em frente! Somos parceiros e parceiras! Equipe do Jornal Mundo Jovem.

Tempo de prof ecia Ildo Bohn Gass Assessor do CEBI, leigo católico Li uma vez que, mais do que estudar a profecia, os profetas gostariam que os escutássemos, colocando em prática seus apelos. E é verdade. Porém, para ser-lhes fiéis é preciso estudá-los em seu tempo e contexto. E seguir sua prática em nossa época é profetizar hoje. Já Paulo, escrevendo aos coríntios, nos convida: Procurem o amor. Entretanto, aspirem aos dons do Espírito, principalmente à profecia (1Cor 14,1-2). Dizia Moisés: Oxalá, todo povo fosse profeta (cf. Nm 11,29). O desejo de Moisés assume importância fundamental no momento histórico em que vivemos. Mais do que nunca, para resistir contra os poderes de morte que nos sufocam e para defender e promover a vida, a profecia somente terá eficácia se for coletiva. Mais do que exercer a profecia enquanto indivíduo, nosso desafio é vivê-la enquanto povo profético que luta por cidadania. Para seguir neste rumo, a fim de que não deixemos esmorecer nossa esperança e para nos fortalecer em nossa caminhada, vamos até a profecia no povo de Israel e beber um pouco da sua espiritualidade. Quando Israel se formou como povo na Palestina no século 13 a.c., ele fez uma experiência alternativa a que se vivia em todos os povos da redondeza. Estes se organizavam em forma de reinados, a exemplo do Egito. Em vez de centralizar o poder, os israelitas se organizaram em forma de tribos. No lugar do acúmulo das riquezas, as tribos promoveram sua partilha. Em vez de cultuar um deus que legitima a opressão, Israel temia somente o Deus libertador. No lugar da exclusão social, no tribalismo havia lugar justamente para os

empobrecidos. Neste mundo novo, a profecia não era necessária. Havia os juízes para organizar a defesa do povo, prescindindo de um exército profissional. Estes exerciam também a justiça. A voz de Deus e a voz do povo Mas com a imposição do reinado a partir de 1020 a.c., com Saul, depois Davi e Salomão, as coisas mudam radicalmente. Volta-se como que ao Egito, à escravidão. Logo se faz ouvir a voz profética. Samuel é o primeiro a resistir contra o reinado e suas injustiças (cf. 1Sm 8). Podemos também lembrar Natã (2Sm 12,1-14), Aías de Silo (1Rs 11,29-39), que atuam sob Davi e Salomão respectivamente. Um século e meio depois surgem Elias e Eliseu. Estes lutam fundamentalmente contra a idolatria proporcionada pelos reis, defendendo a fé do povo no Deus do Êxodo (cf. 1Rs 17-19), e em defesa das vítimas da ganância e voracidade dos dirigentes (cf. 1Rs 21). No reinado, estes profetas são como que os continuadores dos juízes da época tribal. Resistem contra os desmandos dos poderosos e defendem a fé e a vida do povo. São pessoas de profunda experiência do Deus da vida e ao mesmo tempo de profunda inserção na realidade. São a voz de Deus e a voz do povo. E, embora sejam críticos, os profetas dessa época ainda não fazem uma análise mais profunda da conjuntura, uma vez que criticam erros na monarquia, mas não o reinado enquanto estrutura da morte. Nesse período da história, não existe um poder internacional forte. A denúncia e o anúncio A partir do oitavo século antes de Cristo, as coisas mudam. Os assírios surgem como potência. E, no século seguinte, são suplantados pelos babilônios. Aumenta a pressão interna. Também a profecia muda de características. Começam os profetas escritores. Ao vocacional Jeremias, Deus resume as duas funções básicas da mensagem profética: Hoje eu estabeleço você sobre as nações e reinos, para arrancar e arrasar, para demolir e destruir, para construir e plantar (Jr 1,10). Os quatro primeiros verbos representam a denúncia. Já os dois últimos simbolizam o anúncio. Não poderíamos também nós dizer como Jesus em Lc 4,21: Hoje se cumpriu em mim esta Escritura? No início, Jeremias resistiu tal como Moisés e talvez nós hoje

(cf. Jr 1,6; Ex 3-4). Mas, por fim, assumiu na radicalidade sua missão e passou a vida profetizando. Um século antes de Jeremias, também Amós e Oseias em Israel e Isaías e Miqueias em Judá tinham basicamente a mesma radicalidade em suas críticas. Vieram para arrancar e arrasar, para demolir e destruir. Sua denúncia e ameaça se dirigiam contra o reinado e suas instituições: o palácio real (cf. Os 1,4; Am 3,9-11; Mq 3,14), o templo com os seus sacerdotes, profetas e ritos (cf. Mq 3,5; 3,12; Os 4,4-6; 6,6), o exército (Mq 4,3; 5,9-10), bem como o poder econômico (cf. Mq 6,10-12; Is 5,8-10; Am 5,11) e o poder judiciário (cf. Is 10,1-4; Am 5,7-17). Vinham, pois, em defesa das vítimas dessa estrutura opressiva. Mas a profecia não ficava só na denúncia. Também construía e plantava. Tinha um projeto. E este era antiestado. Visava à retribalização do povo (cf. Is 11,1-9; 65,17-25), promovendo relações de justiça e de solidariedade. E assim poderíamos continuar nosso olhar sobre o testemunho da profecia no exílio da Babilônia no sexto século a.c., bem como dos profetas de reconstrução no pós-exílio, sob o domínio persa. Para terminar, lembramos a voz de Deus na boca de Amós: Eu quero, isto sim, é ver brotar o direito como água e correr a justiça como riacho que não seca (Am 5,24). Que o mesmo espírito da profecia nos mova na nossa caminhada rumo a uma igreja e uma sociedade de relações justas e solidárias.