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Transcrição:

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Disponível em: <http://www.pubvet.com.br/texto.php?id=567>. Quimioterapia com sulfato de vincristina no tratamento do Tumor Venéreo Transmissível (TVT) de cadela: Relato de Caso Nicole de Almeida Andrião 1 1 Aluna de pós-graduação em Medicina Veterinária - FCAV UNESP Jaboticabal RESUMO O TVT é considerado uma neoplasia de células redondas que acomete a mucosa genital externa de cães machos e fêmeas. Objetivou-se com o presente artigo relatar um caso de TVT em cadela, em que o fármaco de eleição fosse o sulfato de vincristina. O sulfato de vincristina foi utilizado na dose de 0,3mL intravenoso uma vez por semana, durante seis semanas. O proprietário interrompeu o tratamento antes que o tumor tivesse regressão total, restando ainda duas aplicações de sulfato de vincristina. Como não houve conclusão do tratamento, talvez o animal apresente recidivas com lesões localizadas e sensíveis aos quimioterápicos ou resistência ao sulfato de vincristina em futuras aplicações deste quimioterápico. Palavras-chave: tumor venéreo transmissível; sulfato de vincristina; cão

Chemotherapy with vincristine sulfate in the treatment of transmissible venereal tumor (TVT) of dog Abstract The TVT is considered a tumor of cells that round the external genital mucosa of male and female dogs. The objective with the present article report a case of TVT in the dog, where the drug of choice was the vincristine sulfate. The vincristine sulfate was used in the intravenous dose of 0.3 ml once a week for six weeks. The owner stopped the treatment before the tumor had complete regression, leaving two additional applications of vincristine sulphate. As there was no completion of treatment, the animal may present with localized lesions and relapses sensitive to chemotherapy or resistance to vincristine sulfate in future applications of chemotherapy. Keywords: transmissible venereal tumor; vincristine sulfate; dog INTRODUÇÃO O TVT é considerada uma neoplasia de células redondas que acomete a mucosa genital externa de cães machos e fêmeas, transmitido durante o coito, brigas ou interações entre animais portadores e susceptíveis, através da implantação de células tumorais. Este tumor apresenta-se como uma massa ulcerada, avermelhada e friável com aspecto de couve-flor. Há relatos referindo-se de localizações atípicas do TVT, mas metástases raramente ocorrem. O diagnóstico é feito através dos sinais clínicos, exames histopatológico e citológico. O tratamento mais efetivo até o presente momento, tem sido o tratamento quimioterápico com utilização do sulfato de vincristina, associada ou não a outras drogas. O sulfato de vincristina é utilizado na dose de 0,5-0,7mg/m 2 ou 0,025mL/kg intravenoso uma vez por semana, por

aproximadamente seis semanas. É necessária a monitoração do paciente com hemograma antes da aplicação de cada tratamento quimioterápico. REVISÃO DE LITERATURA O tumor venéreo transmissível canino (TVT) apresenta sinonímia de condiloma canino, granuloma venéreo, sarcoma infeccioso, linfoma venéro, tumor de Stiker (LOMBARD e CABANIE, 1968). Atualmente, o TVT, está incluído no grupo dos chamados Tumores de Células Redondas, juntamente com os mastocitomas, carcinomas de células basais, linfomas (incluindo o sarcoma de células reticulares) e histiocitomas (DUCAN e PRASSE, 1979). O tumor venéreo transmissível é a segunda neoplasia mais incidente em cães, menor somente que a neoplasia mamária (NIELSEN e KENNEDY, 1990; MORALES e GONZÁLEZ, 1995; AMARAL, 2003). O TVT é uma neoplasia de células redondas transmitida naturalmente aos animais suscetíveis por um mecanismo raro, de transplantação de células tumorais viáveis (CHU et al., 2001). Comumente afeta a genitália externa de cães e é transmitido pelo coito ou hábitos sociais como cheirar e lamber (MacEWEN, 2001). Outros sítios primários de TVT relatados foram a cavidade nasal, oral, ânus, tecido cutâneo e subcutâneo (BROWN et al., 1980). A incidência de TVT se restringe à idade de maior atividade sexual e em países onde a população canina não está sujeita a rigoroso controle epidemiológico (ROGERS, 1997). Na genitália de cães, o TVT pode permanecer por muitos anos com crescimento lento ou inaparente (ALEXANDER et al., 1964), muito embora possa apresentar-se invasivo e metastático (MOULTON, 1978). Evidências experimentais indicam que cães imunossuprimidos mostraram uma alta incidência de metástases (COHEN, 1973). Em animais adultos saudáveis essa neoplasia pode regredir

espontaneamente. A regressão com freqüência está associada ao edema, hemorragia, infiltração de linfócitos e necrose da massa tumoral (HIGGINS, 1966; COHEN, 1978). A apoptose ou morte celular programada é um evento celular que também está envolvido como mecanismo alternativo de regressão desse tumor (SANTOS, 2001). Metástases do TVT foram identificadas na pele, lábios, linfonodos inguinais, mucosa oral, fígado, rins, pleura, mesentério, esqueleto e fossas nasais (LOMBARD e CABANIE, 1968; KORGER et al., 1991); nas cavidades nasais (GINEL, et al., 1995); no cérebro e pituitária (RICHARDSON, 1981); disseminadas na cavidade abdominal (VICENTE e TONIOLLO, 1987); no baço (PRIER e JOHSON, 1964); globo ocular (NAYAK e SAMADDAR, 1988), em conduto auditivo externo (TINUCCI- COSTA, 1992) e no ovário e porção caudal da bexiga (MOYA, 2005). Metástases em sitos extracutâneos são raras, afetando cerca de 1% dos animais (CALVERT et al., 1982). Um caso incomum de TVT, com acometimento intra-ocular e metastáses nos linfonodos inguinais num cão Terrier brasileiro, foi relatado (RODRIGUES, 2001). O TVT pode existir como massa solitária ou lesões múltiplas, em formato de couve-flor, ou como formas pendulares, nodulares, papilares ou multilobulares. O tamanho do tumor pode atingir até 10 a 15cm (ERÜNAL-MARAL et al., 2000). À palpação, o TVT é um tumor de consistência firme, mas hemorrágico e friável, e a superfície quase sempre exibe ulcerações (NIELSEN e KENNEDY, 1990; BATAMUZI e BITTEGEKO, 1991; CHANG e YANG, 1996). As células características deste tumor são redondas ou ovais, com diâmetro entre 14 e 30µm e bordos citoplasmáticos bem delimitados. O núcleo, também redondo ou oval, é frequentemente excêntrico, de tamanho variável, com cromatina grosseiramente granular e com um ou dois nucléolos proeminentes. A relação núcleo/citoplasma é relativamente alta (WELLMAN, 1990; BOSCOS et al., 1999). O citoplasma é discretamente basofílico e com

múltiplos vacúolos, pequenos e claros, que geralmente acompanham o bordo celular. Anisocitose e anisocariose são observadas, bem como eventual basofilia citoplasmática, hipercromasia nuclear e macrocariose (ERUNAL-MARAL et al., 2000). A presença de figuras mitóticas e células inflamatórias é outra característica desta neoplasia (WELLMAN, 1990; BOSCOS et al., 1999; ERUNAL-MARAL et al., 2000; VARASCHIN et al., 2001). O histórico e o exame físico dos pacientes, freqüentemente, constituem meios de diagnóstico para o TVT em cães (SOUSA, 2000). O exame citológico é um exame complementar, simples, rápido, pouco doloroso, minimamente invasivo e de baixo custo para o diagnóstico de lesões neoplásicas no homem e nos animais (CARDOSO, 1983; DALECK et al 1998a,b), inclusive o TVT. O diagnóstico citológico pode direcionar o tipo de tratamento pré-cirúrgico, cirúrgico, radioterápico ou quimioterápico, evitando também procedimentos diagnósticos desnecessários e arriscados (BOTTLES et al., 1986). A eficácia da citologia para diagnóstico de neoplasias é de 90% (MacEWEN, 2001; WRIGHT, 1989; KROGER, 1991; COWEL, 1989). Vários estudos têm demonstrado a utilidade da citologia aspirativa com agulha fina (CAAF) no diagnóstico de neoplasias (ROCHA, 1998a,b; ALLEMAN e BAIN, 2000), inclusive o TVT. Também é realizado o diagnóstico mediante exame histológico (biópsia), em caso de dúvida neste, o diagnóstico definitivo pode ser obtido por análise cromossômica (MAKINO, 1963; MURRAY1969; YANG, 1987;). A citogenética pode ajudar no diagnóstico definitivo do TVT canino porque a diferença de cariótipo é altamente significativa entre as células normais e cancerígenas (BROWN, 1980; FUGINAGA, 1989). Condutas terapêuticas vêm sendo preconizadas para o TVT, entre elas a criocirurgia (DASS e SAHAY, 1989; OLGIVIE, 1996), radioterapia (SANTOS, 1988 e WHITE, 1991), ressecção cirúrgica (PANCHBHAI et al., 1990) e quimioterapia antineoplásica (CAMACHO e LAUS, 1987; BHAT e

AHMAD, 1988; HOQUE et al., 1993 e ANDRADE et al.,1999). Apesar de sua potencial natureza maligna, o tumor venéreo responde a diferentes tipos de tratamentos, como radioterapia, crioterapia e quimioterapia, esta última de maior eficácia, sendo o TVT mencionado como o tumor mais responsivo à quimioterapia em oncologia veterinária, como foi mencionado por GREATTI e citado por ERÜNAL-MARAL (2000). Embora a quimioterapia seja muito utilizada, cabe relembrar que há muitos efeitos tóxicos causados por estes agentes, tais como: neuropatia periférica, parestesia, constipação, alopecia, fragilidade vascular, leucopenia, náuseas, vômitos, trombocitopenia, toxicidade cardíaca, reações durante a administração, anemia, cistite hemorrágica, como mencionado por MOYA e citado por OGILVIE, (1996). No que se refere ao tratamento cirúrgico, raramente este é empregado, a não ser em alguns pacientes com finalidade citorredutiva prévia à terapia com fármacos antineoplásicos. O tratamento cirúrgico não é bem aceito pelos proprietários dos animais devido às limitações que este método impõe, tais como o alto índice de recidivas pós-cirurgia, por tratar-se de um procedimento invasivo e traumático, elevado risco de deformação cicatricial (principalmente na eletrossecção). A ressecção cirúrgica é geralmente adotada em casos de emergência onde o tumor possui tamanho aumentado ou quando este causa obstrução uretral.(sousa, 2000). A radioterapia e a criocirurgia, certamente não são utilizadas rotineiramente devido aos altos custos (SOUSA, 2000). A quimioterapia citotóxica constitui-se no método mais eficiente. Sendo menos cruenta que o tratamento cirúrgico, apresenta menor número de recidivas e, quando estas ocorrem, em geral, são lesões localizadas e sensíveis aos antineoplásicos (CAMACHO e LAUS, 1987). De acordo com ECKHARDT e BORDEN (1997) o uso de drogas combinadas em vez de agentes isolados representa uma evolução significativa no tratamento do câncer. Agentes quimioterápicos, isolados ou associados, têm apresentado resultados, na maioria das vezes, muito

benéficos no tratamento do TVT que responde bem a quimioterápicos como a vincristina. Uma recuperação de 90% pode ser esperada em cães tratados com vincristina, na dose de 0,5-0,7mg/ m 2 ou 0,025 0,05 mg/kg, por via intravenosa, uma vez por semana, durante quatro a seis semanas. Também são citadas combinações quimioterápicas de vincristina (como inibidor de mitose), ciclofosfamida (para interferir na síntese do DNA), que provocam resposta nas metástases em linfonodos regionais, com índice de cura de aproximadamente 100% (HILL, 1984). A terapia com sulfato de vincristina na dose de 0,025mg/kg por via intravenosa, a cada 7 dias determinou regressão do tecido tumoral após a segunda administração do quimioterápico (OLGIVIE, 1996; MORRISON, 1998). Geralmente, após a quarta aplicação constata-se regressão completa do tecido neoplásico, devendo a terapia ser continuada com mais duas aplicações após o desaparecimento completo das lesões. CALVERT et al. (1982) trataram 41 cães com vincristina e 39 tiveram completa regressão e recuperação, em média, com apenas três sessões de quimioterapia. OLGIVIE (1996) constatou a cura de 90% de cães com TVT com três aplicações de sulfato de vincristina. Em casos de metástases deste tumor o tratamento com este fármaco também tem se mostrado eficaz, como observado por MOYA (2005) em caso de metástase no ovário e bexiga, e em médula óssea por OLIVEIRA (2006). Com estes resultados, conclui-se que o sulfato de vincristina constitui indicação eficaz para o tratamento de TVT, seja de ocorrência genital ou não (MORRISON, 1998). É importante ressaltar que um tratamento inadequado com o sulfato de vincristina, deixando resquícios do tumor, pode gerar resistência ao fármaco em aplicações posteriores (GONÇALVES, 2004). De acordo com ANDRADE et al. (1999) a ação da vincristina resume-se no bloqueio da mitose e interrupção da metáfase. Os efeitos colaterais mais observados, decorrentes da terapia com sulfato de vincristina, são inapetência, alopécia pouco significativa, vômito, diarréia

(HOQUE et al., 1995). WHITE (1991) relatou toxicidade hematológica, neurológica e dermatológica em cães tratados com sulfato de vincristina bem como o discreto efeito colateral hematológico do sulfato de vincristina, constatando moderada mielossupressão quando comparado a outros citostáticos. Em relação à neurotoxicidade, WHITE (1991) e MacEWEN (1996) observaram neuropatia periférica em alguns cães submetidos à quimioterapia com este fármaco associado à ciclofosfamida e prednisona. Com respeito a dermatotoxicidade WHITE (1991) documentou discreta alopécia em cães tratados com sulfato de vincristina. A vincristina, dentre outras drogas quimioterápicas, afeta a fertilidade em humanos (KUMI-DIAKA, 1993; CLARK, 1995), e possivelmente em cães (YPSILANTIS, 2000). Segundo YPSILANTIS e TSELKAS (2000) a administração de sulfato de vincristina em cães machos com TVT causou uma alteração transitória moderada na qualidade do sêmen durante o período de tratamento, de uma aplicação por semana, durante 4 semanas, que foi restituída 15 dias após a última aplicação. Este fato foi atribuído ao efeito direto da vincristina na reserva de espermatozóides extra-gonadal contida no epidídimo e ducto deferente. A combinação da homeopatia (Thuya occidentalis) com a quimioterapia (sulfato de vincristina) reduz o número de aplicações de vincristina para duas, assim não predispondo o animal a efeitos clínicos colaterais (MANHOSO, 1997). É importante ressaltar que a vincristina é uma droga que causa mielossupressão e, quando em contato com a pele e mucosas, provoca irritação dolorosa, ulceração epitelial, câncer, entre outras alterações. Para tanto são preconizadas normas de segurança pra o uso deste quimioterápico, visando maior segurança na manipulação e administração desta droga. Fazem parte dos equipamentos de proteção individual luvas de látex cirúrgicas, máscara cirúrgica, óculos de

proteção e avental de algodão com manga longa ou avental de plástico sem mangas (MORRISON, 1998; ANDRADE, et al., 1999). Ainda como alternativas para quimioterapia antineoplásica, podem ser empregados fármacos como clofibrato (BHAT e AHMAD, 1988), ciclosfosfamida (HOQUE et al., 1993), doxorrubicina, sulfato de vinblastina e metrotexato (SINGH et al., 1996). Muitos desses fármacos podem ser utilizados quando se pretende reduzir o tamanho do tumor para posteriormente submetê-lo à exérese cirúrgica. A doxorrubicina pode ser administrada para tratar casos de TVT resistentes a vincristina, sendo que a dose empregada nesse caso é de 30mg/m 2 intravenoso, a cada 21 dias. Geralmente, dois tratamentos são suficientes para induzir remissão completa da neoplasia (MacCEWEN, 1996). DESCRIÇÃO DO CASO Espécie: Canina Sexo: Fêmea Idade: 7 anos (?) Raça: SRD 21/09/2006 No dia 21/09/2006 o animal foi levado ao ENDOVET, Centro Médico Veterinário, na cidade de Ribeirão Preto, SP. Na realização da anamnese obtivemos como dado importante tratar-se de animal de rua, capturado para realização de consulta veterinária. O Cliente relatou aumento de volume na região vulvar com aspecto sanguinolento, sendo está a única alteração observada no animal. Ao exame clínico observou-se um aumento de aproximadamente 15cm de diâmetro na região vulvar, apresentando-se como uma massa ulcerada em aspecto de couve-flor, sanguinolenta e friável (Figura 1).

Como exames complementares realizou-se o hemograma, impressão sobre lâmina de microscopia ( imprint ) e citológico (raspado). Figura 1. Imagem fotográfica de TVT de cadela de aproximadamente 15cm de diâmetro. Exames complementares: Hemograma: Valores Normais Eritrócitos Hemoglobina Hematócrito Leucócitos Neutrófilos Bastonetes Neutrófilos Segmentados Eosinófilos Linfócitos Monócitos Basófilos 6,17 x 10 6 / mm 3 13,8 g/dl 37,1% 5,3 x 10 3 / mm 3 02 78 03 11 06 00 5,5 8,5 x 10 6 12 18g/dl 37 55% 6,0 18,0 x 10 3 / mm 3 0 3 60 77 2 10 13 30 3 10 0 1

Citologia: Presença de células arredondadas e volumosas, com núcleo arredondado ou ovalado, com numerosas figuras mitóticas, citoplasma azul com vacúolos claros bem definidos. Diagnóstico: Tumor Venéreo Trasmissível Baseando-se no histórico, sinais clínicos, aspectos macroscópios e microscópios bem característicos da lesão, firmou-se como diagnóstico definitivo tumor venéreo transmissível. Tratamento: O tratamento de eleição foi sulfato de vincristina (Tecnocris), na dose de0,5-0,7mg/m 2 ou 0,025 0,05mg/kg, por via intravenosa, uma vez por semana, durante quatro a seis semanas, com acompanhamento hematológico semanal. Foi feito 0,3mL intravenoso no animal. O protocolo para aplicação da vincristina foi canulação de uma veia com scalp, diluição de 0,3mL de sulfato de vincristina com água para injeção, aplicação de soro fisiológico intravenoso (antes e depois da aplicação da vincristina), posteriormente do quimioterápico. RESULTADOS 28/09/2006 No dia 28/09/2006 o animal retornou ao ENDOVET para observar a evolução do tratamento e para nova aplicação da quimioterapia.

Ao exame clínico observou-se uma pequena diminuição do volume vulvar e do sangramento. Não se constatou efeitos colaterais decorrentes da quimioterapia com sulfato de vincristina. Realizou-se o hemograma controle. Após hemograma foi feito 0,3mL intravenoso de sulfato de vincristina. Hemograma: Valores Normais Eritrócitos Hemoglobina Hematócrito Leucócitos Neutrófilos Bastonetes Neutrófilos Segmentados Eosinófilos Linfócitos Monócitos Basófilos 5,68 x 10 6 / mm 3 13,8 g/dl 37,1% 4,7 x 10 3 / mm 3 02 70 04 11 13 00 5,5 8,5 x 10 6 12 18g/dl 37 55% 6,0 18,0 x 10 3 / mm 3 0 3 60 77 2 10 13 30 3 10 0 1 05/10/06 No dia 05/10/2006 o animal retornou ao ENDOVET para observar a evolução do tratamento e para nova aplicação da quimioterapia. Ao exame clínico observou-se regressão considerável do volume vulvar e diminuição do aspecto sanguinolento e friável. Realizou-se o hemograma controle. Após hemograma foi feito 0,3mL intravenoso de sulfato de vincristina.

Hemograma: Valores Normais Eritrócitos Hemoglobina Hematócrito Leucócitos Neutrófilos Bastonetes Neutrófilos Segmentados Eosinófilos Linfócitos Monócitos Basófilos 5,91 x 10 6 / mm 3 14,0 g/dl 42% 6,4 x 10 3 / mm 3 03 62 06 20 09 00 5,5 8,5 x 10 6 12 18g/dl 37 55% 6,0 18,0 x 10 3 / mm 3 0 3 60 77 2 10 13 30 3 10 0 1 13/10/2006 No dia 13/10/2006 o animal retornou ao ENDOVET para observar a evolução do tratamento e para nova aplicação da quimioterapia. Ao exame clínico observou-se diminuição muito significativa da região vulvar. O cliente optou por não relizar o hemograma controle. Foi feito 0,3mL intravenoso de sulfato de vincristina. 20/10/2006 No dia 20/10/2006 o animal retornou ao ENDOVET para observar a evolução do tratamento e para nova aplicação da quimioterapia. Ao exame clínico observou-se a redução clínica do TVT (Figura 2). Realizou-se o hemograma controle. Após hemograma foi feito 0,3mL intravenoso de sulfato de vincristina.

Hemograma: Valores Normais Eritrócitos Hemoglobina Hematócrito Leucócitos Neutrófilos Bastonetes Neutrófilos Segmentados Eosinófilos Linfócitos Monócitos Basófilos 5,74 x 10 6 / mm 3 14,9 g/dl 41% 8,8 x 10 3 / mm 3 00 79 07 06 08 00 5,5 8,5 x 10 6 12 18g/dl 37 55% 6,0 18,0 x 10 3 / mm 3 0 3 60 77 2 10 13 30 3 10 0 1 Figura 2. Imagem fotográfica de TVT de cadela após 4ª aplicação de sulfato de vincristina. 26/10/2006 No dia 26/10/2006 o animal retornou ao ENDOVET para observar a evolução do tratamento e para nova aplicação da quimioterapia.

Ao exame clínico observou-se a redução clínica drástica do TVT. Atualmente a massa tumoral apresenta dimensão de 0,2cm de largura por 0,5 cm de comprimento. O cliente optou por não relizar o hemograma controle. Foi feito 0,3mL intravenoso de sulfato de vincristina. 03/11/2006 No dia 03/11/2006 o animal não retornou ao ENDOVET para observar a evolução do tratamento e para nova aplicação da quimioterapia. Desta forma o tratamento não foi concluído, restando ainda duas aplicações de sulfato de vincristina. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO O exame clínico com presença de massa ulcerada, em aspecto de couveflor, sanguinolenta e friável, como observado por NIELSEN e KENNEDY (1990), BATAMUZI e BITTEGEKO (1991) e CHANG e YANG (1996), associado ao exame citológico com presença de células arredondadas e volumosas, com núcleo arredondado ou ovalado, com numerosas figuras mitóticas, citoplasma azul com vacúolos claros bem definidos, fez com que o diagnóstico conclusivo fosse de tumor venéreo transmissível. O fato de tratar-se de animal de rua em um país sem controle epidemiológico rigoroso, possivelmente foi fator decisivo para sua contaminação com TVT, já que segundo ROGERS (1997) a incidência deste tumor está mais restrita nestes países. Dentre os tratamentos efetivos para TVT, optou-se pelo uso do sulfato de vincristina, pois se trata do fármaco de eleição citado na maioria das literaturas, apresentando os melhores resultados dentre os diversos quimioterápicos utilizados, como também sugerido por CALVERT (1982), OLGIVIE (1996) e MORRISON (1998). A dose administrada foi de 0,5mg/m 2

intravenoso, aplicado semanalmente, durante seis semanas. No entanto, o tratamento não pode ser concluído, já que não houve o retorno do cliente após ter sido realizada a sexta aplicação do quimioterápico. Ápos remissão drástica do tumor seriam realizadas duas aplicações do quimioterápico para conclusão do tratamento, como indicado por SOUSA (2000). Ao longo do tratamento o animal não apresentou efeitos colaterais ao quimioterápico, como encontrado por WHITE (1991), HOQUE (1995) e MacEWEN (1996). Foram observadas a cada aplicação regressão da massa tumoral e desaparecimento dos sinais clínicos. O hemograma monitorou o paciente no decorrer do tratamento, sendo observado leucopenia após a primeira aplicação da vincristina, como também relatado por OLGIVIE (1996) e MANHOSO (1997). O leucograma foi normalizado nas semanas seguintes do tratamento. Como não houve conclusão do tratamento, talvez o animal apresente recidivas com lesões localizadas e sensíveis aos quimioterápicos ou resistência ao sulfato de vincristina em futuras aplicações deste quinioterápico, como também reportou GONÇALVES (2004). Destacando-se assim a importância da conclusão do tratamento. LITERATURA CITADA 1. ALEXANDER, J,W.; BRAUNTEIN, H.; ALTIMEIER, W.A. Transplantion studies of the venerial sarcoma of dogs. Journal Surgery Research, New York. v.4, n.4, p.151-9, 1964. 2. ALLEMAN, A.R.; BAIN, P.J. Diagnosing neoplasia: the cytologic criteria for malignancy. Veterinary Medicine, Kansas City, v.95, p.204-248, 2000. 3. AMARAL, A.S.; GASPAR, L.F.J.; SILVA, S.B.; ROCHA, N.S. Exame citológico como método diagnóstico do tumor venéreo transmissível na região de Botucatu, Brasil (Estudo retrospectivo: 1994-2002). Revista Portuguesa de Ciência Veterinária, Portugal (Submetido à publicação, 2003). 4. ANDRADE, S.F.; OLIVEIRA, C.M.N.L.; LUIZARI, F.C.; BARBOUR, SANCHES, J.C.; MENDONÇA, M.F. Clínica Veterinária, Ano 4, n.18, p.32-33, 1999. 5. BATAMUZI, E.K.; BITTEGEKO, S.B.P. Anal and perianal transmissible venereal tumour in a bitch. Veterinary Record, v.129, p. 556, 1991.

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