Entrevista sobre o 5º VCIT realizada por Dr. Virgilio Ferreira ao Dr. Francisco Banha, Director Geral da Gesventure

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Transcrição:

Entrevista sobre o 5º VCIT realizada por Dr. Virgilio Ferreira ao Dr. Francisco Banha, Director Geral da Gesventure 1º) A Gesventure prepara-se para realizar, nos próximos dias 3 e 4 de Maio, o 5º Venture Capital IT em Portugal. Para quem não sabe, de que trata este encontro? O grande objectivo que preside à realização anual, por parte da Gesventure, do Congresso Internacional de Capital de Risco, igualmente designado Venture Capital IT, consiste num forte e empenhado contributo para a dinamização do sector de capital de risco em Portugal, maxime através da promoção do investimento na Inovação e na capacidade criativa dos empreendedores portugueses. Este 5º Congresso, centrar-se-á numa Agenda que possui como temas a debater: -O estado actual da Economia e dos Mercados; O desenvolvimento do Empreendedorismo; As Operações de Turnaround Management e a Evolução Prospectiva da actividade de Capital de Risco a nível nacional e internacional,- por especialistas de referência nestas matérias, e bem assim através da manifestação de pontos de vista complementares de consultores, investidores, empreendedores e industriais. Efectivamente, tendo por base os resultados obtidos e as projecções alcançadas pelos quatro Congressos consecutivos já realizados até ao momento, o Congresso Internacional de Capital de Risco tem vindo a revelar-se o Evento de referência do financiamento das empresas que apresentam características de elevado potencial de crescimento e de valorização, independentemente do seu estágio de desenvolvimento ou sector de actividade. 2º) E quais são os seus destinatários? Os principais destinatários do Venture Capital IT são essencialmente: - Os Empreendedores: Este Evento apresenta-se ao Empreendedores como uma oportunidade ímpar para demonstrarem a vantagem da sua ideia ou inovação e apresentarem o seu projecto aos diversos participantes no Congresso quer estes sejam investidores, membros da imprensa económica especializada ou quadros de grupos económicos a identificarem oportunidades que possam criar valor nas suas organizações.

Além disso, este Congresso apresenta-se como um ponto de partida para os empreendedores alcançarem: - Financiamento que permita o crescimento das suas empresas através de reuniões privadas com Sociedades de Capital de Risco, Business Angels e Grupos Económicos presentes no Congresso. - Reestruturarem as suas empresas, assegurando o seu crescimento e a sua rentabilidade, através do acesso privilegiado a redes de investidores internacionais e potenciais parceiros estratégicos. - Desenvolverem o seu projecto de criação de empresa tendo acesso a Coaching e Know-How de especialistas de diferentes sectores de actividade e nacionalidades; - Obterem formação em técnicas de gestão empresarial, essenciais ao desenvolvimento dos seus projectos. - As Sociedades de Capital de Risco, Business Angels, Grupos Económicos e Parceiros Estratégicos: Através destes Congressos, são conferidas a estas entidades interessantes oportunidades, tais como: - Identificarem mais de uma quinzena de empreendedores, portadores de projectos empresariais, com força suficiente para causarem a diferença no mercado a que se dirigem normalmente nas áreas das Ciências da Vida, Tecnologias de Informação e Comunicação, Nanotecnologia, Saúde, Turismo, Aeroespacial e Energia. - Conhecerem empresas que procuram meios ( financeiros, humanos, industriais, marketing, logística ) para sustentar o seu crescimento nos mercados nacionais ou internacionais. - Financiarem os projectos assentes em boas equipes de gestão, com clientes perfeitamente identificados e a disponibilidade de produtos ou serviços que se apresentam com elementos diferenciadores face à concorrência. - Terem acesso privilegiado a quadros de gestão que, eventualmente, possam vir a aportar valor aos seus portfólios de investimentos. 3º) Um dos principais atractivos do Congresso é o seu cariz internacional, reunindo a presença de figuras proeminentes no capital de risco e no empreendedorismo. É assim? Efectivamente, é verdade. Todos os Congressos até hoje realizados pela Gesventure, foram sempre marcados pela presença de figuras internacionais de referência no sector de capital de risco e do Empreendedorismo, conforme o demonstra a participação este ano, entre outros, dos seguintes especialistas: Professora Mannie Manhong Liu, (Vice-Presidente do Instituto de Venture Capital da China), D.Fernando Valbuena, (Vice-Presidente dos Jovens Empreendedores da Estremadura), João Paulo Poiares Baptista, (Director da Associação Brasileira de Capital de Risco), Javier Echarri( Secretário Geral da EVCA- Associação Europeia de Capital de Risco), François Bernardeau

(Presidente da Natexis, actualmente a maior Sociedade de Capital de Risco francesa), Cristophe Chausson (responsável pela angariação de mais de 300 milhões de euros para startups francesas) Alex Pegley (CEO da DSGVC- Entidade Inglesa especializada na área de Corporate Venturing), Chris Curtis (o Guru canadiano do Empreendedorismo, presente pela terceira vez em Portugal) Professora Julie Logan, (Directora da Simfonec - entidade organizadora do maior Concurso de Planos de Negócios do Reino Unido), Professor Ian Page, (Business Angel inglês que gere um fundo com mais de 30 milhões de Euros para investimentos em empresas de TIC), bem como representantes das empresas internacionais de capital de risco, 3I e Íris (na qual ainda recentemente a Portugal Telecom colocou 10 milhões de euros) e Lehman Brothers. Para além destes importantes especialistas internacionais, também estarão presentes especialistas portugueses de reconhecido mérito, designadamente o Engº Mira Amaral, Dr. António Neto da Silva, João Arantes de Oliveira e Jorge Bártolo. No entanto, para mais informação sobre o perfil de cada um dos oradores citados bem como dos restantes sugerimos uma consulta ao sitio do Congresso em: www.gesventure.pt. 4º) O outro atractivo é divulgar iniciativas que, como por exemplo o Elevator Pitch, colocam empreendedores e investidores em contacto, ajudando a concretizar investimentos? O Elevator Pitch - conceito que provém originalmente dos 5 minutos que o empreendedor tem ao encontrar um potencial investidor no elevador. Nesses 5 minutos terá que vender a sua ideia e despertar o interesse do investidor em querer saber mais sobre o produto/serviço - é uma iniciativa inovadora em Portugal, tendo sido adoptada pela Gesventure no 4º VCIT (Maio, 2004) e no 6º Encontro Gesventure (Novembro, 2004) permitindo que ao longo do Congresso seja dada a oportunidade a dezasseis empreendedores de exporem, durante cinco minutos, os seus projectos ao público em geral, ou em sessões privadas, de 30 minutos, com Sociedades de Capital de Risco presentes no Evento, que farão a triagem para uma segunda ronda de negociações. Efectivamente, esta iniciativa está a revelar-se um verdadeiro sucesso em Portugal, porque para além de ter permitido a três dos dezasseis empreendedores presentes conseguirem, no decorrer do 4º VCIT, obter cerca de 3 milhões de euros, que lhes possibilitou desenvolver os seus projectos empresariais, permitiu igualmente a dois empreendedores presentes no 6º Encontro Gesventure estarem, neste momento, perto de conseguirem obter cerca de 1 milhão de euros de financiamento por parte dos Investidores. Para além deste efeito positivo à volta do VCIT, merece especial referencia o facto de a generalidade dos Eventos que se estão a realizar na área do Empreendedorismo, quer por parte de entidades públicas quer privadas, terem começado a introduzir a metodologia do Elevator Pitch o que diz bem da importância desta iniciativa para os jovens empreendedores portugueses que ano após ano têm

vindo a debater-se com inúmeros problemas no difícil processo de angariação de capital de risco, com vista à realização dos seus sonhos. 5º) E qual tem sido o nível qualitativo dos projectos apresentados? A organização encontra-se neste momento em fase de recepção e análise de projectos enviados por empreendedores, que se propõem participar no Elevator Pitch de 3 e 4 de Maio, devendo os demais interessados fazê-lo através do site do 5º VCIT em www.gesventure.pt. De uma maneira geral, os projectos apresentados até ao momento, bem como os seleccionados nas últimas edições do Congresso, demonstram uma qualidade assinalável ao nível da experiência e competência da equipe de gestão e na forma como suportam a elaboração dos seus produtos e serviços tendo em vista satisfazer uma necessidade, frequentemente em nichos de mercado, ainda não coberta pela oferta instalada. No entanto, a generalidade dos referidos projectos evidenciam necessidade de melhorias para que possam vir a merecer o interesse dos investidores, com a resposta prévia às seguintes questões: - qual a vantagem relativa da nova ideia ou serviço comparada com os meios existentes de fazer as coisas - qual a compatibilidade com os meios existentes de fazer as coisas - qual a complexidade da utilização da nova tecnologia ou do serviço, isto é a dificuldade de alguém a aprender - qual o grau de facilidade em experimentar o novo serviço antes de comprometer tempo e dinheiro com ele? Por sua vez, ao nível das empresas que se encontram, ou estão em vias de o fazer, em processos de Turnaround Management, temos vindo a ser contactados por quadros directivos que pretendem liderar esses projectos uma vez que acreditam que com uma adequada estrutura de capitais e com o acesso a redes de conhecimento que as SCR são possuidoras, conseguirão eliminar as ineficiências existentes nessas organizações, construídas na maior parte dos casos sobre estruturas instáveis que estão mal equipadas para lidar com os requisitos do negócio, e aproveitar a disponibilidade de adequados produtos e serviços para satisfazer os clientes existentes em áreas de negócio mais maduras mas com potencial de geração de cash flow sustentado. A qualidade e a forma profissional com que esses quadros nos estão a contactar está a criar uma grande expectativa na nossa Equipe de que irão ser seleccionados alguns projectos de reestruturação de empresas, suportados em operações de MBO e MBI, para serem apresentados aos investidores durante a realização do próximo Elevator Pitch. Este facto é tanto mais importante, em termos de efeito demonstração, quanto se sabe que as características do tecido empresarial português, baseado em pequenas e médias empresas e em estruturas tipicamente familiares, fazem supor, a curto prazo, a verificação de um acréscimo significativo das operações de MBO no nosso país.

6º) Continua a haver capital de risco para investir? De acordo com os últimos dados disponíveis, nomeadamente o 8º Indicador Gesventure, os Investimentos realizados no primeiro semestre de 2004, no montante de 107 milhões de euros, registaram um crescimento de 44% e 66%, face aos 1º e 2º semestre de 2003, respectivamente, criando fortes expectativas para os próximos semestres, quer em número de operações quer em montantes investidos. Por sua vez, a entrada de novos Operadores, em especial a LP BROTHERS que efectuou investimentos na ordem dos 39 milhões de euros, no mercado português, com fundos angariados, quer junto de investidores nacionais quer internacionais, na ordem dos 300 milhões de euros, a acrescer à nova dinâmica que a PME INVESTIMENTOS trouxe para o mercado ao actuar com base numa política de investimentos assente em critérios de full risk - conforme o demonstra o facto de só no 2º semestre de 2004 ter investido em 8 empresas portuguesas mais de 7 milhões de euros, numa altura em que os Fundos de Capital de Risco, europeus e americanos, começam a voltar aos níveis de investimento em empresas tecnológicas, anteriores ao boom de 2000 e 2001 - permite antever um futuro positivo para os empreendedores portugueses que possuam a capacidade de identificar oportunidades no mercado que possam ser transformadas em projectos empresariais atractivos para os investidores. Apesar de existirem muitas razões, estruturais e culturais, para o capital de risco não ter prosperado em Portugal como nos principais países europeus, para não falar dos EUA, importa salientar que o capital de risco em Portugal ainda é uma indústria jovem, relativamente à qual antecipo um bom augúrio para o seu futuro uma vez que existe, sem dúvida, muito talento entre os empreendedores, equipas de gestão e, sobretudo, uma nova atitude por parte dos capitalistas de risco. 7º) Existir, por um lado, dinheiro para investir e, por outro, projectos não é tudo. É também importante que outras empresas e instituições se envolvam na realização de eventos e nas acções de divulgação e dinamização do capital de risco, ou seja, que criem os locais onde os projectos e os investidores apareçam? Contrariamente ao que muitos pensam, a actividade de capital de risco não se resume à simples entrada de um investidor no capital social de uma startup mas à existência de um complexo Ecossistema assente numa não menos complexa rede de relações, ideias, empreendedores e energia (capital), proporcionado por uma vigorosa indústria de capital de risco (formal e informal), especializada no financiamento de novos empreendimentos, que permita auto-alimentar um verdadeiro círculo virtuoso. Tal círculo virtuoso permitirá a criação de mais startups e de melhor qualidade; saída mais rápida dos investidores; melhoramento das taxas internas de rentabilidade das Sociedades de Capital de Risco; mais capitais a reinvestirem; mais especialistas na criação de empresas, caçadores de ideias, venture catalysts;

etc que permitirão «industrializar» a criação de startups com todas as vantagens inerentes para o nosso País. Nesse sentido, todas as acções relevantes que venham a ser adoptadas a esse nível, tais como as que faz alusão na pergunta que formulou - que concorram para a dinamização desta importante forma de financiamento que é o capital de risco, promovam uma efectiva divulgação dos programas existentes e dos consequentes resultados práticos obtidos por forma a produzir um efeito demonstrador na criação de uma nova cultura de mercado de capitais e incentivem as empresas a revelarem correctamente informação ao mercado, sem esquecer o importante papel que caberá ao Estado na implementação de um processo criterioso, racional e integrado que permita dar a conhecer aos empreendedores portugueses, e sobretudo potencie a adopção, de todos os elementos chave que sustentam, em todas as suas vertentes, o desenvolvimento do processo de criação empresarial - são condição sine qua non para que a Indústria de Capital de Risco nacional assuma um papel cada vez mais importante no financiamento da actividade económica e, em particular, no rejuvenescimento e modernização da estrutura empresarial. Respostas elaboradas por : Francisco Banha Presidente da Gesventure- Desenvolvimento de Novas Tecnologias, Lda fbanha@gesbanha.pt www.gesventure.pt em 14 de Março de 2005