AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE SUCATA DE VIDRO COMO AGREGADO MIÚDO ARTIFICIAL NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS CIMENTÍCIOS 1 INTRODUÇÃO

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE SUCATA DE VIDRO COMO AGREGADO MIÚDO ARTIFICIAL NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS CIMENTÍCIOS 1 INTRODUÇÃO O vidro é um material 100% reciclável e largamente utilizado no mundo todo. As suas propriedades mecânicas incluem elevados valores de resistência à compressão, à tração, à flexão e ao desgaste. Além disso, mais de 70% de sua matéria é constituído por sílica (SiO 2 ), o que pode lhe conferir boas propriedades pozolânicas, caracterizando-o como um potencial material constituinte para o concreto e outros materiais à base de cimento. Por ser um material com elevada massa específica, e consequentemente, com alto custo de transporte à origem para a sua reciclagem, o vidro é descartado incorretamente em depósitos de lixo e aterros sanitários. A viabilização técnica do uso deste resíduo pode ajudar a solucionar o impacto ambiental causado por este material. Dessa forma, este trabalho estudou a viabilidade da utilização da sucata de vidro comum transparente como agregado miúdo artificial (areia) na produção de materiais à base de cimento. Devido à composição do vidro, que é, basicamente, sílica no estado amorfo, existe a possibilidade de ocorrência de reação álcali-agregado (RAA), que é uma reação química que ocorre justamente, entre a sílica amorfa e os hidróxidos alcalinos presentes nos poros do concreto. A RAA causa fissuração no concreto e por isso pode comprometer o seu desempenho. Sendo assim, foi avaliada a reatividade potencial do vidro selecionado para o estudo, através de ensaio acelerado da NBR 15577-4/2008. Também foi avaliada sua influência quando utilizado como agregado miúdo artificial sobre a resistência à compressão de uma argamassa e uma análise complementar de MEV. Os resultados obtidos foram comparados com a utilização de areia normal do IPT. 2 PROCESSO DE PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL A sustentabilidade do processo de produção do agregado miúdo a partir da sucata de vidro reside no fato de que o material é bastante abundante, pois está presente em nosso dia-a-dia, fruto da vida cotidiana, da utilização de

embalagens, refugos da construção civil, das indústrias, entre outros. Também pesa a favor o fato de que independentemente de haver ou não uma indústria vidreira nas proximidades de uma cidade, sem dúvida haverá vidro; e consequentemente haverá sucata. O processo de produção do agregado artificial se detém apenas na organização do setor produtivo no sentido de fazer a separação do material e beneficiá-lo para o uso. Além disso, a adaptação de maquinário necessária na produção do agregado miúdo artificial proposto é mínima, já que pode ser utilizado o processo de britagem convencional, apenas com ajuste das peneiras para obtenção das granulometrias necessárias. 3 ECONOMIA DE ENERGIA A produção do agregado artificial a partir da sucata de vidro demanda um gasto energético bastante inferior ao da extração e britagem de rochas, por exemplo, pois se trata de um material frágil, que se quebra com facilidade, e que não necessita ser extraído por meio de explosivos ou outras formas mecânicas. A extração da sucata, por assim dizer, consiste basicamente na separação por meio de recipientes específicos que podem ser instalados nos centros urbanos a exemplo do que já se faz na reciclagem convencional do material pela indústria vidreira. 4 REDUÇÃO DE RESÍDUOS O Brasil produz aproximadamente 890.000 toneladas de embalagens de vidro anualmente, e 46% (390 mil toneladas) destas embalagens são recicladas (matéria-prima na forma de cacos). Na reciclagem, os cacos de vidro são conduzidos para a indústria de vidro que irá utilizá-los como matéria-prima na fabricação de novas embalagens. Os cacos funcionam como matéria-prima já balanceada e são misturados à matéria-prima virgem substituindo o feldspato que tem função fundente, já que precisam de menor temperatura para se fundir. Isso dá uma dimensão da importância dos cacos na economia de energia gasta para extração, beneficiamento e transporte dos minérios não utilizados. Entretanto, apesar dessa reciclagem, os 54% de sucata de vidro restantes se

acumula em nosso meio sem uma destinação correta. Santos (1998) alerta que, do total de lixo gerado e depositado nos lixões e aterros do País, cerca de 2% é composto por vidro. Estima-se que aproximadamente 70% dos aterros estarão com sua capacidade muito reduzida no próximo milênio, pois o tempo estimado de decomposição do vidro é de aproximadamente um milhão de anos. Dessa forma, introduzir a sucata de vidro dentro da indústria da construção civil, sabidamente consumidora de grandes quantidades de matéria-prima, significa dar um destino mais nobre à esse resíduo tão abundante. 5 REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS De todos os processos produtivos, o setor da construção civil destaca-se como um grande consumidor de matérias-primas naturais, sejam elas renováveis ou não renováveis. Apenas na produção de argamassas e concretos, o Brasil consome aproximadamente 220 milhões de toneladas de agregados naturais. Nas proximidades das grandes cidades, areia e agregados naturais começam a ficar escassos, inclusive graças ao crescente controle ambiental da extração de matérias primas (JOHN, 2000 apud ALVES, 2008). O desenvolvimento acelerado consome grande quantidade de recursos naturais e de energia, produzindo volumes elevados de resíduos. A utilização de resíduos na produção de concreto tem um impacto extremamente positivo sobre o meio ambiente, já que diminui o uso, e a consequente extração, de matérias-primas naturais que antes seriam necessárias. De acordo com o CONAMA (BRASIL, 2002), o reaproveitamento de resíduos pode ser abordado com três enfoques distintos: a) a recuperação: que compreende a etapa de extração e remoção de algumas substâncias indesejáveis presentes nos resíduos e que podem comprometer o processo de reciclagem, como óxidos, metais, entre outros; b) a reutilização: que é o processo no qual se faz o reuso de um resíduo, sem que haja qualquer tipo de transformação ou de beneficiamento do material; c) a reciclagem: que consiste no reaproveitamento de um resíduo, sendo necessário, porém que o material sofra algum tipo de transformação

antes de ser reutilizado. Alves (2008, p. 27) considera que a pesquisa com foco no desenvolvimento de tecnologias e processos que possam viabilizar a utilização de um determinado resíduo é importante tanto do ponto de vista econômico quanto social. Para tanto, o resíduo deve apresentar: a) grandes volumes gerados; b) baixo custo de aquisição; c) propriedades que atestem bom desempenho para a aplicação desejada; d) problemas ambientais com sua estocagem, para que, quando forem utilizados, minimizem ou eliminem este problema. A sucata de vidro, pelas suas propriedades, se enquadra em todas as características descritas. Existem ainda as mudanças determinadas por variações na composição e outras características físico-químicas dos resíduos utilizados. Resíduos que são gerados em baixa quantidade ou que são sazonais, típico da agroindústria, por exemplo, limitam as opções comerciais da reciclagem que exige processamento industrial, sempre sensível à escala de produção (JOHN; ÂNGULO, 2003, p. 12). A sucata de vidro, entretanto, não apresenta este empecilho, uma vez que a geração deste resíduo ocorre em grandes quantidades e em qualquer época do ano. 6 MATERIAIS E MÉTODOS O programa experimental compreendeu primeiramente um ensaio de RAA para verificação da potencialidade reativa da sucata de vidro aos álcalis do cimento. Esta sucata foi obtida em vidraçarias e consiste de vidro transparente comum e com espessura de 5 mm. Uma vez concluída esta etapa, procedeu-se à análise de microscopia de fragmentos de algumas das barras utilizadas no ensaio de RAA. Essa análise teve por objetivo complementar e esclarecer os resultados obtidos no ensaio de RAA (NBR 15577-4). O passo seguinte foi a moldagem de corpos-de-prova cilíndricos de argamassa para que se pudesse determinar se

a sucata de vidro exerce alguma influência sobre a resistência à compressão da argamassa quando utilizada como agregado miúdo artificial, sendo comparada à areia normal natural do IPT. 6.1 MATERIAIS Na execução dos ensaios e nas análises, foram utilizados dois tipos de cimento: o CP-I 32 para o ensaio de RAA, por ser um cimento puro, livre de adições e o cimento CP-V ARI/RS, no ensaio de compressão, em função de ser muito utilizado no Rio Grande do Sul e do seu elevado ganho de resistência nas primeiras idades. O agregado miúdo artificial utilizado nos ensaios consiste na sucata de vidro que passou pelo processo de moagem em moinho de bolas cerâmicas (figuras 1 e 2) e que foi peneirada em diferentes granulometrias, conforme pode ser observado nas figuras 3 e 4. Este agregado miúdo artificial, feito 100% com vidro, foi composto em duas granulometrias distintas de acordo com as Normas NBR 15577-4 e NBR 7214 para a realização dos diferentes ensaios propostos. Figura 1: moagem do material Figura 2: produto da moagem do material Figura 3: peneiramento do material Figura 4: granulometrias obtidas por peneiramento

O agregado miúdo entra como um material de enchimento no concreto, no ajuste dos finos, complementando a granulometria do traço de acordo com o Módulo de Finura (MF) especificado. Entretanto, trabalhos mais recentes mostram que a maior parte dos agregados possui reatividade com os álcalis do cimento (TIECHER, 2006; VALDUGA, 2007). O agregado miúdo natural que foi utilizado no ensaio de RAA, prescrito pela NBR 15577-4, é proveniente do lago Guaíba na região de Porto Alegre, RS. Esta areia foi devidamente lavada, seca em estufa e peneirada nas granulometrias recomendadas pela referida Norma, sendo utilizada por ser comumente empregada nas obras da grande Porto Alegre. Para avaliar a resistência à compressão do traço de referência, foi utilizada a areia normal do IPT, de acordo com os padrões estabelecidos pela NBR 7214 para o ensaio da NBR 7215. Optou-se pelo uso dessa areia para que os resultados de resistência obtidos pudessem ser confrontados com a respectiva Norma do cimento utilizado, já que a mesma preconiza o uso dessa areia como padrão para a realização do ensaio. 6.2 MÉTODOS 6.2.1 MÉTODO ACELERADO DAS BARRAS DE ARGAMASSA Este ensaio, que é normalizado pela NBR 15577-4, visa determinar a reatividade potencial aos álcalis do cimento de um determinado agregado, neste caso, da areia artificial de vidro composta na granulometria do ensaio. A Norma preconiza que sejam moldados no mínimo três prismas de argamassa, misturados no mesmo instante, com cada agregado que se deseja avaliar. Os prismas tem seção quadrada, com 25 mm de lado, e possuem 285 mm de comprimento. Foram moldados 2 diferentes traços: a) traço 1: referência areia natural + cimento + água; b) traço 2: ArVi areia de vidro + cimento + água; Na etapa seguinte foram pesados 440 g de cimento e 206,8 g de água. Sendo dessa forma os prismas preparados com o seguinte traço e relação a/c:

a) traço aglomerante: agregado (massa) 1:2,25; b) relação água:aglomerante (massa) 0,47. Após a mistura dos materiais em argamassadeira mecânica, procedeu-se ao início da moldagem dos prismas em fôrmas metálicas especiais revestidas com filme plástico. Em seguida, os corpos-de-prova foram colocados em câmara úmida, permanecendo nesse ambiente por 24 horas, sendo efetuada posteriormente a desmoldagem das barras de argamassa. Antes de realizar a primeira leitura, fez-se uma aferição do extensômetro com a barra de referência, que tem 285 mm de comprimento e é confeccionada com metal que não sofre variação volumétrica com a mudança na temperatura. Com a barra posicionada, o extensômetro foi então zerado. Uma vez tendo sido feita a calibragem do equipamento, tomou-se a primeira leitura do comprimento de cada prisma no equipamento (figura 5). Figura 5: leitura de comprimento do prisma no extensômetro A seguir os prismas foram alocados em um tanque com água à temperatura ambiente, que foi aquecido gradativamente em estufa durante 24 horas até atingir 80ºC. Paralelamente a isso, foi preparada a solução alcalina na concentração de 1M de hidróxido de sódio (NaOH). Os corpos-de-prova permaneceram imersos nesta solução alcalina, à 80º C, durante 28 dias, em um tanque de aço inox próprio para realização de ataques químicos. Foram realizadas leituras periódicas do comprimento das barras, em torno de duas leituras por semana, sendo anotadas em uma planilha para o posterior cálculo

das expansões obtidas. Segundo a NBR 15577-4, são considerados potencialmente reativos aos álcalis os agregados que apresentarem expansões maiores que 0,19% aos 30 dias e, potencialmente inócuos, agregados com expansões inferiores a esse valor, sendo que o cálculo sempre considera a média de três corpos-de-prova. As expansões calculadas ao longo do ensaio foram plotadas em um gráfico expansão (%) em função do tempo (dias) para melhor visualização dos resultados. 6.2.2 Ensaio de resistência à compressão de CP de argamassa Este ensaio teve por objetivo analisar a influência da sucata de vidro sobre a resistência à compressão da argamassa endurecida quando comparada ao uso de materiais correntes na produção de concreto. Como a intenção não foi a de avaliar a influência sobre o módulo de elasticidade, não se julgou necessário que os corpos-de-prova moldados fossem de concreto, justificando assim a moldagem de CP de argamassa. Além disso, como não se objetivava estudar o crescimento das resistências ao longo do tempo, foram moldados apenas 4 corpos-de-prova por traço, que foram rompidos aos 28 dias. Para este ensaio foram moldados os mesmos dois traços do ensaio de RAA. Os CP foram preparados com o seguinte traço e relação a/c: a) traço aglomerante:agregado (massa) 1:3; b) relação água:aglomerante (massa) 0,48. Os corpos-de-prova foram moldados com argamassa preparada em argamassadeira mecânica seguindo os procedimentos da NBR 7215 e o agregado miúdo utilizado obedeceu aos padrões da NBR 7214. Preenchidos os moldes, estes foram colocados em câmara úmida, permanecendo na mesma por 24 horas. Após a cura úmida, os corpos-de-prova foram desformados, permanecendo imersos em uma solução saturada de cal, na câmara úmida, até a data da ruptura. 6.2.3 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A análise microscópica proposta para este trabalho teve por objetivo identificar possíveis formações de gel reativo na superfície do agregado miúdo utilizado nas barras de argamassa que foram submetidas ao ensaio de potencialidade reativa aos álcalis do cimento (NBR 15577-4). Como se sabia de antemão que a areia natural utilizada no ensaio era reativa, em face das análises já feitas por outros autores com este agregado, a MEV visou provar que possíveis expansões constatadas no ensaio pudessem provir exclusivamente do agregado miúdo e não do vidro. A análise microscópica das amostras foi efetuada no Centro de Microscopia Eletrônica (CME) do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IF/UFRGS). As amostras (uma por traço) foram retiradas das barras de argamassa submetidas ao ensaio acelerado de RAA. Cada amostra passou por um processo de metalização com Ouro (Au). Convém salientar, no entanto, que essas amostras eram fragmentos das barras de argamassa, não tendo sido realizado nenhum tipo de regularização ou polimento para a realização das análises. Dessa forma, obtiveram-se imagens topográficas, sem qualquer tipo de alteração morfológica. 7 RESULTADOS 7.1 ENSAIO ACELERADO DE RAA Decorridos os 30 dias de ensaio, as medições de expansão foram plotadas em um gráfico que relaciona a expansão em função do tempo (figura 6). Analisando-se este gráfico, pode-se concluir que a sucata de vidro é um material extremamente viável tecnicamente na produção de materiais cimentícios quando vista sob a ótica da reação álcali-agregado, já que a areia artificial de vidro se mostrou menos reativa do que a própria areia natural do traço de referência. Evidentemente pode surgir o questionamento acerca desse resultado, uma vez que se a areia natural for considerada como um material reativo, isso significaria que não se pode evitar a reação álcali-agregado. O fato é que o ensaio acelerado faz uso de uma solução com alto teor de álcalis, o que acaba por potencializar os efeitos reativos dos materiais. A areia natural do

Guaíba, corriqueiramente utilizada nas obras de Porto Alegre, é considerada reativa aos álcalis do cimento. Entretanto, como dito anteriormente, outros trabalhos (TIECHER, 2006; VALDUGA, 2007) comprovaram o fato de que praticamente não existem materiais não reativos de uso corrente como agregado na construção civil, porém é possível contornar o problema fazendose uso de adições ou de cimentos compostos, por exemplo. Expansão (% ) 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Potencialmente reativo Potencialmente inócuo 00 02 04 06 08 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 Tempo (dias) limite de expansão aos 30 dias fixado pela NBR 15577-4 referência areia de vidro Figura 6: expansões ao longo do tempo no ensaio de RAA No traço com areia artificial de vidro, as expansões se mantiveram dentro de um intervalo bastante restrito (< 0,1%), fazendo do material uma alternativa extremamente interessante no sentido de não reagir com os álcalis presentes no cimento, além de ser bastante vantajoso tanto do ponto de vista econômico como ambiental. Se comparada à areia natural, a areia artificial de vidro é sensivelmente menos reativa, fazendo dela uma alternativa viável tecnicamente para o uso em concreto e outros materiais à base de cimento. Os resultados obtidos são confirmados nos estudos realizados por Jin et al. (2000, p. 208-213) em experimento semelhante utilizando sucata de vidro, onde os autores afirmam que o uso do vidro como agregado miúdo na produção de concreto apresenta uma série de vantagens, dentre elas o fato de o material apresentar expansões inexpressivas mesmo sob as condições adversas do ensaio. Ainda

sobre o uso do vidro, os autores concluem que as expansões causadas pela RAA no concreto são diretamente proporcionais à composição química do vidro utilizado e que a cor do material exerce importante influência na reação, fato esse também comprovado nos estudos de Pinto et al. (2008) com material de diferentes cores. 7.2 ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Decorridos 28 dias da segunda moldagem dos corpos-de-prova cilíndricos de argamassa, estes foram ensaiados à ruptura por compressão a fim de avaliar a sua resistência. A tabela 1 mostra as resistências médias obtidas nos 2 traços. Os resultados estão graficados na figura 7. Tabela 1: resultados obtidos no ensaio de compressão dos CP de argamassa Traço traço 1 referência traço 2 areia de vidro Média 28 dias (MPa) 39,14 44,21 Desvio padrão 0,30 1,22 Desvio relativo máximo 1,0 % 2,4 % A NBR 5733 não fixa valores mínimos de resistência aos 28 dias para os cimentos CP V-ARI e CP V-ARI/RS, sendo que aos 7 dias, a resistência mínima exigida é de 34 MPa. Dessa forma, o cimento utilizado apresentou resultados satisfatórios no traço de referência. As resistências dos CP do traço 1 foram comparadas às resistências obtidas pelo traço 2, confrontando a areia natural com a areia artificial obtida pela moagem da sucata de vidro. Para o traço 2, onde se fez uso da areia de vidro, observa-se um ganho de resistência próximo de 5 MPa quando comparado ao uso da areia normal do IPT. Isso faz do material um agregado artificial bastante interessante, já que se trata de sucata abundante e que agrega resistência à argamassa produzida.

50,00 45,00 40,00 35,00 30,00 fc (MPa) 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 referência areia de vidro Figura 7: resultados do ensaio de resistência à compressão (28 dias) 7.3 MICROSCOPIA DAS BARRAS DE ARGAMASSA Foram analisados fragmentos das barras de argamassa submetidas ao ensaio acelerado de RAA, obtendo as imagens que constam nas figuras 8 e 9. As imagens obtidas no MEV complementam os resultados obtidos no ensaio de RAA. As expansões observadas no traço de referência (traço 1) são justificadas pela alta reatividade da areia utilizada, com formação de gel maciço gretado nos poros da mistura (figura 8). O traço 2, por sua vez, que fez utilização do vidro como agregado miúdo artificial (areia), não apresentou expansões significativas, demonstrando-se através da imagem (figura 9) que não ocorreu formação de gel nas bordas da interface vidro pasta.

16º Concurso Falcão Bauer Figura 8: microscopia eletrônica de varredura elétrons secundários detalhe do gel maciço gretado presente na amostra do traço 1 110X Figura 9: microscopia eletrônica de varredura elétrons secundários grão de vidro sem formação de gel nas bordas em amostra do traço 2 330X Contudo, vale ressaltar que as imagens obtidas por MEV não são totalmente conclusivas acerca da formação ou não do gel da RAA nos poros da argamassa. Existem outros compostos que se formam nos poros e que possuem morfologia bastante semelhante ao gel expansivo formado na RAA. Para comprovar, de fato, que ocorreu a formação do referido gel, é necessário que seja feita uma análise de EDS (energy dispersive spectroscopy) para avaliar os compostos químicos presentes nas amostras.

8 CONCLUSÕES Este trabalho teve como objetivo analisar a viabilidade técnica do uso da sucata de vidro como alternativa de agregado miúdo artificial na produção de materiais à base de cimento. As conclusões apresentadas a seguir, apesar de estarem em consonância com a maior parte da bibliografia existente, não devem ser tomadas de forma absoluta, pois se referem somente aos resultados de ensaios e análises que utilizaram tipos, quantidades e qualidades específicas de materiais e técnicas de execução. Sua representatividade deve ser firmada através da realização de novas pesquisas que apresentem resultados que possam complementar e confirmar os obtidos neste estudo. A partir dos resultados obtidos, podem-se enumerar as seguintes conclusões: a) em relação ao potencial reativo do vidro com os álcalis, no ensaio de RAA, no caso do uso como agregado miúdo artificial, a sucata de vidro foi considerada potencialmente inócua, indicando que não devem ocorrer reações expansivas quando do seu uso em materiais à base de cimento. A expansão constatada no ensaio de RAA da areia artificial de vidro é aproximadamente 83% menor do que a observada para a areia natural. As imagens de micrografia eletrônica comprovaram os resultados obtidos no ensaio, demonstrando que não ocorre formação de gel expansivo nas bordas vítreas. b) em relação à influência da adição de vidro moído como agregado miúdo em substituição ao agregado natural (areia), observou-se um aumento de aproximadamente 10% na resistência à compressão; Finalizando, a partir dos resultados obtidos com os ensaios e as análises realizadas ao longo deste trabalho, conclui-se que para o uso da sucata de vidro como agregado miúdo artificial, o material apresenta boas condições para o uso, uma vez que além de proporcionar ganhos de resistência e reduzir as expansões devido à reação álcali-agregado, trata-se de uma destinação ambientalmente correta, que pode minimizar o impacto ambiental da extração e do uso de areia natural na indústria da construção civil.

9 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7214: Areia Normal para Ensaio de Cimento. Rio de Janeiro, 1982.. NBR 5733: Cimento Portland de Alta Resistência Inicial. Rio de Janeiro, 1991.. NBR 7215: Cimento Portland Determinação da resistência à compressão. Rio de Janeiro, 1996.. NBR 15577-4. Agregados Reatividade álcali-agregado Parte 4: Determinação da expansão em barras de argamassa pelo método acelerado. Rio de Janeiro, 2008. SANTOS, A. R. Produção. In:. Vidro. 1998. Trabalho de Iniciação Científica Departamento de Construção Civil, EPUSP, São Paulo. Disponível em: <http://www.reciclagem.pcc.usp.br/vidro.htm>. Acesso em: 13 set. 2008. JIN, W.; MEYER, C.; BAXTER, S. Glascrete: concrete with glass aggregate. ACI Materials Journal. USA, v. 97, n. 2, p. 208-213, Mar./Apr. 2000. JOHN, V. M., Reciclagem de Resíduos Sólidos na Construção Civil: contribuição à metodologia de pesquisa e desenvolvimento. 2000. 102 p. Tese (Livre-docência). EPUSP, São Paulo. PINTO, J. L. A.; MASUERO, A. B.; HASPARYK, N. P. Aproveitamento de resíduo de vidro em compósitos de cimento e a preservação do meio ambiente. In: CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO, 50., 2008, Salvador. Anais... Salvador: IBRACON, 2008. 1 CD. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n. 307, de 5 de julho de 2002. Brasília, DF, 2002. TIECHER, F. Reação álcali-agregado: avaliação do comportamento de agregados do sul do Brasil quando se altera o cimento utilizado. 2006. 180 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. VALDUGA, L. Influência das condições de ensaio da ASTM C1260 na verificação da reação álcali-agregado. 2007. 204 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. JOHN, V. M.; ÂNGULO, S. C. Metodologia para desenvolvimento de reciclagem de resíduos. In: ROCHA, J. C.; JOHN, V. M. Utilização de Resíduos na Construção Habitacional. Porto Alegre: ANTAC, 2003. v. 4.