REGULAMENTO SOBRE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE VIDEOVIGILÂNCIA



Documentos relacionados
Lei n.º 1/2005 de 10 de Janeiro.

Normas de protecção de dados aplicáveis ao marketing: o caso específico da subcontratação

O MARKETING DIRECTO POR

Orientações para o tratamento de dados pessoais com finalidade da propaganda na eleição

Regula a instalação e utilização de sistemas de videovigilância em táxis

Portaria n.º 827/2005, de 14 de Setembro Estabelece as condições de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

澳 門 特 別 行 政 區 政 府 Governo da Região Administrativa Especial de Macau 個 人 資 料 保 護 辦 公 室 Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais

O Regime Jurídico de algumas medidas de segurança - Implicações Práticas -

CÓDIGO DE CONDUTA DOS PROFISSIONAIS DE ESTUDOS DE MERCADO E DE OPINIÃO RELATIVO AO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS

(85/577/CEE) Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 100º,

Mais informações e atualizações desta obra em

Regulamento do inventa rio. Junta de freguesia da Carapinheira

DIÁRIO DA REPÚBLICA ~ SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE SUMÁRIO . 7 ' GOVERNO. Decreto n." 38/2008.

REGULAMENTO FINANCEIRO DO CDS/PP

POLÍTICA DE PRIVACIDADE. Site

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

Política WHOIS do Nome de Domínio.eu

REGULAMENTO MUNICIPAL DE EXERCÍCIO DA ACTIVIDADE DE ARRUMADOR DE AUTOMÓVEIS

Regulamento de Inventário e Cadastro dos Bens da Junta de Freguesia

Sistema de Informação Schengen - acesso pelos serviços de emissão de certificados de matrícula dos veículos ***II

CIRCULAR Nº 23/2012 de Lei da Videovigilância em Locais Públicos de Utilização Comum Publicação de Diplomas Complementares

Avisos do Banco de Portugal. Aviso nº 2/2007

Decreto-Lei n.º 15/97/M. de 5 de Maio

Deliberação n.º 156/09

Obrigações Patronais

REGULA A UTILIZAÇÃO DE CÂMARAS DE VÍDEO

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE MIRANDELA. Preâmbulo

RMABE-Regulamento Municipal de Atribuição de Bolsas de Estudo Preâmbulo

e-privacy Proteção de Dados Pessoais nas Comunicações Eletrónicas

Definição e Implementação de Metodologia, Modelo e Ferramentas para Avaliação de Projectos e Despesas TIC. FAQs

DECRETO N.º 418/XII. Cria o Inventário Nacional dos Profissionais de Saúde

Câmara Municipal de São Pedro do Sul

Artigo 1.º Âmbito. Artigo 2.º Equidade, Diligência e Transparência

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

CÂMARA MUNICIPAL DE BRAGANÇA

Publicado no Diário da República n.º 22, I série, de 2 de Fevereiro. Decreto Presidencial n.º 28/11 de 2 de Fevereiro

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE DANÇA DESPORTIVA REGULAMENTO DE SEGURANÇA E UTILIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE ACESSO PÚBLICO

Deliberação n.º 513/2010, de 24 de Fevereiro (DR, 2.ª série, n.º 50, de 12 de Março de 2010)

Regulamento da Política de Tratamento da MAPFRE SEGUROS no Quadro do seu Relacionamento com os Tomadores de Seguros, Segurados, Beneficiários ou

Regulamento de inventario e cadastro do património da Câmara de Vila Nova de Cerveira Nota justificação

Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Enquadramento Legal

NOVO REGIME DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE RESTAURAÇÃO OU DE BEBIDAS COM CARÁCTER NÃO SEDENTÁRIO

Regulamento Financeiro do Partido Social Democrata (Aprovado na Comissão Política Nacional de )

DELIBERAÇÃO Nº 41 /2006 Aplicável aos tratamentos de dados no âmbito da Gestão da Informação dos Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

REGULAMENTO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS

Instrumento que cria uma Rede de Cooperação Jurídica e Judiciária Internacional dos Países de Língua Portuguesa

Política de Privacidade de dados pessoais na Portugal Telecom

Sistema Nacional de Arquivos do Estado SNAE CAPÍTULO I. Disposições Gerais. Artigo 1 Definições

Ministério da Administração do Território

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA BANCO ESPÍRITO SANTO, S. A. Artigo 1.º Composição

Por despacho do Presidente da Assembleia da República de 26 de Julho de 2004, foi aprovado

Constituição da República Disposições relevantes em matéria de Comunicação Social

FREGUESIA DE BOAVISTA DOS PINHEIROS Regulamento n.º 02/2010

Autoriza o Governo a alterar o Estatuto da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 452/99, de 5 de Novembro

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões

SUMÁRIO: Regula a utilização de câmaras de vídeo pelas forças e serviços de segurança em locais públicos de utilização comum.

REGULAMENTO MUNICIPAL DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE RECINTOS DE ESPECTÁCULOS E DIVERTIMENTOS PÚBLICOS

Avis juridique important 31991L0412

Regulamento da CMVM n.º 97/11 Critérios de Avaliação e Peritos Avaliadores dos Imóveis dos Fundos de Investimento Imobiliário

REGULAMENTO MUNICIPAL PARA EMPRÉSTIMO OU COMPARTICIPAÇÃO NA AQUISIÇÃO DE MANUAIS ESCOLARES NOTA JUSTIFICATIVA:

JORNAL OFICIAL. Sumário REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Segunda-feira, 31 de março de Série. Número 44

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o n. o 1 do seu artigo 95. o,

SECÇÃO I Greve. Artigo 530.º Direito à greve. 1 A greve constitui, nos termos da Constituição, um direito dos trabalhadores.

Ministério dos Petróleos

Perguntas Frequentes sobre a Rede de Apoio ao Consumidor Endividado

REGULAMENTO DO CONTROLO DE QUALIDADE DA ORDEM DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS. (Artigo 68.º do Decreto-Lei n.º 487/99, de 16 de Novembro)

Parecer n.º 02/P/2008/GPDP. Assunto: Pedidos de fornecimento dos dados de cliente do hotel por parte do Serviço Competente A à Companhia B

M U N I C Í P I O D E B R A G A

Responsabilidades no crédito II

COMISSÃO NACIONAL DE PROTECÇÃO DE DADOS. As dinâmicas de grupo e os perfis de consumo

REGULAMENTO MUNICIPAL DE CAMPOS DE FÉRIAS DE MANTEIGAS

Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais

PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

Regulamento do Conselho de Administração da Assembleia da República

Secretariado do Conselho de Ministros

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Avaliação do Desempenho dos Médicos.

Decreto-Lei n.º 213/92 de 12 de Outubro Altera o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março (Reserva Ecológica Nacional).

Termos e Condições de Uso

Só um ou, quando muito, dois membros do órgão de gestão ou administração da empresa local pode ser remunerado.

REGULAMENTO DE CREDITAÇÃO DE FORMAÇÃO ACADÉMICA, OUTRA FORMAÇÃO E DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

MUNICÍPIO DE MACHICO REGULAMENTO DO LICENCIAMENTO ZERO 1

Transcrição:

REGULAMENTO SOBRE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE VIDEOVIGILÂNCIA Aprovado na 14ª Reunião Ordinária de Câmara Municipal, realizada em 13 de Julho de 2006 e na 4ª Sessão Ordinária de Assembleia Municipal, realizada em 19 de Setembro de 2006

REGULAMENTO SOBRE INSTALAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE VIDEOVIGILÂNCIA Aprovado na 14ª Reunião Ordinária de Câmara Municipal, realizada em 13 de Julho de 2006 e na 4ª Sessão Ordinária de Assembleia Municipal, realizada em 19 de Setembro de 2006 Preâmbulo A utilização dos meios de vigilância à distância no local de trabalho está sujeita a apertados controlos de legalidade, desde logo porque, por um lado, a respectiva instalação está sujeita a autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), e, por outro lado, o tratamento dos dados obtidos deve processar-se de forma transparente e no estrito respeito pela reserva da vida privada, bem como pelos direitos, liberdades e garantias fundamentais como o exige o artigo 2º da Lei da Protecção de Dados Pessoais. Sendo este o quadro balizador da matéria, não pode deixar de ser tido em conta que a utilização da videovigilância desde que respeite o quadro legal tem constituído um potente meio de protecção e segurança de pessoas e bens. No contexto assinalado tem-se revelado vantajosa a utilização de equipamento de videovigilância em instalações municipais específicas. Com o presente Regulamento pretende-se a definição de um quadro jurídico adequado que permita assegurar as garantias de que a Lei faz depender a instalação dos equipamentos, bem como esclarecer o cumprimento das regras de todos os intervenientes no sistema. Foram ouvidas as organizações sindicais, face à inexistência de Comissão de Trabalhadores. Assim, ao abrigo do disposto no artigo 241º da Constituição, da Lei da Protecção de Dados Pessoais, do Código do Trabalho e do disposto na alínea a) do n.º 6 do artigo 64º da Lei n.º 169/99, de 18 de Setembro, a Câmara Municipal propõe à aprovação da Assembleia Municipal o seguinte: Secção I - Disposições Gerais Artigo 1.º Objecto O presente regulamento estabelece os princípios e procedimentos para instrução, apreciação, autorização e instalação relativos ao funcionamento de sistemas de videovigilância em instalações municipais, com vista à protecção de pessoas e bens. Artigo 2.º Definições Para efeitos do presente regulamento entende-se por: a) Dados pessoais qualquer informação, de qualquer natureza e independentemente do respectivo suporte, incluindo som e imagem, relativa a uma pessoa singular identificada ou identificável ( titular dos dados ); é considerada identificável a pessoa que possa ser identificada directa ou indirectamente, designadamente por referência a um número de identificação ou a um ou mais elementos específicos da sua identidade física, fisiológica, psíquica, económica, cultural ou social;

b) Tratamento de dados pessoais qualquer operação ou conjunto de operações sobre dados pessoais, efectuadas com ou sem meios automatizados, tais como a recolha, o registo, a organização, a conservação, a adaptação ou alteração, a recuperação, a consulta, a utilização, a comunicação por transmissão, por difusão ou por qualquer outra forma de colocação à disposição, com comparação ou interconexão, bem como o bloqueio, apagamento ou destruição; c) Ficheiro de dados pessoais qualquer conjunto estruturado de dados pessoais, acessível segundo critérios determinados, quer seja centralizado, descentralizado ou repartido de modo funcional e geográfico; d) Responsá vel pelo tratamento a pessoa singular ou colectiva, a autoridade pública, o serviço ou qualquer outro organismo que, individualmente ou em conjunto com outrem, determine as finalidades e os meios de tratamento dos dados pessoais; sempre que as finalidades e os meios de tratamento sejam determinados por disposições legislativas ou regulamentares, o responsável pelo tratamento deve ser indicado na lei de organização e funcionamento ou no estatuto da entidade legal ou estatutariamente competente para tratar os dados pessoais em causa, sendo no caso a Câmara Municipal de Loures; e) Subcontratante a pessoa singular ou colectiva, a autoridade pública, o serviço ou qualquer outro organismo que trate os dados pessoais por conta do responsável pelo tratamento; f) Consentimento do titular dos dados qualquer manifestação de vontade livre, específica e informada, nos termos da qual o titular aceita que os seus dados pessoais sejam objecto de tratamento; g) Interconexão de dados forma de tratamento que consiste na possibilidade de relacionamento dos dados de um ficheiro com os dados de um ficheiro ou ficheiros mantidos por outro ou outros responsáveis, ou mantidos pelo mesmo responsável com outra finalidade. Artigo 3.º Âmbito Este regulamento é aplicável à videovigilância, tratamento e difusão de sons e imagens que permitam identificar pessoas e bens. Artigo 4.º Dever de colaboração 1. A Câmara Municipal de Loures deve prestar a sua colaboração à CNPD, facultando-lhe todas as informações que por esta, no exercício das suas competências, lhe forem solicitadas. 2. O dever de colaboração é assegurado, designadamente, quando a CNPD tiver necessidade, para o cabal exercício das suas funções, de examinar o sistema informático e os ficheiros de dados pessoais, bem como toda a documentação relativa ao tratamento e transmissão de dados pessoais. 3. A CNPD ou os seus vogais, bem como os técnicos por ela mandatados, têm direito de acesso aos sistemas informáticos que sirvam de suporte ao tratamento dos dados, bem como à documentação referida no número anterior, no âmbito das suas atribuições e competências.

Artigo 5.º Controlo prévio 1. Carecem de autorização da CNPD: a) O tratamento de dados pessoais a que se referem o n.º 2 do artigo 7.º e o n.º 2 do artigo 8.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro; Secção II Instalação de Vigilância à Distância Artigo 6.º Regras de instalação 1. Na instalação de sistemas de vigilância à distância e de modo a preservar os direitos, liberdades e garantias ou outros direitos constitucionalmente protegidos no âmbito da situação jurídica laboral, é expressamente proibido: a) Colocar câmaras de vigilância direccionadas a registos pontométricos; b) Colocar câmaras de vigilância direccionadas a postos de trabalho específicos; c) Colocar câmaras de vigilância com a finalidade de controlar o desempenho profissional dos trabalhadores. 2. Em matéria de pertinência é fundamental que a instalação do sistema tenha em consideração no estudo preliminar que os meios a utilizar devem ser os necessários e proporcionais à finalidade estabelecida (ângulos utilizados, escolha de «grandes planos», redução/ampliação do campo visual) e definida no artigo 1.º do presente regulamento. Artigo 7.º Pedido de parecer A instalação de sistemas de vigilância à distância em espaços municipais deve ser precedida de parecer a emitir pelas organizações sindicais e/ou pela comissão de trabalhadores caso exista, no prazo máximo de 30 dias após a consulta. Artigo 8.º Pedido de autorização A instalação e funcionamento de sistemas de vigilância à distância em espaços municipais deve ser sempre antecedida de autorização emitida pela CNPD. Artigo 9.º Preenchimento da declaração de autorização 1. Deverá ser preenchida a declaração para o efeito, constante na página da internet da CNPD, contendo as seguintes informações: a) Nome e endereço do responsável pelo tratamento e, se for o caso, do seu representante; b) As finalidades do tratamento; c) Descrição da ou das categorias de titulares dos dados e dos dados ou categorias de dados pessoais que lhes respeitem; d) Destinatários ou categorias de destinatários a quem os dados podem ser comunicados e em que condições; e) Entidade encarregada do processamento da informação, se não for o próprio responsável do tratamento;

f) Eventuais interconexões de tratamentos de dados pessoais; g) Tempo de conservação dos dados pessoais; h) Forma e condições como os titulares dos dados podem ter conhecimento ou fazer corrigir os dados pessoais que lhes respeitem; i) Transferências de dados previstas para países terceiros; j) Descrição geral que permita avaliar de forma preliminar a adequação das medidas tomadas para garantir a segurança do tratamento. Artigo 10.º Indicações obrigatórias 1. Os diplomas legais referidos no n.º 2 do artigo 7.º e no n.º 1 do artigo 8.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro, bem como as autorizações da CNPD e os registos de tratamentos de dados pessoais, devem pelo menos, indicar: a) O responsável do ficheiro e, se for caso disso, o seu representante; b) As categorias de dados pessoais tratados; c) As finalidades a que se destinam os dados e as categorias de entidades a quem podem ser transmitidos; d) A forma de exercício do direito de acesso e rectificação; e) Eventuais interconexões de tratamentos de dados pessoais; f) Transferências de dados previstas para países terceiros. 2. Qualquer alteração das indicações constantes do n.º 1 está sujeita aos procedimentos previstos nos artigos 27.º e 28.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro. Artigo 11.º Envio da declaração A declaração após preenchimento deverá ser enviada para a CNPD, juntamente com o indicado no artigo 7.º deste regulamento. Artigo 12.º Informação sobre meios de vigilância a distância Juntamente com a instalação do sistema de videovigilância deve o serviço que procede à sua implementação afixar nos locais, seguintes dizeres, consoante os casos:«este local encontra-se sob vigilância de um circuito fechado de televisão» ou «Este local encontrase sob vigilância de um circuito fechado de televisão, procedendo-se à gravação de imagem e som», seguido de símbolo identificativo. Secção III Tratamento de dados pessoais Artigo 13.º Competência As competências neste regulamento conferidas à Câmara Municipal podem ser delegadas no Presidente da Câmara.

Artigo 14.º Princípio geral 1. O tratamento de dados pessoais deve processar-se de forma transparente e no estrito respeito pela reserva da vida privada, bem como pelos direitos, liberdades e garantias fundamentais, com observância igualmente dos princípios da necessidade, proporcionalidade, idoneidade e adequação estrita aos fins da protecção de pessoas e bens. 2. O Município não pode utilizar o sistema de videovigilância com a finalidade de controlar o desempenho profissional dos trabalhadores. Artigo 15.º Obrigação de notificação à CNPD 1. O responsável pelo tratamento ou, se for caso disso, o seu representante deve notificar a CNPD antes da realização de um tratamento ou conjunto de tratamentos, total ou parcialmente autorizados, destinados à prossecução de uma ou mais finalidades interligadas. 2. A autorização, que está sujeita a publicação do Diário da República, deve especificar as finalidades do tratamento, os dados ou categorias de dados a tratar, a categoria ou categorias de titulares dos dados, os destinatários ou categorias de destinatários a quem podem ser comunicados os dados e o período de conservação dos dados. 3. Estão isentos de notificação os tratamentos cuja única finalidade seja a manutenção de registos que, nos termos de disposições legislativas ou regulamentares, se destinem a informação do público e possam ser consultados pelo público em geral ou qualquer pessoa que provar um interesse legítimo. 4. Os tratamentos não automatizados dos dados previstos no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro, estão sujeitos a notificação quando tratados ao abrigo da alínea a) do n.º 3 do referido artigo. 1. Os dados pessoais devem ser: Artigo 16.º Qualidade dos dados a) Tratados de forma lícita e com respeito pelo princípio da boa fé; b) Recolhidos para finalidades determinadas, explícitas e legítimas, não podendo ser posteriormente tratados de forma incompatível com essas finalidades; c) Adequados, pertinentes e não excessivos relativamente às finalidades para que são recolhidos e posteriormente tratados; d) Exactos e, se necessário, actualizados, devendo ser tomadas as medidas adequadas para assegurar que sejam apagados ou rectificados os dados inexactos ou incompletos, tendo em conta as finalidades para que foram recolhidos ou para que são tratados posteriormente; e) Conservados de forma a permitir a identificação dos seus titulares apenas durante o período necessário para a prossecução das finalidades da recolha ou do tratamento posterior. 2. Cabe ao responsável pelo tratamento assegurar a observância do disposto no número anterior.

Artigo 17.º Segurança do tratamento O responsável pelo tratamento deve pôr em prática as medidas técnicas e organizativas adequadas para proteger os dados pessoais contra a destruição, acidental ou ilícita, a perda acidental, a alteração, a difusão ou o acesso não autorizados, nomeadamente quando o tratamento implicar a sua transmissão por rede, e contra qualquer outra forma de tratamento ilícito; estas medidas devem assegurar, atendendo aos conhecimentos técnicos disponíveis e aos custos resultantes da sua aplicação, um nível de segurança adequado em relação aos riscos que o tratamento apresenta e à natureza dos dados a proteger. Artigo 18.º Medidas para garantir a segurança das informações 1. O responsável pelo tratamento de dados deve tomar as medidas adequadas para: a) Impedir o acesso de pessoa não autorizada às instalações utilizadas para o tratamento desses dados (controlo de entrada nas instalações); b) Impedir que suportes de dados possam ser lidos, copiados, alterados ou retirados por pessoa não autorizada (controlo dos suportes de dados); c) Impedir a introdução não autorizada, bem como a tomada de conhecimento, a alteração ou a eliminação não autorizadas de dados pessoais inseridos (controlo de inserção); d) Impedir que sistemas de tratamento automatizados de dados possam ser utilizados por pessoas não autorizadas através de instalações de transmissão de dados (controlo de utilização); e) Garantir que as pessoas autorizadas só possam ter acesso aos dados abrangidos pela autorização (controlo de acesso); f) Garantir a verificação das entidades a quem possam ser transmitidos os dados pessoais através das instalações de transmissão de dados (controlo da transmissão); g) Garantir que possa verificar-se, a posteriori, um prazo adequado à natureza do tratamento, a fixar na regulamentação aplicável a cada sector, quais os dados pessoais introduzidos quando e por quem (controlo da introdução); h) Impedir que, na transmissão de dados pessoais, bem como no transporte do seu suporte, os dados possam ser lidos, copiados, alterados ou eliminados de forma não autorizada (controlo de transporte). 2. Tendo em conta a natureza das entidades responsáveis pelo tratamento e o tipo das instalações em que é efectuado, a CNPD Comissão Nacional de Protecção de Dados, pode dispensar a existência de certas medidas de segurança, garantido que se mostre o respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos titulares dos dados. Artigo 19.º Sigilo profissional Os responsáveis do tratamento de dados pessoais, bem como as pessoas que, no exercício das suas funções (subcontratante), tenham conhecimento dos dados pessoais tratados, ficam obrigados a sigilo profissional, mesmo após o termo das suas funções. Artigo 20.º Legitimidade do tratamento de dados O tratamento de dados pessoais através do sistema de videovigilância torna-se necessário para a prossecução de interesse legítimo da Câmara Municipal de Loures.

Artigo 21.º Controlo e acesso aos dados 1. O controlo dos dados registados será efectuado pelo responsável do tratamento. 2. Em caso de ocorrência de incidentes o acesso aos dados registados será ordenado com prévia comunicação aos representantes sindicais para, no prazo que for fixado, querendo, estarem presentes na operação de acesso. Artigo 22.º Comunicação de dados Sempre que verifique a existência de situação irregular existirá comunicação de dados às autoridades policiais competentes, através de suporte magnético. Artigo 23.º Interconexões Não existirá inter-relacionamento de tratamentos atento o disposto na alínea i) do artigo 3.º da Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro. Artigo 24.º Tempo de conservação dos dados pessoais As gravações de imagem e de sons, devem ser destruídas no prazo de 30 dias, com excepção de casos especiais a determinar em acto fundamentado pelo responsável do tratamento dos dados, que fixará o prazo da respectiva destruição. Artigo 25.º Responsabilidade disciplinar civil e criminal A violação das regras e princípios constantes do presente regulamento faz incorrer o seu autor, conforme os casos, em responsabilidade disciplinar, civil e criminal correspondentes. Secção IV Disposições Finais Artigo 26.º Direito subsidiário Em tudo o que não se encontrar previsto no presente regulamento, é aplicável a Lei n.º 67/98, de 26 de Outubro. Artigo 27.º Regime transitório O presente regulamento aplica-se quer aos sistemas de videovigilância que se encontrem em apreciação, quer àqueles cuja instrução teve início após a sua entrada em vigor.

Artigo 28.º Norma revogatória Com a entrada em vigor do presente regulamento são revogadas todas as normas internas existentes nesta matéria e que contrariem o disposto no presente regulamento. Artigo 29.º Entrada em vigor O presente regulamento entra em vigor 30 dias após a sua aprovação.