SUBCOMISSÃO DE COMBATE AO CONTRABANDO DE CIGARROS RELATÓRIO Combater a prática criminosa do contrabando de cigarros vai muito além de uma ação de segurança pública e de persecução penal. No momento atual necessitamos de uma ação de Estado que vise o combate à sonegação e que incremente as receitas. As perdas não se restringem a arrecadação, pois o comércio ilegal também afeta a indústria e diretamente as 140 mil famílias de pequenos produtores de fumo, além de, devido a péssima qualidade do produto, provocar gastos adicionais ao sistema de saúde. Por estas razões, o Deputado Luiz Fenando Mainardi propôs a realização de audiência pública para debater o tema na Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, em 10 de setembro de 2015, no Espaço de Convergência (Sala Adão Pretto), no intuito de buscar formas de amenizar os grandes prejuízos causados pelo contrabando do cigarro e formas de diminuir esta atividade ilícita. A audiência contou com a participação de várias órgãos públicos Federais e Estaduais, representantes da cadeia produtiva do Tabaco, das indústrias e outras entidades que serão abaixo nominadas. O Rio Grande do Sul é o segundo estado brasileiro mais prejudicado pelo contrabando de cigarros. No ano passado, 43,3% dos cigarros consumidos no Estado tiveram origem no Paraguai, o que provocou uma queda estimada de arrecadação em torno de R$ 115 milhões. Neste momento em que o Estado atravessa uma grave crise financeira, concluise que ações institucionais fortes, como o aumento da fiscalização no combate ao contrabando de cigarros, constituem-se como principal e mais eficaz instrumento no aumento da arrecadação de tributos, ante o aumento nas alíquotas de ICMS. Página 1 de 5
Como síntese da audiência pública, temos que ações de fiscalização, repressão e combate ao contrabando de cigarros em nosso estado devem ser potencializadas com ações de inteligência e principalmente com a integração de todos os órgãos competentes, na esfera federal, estadual e municipal. Como proposta de encaminhamento, o Deputado Mainardi propõem a criação de uma subcomissão no âmbito da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, com o fito de aprofundar os debates, elaborar e compilar estudo e, principalmente, orientar a criação no âmbito do Estado de Rio Grande do Sul de um Gabinete de Gestão Integrada para o Combate ao Contrabando (GGICC). O modelo de Gabinetes de Gestão Integrada para combater a criminalidade no Brasil tem apresentado excelentes resultados pois, além de aproximar as instituições com competências para agir, integra também a comunidade e os diversos atores sociais envolvidos na temática. A conceituação de Gabinete de Gestão Integrada consiste em um fórum deliberativo e executivo, que tem como missão integrar sistemicamente os órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, priorizando o planejamento e a execução de ações integradas de prevenção e enfrentamento da violência e criminalidade. Visa, ainda, avançar sobre um paradigma de segurança pública, com enfoque em boas práticas de gestão por resultados, a troca de informações e a utilização de ferramentas modernas de inteligência e planejamento. Os Gabinetes de Gestão Integrada (GGIs) surgem do esforço da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e do Ministério da Justiça em formular políticas públicas na área de segurança, visando sempre a prevenção, o combate à criminalidade, a redução da violência e ao bem-estar da sociedade. A partir da observação de que diante da constante evolução do crime, as estratégias utilizadas pelos órgãos policiais já não produziam os resultados esperados. Página 2 de 5
O atual modelo de atuação institucional e policial, fragmentado no seu modo operativo, não mais atende as demandas sociais de promoção do sentimento ou percepção de segurança. Diante do crescimento quantitativo e da acentuada sofisticação das ações delituosas no contrabando de cigarros, torna-se imprescindível a adoção de estratégias conjuntas de ação e o aprimoramento dos procedimentos de obtenção, cruzamento e centralização de informações. A necessidade da criação de um Gabinete de Gestão Integrada para Combater o Contrabando de Cigarros visa desencadear ações e Forças Tarefa, ante as operações policiais e de fiscalização tradicionais, marcadas pela dispersão de energias e pelo isolamento das corporações, que via de regra não trocam informações e agem isoladamente, e, em decorrência disso, os resultados são aquém do esperado. Por fim, este conceito de gestão integrada visa reunir em uma só unidade as principais autoridades responsáveis pelo combate ao contrabando, aliados aos especialistas, setor produtivo, setor industrial e sociedade em geral. Com isso, teremos uma instância democrática de discussão, negociação e planejamento de estratégias de ação, nas esferas federal, estadual e municipal. Somente a ação conjunta da Receita Federal, Receita Estadual, Polícias Federal, Rodoviária Federal, Brigada Militar e Polícia Civil, produzirão resultados eficazes no combate ao contrabando de cigarros, aumento na arrecadação de impostos, garantia de milhares de empregos no campo e na indústria fumageira, e ainda, de forma transversal, atacar outros delitos vinculados ao contrabando de cigarro, que estão associados ao tráfico de drogas, armas, até a lavagem de dinheiro. Diante do disposto, em 29 de outubro de 2015, em reunião da Subcomissão criada para aprofundar os estudos e indicar a implementação de ações de combate ao contrabando de cigarros, o comércio ilegal e a sonegação, com a finalidade de produzir impactos positivos nas finanças do estado do Rio Grande do Sul, deliberou-se pela Página 3 de 5
realização de uma reunião com todos os representantes dos órgão públicos estaduais e federais com competência para agir nesta temática. Em 11 de novembro de 2015, as 11:00 horas, na Sala Dr. Alberto Pasqualini, localizada no 4º andar da Assembleia Legislativa, realizou-se reunião com diversos Órgãos Públicos afetos a matéria, convidados para essa reunião as autoridades abaixo referidas: 1) Secretário Estadual de Segurança Pública (Comandante da Brigada Militar e Chefe da Polícia Civil); 2) Secretário da Fazenda, e chefe da Receita Estadual; 3) Ministério Público Estadual, Procurador-Geral de Justiça; 4) Superintendência Regional da Receita Federal; 5) Superintendência da Policia Federal RS; 6) Superintendência da Polícia Rodoviária Federal; 7) Ministério Público Federal RS, Procuradora Chefe. A reunião foi presidida pelo Deputado Luiz Fernando Mainardi, que, na condição de Relator desta subcomissão, após colher as opiniões das autoridades presentes, vem por este relatório sintetizar o entendimento de que esta comissão deve propor aos órgãos públicos e às instituições acima mencionadas para que de forma conjunta envidem esforços para a criação, no âmbito do Estado de Rio Grande do Sul, de um Gabinete de Gestão Integrada para o Combate ao Contrabando (GGICC) como medida institucional conjunta de combate a essa prática criminosa. É o relatório, Em 23 de fevereiro de 2016. Página 4 de 5
Luiz Fernando Mainardi Dep. Estadual Deputado Marlon Santos; Deputado Marcelo Moraes; Deputado Tiago Simon; Deputado Frederico Antunes; Página 5 de 5