Descrição botânica de linhagens puras selecionadas de guandu. Botanical description of selected pigeon-pea pure lines

Documentos relacionados
Caracterização de Onze Linhagens Puras de Guandu Selecionadas em São Carlos, SP

Caracterização de Linhagens Puras Selecionadas de Guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp) (1)

V Semana de Ciência e Tecnologia do IFMG campus Bambuí V Jornada Científica 19 a 24 de novembro de 2012

Comunicado Técnico. Biólogo, doutor em Genética e Melhoramento de Plantas, pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Sobral/CE. 2

RECUPERAÇÃO DE PASTAGEM DEGRADADA ATRAVÉS DO CONSÓRCIO COM FEIJÃO GUANDU

ANEXO. INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata L.

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE TAMAREIRAS DE PROPAGAÇÃO POR SEMENTES

PLANTIO - A época de semeadura é determinada pelas condições climáticas e principalmente pela finalidade da cultura. Em todos os casos, recomenda-se

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE VARIEDADES E HÍBRIDOS DE SORGO FORRAGEIRO NO OESTE DA BAHIA

DESCRITORES MÍNIMOS DA BATATA (Solanum tuberosum L.) Característica Descrição da característica Código para cada descrição

o norte de Minas Gerais Seleção de forrageiras do gênero Urochloapara Projeto de pesquisa proposto à Barenbrug do Brasil para financiamento de bolsa

Caracterização Morfológica de Variedades Brasileiras e Indianas de Mangueira do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Semi-Árido

IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011

CARACTERIZAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE ACESSOS DE CANA-DE-AÇÚCAR E ESPÉCIES RELACIONADAS POR MEIO DE DESCRITORES MORFOLÓGICOS. Apresentação: Pôster

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE QUATRO GENÓTIPOS DE TREVO BRANCO (Trifolium repens) NA REGIÃO DA CAMPANHA-RS

Progresso genético em 22 anos de melhoramento do feijoeiro-comum do grupo carioca no Brasil.

Plantio do amendoim forrageiro

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL BANCO DE PROTEÍNA PARA ASSEGURAR O PADRÃO ALIMENTAR DURANTE O PERÍODO SECO

VARIABILIDADE MORFOLÓGICA DE MANDIOCAS BRAVAS E MANSAS DO BAG DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL

VI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí VI Jornada Científica 21 a 26 de outubro de 2013

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DA POPULAÇÃO TETRAPLÓIDE DE AMENDOIM

AVALIAÇÃO DE POPULAÇÕES DE SOJA DESTINADAS À ALIMENTAÇÃO HUMANA PARA O ESTADO DE MINAS GERAIS

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

CARACTERIZAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA DE MESA POR MEIO DE DESCRITORES MORFOLÓGICOS. Introdução

Comunicado Técnico. Avaliação de aveia quanto a produção de folhas e colmos na matéria seca

Resumo Expandido Título da Pesquisa Germinação e desenvolvimento de progênies de pimenta cumari Palavras-chave

CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE FEIJÃO CAUPI SUBMETIDAS À ADUBAÇÃO ORGÂNICA EM REGIÃO DO SEMIÁRIDO PARAIBANO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Comunicado Técnico. Odo Primavesi 1 Rodolfo Godoy 1 Francisco H. Dübbern de Souza 1. ISSN X São Carlos, SP. Foto capa: Odo Primavesi

ANEXO I. INSTRUÇÕES PARA A EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE PETÚNIA (Petunia Juss.).

Caracterização morfológica de acessos do Banco Ativo de Germoplasma de mangueira da Embrapa Semi-Árido

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA E AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE RAÍZES DE DUAS VARIEDADES DE MANDIOCA. GUIMARÃES 4 ; Bruno Fonseca de Oliveira NASCIMENTO 4

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1213

CARACTERIZAÇÃO DE ACESSOS DO BANCO DE GERMOPLASMA DE MAMONA DA EMBRAPA ALGODÃO*

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

ATO Nº 10 DE 19 DE SETEMBRO DE 2008 ANEXO I

Desenvolvimento e Produção de Sementes de Feijão Adzuki em Função da Adubação Química

TUTORIAL CNAE Search

Produção e Composição Bromatológica de Cultivares de Milho para Silagem

Caracterização agronômica e estimativas de parâmetros genético de Helicônias (Heliconia spp.)

CARACTERIZAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ACESSOS DE PINHÃO MANSO

Conceitos básicos sobre pastagens e sementes para sua formação

ATO Nº 04, DE 08 DE DEZEMBRO DE 2006 ANEXO I

Germinação e desenvolvimento de progênies de pimenta cumari

MORFOLOGIA DE PLANTAS E BIOMETRIA DE FRUTOS EM CLONES ENXERTADOS DE MURUCIZEIRO CULTIVADOS EM BELÉM, PARÁ.

Termos para indexação: descritores morfológicos, maracujazeiro, proteção de cultivares

Termos para indexação: descritores morfológicos, maracujazeiro, proteção de cultivares

CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS MORFOLÓGICAS E DE PRODUÇÃO NA CULTURA DO MILHO

GRAU DE ACAMAMENTO E TIPO DE PORTE DE LINHAGENS DE FEIJÃO- CAUPI DO GRUPO PROSTRADO E SEMI-PROSTRADO, NO NORTE DE MINAS GERAIS.

CARACTERIZAÇÃO DE PROGÊNIES DE MAMONA (Ricinus communis L.) PARA ARQUITETURA DE PLANTA EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA NO ESTADO DE SÃO PAULO

VARIABILIDADE GENÉTICA EM LINHAGENS S 5 DE MILHO

ARQUITETURA E VALOR DE CULTIVO DE LINHAGENS DE FEIJÃO- CAUPI DE PORTE ERETO E SEMI-ERETO, NO NORTE DE MINAS GERAIS.

Composição Bromatológica de Partes da Planta de Cultivares de Milho para Silagem

PRODUÇÃO DE CULTIVARES DE AZEVÉM NO EXTREMO OESTE CATARINENSE. Palavras-chave: Lolium multiflorum L., Produção de leite, Pastagem de inverno.

Caracterização por Descritores Morfológicos e Avaliação Físico-Química de Frutos de Acessos de Melão

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

ATO Nº 9, DE 19 DE SETEMBRO DE 2008 ANEXO I

Origem. Características

Avaliação de Feijão-Caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.) de Porte Ereto em Áreas Irrigadas do Vale do São Francisco

ANEXO I III. EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGÜIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE - DHE

( 3 ) VIEIRA, C. O íeijoeiro comum: cultura, doenças e melhoramento. Viçosa, U.R.E.M.G., p.

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS PARA PRODUÇÃO DE SOJA VERDE OU TIPO HORTALIÇA

Feijões do. Vale do Juruá. Organizadores. Eduardo Pacca Luna Mattar Eliane de Oliveira Rosana Cavalcante dos Santos Amauri Siviero

Métodos de Melhoramento de Espécies Autógamas

BANCO DE PROTEÍNAS COMO ALTERNATIVAS PARA A ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS NO PERÍODO SECO, COM E SEM IRRIGAÇÃO

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

Produtividade do Sorgo Forrageiro em Diferentes Espaçamentos entre Fileiras e Densidades de Plantas no Semi-Árido de Minas Gerais

Proteção de Cultivares de Cenoura

Caracterização morfoagronômica de fava (Phaseolus lunatus L.)

DIVERSIDADE GENÉTICA EM CRUZAMENTOS PARA ALTO TEOR DE ÓLEO EM SOJA POR MEIO DE ANÁLISE MULTIVARIADA

Desenvolvimento inicial da Gliricidia sepium (Jacq.) Steud em Sistema Silvipastoril na Zona dos Tabuleiros Costeiros - SE

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

ANEXO I INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE CÁRTAMO (Carthamus tinctorius L.

Termos para indexação: guandu, proteína bruta, produtividade

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

ÉPOCAS DE SEMEADURA DE MAMONA CONDUZIDA POR DUAS SAFRAS EM PELOTAS - RS 1

VARIABILIDADE GENÉTICA E POTENCIAL AGRONÔMICO DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO CAUPI DE PORTE SEMIPROSTRADO NO MUNICÍPIO DE TERESINA-PI

ANEXO I. INSTRUÇÕES PARA A EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE PASPALUM (Paspalum regnellii Mez.

SELEÇÃO DE HÍBRIDOS EXPERIMENTAIS DE MILHO PARA SILAGEM EM CONDIÇÕES COM E SEM ESTRESSES DE FÓSFORO

DIVERGÊNCIA GENÉTICA EM GERMOPLASMA DE MANGUEIRA BASEADA EM CARACTERES QUALITATIVOS DO FRUTO

XXV CONIRD Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem 08 a 13 de novembro de 2015, UFS - São Cristóvão/SE

Caracterização Morfológica das variedades de mandioca

DESCRITORES MÍNIMOS DE FEIJÃO (Phaseolus vulgaris L.) característica. Ausente Presente Se presente, cor dos cotilédone:

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Leonardo Henrique Duarte de Paula 1 ; Rodrigo de Paula Crisóstomo 1 ; Fábio Pereira Dias 2

Potencial forrageiro de sorgo silageiro 1

Plantio do amendoim forrageiro

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS CULTIVARES DE FEIJÃO COM SEMENTES DISPONÍVEIS NO MERCADO

TÍTULO: BIOESTIMULANTES APLICADOS VIA FOLIAR EM CAFEEIROS COFFEA ARABICA EM PRODUÇÃO EM MINAS GERAIS

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Arroz e Feijão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

ATO Nº 13, DE 12 DE NOVEMBRO DE 2008 ANEXO I

CARACTERÍSTICAS BOTÂNICO-AGRONÔMICA DE CULTIVARES DE MANDIOCA DE MESA

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijão Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

ANEXO I INSTRUÇÕES PARA EXECUÇÃO DOS ENSAIOS DE DISTINGUIBILIDADE, HOMOGENEIDADE E ESTABILIDADE DE CULTIVARES DE CALANCHOE (Kalanchoe Adans.

ADUBAÇÃO DE MANUTENÇÃO COM NITROGÊNIO E FÓSFORO PARA A PRODUÇÃO DE FENO COM O CAPIM MASSAI (Panicum maximum CV. Massai)

CARACTERIZAÇÃO MORFO-AGRONÔMICA DE CULTIVARES LOCAIS DE FEIJÃO-CAUPI DO GRUPO CANAPU

Transcrição:

Revista Brasileira de Zootecnia ISSN impresso: 1516-3598 ISSN on-line: 1806-9290 www.sbz.org.br R. Bras. Zootec., v.36, n.2, p.328-334, 2007 Milena Provazi 1, Lívia Haik Guedes de Camargo 1, Patricia Menezes Santos 2, Rodolfo Godoy 2 1 Estagiária da Embrapa Pecuária Sudeste. 2 Embrapa Pecuária Sudeste - CP 339 - CEP: 13500-970 - São Carlos, SP. RESUMO - Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de realizar a descrição botânica de 11 linhagens de Cajanus cajan. Os principais descritores foram: hábito de crescimento, altura de plantas (cm), número de ramos, diâmetro do caule (mm), cor básica da flor, cor básica da vagem, cor das sementes, cor em volta do hilo das sementes, largura do hilo e forma das sementes. Os descritores utilizados mostraram-se suficientes para caracterizar as linhagens com características distintas, pelas quais podem ser facilmente identificadas. Palavras-chave: avaliação de forrageira, Cajanus cajan, descrição botânica, leguminosa forrageira tropical Botanical description of selected pigeon-pea pure lines ABSTRACT - This work aimed to perform the morphologic characterization of eleven previously selected Cajanus cajan lines. The main descriptors were: plant height (cm), number of branches, stem diameter (mm), basic flower color, basic pod color, seed color, seed hilum color, hilum thickness, and seed shape. The descriptors used were sufficient to characterize the lines with distinct characteristics. Using these descriptors the lines may be easily identified. Key Words: botanical description, Cajanus cajan, forage evaluation, tropical forage legume Introdução O guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp) é uma leguminosa com seu centro de origem e de diversidade genética na Índia. Consiste em importante fonte de proteína em muitos países da África e da Ásia, sendo freqüentemente citado como uma espécie de múltiplo uso e por sua tolerância a condições adversas, como o estresse hídrico causado por longos períodos de estiagem e por solos de baixa fertilidade, condições encontradas no Cerrado brasileiro. Como grande parte dos sistemas de produção de carne e de leite do Brasil está instalada em áreas de cerrado, uma das principais estratégias para o aumento da eficiência produtiva desses sistemas é a utilização de plantas forrageiras adaptadas a essas condições. O guandu vem sendo utilizado na alimentação animal, tanto em pastagens exclusivas e consorciadas como em forma de forragem verde, feno e componente de mistura de silagem (Werner, 1979; Wutke, 1987). Vários estudos caracterizando genótipos de guandu evidenciaram a extraordinária variabilidade genética desta espécie (Werner, 1979; Wutke, 1987; Colombo, 1989). Considerando as limitações de qualidade e o reduzido número de cultivares comerciais, Godoy et al. (1994) e Godoy et al. (1997) avaliaram agronomicamente duas coleções de germoplasma de guandu e verificaram que todos os acessos selecionados apresentavam, em graus variáveis, misturas físicas e/ou segregação fenotípica. Assim, os acessos selecionados por características forrageiras favoráveis passaram por processos de autofecundação e seleção para obtenção de linhagens puras. A partir de 1998, Godoy et al. (2003) reavaliaram agronomicamente 17 dessas linhagens para confirmação de seus respectivos desempenhos agronômicos, caracterizando-as morfologicamente e descrevendo seu ciclo vegetativo. Posteriormente, Godoy et al. (2004) caracterizaram e descreveram mais 11 daquelas linhagens puras. A descrição permitirá a agilização da solicitação de registro e proteção junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento quando forem lançados novos cultivares e ainda servirá para a correta identificação desses acessos no campo. O lançamento de novos cultivares contribuirá para solucionar problemas relacionados a sistemas de produção sustentável de carne e de leite, reduzindo os custos e a sazonalidade, melhorando a alimentação animal e aumentando a produção animal. Este trabalho foi realizado com os objetivos de descrever botanicamente 11 linhagens puras selecionadas de guandu e verificar a eficiência dos descritores utilizados. Correspondências devem ser enviadas para: godoy@cppse.embrapa.br

Provazi et al. 329 Material e Métodos As caracterizações morfológicas das linhagens puras foram feitas em um bloco de experimento de avaliação agronômica instalado na Embrapa Pecuária Sudeste, no município de São Carlos (SP), localizado a 21 57 42" de latitude sul, 47 50 28" de longitude oeste e a 860 m de altitude. O experimento foi implantado em 23 de dezembro de 2004, com 11 tratamentos (linhagens puras de Cajanus cajan) e três repetições. As parcelas foram constituídas de cinco linhas de 5 m de comprimento, com 0,5 m de espaçamento entre linhas e 0,25 m entre plantas, totalizando 20 plantas na linha. Os descritores utilizados, adaptados do International Board for Plant Genetic Resources (IBPGR, 1993) e International Crop Research Institute for the Semi-Arid Tropics (ICRISAT, 1993), foram: hábito de crescimento; altura de plantas (cm) - 50% das plantas encontravam-se em florescimento); número de ramos primários; número de ramos secundários; cor do caule; diâmetro do caule (mm) a 40 cm de altura (50% das plantas em florescimento [todos esses dados avaliados pela média de cinco plantas]); forma do folíolo; pilosidade do folíolo; cor básica (cor principal das pétalas) e cor secundária da flor; padrão das estrias da flor; padrão de florescimento; cor da vagem verde; forma e pilosidade da vagem; cor da vagem madura; padrão de coloração das sementes; cores básica e secundária das sementes; cor em volta do hilo das sementes; largura do hilo; e forma das sementes. Na descrição das cores, foram obedecidos os padrões da RSH Colour Chart (2001). Foram considerados de hábito ereto os genótipos cujos ramos primários faziam ângulo menor que 60 com o caule. Aqueles cujos ângulos estavam entre 60 e 90º foram classificados como de hábito semiprostado. O padrão das estrias das flores, o padrão de coloração das sementes e a forma das sementes foram adaptados de IBPGR & ICRISAT (1993). Resultados e Discussão Os resultados são apresentados nas Tabelas 1 a 4 e, a seguir, são descritas as características observadas nessa coleção. Neste estudo, dos quatro possíveis hábitos de crescimento entre os genótipos de guandu (ereto e compacto, semiprostrado, prostrado e rasteiro) (IBPGR & ICRISAT, 1993), apenas um foi observado nas linhagens avaliadas, ou seja, o hábito de crescimento ereto, com os ramos primários fazendo ângulo menor que 60º com o caule. Este resultado difere do obtido por Godoy et al. (2003) e Godoy et al. (2004), que observaram dois hábitos de crescimento (ereto e semiprostrado), todavia, naqueles trabalhos não foi constatada predominância do hábito ereto nos genótipos selecionados. Entre as quatro linhagens estudadas por IBPGR & ICRISAT (1993), todas tiveram folíolos lanceolados e pubescentes. Godoy et al. (2003), no entanto, encontraram, além de folíolos lanceolados, folíolos com forma elíptica larga. No trabalho de Godoy et al. (2004), também foram observados folíolos com forma elíptica estreita, além dos tipos anteriormente citados. Em ambos os trabalhos, todos os folíolos eram pubescentes. Na Tabela 1 são apresentados os dados de altura, número de ramos primários e secundários, cor e diâmetro do caule das linhagens selecionadas. Seria desejável que as plantas para utilização como forrageira fossem relativamente baixas (aproximadamente 50 cm de altura) para facilitar o consumo pelos animais e/ou os cortes. Neste caso, a linhagem g59-95 apresentou 67 cm de altura com 50% de plantas em florescimento, sendo considerada baixa. Duas linhagens tiveram alturas médias de 70 a 90 cm (g146-94 e g123-99); duas, de 90 a 110 cm (g119-99 e g10-94); duas, de 110 e 130 cm (g168-99, g29m-94); e duas, de 130 a 150 cm (g9m-97 e g1m95). As outras duas linhagens (g48-95 e g121-99) apresentaram, respectivamente, 154 e 172 cm de altura, sendo consideradas altas. O número de ramos primários em geral foi superior ao encontrado por Godoy et al. (2003), mas inferior ao registrado por Godoy et al. (2004), pois as linhagens avaliadas neste estudo apresentaram alturas intermediárias àquelas estudadas por esses autores. Apenas uma linhagem apresentou, em média, dez ou menos ramos primários (g59-95); sete linhagens, de 11 a 20 ramos primários (g121-99, g168-99, g9m-97, g1m-95, g29m-94, g146-94 e g123-99); e três, em média, mais que 21 ramos primários (g48-95, g119-99 e g10-94). O número de ramos secundários é uma característica importante, pois caules com diâmetros menores facilitam o acesso do animal à planta. Em apenas duas linhagens, verificou-se essa característica (g121-99, g48-95, com 12, 29 e 15 ramos secundários, respectivamente). Quatro linhagens apresentaram, em média, de 5 a 10 ramos (g123-99, g29m-94, g1m-95 e g168-99) e cinco tiveram menos que cinco ramos secundários (g10-94, g146-94, g59-95, g119-99 e g9m-97). Todas as linhagens descritas neste trabalho tiveram caule com estrias dos grupos amarelo-esverdeado 150D (g48-95), branco-acinzentado 156B (g121-99, g168-99,

330 Tabela 1 - Altura das plantas, número de ramos, cor e diâmetro do caule de linhagens puras de guandu Table 1 - Plant height, number of branches, stem color and stem diameter of pigeon-pea pure lines Linhagem Altura (cm) N o de ramos primários N o de ramos secundários Cor do caule e das estrias Diâmetro do caule (mm) Line Plant height N. of primary branches N. of secondary branches Stem and streak color Diameter of stem g121-99 172 20 12 Grupo verde com estrias 13 Green group with streaks grayed-white group g48-95 154 24 29 Grupo verde com estrias 12 grupo amarelo-esverdeado Green group with streaks yellow-green group g168-99 121 16 8 Grupo amarelo-esverdeado com estrias 9 Yellow-green group with streaks grayed-white group g9m-97 140 20 1 Grupo verde com estrias 10 g119-99 95 24 0 Grupo amarelo-esverdeado com estrias 6 Yellow-green group with streaks grayed-purple group g1m-95 137 19 9 Grupo amarelo-verde com 11 estrias Yellow-green group with streaks grayed purple group g29m-94 125 14 5 Grupo verde com estrias 9 Green group with streaks grayed-white group g59-95 67 10 0 Grupo verde com estrias 3 g146-94 86 19 4 Grupo verde com estrias 6 g10-94 101 23 3 Grupo verde com estrias 7 Green group with streaks grayed-white group g123-99 83 17 9 Grupo verde com estrias 6 g29m-94, g10-94) e roxo-acinzentado 187D (g9m-97, g119-99, g1m-95, g59-95, g146-94, e g123-99). As cores do caule são dos grupos verde 138A (g123-99), 143A (g48-95 e g9m-97), 143B (g121-99, g29m-94 e g10-94) e 143C (g59-95) e amareloverde 144B (g119-99), 144D (g168-99), 146B (g1m-95). A maioria dos genótipos apresentou, segundo IBPGR & ICRISAT, diâmetro de caules (1993) intermediário (5 a 13 mm) (g119-99, g146-94, g123-99, g10-94, g168-99, g29m-94, g9m-97, g1m-95, g48-95 e g121-99) e apenas um genótipo apresentou caule fino (menor que 5 mm) (g59-95). Caules finos ou intermediários são mais interessantes em plantas forrageiras, o que possibilita maior consumo e qualidade da forragem. Godoy et al. (2004) encontraram apenas caules de tamanho intermediário nas linhagens selecionadas e, em outro estudo (Godoy et al., 2003), verificaram poucas linhagens com caules grossos. Em todos os genótipos, observou-se padrão médio de estrias nas flores. Godoy et al. (2003) observaram todos os padrões de estrias descritos em IBPGR & ICRISAT (1993), sendo que, nas linhagens avaliadas por esses autores, o padrão uniforme foi o mais freqüente. Godoy et al. (2004), no entanto, descreveram linhagens sem estrias e com os padrões médio, esparso, uniforme e denso, sendo o esparso o mais freqüente. Sete linhagens apresentaram como cor primária da flor (Tabela 2) o grupo amarelo 7A (g29m-94), 12A (g121-99, g9m-97 e g59-95) e 13A (g168-99, g146-94, g10-94 e g123-99) e três tiveram como cor básica da flor o grupo amareloalaranjado 14A (g119-99) e 14B (g48-95 e g1m-95). Na avaliação da cor secundária da flor, cinco linhagens apresentaram flores com estrias (Tabela 2): g168-99 cor secundária grupo amarelo 12A com estrias do grupo vermelho

Provazi et al. 331 Tabela 2 - Cor das flores de linhagens puras de guandu Table 2 - Flower color pattern of pigeon-pea pure lines Linhagem Cor primária da flor Cor secundária da flor Line Primary flower color Secondary flower color g121-99 Grupo amarelo Grupo amarelo g48-95 Grupo amarelo-alaranjado Grupo vermelho-arroxeado Yellow-orange group Red-purple group g168-99 Grupo amarelo Grupo amarelo com estrias grupo vermelho with streaks red group g9m-97 Grupo amarelo Grupo amarelo g119-99 Grupo amarelo-alaranjado Grupo amarelo-alaranjado com estrias Yellow-orange group grupo vermelho-arroxeado Yellow-orange group with streaks red purple group g1m-95 Grupo amarelo-alaranjado Grupo vermelho Yellow-orange group Red group g29m-94 Grupo amarelo Grupo amarelo g59-95 Grupo amarelo Grupo amarelo com estrias grupo vermelho with streaks red group g146-94 Grupo amarelo Grupo amarelo g10-94 Grupo amarelo Grupo amarelo g123-99 Grupo amarelo Grupo amarelo com estrias grupo vermelho with streaks red group 46A; g119-99 cor secundária grupo amarelo-alaranjado 14C com estrias grupo vermelho-arroxeado 60A; g59-95 cor secundária grupo amarelo 12A com estrias grupo vermelho 34A; g123-99 cor secundária grupo amarelo 13C com estrias grupo vermelho 46A. As demais linhagens apresentaram cores secundárias dos grupos amarelo 2A (g29m-94), 2B (g121-99), 4B (g9m-97), 8B (g146-94) e 9A (g10-94 e g1m-95) e vermelho-roxo 59C (g48-95). Seis linhagens tiveram padrão de florescimento determinado; as demais linhagens, padrão indeterminado. A mesma proporção foi encontrada por Godoy et al. (2003). As vagens de todas as linhagens puras caracterizadas neste estudo tiveram forma achatada e foram pubescentes. Godoy et al. (2003) observaram nos genótipos estudados vagens com formas achatada e cilíndrica, sendo que a forma achatada foi a mais encontrada e todas as vagens eram pubescentes. No entanto, Godoy et al. (2004) encontraram vagens lisas e pubescentes nas formas achatada estreita, achatada larga e cilíndrica. A classificação da cor da vagem simplesmente como verde ou madura não é suficiente para caracterizar uma linhagem. As vagens verdes das linhagens selecionadas apresentaram cores do grupo amarelo-esverdeado 144A (g121-99, g9m-97, g59-95, g146-94 e g123-99) e 144C (g119-99) e grupo marrom 200A (g168-99). As demais linhagens tiveram vagens verdes com estrias: linhagem g48-95 vagens com coloração do grupo amarelo-esverdeado 146C com estrias do 187A; g1m-95 cor do grupo verde 143B com estrias do grupo roxoacinzentado 187A; e g29m-94 e g10-94 cor do grupo verde 143C com estrias do grupo verde 143A (Tabela 3). As vagens das linhagens g9m-97 e g1m-95, ao amadurecerem, apresentaram coloração do grupo laranja-acinzentado 161A com estrias grupo roxo N177A. A linhagem g48-95 apresenta vagens maduras na cor do grupo amarelo-acinzentado 161A com estrias do grupo laranja-acinzentado 176A. As vagens maduras do genótipo g119-99 tiveram coloração do grupo laranja-acinzentado 164B com pintas grupo laranjaacinzentado 165B, enquanto as da linhagem g59-95, vagens amadurecidas na cor do grupo cinza-amarronzado 199C. As vagens das linhagens g10-94 e g167-97, ao amadurecer, tiveram coloração do grupo amarelo-acinzentado 161A com pintas grupos marrom 200A e marrom 200A, respectivamente. As vagens maduras das cinco linhagens (g121-99, g168-99, g29m-94, g146-94 e g123-99) tiveram cor laranjaacinzentado 164A (Tabela 3). Como demonstrado na Tabela 4, as linhagens g121-99 e g119-99 tiveram sementes pintadas, enquanto as linha-

332 Tabela 3 - Cor das vagens de linhagens puras de guandu Table 3 - Pod color of pigeon-pea pure lines Linhagem Cor das vagens verdes e das estrias Cor das vagens maduras, estrias e pintas Line Immature pod and streak color Mature pod, streak, and dot color g121-99 Grupo amarelo-esverdeado 144A Grupo laranja-acinzentado 164A Yellow-green group 144A g48-95 Grupo amarelo-verde 146C com estrias Grupo amarelo-acinzentado 161A com estrias 187A grupo laranja-acinzentado 176A Yellow-green group 146C with streaks Grayed-yellow group 161A with streaks grayed-purple group 187A grayed-orange group 176A g168-99 Grupo marrom 200 A Grupo laranja-acinzentado 164A Brown group 200A g9m-97 Grupo amarelo-esverdeado 144A Grupo laranja-acinzentado 161A com estrias grupo roxo N177A Yellow-green group 144A Grayed-orange group 161A with streaks purple group N177A g119-99 Grupo amarelo-esverdeado 144C Grupo laranja-acinzentado 164B com Yellow-green group 144 pintas grupo laranja-acinzentado 165B Rayed-orange group 164B with spots grayed-orange group 165B g1m-95 Grupo verde 143B com estrias Grupo laranja-acinzentado 161A com estrias 187A grupo roxo N177A Green group 143B with streaks Grayed-orange group 161A with streaks grayed-purple group 187A purple group N177A g29m-94 Grupo verde 143C com estrias grupo verde 143A Grupo laranja-acinzentado 164A Green group 143C with streaks green group 143A g59-95 Grupo amarelo-esverdeado 144A Grupo cinza-amarronzado 199C Yellow green group 144A Gray-brown group 199C g146-94 Grupo amarelo-esverdeado 144A Grupo laranja-acinzentado 164A Yellow green group 144 A g10-94 Grupo verde 143C com estrias Grupo amarelo-acinzentado 161A com pintas grupo verde 143A grupo marrom 200A Green group 143C with streaks green group 143A Grayed-yellow group 161A with spots brown group 200A g123-99 Grupo amarelo-esverdeado 144A Grupo laranja-acinzentado 164A Yellow-green group 144 A gens g168-99 e g123-99, sementes manchadas e pintadas. As demais linhagens produziram sementes manchadas. Os padrões anular e liso não foram encontrados em nenhuma das linhagens estudadas. As sementes tiveram como cor básica os grupos laranjaacinzentado 164A (g10-94), 165B (g168-99), 166A (g59-95), 166B (g1m-95), 166D (g29m-94), N167B (g121-99), N167C (g9m-97 e g123-99) e 173C (g48-95), laranjaesbranquiçado 159C (g119-99) e amarelo-esbranquiçado 158C (g146-94) (Tabela 4). Todas as linhagens apresentaram cor secundária nas sementes e coloração do grupo laranjaacinzentado 156A (g146-94), 156C (g119-99), 166A (g1m-95 e g10-94), 166B (g9m-97, g123-99 e g29m-94), 166D (g59-95), N167C (g121-99), 174A (g48-95) e 175A (g168-99) (Tabela 4). Uma linhagem apresentou largura de hilo de 1 mm (g59-95); três, 1,5 mm (g168-99, g1m-95 e g10-94); e outras seis, 2 mm (g121-99, g48-95, g9m-97, g29m-94, g146-94 e g123-99); e uma, 2,5 mm (g119-99). Os hilos das sementes tiveram cor dos grupos branco 155A (g146-94 e g10-94), 155B (g48-95 e g29m-94), 155C (g121-99 e g123-99) e 155D (g168-99, g9m-97 e g59-95) e amarelo-esbranquiçado 158A (g119-99 e g1m-95) (Tabela 4). No grupo de linhagens descrito por Godoy et al. (2003), a maioria das linhagens apresentou hilos com coloração do grupo marrom-avermelhado. As linhagens g121-99 e g168-99 produziram sementes ovais; as linhagens g119-99, g1m-95, g59-95 e g123-99, sementes redondas; e as linhagens g48-95, g9m-97, g29m-94, g146-94 e g10-94, sementes quadradas. Não foram encontradas sementes alongadas, ao contrário do observado por Godoy et al. (2003), que verificaram sementes alongadas, ovais e quadradas. Conforme constatado por Godoy et al. (2003) e Godoy et al. (2004), também para este grupo de linhagens, as características morfológicas utilizadas revelaram-se adequadas para sua distinção. Verificou-se ainda que a maior parte das linhagens pode ser individualmente distinguida apenas pelas características de suas sementes. Godoy et al. (2003) sugeriram que, embora este tipo de trabalho em grandes coleções requeira elevado número de descritores, em coleções menores, é necessário buscar a simplificação dos descritores propostos por IBPGR & ICRISAT (1993), principalmente quanto à descrição das

Provazi et al. 333 Tabela 4 - Caracterização das sementes de linhagens puras de guandu Table 4 - Seed characteristics of pigeon-pea pure lines Linhagem Padrão de Cor básica da Cor secundária da Cor em volta Largura do Forma da Line coloração semente semente do hilo hilo (mm) semente Color pattern Basic seed color Secondary seed color Color around hilum Hilum thickness Seed shape g121-99 Pintada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155C 2 Oval Dotted acinzentado N167B acinzentado N167C White group 155C Oval Grayed-orange group N167B Grayed-orange group N167C g48-95 Manchada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155B 2 Quadrada Spotted acinzentado 173C acinzentado 174A White group 155B Squared Grayed-orange group 173C Grayed-orange group 174A g168-99 Manchada e pintada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155D 1,5 Oval Spotted and dotted acinzentado 165B acinzentado175a White group 155D Oval Grayed-orange group 165B Grayed-orange group 175A g9m-97 Manchada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155D 2 Quadrada Spotted acinzentado N167C acinzentado 166B White group 155D Squared Grayed-orange group N167C Grayed-orange group 166B g119-99 Pintada Grupo laranja- Grupo branco- Grupo amarelo-branco 158A 2,5 Redonda Dotted esbranquiçado 159C acinzentado 156C Yellow-white group 158A Rounded Orange-white group 159C Grayed-white group 156C g1m-95 Manchada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo amarelo-branco 158A 1,5 Redonda Spotted acinzentado 166B acinzentado 166A Yellow-white group 158A Rounded Grayed-orange group 166B Grayed-orange group 166A g29m-94 Manchada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155B 2 Quadrada Spotted acinzentado 166D acinzentado 166B White group 155B Squared Grayed-orange group 166D Grayed-orange group 166B g59-95 Manchada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155D 1 Redonda Spotted acinzentado 166A acinzentado 166D White group 155D Rounded Grayed-orange group 166A Grayed-orange group 166D g146-94 Manchada Grupo amarelo- Grupo laranja- Grupo branco 155A 2 Quadrada Spotted esbranquiçado 158C acinzentado 156A White group 155A Squared Yellow-white group 158C Grayed-white group 156A g10-94 Manchada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155 1,5 Quadrada Spotted acinzentado 164A acinzentado 166A White group 155A Squared Grayed-orange group 166A g123-99 Manchada e pintada Grupo laranja- Grupo laranja- Grupo branco 155C 2 Redonda Spotted and dotted acinzentado N167C acinzentado 166B White group 155C Rounded Grayed-orange group N167C Grayed-orange group 166B cores do caule, das flores e das sementes, pois os manuais de cores são de difícil obtenção e pouco práticos para utilização no campo. Neste estudo, utilizou-se o manual de cores para uma classificação mais eficiente e internacionalmente aceitável, porém, mantiveram-se os outros critérios para que todas as linhagens inicialmente selecionadas por Godoy et al. (1994, 1997) possam ser uniformemente caracterizadas. Conclusões As 13 linhagens de Cajanus cajan descritas neste trabalho possuem características distintas e, em condições de campo, são facilmente identificáveis por suas características morfológicas. A descrição de cores no caule, nas flores, nas sementes ou nas vagens de Cajanus cajan, com o auxílio do sistema de padrão de cores permitiu classificar as linhagens de forma internacionalmente aceitável. Literatura Citada COLOMBO, C.A. Estudo da variabilidade fenotípica do feijão guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.). Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1989. 131p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 1989. GODOY, R.; BATISTA, L.A.R.; NEGREIROS, G.F. Avaliação agronômica e seleção de germoplasma de guandu forrageiro (Cajanus cajan (L.) Millsp.). Revista Brasileira de Zootecnia, v.23, n.5, p.742-49, 1994. GODOY, R.; BATISTA, L.A.R.; NEGREIROS, G.F. Avaliação agronômica e seleção de germoplasma de guandu forrageiro (Cajanus cajan (L.) Millsp.) proveniente da Índia. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26, n.3, p.447-453, 1997. GODOY, R.; BATISTA, L.A.R.; SOUZA, F.H.D. et al. Caracterização de linhagens puras de guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.). Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.3, p.546-555, 2003.

334 GODOY, R.; FUSHITA, A.T.; SOUZA, F.H.D. Caracterização de onze linhagens puras de guandu selecionadas em São Carlos, SP. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.6, p.2206-2213, 2004 (supl. 3). INTERNATIONAL BOARD FOR PLANT GENETIC RESOURCES & INTERNATIONAL CROP RESEARCH INSTITUTE FOR THE SEMI ARID TROPICS. Descriptors for pigeon-pea (Cajanus cajan (L.) Millsp.). Rome: IBPGR; Patancheru, India: ICRISAT, 1993. 31p. THE ROYAL HORTICULTURAL SOCIETY. RHS colour chart. London: 2001. (4 fan). WERNER, J.L. O potencial do guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.) como planta forrageira. Zootecnia, v.17, n.2, p.73-100, 1979. WUTKE, E.B.; COSTA, J.D. Caracterização fenotípica e avaliação agronômica de genótipos de guandu (Cajanus cajan (L.) Millsp.). In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 41., 1989, Fortaleza. Resumos... São Paulo: SBPC, 1989. v.41, p.12-12. Recebido: 24/11/05 Aprovado: 26/10/06