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Transcrição:

DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO SESSÃO: 199.3.54.O DATA: 08/07/13 TURNO: Vespertino TIPO DA SESSÃO: Não Deliberativa de Debates - CD LOCAL: Plenário Principal - CD INÍCIO: 14h30min TÉRMINO: 19h DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO Hora Fase Orador 18:21 CP PAES LANDIM Obs.: Inexistência de quórum.

Ata da 199ª Sessão da Câmara dos Deputados, Não Deliberativa de Debates, da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, da 54ª Legislatura, em 8 de julho de 2013. Presidência dos Srs.: Gonzaga Patriota, 1º Suplente de Secretário. Amauri Teixeira, Onofre Santo Agostini, Luiz Couto, Mauro Benevides, nos termos do 2º do artigo 18 do Regimento Interno.

[CD1][CD2]O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Não havendo quórum regimental para abertura da sessão, nos termos do 3º do art. 79 do Regimento Interno, aguardaremos até meia hora para que ele se complete. 3

I[CD3][CD4] - ABERTURA DA SESSÃO (Às 14 horas e 30 minutos) O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Declaro aberta a sessão. Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos. O Sr. Secretário, o Ilmo. Sr. Deputado Padre Luiz Couto, procederá à leitura da ata da sessão anterior. II - LEITURA DA ATA O SR. LUIZ COUTO, servindo como 2º Secretário, procede à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada. III - EXPEDIENTE [CD5] 4

[CD6]O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Passa-se ao IV - PEQUENO EXPEDIENTE Iniciaremos agora a primeira parte do Pequeno Expediente. Para encaminhar seu discurso, que será considerado lido, cada Parlamentar terá direito a 1 minuto, prorrogável por mais 1, para que todos falem neste Pequeno Expediente. O Deputado Onofre Santo Agostini, em permuta com este Parlamentar, é o primeiro inscrito.[cd7] 5

[CD8]O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, povo brasileiro, quero abordar projeto de lei que apresentei nesta Casa, que modifica o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho, de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, com o intuito de dispor sobre o número de conselheiros integrantes da Administração Pública. Minha intenção é de que haja em cada Município, e em cada Região Administrativa do Distrito Federal, no mínimo um Conselho Tutelar, como órgão integrante da Administração Pública local, composto de cinco membros, escolhidos pela população local para mandato de 2 anos, permitida a recondução, mediante novo processo de escolha. Os Municípios com população inferior a 2 mil habitantes terão, no máximo, dois Conselheiros Tutelares, e os Municípios com população igual ou superior a 2 mil e inferior a 6 mil habitantes terão, no máximo, três Conselheiros Tutelares. Já os Municípios com população igual ou superior a 6 mil habitantes terão, no máximo, cinco Conselheiros Tutelares. Portanto, Sr. Presidente, esse projeto de lei estabelece regras para o número de membros dos Conselhos Tutelares. Srs. Deputados, há Municípios pequenos, com 2 mil habitantes, com cinco Conselheiros. É um absurdo. É um absurdo! E Municípios com 200 mil, 300 mil ou 400 mil habitantes têm o mesmo número, cinco Conselheiros. Por isso, atendendo a um apelo dos Prefeitos dos Municípios pequenos de Santa Catarina, estamos dando entrada a esse projeto para normalizar o número de Conselheiros por habitantes, para que Municipíos com 2 mil habitantes tenham dois 6

Conselheiros, Municípios com 2 mil a 6 mil habitantes, três Conselheiros, e Municípios com 6 mil habitantes ou mais, cinco Conselheiros. Por isso, Sr. Presidente, solicito que V.Exa. determine a publicação nos Anais desta Casa deste nosso pronunciamento. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero, neste momento, abordar projeto de lei que apresentei nesta Casa, que modifica o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências, com o intuito de dispor sobre o número dos conselheiros integrantes da Administração Pública. Minha intenção é de que haja em cada Município, e em cada Região Administrativa do Distrito Federal, no mínimo um Conselho Tutelar, como órgão integrante da Administração Pública local, composto de até cinco membros, escolhidos pela população local para mandato de 2 anos, permitida uma recondução, mediante novo processo de escolha. Os Municípios com população inferior a 2 mil habitantes terão no máximo dois Conselheiros Tutelares, e os Municípios com população igual ou superior a 2 mil e inferior a 6 mil habitantes terão no máximo três Conselheiros Tutelares. Já os Municípios com população igual ou superior a 6 mil habitantes terão, no máximo, cinco Conselheiros Tutelares. Portanto, Sr. Presidente, esse projeto de lei estabelece regras para o número de membros dos Conselhos Tutelares em cada Município, corrigindo uma distorção existente na lei, assegurando que o Município com até 2 mil habitantes só poderá 7

contratar, no máximo, dois conselheiros, não havendo necessidade de número maior para atender aos munícipes e, consequentemente, não onerando o Município. Acredito que estejamos contribuindo para aperfeiçoar os Conselhos Tutelares de todo o Brasil. Era o que tinha a dizer. [CD9] 8

O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, a revista ISTOÉ, na semana passada, entrevistou o renomado especialista contemporâneo em movimentos sociais nascidos na Internet, o sociólogo espanhol Manuel Castells, que, aos 68 anos de idade, carrega o peso da experiência em movimentos sociais. Ele se encontrava no Brasil, participando de uma série de conferências, quando as manifestações de protestos se espalharam rapidamente por todo o País. Com expressões de cunho forte, certezas e sinceridade ao responder por e- mail as perguntas repassadas pela revista ISTOÉ, Manuel Castells passou sua visão analógica entre os acontecimentos manifestos pelos movimentos sociais brasileiros e os movimentos sociais estrangeiros repassados de década em década. Foram 21 perguntas, e nenhuma delas deixou fugir seu caráter científico e social, que, em anos de experiências, ficou reconhecido como a quarta posição entre cientistas sociais de todo o mundo. Sua vida é extensa e nosso tempo para falar da sua competência é curto, mas, para resumir sua bela colocação, quero deixar registrados neste plenário apenas alguns dos trechos da entrevista. Peço-lhe, por gentileza, Sr. Presidente, que sejam divulgados o inteiro teor deste pronunciamento e do anexo a ele nos meios de comunicação da casa, inclusive no programa A Voz do Brasil. Uma das perguntas ao sociólogo feitas pela revista foi: Faz sentido continuar nas ruas se os problemas da saúde e da educação não podem ser resolvidos rapidamente, como o das passagens de ônibus? 9

Ele respondeu: Em primeiro lugar, o movimento quer transporte gratuito, pois afirma que o direito à mobilidade é um direito universal. Os problemas de transporte que tornam a vida nas cidades uma desgraça são consequência da especulação imobiliária, que constrói o município irracionalmente, e de planejamento local ruim, por causa da subserviência dos prefeitos e suas equipes aos interesses do mercado imobiliário, não dos cidadãos. Além disso, por causa da mobilização, a presidenta Dilma Rousseff também está propondo novos investimentos em saúde e educação. Como leva muito tempo para obter resultados, é hora de começar rapidamente. Perguntado também se nossa Presidenta Dilma agiu corretamente ao falar na TV à nação, convocar reuniões com Governadores, Prefeitos e manifestantes para propor um pacto, respondeu: Com certeza, ela é a primeira líder mundial que presta atenção, que ouve as demandas de pessoas nas ruas. Ela mostrou que é uma verdadeira democrata, mas ela está sendo esfaqueada pelas costas por políticos tradicionais. As declarações de José Serra (o exgovernador tucano criticou as iniciativas anunciadas pela presidenta) são típicas de falta de prestação de contas dos políticos e da incompreensão deles sobre o direito 10

das pessoas de decidir. Os cargos políticos não são de propriedade de políticos. Eles são pagos pelos cidadãos que os elegem. E os cidadãos vão se lembrar de quem disse o quê nesta crise quando a eleição chegar. Ainda a revista pergunta: Como comparar o movimento brasileiro com os que ocorreram no resto do mundo? Responde o socialista: Houve milhões de pessoas protestando dessa forma durante semanas e meses em países de todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de mil cidades foram ocupadas entre setembro de 2011 e março de 2012. A diferença no Brasil é que uma presidenta democrática como Dilma Rousseff e um punhado de políticos verdadeiramente democráticos, como Marina Silva, estão aceitando o direito dos cidadãos de se expressar fora dos canais burocráticos controlados. Esse é o verdadeiro significado do movimento brasileiro: ele mostra que ainda há esperança de se reconectar instituições e cidadãos, se houver boa vontade de ambos os lados. Finalmente a revista perguntou: A ausência de líderes enfraquece o movimento?. Respondeu o socialista: 11

Pelo contrário, este é o vigor do movimento. Todo mundo é o seu próprio líder. Novamente perguntado pela ISTOÉ: Mas isso não inviabiliza a negociação com a elite política? Respondeu: Não, a prova disso é que a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com alguns representantes do movimento. Neste sentido, os fatos supracitados pelo emérito socialista abrem uma nova visão entre o Governo e a sociedade, pois o Governo mostra mais uma vez que o papel democrático está sendo exercido com firmeza e com laços sociais reafirmados por nossa Presidenta. Tenho certeza de que, através das pacíficas movimentações sociais e dos esforços contemplados por civis, construiremos um novo espaço para suprir o dever do Estado com o povo. Para finalizar, quero parabenizar Manuel Castells, mestre e especialista contemporâneo em movimentos sociais nascidos na internet, por muito contribuir com o entendimento entre os movimentos sociais e seus motivos e quero reafirmar uma de suas frases: A grande força desses movimentos é que eles são espontâneos, livres, uma celebração da liberdade. Eu gostaria que fosse dada publicidade a toda a matéria, tanto ao pronunciamento como à entrevista, em que ele diz: Dilma é a primeira líder mundial a ouvir as ruas. O maior especialista contemporâneo em movimentos sociais 12

nascidos na Internet, respondendo com muita clareza acerca dos acontecimentos, diz, numa matéria, que a nossa Presidenta Dilma foi a primeira líder mundial a ouvir as ruas. Gostaria que todo o material fosse registrado nos Anais desta Casa e também que lhe fosse dada a devida publicidade nos meios de comunicação desta Casa, inclusive no programa A Voz do Brasil. Era o que tinha a dizer. MATÉRIA A QUE SE REFERE O ORADOR Protestos na América Latina. Há um movimento estudantil forte no Chile, embriões surgindo na Colômbia, no México e no Uruguai, diz Castells Dilma é a primeira líder mundial a ouvir as ruas. Maior especialista contemporâneo em movimentos sociais nascidos na internet, o sociólogo espanhol diz que a condução da crise no Brasil mostra que há esperanças de se reconectar instituições e cidadãos. O sociólogo espanhol Manuel Castells, 68 anos, estava no Brasil participando de uma série de conferências quando os protestos pela redução das tarifas de ônibus começaram, ainda tímidos, em São Paulo. Um dos maiores especialistas da atualidade em movimentos sociais na era da internet, nem ele podia imaginar que o País todo seria tomado por uma onda de passeatas que se transformaria na mais importante manifestação política da sociedade brasileira em 20 anos. Se querem mudanças, não bastam somente as críticas na internet. É preciso tornar-se visível, desafiar a ordem estabelecida e forçar um diálogo, afirma o sociólogo. Castells analisou outros movimentos semelhantes, como a Primavera Árabe, o Occupy, nos Estados Unidos, os Indignados, na Espanha, e agora também acompanha a defesa da Praça Taksim, na Turquia. Com extenso e respeitado trabalho sobre o papel das novas tecnologias de informação e comunicação, o sociólogo diz que a grande força desses movimentos é a ausência de líderes e enxerga um esgotamento do modelo 13

atual de representatividade. Autor de 23 livros, ele lança em breve Redes de Indignação e Esperança Movimentos Sociais na Era da Internet (Zahar Editora). Castells foi professor da Universiade de Berkeley, na Califórnia, por 24 anos. Atualmente, vive em Barcelona, na Espanha, de onde falou à ISTOÉ por e-mail, e é professor da Universidade Aberta da Catalunha e da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Istoé - O sr. estava no Brasil quando ocorreram os primeiros protestos em São Paulo. Podia imaginar que eles tomariam essa proporção? Manuel Castells - Ninguém podia. Mas o que eu imaginava, e pesquisei durante vários anos, é que a crise de legitimidade política e a capacidade de se comunicar através da internet e de dispositivos móveis levam à possibilidade de que surjam movimentos sociais espontâneos a qualquer momento e em qualquer lugar. Porque razões para indignação existem em todos os lugares. Istoé - O Brasil reduziu muito a desigualdade social nos últimos anos e tem pleno emprego. Como explicar tamanho descontentamento? Manuel Castells - A juventude em São Paulo foi explícita: Não é só sobre centavos, é sobre os nossos direitos. É um grito de basta! contra a corrupção, arrogância, e às vezes a brutalidade dos políticos e sua polícia. Istoé - Faz sentido continuar nas ruas se os problemas da saúde e da educação não podem ser resolvidos rapidamente, como o das passagens de ônibus? Manuel Castells - Em primeiro lugar, o movimento quer transporte gratuito, pois afirma que o direito à mobilidade é um direito universal. Os problemas de transporte que tornam a vida nas cidades uma desgraça são consequência da especulação imobiliária, que constrói o município irracionalmente, e de planejamento local ruim, por causa da subserviência dos prefeitos e suas equipes aos interesses do mercado imobiliário, não dos cidadãos. Além disso, por causa da mobilização, a presidenta Dilma Rousseff também está propondo novos investimentos em saúde e educação. Como leva muito tempo para obter resultados, é hora de começar rapidamente. 14

Istoé - A presidenta Dilma agiu corretamente ao falar na tevê à nação, convocar reuniões com governadores, prefeitos e manifestantes para propor um pacto? Manuel Castells - Com certeza, ela é a primeira líder mundial que presta atenção, que ouve as demandas de pessoas nas ruas. Ela mostrou que é uma verdadeira democrata, mas ela está sendo esfaqueada pelas costas por políticos tradicionais. As declarações de José Serra (o ex-governador tucano criticou as iniciativas anunciadas pela presidenta) são típicas de falta de prestação de contas dos políticos e da incompreensão deles sobre o direito das pessoas de decidir. Os cargos políticos não são de propriedade de políticos. Eles são pagos pelos cidadãos que os elegem. E os cidadãos vão se lembrar de quem disse o quê nesta crise quando a eleição chegar. Istoé - Como comparar o movimento brasileiro com os que ocorreram no resto do mundo? Manuel Castells - Houve milhões de pessoas protestando dessa forma durante semanas e meses em países de todo o mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de mil cidades foram ocupadas entre setembro de 2011 e março de 2012. A diferença no Brasil é que uma presidenta democrática como Dilma Rousseff e um punhado de políticos verdadeiramente democráticos, como Marina Silva, estão aceitando o direito dos cidadãos de se expressar fora dos canais burocráticos controlados. Esse é o verdadeiro significado do movimento brasileiro: ele mostra que ainda há esperança de se reconectar instituições e cidadãos, se houver boa vontade de ambos os lados. Istoé - O que é determinante para o sucesso desses movimentos convocados pela internet? Manuel Castells - Que as demandas ressoem para um grande número de pessoas, que não haja políticos envolvidos e que não haja líderes manipulando. Pessoas que se sentem fortes apoiam umas às outras como redes de indivíduos, não como massas que seguem qualquer bandeira. Cada um é seu próprio movimento. A brutalidade policial também ajuda a espalhar o movimento através de imagens na internet difundidas por telefones celulares. 15

Istoé - Por que tantos protestos acabam em saques e depredações? Como evitar que marginais se aproveitem do movimento? Manuel Castells - Há violência e vandalismo na sociedade. É impossível preveni-los, embora os movimentos em toda parte tentem controlá-los porque eles sabem que a violência é a força mais destrutiva de um movimento social. Às vezes, em alguns países, provocadores apoiados pela polícia criam a violência para deslegitimar o movimento. Istoé - Como a polícia deve agir? Manuel Castells - Intervir de forma seletiva, com cuidado, profissionalmente, apenas contra os provocadores e os grupos violentos. Nunca, nunca disparar armas letais, e se conter para não bater indiscriminadamente em manifestantes pacíficos. A polícia é uma das razões pelas quais as pessoas protestam. Istoé - A ausência de líderes enfraquece o movimento? Manuel Castells - Pelo contrário, este é o vigor do movimento. Todo mundo é o seu próprio líder. Istoé - Mas isso não inviabiliza a negociação com a elite política? Manuel Castells - Não, a prova disso é que a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com alguns representantes do movimento. Istoé - Qual é a grande força e a grande fraqueza desses movimentos? Manuel Castells - A grande força é que eles são espontâneos, livres, festivos, é uma celebração da liberdade. A fraqueza não é deles, a fraqueza são a estupidez e a arrogância da classe política que é insensível às demandas autônomas de cidadãos. Istoé - No Brasil, partidos políticos foram banidos das manifestações e há quem enxergue nisso o perigo de um golpe. Faz sentido essa preocupação? Manuel Castells - Não há perigo de um golpe de Estado. Os corruptos e antidemocráticos já estão no poder: eles são a classe política. Istoé - Como resolver a crise de representatividade da classe política? Manuel Castells - Com reforma política, com uma Assembleia Constituinte e um referendo. A presidenta Dilma Rousseff está absolutamente certa, mas, nesse sentido, ela será destruída por sua própria base. 16

Istoé - Essas manifestações articuladas através das redes sociais demandam uma nova forma de participação dos cidadãos nos processos de decisão do Estado? Qual? Manuel Castells - Sim, esta é a nova forma de participação política emergente em toda parte. Analisei este mundo em meu livro mais recente. Istoé - O que há em comum entre os movimentos sociais contemporâneos? Manuel Castells - Redes na internet, presença no espaço urbano, ausência de liderança, autonomia, ausência de temor, além de abrangência de toda a sociedade e não apenas um grupo. Em grande parte os movimentos são liderados pela juventude e estão à procura de uma nova democracia. Istoé - O movimento Occupy, nos EUA, foi derrotado pela chegada do inverno. Que legado deixou? Manuel Castells - Deixou novos valores, uma nova consciência para a maioria dos americanos. Istoé - Os Indignados espanhóis conseguiram alguma vitória? Manuel Castells - Muitas vitórias, especialmente em matéria de direito de hipoteca e despejos de habitação e uma nova compreensão completa da democracia na maioria da população. Istoé - Que paralelos o sr. vê entre o movimento turco e o brasileiro? Manuel Castells - São muito similares. São igualmente poderosos, mas a Turquia tem um primeiro-ministro fundamentalista islâmico semifascista e o Brasil, uma presidenta verdadeiramente democrática. Isso faz toda a diferença. Istoé - Acredita que essa onda de protestos se espalhará para outros países da América Latina? Manuel Castells - Há um movimento estudantil forte no Chile, e embriões surgindo na Colômbia, no México e no Uruguai. Istoé - Países que controlam a internet, como a China, estão livres dessas manifestações? Manuel Castells - Não, isso é um erro da imprensa ocidental. Há muitas manifestações na China, também organizadas na internet, como a da cidade de Guangzhou (no sul do país), em janeiro passado, pela liberdade de imprensa (o editorial de um jornal foi censurado e isso motivou as primeiras manifestações pela 17

liberdade de expressão na China em décadas. Pelo menos 12 pessoas foram detidas, acusadas de subversão). Istoé - Como o sr. vê o futuro? Manuel Castells - Eu não gosto de falar sobre o futuro, mas acredito que ele será mais brilhante agora porque as sociedades estão despertando através desses movimentos sociais em rede. Por: Daniela Mendes 18

[CD10]O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, daqui a pouco vou estar presente, com vários Parlamentares desta Casa, junto com a Presidente Dilma, no lançamento do Pacto Nacional pela Saúde. Eu fiz este pronunciamento e queria pedir a V.Exa. que os meios de comunicação desta Casa, inclusive o programa A Voz do Brasil, lhe dessem ampla divulgação. Um dos assuntos mais polêmicos é o Programa Mais Médicos, que fará parte do Pacto Nacional pela Saúde. Sem dúvida nenhuma, é um assunto sério e que deverá ser enfrentado por esta Casa, com a urgência e a firmeza que o assunto requer, independentemente das pressões e lobbies dos que advogam o contrário. Trata-se do intercâmbio de médicos de outros países, principalmente oriundos de Portugal, da Espanha e de Cuba. Hoje o Brasil, se quiser atingir a meta de 2,7 médicos por mil habitantes, proposta pela Organização Mundial de Saúde, terá que imediatamente contratar 168.424 médicos.[cd11] Portanto, é um absurdo ouvir muitos advogando contrariamente à decisão da Presidenta. Por isso, faço este pronunciamento. Tenho certeza de que essa é a decisão correta. Quem sabe daqui a alguns anos não precisaremos mais contratar médicos. O Brasil começa a possibilitar, inclusive com o FIES, aos pobres, que não têm renda, fazerem sua faculdade e depois pagarem. Porém, agora precisamos contratar médicos. PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, funcionários e todos aqueles que nos acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, nesta 19

segunda-feira (8), logo mais, às 15 horas, no Salão Nobre de Palácio do Planalto, participarei do lançamento do Pacto Nacional pela Saúde Mais Hospitais e Unidades de Saúde, Mais Médicos e Mais Formação. O evento contará também com a presença da Presidenta Dilma Rousseff. Neste caso, gostaria de tratar aqui do assunto mais polêmico do momento e que tem a ver com o Programa Mais Médicos, que fará parte do Pacto Nacional pela Saúde. Sem dúvida nenhuma, é um assunto sério e que deverá ser enfrentado por esta Casa com a urgência e a firmeza que requer, independentemente das pressões e lobbies dos que advogam o contrário. Trata-se do intercâmbio de médicos de outros países, principalmente oriundos de Portugal, da Espanha e de Cuba. Hoje o Brasil, se quiser atingir a meta de 2,7 médicos por mil habitantes, proposta pela Organização Mundial de Saúde, terá que imediatamente contratar 168.424 médicos. Agora, de onde tirar estes profissionais? Mesmo com os recentes investimentos, não temos como vislumbrar a cobertura deste déficit, em tempo hábil, somente com médicos formados no Brasil, haja vista que nos últimos 10 anos apenas 93.156 foram formados por nossas universidades. A população brasileira, principalmente a de regiões remotas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País, não pode esperar por mais 1 década, 2 décadas, 3 décadas. Não é justo, Sr. Presidente, que a região do Marajó, no Estado do Pará, que tem um dos menores IDH do País e uma população de 450 mil habitantes, quase toda ela totalmente dependente do SUS, conte apenas com 10 médicos; enquanto, pelas contas da OMS, deveria ter no mínimo 90 médicos. 20

E não adianta dizer que é má gestão dos Prefeitos da região, não. Os gestores municipais chegam a oferecer até 30 mil por 15 dias de trabalho, com casa, comida e roupa lavada, e ninguém vai. Também não venham me dizer que esses Municípios não têm condições de infraestrutura. Por mais que o investimento em unidades de saúde na região ainda não seja o ideal, todos os Municípios tem UBS's, PACS e vários outros profissionais. A Região Norte, proporcionalmente à sua população, possui os piores índices, quando se trata da demografia médica brasileira. Para a Região se destinam apenas 8,1% das vagas ofertadas em todo o País, apenas 7,1% de egressos das universidades, 4,1% de médicos ativos e 4,5% de empregos médicos. São da Região Norte também o segundo e o terceiro colocados entre os piores Estados na relação entre médico e população. Enquanto a OMS estipula que deve haver 2,7 médicos por cada mil habitantes, no Estado do Pará contamos com apenas 0,77 médico para atender mil habitantes. Só ganhamos dos Estados do Amapá e do Maranhão, segundo e primeiro colocados no ranking dos menos assistidos em todo o Brasil, com 0,76 médico por mil habitantes e 0,58 médico por mil habitantes, respectivamente. Portanto, Sras. Deputadas e Srs. Deputados, por mais que sejam pertinentes as críticas da categoria e a forte campanha dos médicos de todo o País contrários a decisão do Governo Federal de amenizar, em curto prazo, esta dívida com a população brasileira, propiciando assistência à saúde com o mínimo de justiça, através da formalização de intercâmbio entre países de língua portuguesa e espanhola com tradição em atendimento médico e com uma relação entre médico e 21

população acima do índice proposto pela OMS, nós não podemos deixar de apoiar e aprovar essas medidas tão logo cheguem a este Congresso Nacional. Da mesma forma, temos que dar todo o apoio às demais medidas implementadas pelo Executivo Federal para sanar em médio e longo prazo este déficit injusto, desumano e muitas vezes mortal para uma enorme parte da população brasileira. Das medidas já adotadas pelo Governo Federal, cito aqui as mais importantes e urgentes: abertura de 2.415 vagas em cursos de Medicina até 2014; abertura de novas vagas de residência, em especialidades diversas, nos Estados que mais precisam, com 4 mil bolsas, até 2014; destinação de 3.800 médicos para atuarem nas periferias das grandes cidades e no interior, através do PROVAB, pagos com recursos federais; desconto na dívida do FIES para os profissionais que trabalhem onde o SUS precisa; e ampliação de 129% no investimento para bolsas em residência médica, chegando a R$ 46,4 milhões em 2013. A abertura de mais 2.415 vagas em cursos de Medicina até o fim de 2013, já autorizada pelo Ministério da Educação MEC, contempla todas as regiões do País. Nas instituições superiores do Norte e Nordeste serão abertas 1.365 vagas. Ao todo, nas universidades públicas federais, a expansão da oferta do ensino de Medicina prevê a abertura de 1.615 vagas, sendo 1.040 em 18 novos cursos, em 12 Estados. As recém-criadas Universidades Federais do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), do Sul da Bahia (UFSBA) e do Oeste da Bahia (UFOBA) vão ofertar, juntas, 220 vagas. Os cursos já existentes nas Regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste terão 355 vagas. Outras 800 vagas serão abertas em nove instituições particulares. 22

No Pará, além das novas vagas criadas com a expansão do curso de Medicina da UFPA e a criação do curso da UNIFESSPA, defendo também que o MEC se empenhe muito na criação do curso de Medicina na UFOPA, em Santarém. É claro que muito terá que ser feito para isso. No entanto, o desafio está posto, e a solução do problema não pode esperar por tempo indefinido. Era o que tinha a dizer.[cd12] 23

O SR. FERNANDO MARRONI (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores, penso que o Sistema Único de Saúde brasileiro, fruto de uma luta de mais de 30 anos, que começou com a reforma sanitária, encontrou no PT e nos demais partidos de esquerda os sujeitos políticos que sempre levaram essa luta adiante, quando muitos eram contra ela. Hoje temos a informação de que os planos de saúde aumentaram em 40% a quantidade de usuários, o que tem gerado filas para os atendimentos e exames, maiores inclusive do que as filas do SUS. Isso está difuso também nas manifestações que acontecem por todo o País. Mas o Governo não está parado. A Presidenta hoje vai fazer um anúncio importante, o do Pacto Nacional pela Saúde. Eu, particularmente, para além desses anúncios, quero dizer que a minha região, no exercício de 2013, recebeu algo em torno de 30 milhões de reais para o custeio da rede de urgência e emergência regional, das Unidades Básicas de Saúde e das UPAs. A minha cidade, em particular, recebeu 1 milhão 750 mil para custeio. Ou seja, o Governo Federal, além de estar ajudando os Municípios na construção e no equipamento das Unidades Básicas de Saúde e dos hospitais, também está fazendo importantes investimentos no custeio do sistema de saúde pública do nosso País. Portanto, quero agradecer ao Ministro Padilha, ao Secretário Helvécio e à Presidenta Dilma pelas ações que estão em curso na área da saúde. Obrigado, Sr. Presidente. 24

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, todos aqueles que nos assistem pela TV Câmara, hoje ocupo este espaço para falar sobre um tema que requer toda a atenção por parte do poder público: a saúde, neste caso específico, a atenção básica. Pela manhã estive reunido com o Secretário Nacional de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, para tratar de temas ligados à saúde básica do Rio Grande do Sul. Pois recebi do Secretário grandes notícias: foram liberados para o Rio Grande do Sul quase R$ 6 milhões para construção, ampliação e custeio de Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os Municípios contemplados serão Pelotas (R$ 1,75 milhão), Arroio Grande (R$ 1,029 milhão), Cerrito (R$ 657 mil), Capão do Leão (R$ 816 mil), São Lourenço do Sul (R$ 753 mil), Taquari (R$ 408 mil) e General Câmara (R$ 408 mil). Com exceção de Pelotas, para o qual destinamos uma emenda de R$ 1,75 milhão, com o objetivo de custear os postos de saúde da cidade, todos os outros recursos são verbas extraorçamentárias do Governo Federal. Nas minhas andanças pelo Rio Grande, ouvi as demandas dos Prefeitos, Secretários e Vereadores, levei-as até o Ministério da Saúde, e hoje fomos contemplados. Eu fui Prefeito de Pelotas e sei muito bem a importância de atenção básica no sistema de saúde municipal. Se o postinho funciona e cumpre o seu papel de prevenção, todo o resto do sistema sai ganhando. Por isso é de extrema importância não só construir cada vez mais Unidades Básicas de Saúde, mas também mantê-las funcionando, com médico, medicamento e estrutura adequada. 25