Em audiência foi colhido o depoimento pessoal da autora e inquirida a testemunha.

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Transcrição:

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 1ª REGIÃO 6ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro RUA DO LAVRADIO, 132, 1º Andar, CENTRO, RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: 20230-070 tel: (21) 23805106 - e.mail: vt06.rj@trt1.jus.br PROCESSO: 0010918-71.2015.5.01.0006 CLASSE: AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO (985) RECLAMANTE: INGRID SILVA DA ROCHA RECLAMADO: JUNQUEIRA DE CARVALHO E MURGEL CONSULTORES ASSOCIADOS SENTENÇA PJe-JT I - RELATÓRIO INGRID SILVA DA ROCHA, qualificada na inicial, ajuizou em 16/10/2016 a presente ação em face de JUNQUEIRA DE CARVALHO E MURGEL CONSULTORESASSOCIADOS, pleiteando os pedidos narrados na inicial. Conciliação recusada. A ré apresentou contestação e documentos. Em audiência foi colhido o depoimento pessoal da autora e inquirida a testemunha. As partes apresentaram memoriais com suas alegações finais Sem mais provas, vieram os autos conclusos. II - FUNDAMENTAÇÃO Inépcia da inicial Aduz a ré a inépcia da inicial, alegando que a parte autora apresenta pedido genérico, não indicando os períodos de férias e do 13º salário, afirmando ainda ser o pedido ilíquido, apesar de atribuir a causa valor inferior a 40 salários mínimos. Em audiência, parte autora esclareceu que seus pedidos são referentes ao período de estabilidade. Quanto à apresentação de pedido ilíquido, ressalto que o rito adotado para a tramitação deste feito foi o ordinário. Sobre o caso, segue entendimento do TST:

INÉPCIA DA INICIAL. ADOÇÃO DE RITO ORDINÁRIO. VALOR DA CAUSA INFERIOR A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. PEDIDO ILÍQUIDO. Não procede a alegada violação do inciso I do artigo 852-B da CLT, uma vez que somente se o processo seguir pelo rito sumaríssimo é que a lei impõe ao autor da ação a apresentação de pedidos líquidos. Por outro lado, a adoção do rito sumaríssimo nas causas inferiores a 40 salários mínimos não é obrigatória, mas facultativa, não havendo, in casu, nenhuma irregularidade a ser sanada, visto que a propositura da reclamação no rito ordinário, que aceita a forma ilíquida do pedido, está em conformidade com o ordenamento jurídico. Recurso de Revista não conhecido. LITIGÂNCIA DE MÁ- FÉ. ARESTOS INESPECÍFICOS. Inespecíficos os arestos que não partem das premissas fáticas enfocadas pelo Regional. Incidência da Súmula 296 do TST. Recurso de Revista não conhecido. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. POLICIAL MILITAR E EMPRESA PRIVADA. A decisão regional está em consonância com a Súmula 386 do TST. Recurso de Revista não conhecido.(tst - RR: 440001520025170003 44000-15.2002.5.17.0003, Relator: José Simpliciano Fontes de F. Fernandes, Data de Julgamento: 01/10/2008, 2ª Turma,, Data de Publicação: DJ 17/10/2008.) Logo, existiria inépcia unicamente se pretendesse a reclamante litigar sob o rito sumaríssimo sem liquidar seus pedidos, o que não é o caso. Pelo exposto, rejeito a preliminar. Estabilidade gestacional Cuida-se de processo no qual a reclamante, demitida sem justa causa em 02/02/2015 (TRCT de id 9bffbf5) e anotada sua CTPS (id. 9c393ac) com data de saída em 06/03/2015, considerando aviso, sustenta que constatou seu estado gravídico no período correspondente à projeção do aviso prévio. Pugna a reintegração ou, subsidiariamente, a indenização referente ao período estabilitário. A ré, por sua vez, alega que não merecem prosperar as alegações autorais, haja vista que a gravidez ocorreu após o decurso do aviso prévio. O art. 10, II, "b" da ACDT da Constituição da República veda a dispensa arbitrária ou sem justa causa da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Ademais, o TST, em sua Súmula 244, consolidou entendimento de que o desconhecimento do estado gravídico não afasta o direito do pagamento da indenização decorrente da estabilidade, e que quando a ação for apreciada após o decurso do prazo de estabilidade, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. No caso concreto, os exames (id. 0f2bc8e, eb1e001 e 47e9d9d) comprovam que em 06/03/2015 a autora já estava grávida, uma vez que o exame realizado em 24/03/2015 (ultrassonografia), indica uma gestação de 7 semanas e 6 dias.

Portanto, tenho por comprovado que quando da extinção do vínculo a reclamante já estava grávida, considerando a projeção do aviso prévio indenizado, o qual integra o contrato de trabalho para todos os fins, na forma do art. 487, 1º da CLT. O documento de id. eee4b30, por sua vez, comprova que a filha da reclamante nasceu em 30/10/2015. Dessa forma, condeno a reclamada ao pagamento dos salários vencidos entre 06/03/2015 e 29/10/2015, bem como aos salários vencidos entre 28/02/2016 e 28/03/2016, sendo o hiato correspondente ao período em que a reclamante deveria ter recebido salário-maternidade, cujo ônus é da Previdência Social, não da empresa. Além dos salários, condeno a reclamada ao pagamento do FGTS vencido no período. Outrossim, condeno a reclamada ao pagamento das seguintes verbas rescisórias, considerando a demissão sem justa causa ao final do período de estabilidade: a) aviso prévio indenizado (36 dias); b) férias vencidas e proporcionais, acrescidas de terço de férias; c) décimo terceiro salário vencido (2015) e proporcional (2016); d) multa de 40% sobre os depósitos do FGTS. Os valores acima deverão ser compensados com os valores já pagos a título de rescisão contratual, conforme TRCT de id. 9bffbf5, com exceção do aviso prévio indenizado, uma vez que a presente sentença considera seu pagamento como o pagamento do salário vencido entre 02/02/2015 e 06/03/2015, determinando-se, pois, o pagamento integral do aviso prévio ao final da estabilidade. Condeno a reclamada, ainda, a retificar a CTPS da reclamante, para fazer constar como data da extinção do contrato de trabalho 28/03/2016 (considerando a projeção do aviso prévio, devendo ser anotado nas "anotações gerais" o dia considerado como último dia trabalhado - 21/02/2016). Contribuições previdenciárias e IRPF Acerca das contribuições previdenciárias, considerando que a ausência de recolhimento é atribuível ao empregador, tenho por adequado imputar a ele o pagamento dos juros e da multa decorrente do atraso, restando o reclamante responsável apenas pela contribuição pelo valor histórico. Honorários advocatícios Os honorários advocatícios são indevidos nesta Justiça Especializada, salvo quando preenchidos os requisitos da Lei 5584/70, o que não ocorreu no presente caso. Com relação ao pagamento dos honorários contratuais, com suporte no art. 389 do

Código Civil, trata-se de mera argumentação com a finalidade de desvirtuar o sistema instituído pela Lei 5584/70. Assim, considerando a especialidade da sistemática trabalhista, tenho por não incidente a norma em comento, no caso específico, com fundamento no art. 2º, 2º da LINDB. Julgo, pois, improcedente o pedido, no particular. III - DISPOSITIVO Posto isto, julgo PROCEDENTES os pedidos, para condenar a ré proceder à anotação da extinção do contrato na CTPS da autora, conforme fundamentação, e ao pagamento de: a) Salários vencidos entre 06/03/2015 e 29/10/2015; b) Salários vencidos entre 28/02/2016 e 28/03/2016; c) FGTS vencido no período; d) Férias integrais, acrescidas de 1/3; e) Férias proporcionais, acrescidas de 1/3; f) 13º salário vencido (2015); g) 13º salário proporcional (2016); h) Multa de 40% do FGTS; i) Aviso prévio indenizado. Parcelas eventualmente já pagas poderão ser deduzidas em sede de execução, competindo à ré/executada comprovar sua quitação mediante apresentação dos comprovantes de pagamento. As parcelas supra deferidas serão acrescidas de juros e correção monetária ex vi legis, observada a variação salarial, os períodos de suspensão e interrupção do contrato de trabalho, caso houver, bem como a dedução dos valores pagos sob os títulos ora deferidos, nos termos da fundamentação supra, que este decisumintegra. Para os fins do 3º ao artigo 832 da CLT, declaro que as seguintes parcelas não integram o conceito de salário-de-contribuição (art. 28 da Lei 8.212/91): férias, acrescidas de 1/3, FGTS e multa de 40%.

Juros moratórios de 1% ao mês, pro rata die, a partir do ajuizamento da ação (art. 883, CLT e art. 39, Lei 8177/91) e correção monetária observada a época própria (art. 459, único, CLT e S. 381, TST). Os descontos previdenciários deverão ser quantificados mês a mês, com fulcro no art. 276, 4º, Dec. 3048/99 e art. 68, 4º, Dec. 2137/97, sendo que as contribuições do empregado incidem apenas sobre as verbas de natureza salarial, sendo os recolhimentos de responsabilidade da reclamada, autorizado a dedução dos valores cabíveis à parte empregada, observado o limite máximo de salário de contribuição e a dedução apenas do valor histórico, conforme fundamentação. As contribuições previdenciárias deverão ser apuradas com a observância do 2º do art. 43 e do art. 35, ambos da Lei 8.212/91, ou seja, considerando-se a data da prestação do serviço como fato gerador do tributo e atualizando-se os valores devidos em conformidade com o art. 61 da Lei 9.430/96. Considerando o disposto no art. 32, IV, da Lei n. 8.212/91, no art. 225, IV, do Decreto n. 3.048/99 e nos arts. 105 e 134 da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13/11/2009, e considerando que a finalidade das contribuições vertidas à Seguridade Social, por força do art. 195 da Constituição, não é apenas arrecadatória, mas principalmente, para reconhecimento do tempo de atividade prestada pelo trabalhador e seu respectivo salário de contribuição, deverá a executada, no prazo de 30 dias após cumpridas as obrigações perante a Receita Federal no tocante às referidas contribuições, juntar aos autos: a) cópia da Guia GPS com o recolhimento no código 2909 (ou 2801-CEI), identificando, assim, a situação a que se refere; b) cópia do Protocolo de envio do arquivo da GFIP retificadora (com indicação dos salários de contribuição retificados, mês a mês), emitido pelo Conectividade Social (MANUAL DA GFIP/SEFIP, item 11.2 do Capítulo I, Orientações Gerais, p. 23); c) cópia do Comprovante de declaração à Previdência Social com o código da GFIP 650 e a indicação do processo trabalhista (como finalidade identificar o fato gerador que deu origem ao recolhimento/declaração, MANUAL DA GFIP/SEFIP, item 8.1 do Capítulo IV, Orientações Especiais, p. 125). A parte autora fica advertida que para a contagem dos direitos ora reconhecidos para fins previdenciários deverá seguir o procedimento administrativo previsto nos arts. 71 a 75 da Instrução Normativa 77/2015 do INSS. No tocante ao imposto de renda, autoriza-se a sua retenção na fonte, observada sua incidência mês a mês e a tabela progressiva, na forma do art. 12-A da Lei 7713/88, com a nova redação dada pela lei 12350/2010, bem como a Instrução Normativa 1127 da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Observe-se a não tributação sobre juros de mora na forma da OJ 400 da SDI-1 do TST.

Por fim, devem os valores correspondentes aos depósitos ao FGTS serem recolhidos diretamente ao FGTS, para posterior liberação ao trabalhador, por alvará, em face do parágrafo único do art. 26 da Lei 8.036/90. Liquidação por cálculos. Defiro à parte autora o benefício da justiça gratuita. Custas de R$ 500,00 pela ré, considerando o valor de R$ 25.000,00 arbitrado para este feito. Intimem-se as partes e a União. RIO DE JANEIRO,10 de Outubro de 2016 IGOR FONSECA RODRIGUES Juiz do Trabalho RIO DE JANEIRO, 10 de Outubro de 2016 IGOR FONSECA RODRIGUES Juiz do Trabalho Substituto