O Parlamento dos Jovens Por: Ema Morais (7ºD) O Parlamento dos Jovens já vai na 21º edição e tudo começou com a ideia da deputada Julieta Sampaio. Hoje podemos ver participantes de edições anteriores já verdadeiros deputados concretizando o seu sonho. O tema deste ano foi Racismo, Preconceito e Discriminação tema bastante atual, desenvolvido também nas aulas de Educação para a Cidadania.. E tudo começou. Pelos corredores da escola só se viam cartazes, Eleição para o Parlamento dos Jovens de 15 a 18 de janeiro e ouviam-se os tradicionais vota A, vota D... Do 5º ao 9º ano, todos esperavam o resultado das eleições realizadas a 20 de janeiro, tendo ganho a lista E, com 72 votos. Na sessão escolar, realizada a 22 de janeiro, no Auditório da Escola Nadir Afonso, havia 31 deputados eleitos, que iriam escolher, numa renhida eleição, os deputados que iriam representar o Agrupamento Dr. Júlio Martins, na sessão distrital em Vila Real, pois todos queriam ir, mas só quatro (três efetivos e um suplente) o poderiam fazer. Nesta sessão notavam-se os diferentes poderes de argumentação, sendo maiores os dos alunos de 9º ano. No entanto, houve deputados do 5º ano que me surpreenderam pela positiva. Fui eleita eu, que era a 1º vez que participava uma vez que ando no 7º ano, a Ana Rute do 8º ano, o Miguel Mendonça do 9º ano e a Sandrina Braga também do 9º ano, eleita como suplente. 1 P ágina
Indo eu, indo eu a caminho da sessão distrital A Sessão Distrital decorreu no dia 14 de março no IPDJ em Vila Real. Foi ali que criámos diversos laços de amizade e nos divertimos bastante, descobrindo as diferentes pronúncias e conversando sobre tudo e mais alguma coisa, mas trabalhando sempre. Após a abertura da sessão, estava previsto a realização de perguntas a um deputado da Assembleia da República, eleito pelo círculo de Vila Real, no entanto, não foi possível uma vez que os deputados, nesse dia, estavam a debater o Orçamento de Estado. Sobrou assim mais tempo para realizar as reuniões das comissões, previamente estabelecidas e formadas com os deputados eleitos pelas várias escolas do distrito. Nestas comissões foram analisadas as recomendações elaboradas pelas escolas e feitas propostas de aditamento, eliminação etc Alguns dos nossos deputados sabiam falar bastante bem, porém vários esgotaram prematuramente o seu tempo, tanto era o que tinham para dizer. A presidente da mesa, Renata Gaspar, provou ser merecedora do cargo que ocupava pois soube dirigir bastante bem a sessão e isso comprovou-se ao ser eleita secretária de mesa para a sessão nacional. Na parte final da sessão, embora já cansados, estávamos entusiasmados com a eleição das escolas e das medidas que iriam representar o nosso distrito na sessão nacional. Após várias repetições das votações (alguns deputados esqueciam-se de votar e não levantavam a mão na abstenção ou os deputados suplentes esqueciam-se de que não podiam votar), conseguimos finalmente fazer a eleição. A nossa escola Dr. Júlio Martins foi uma das mais interventivas e por isso obteve o maior número de votos. Seguiu-se a Escola Morgado Mateus. Foi também eleito porta-voz distrital o Miguel Mendonça, aluno da nossa escola. Bem-vindos à sessão nacional Chegou finalmente o grande dia, pelo qual todos ansiavam. Levantámo-nos bem cedinho e lá fomos a caminho de Lisboa. No autocarro, fomos encontrando diversas pessoas, dos mais variados distritos. Fomos trocando experiências e aproveitando para nos conhecermos melhor. Momento de convivio numa das paragens 2 P ágina
Chegámos a Lisboa às 13:30h, depois de uma longa viagem. Na Assembleia, fomos encaminhados para a sala das Comissões, tendo antes de passar pelo detetor de metais e as nossas mochilas pelo raio x. Nós, jornalistas, tínhamos acesso a todas as salas das comissões, mas depois de passar por todas, decidi ficar naquela onde estava o meu círculo, para acompanhar passo a passo o debate. Os deputados do circulo de Vila Real No final do debate nas Comissões houve uma visita guiada. Foi-nos mostrada a Sala dos Passos Perdidos onde pudemos aprender que o seu nome se deve a ter sido (e ainda é) uma sala de espera (agora dos jornalistas), onde as pessoas esperavam impacientemente, dando inúmeros passos que acabavam por ser perdidos.. Visitámos também a grande sala do Plenário, onde os deputados se reúnem para discutirem os assuntos do país. A meio dos trabalhos tivemos um lanche e voltámos para a sala das comissões onde alguns Sala dos passos perdidos círculos tinham formado grupos, permitindo que as suas medidas fossem discutidas e aprovadas. Eu achei que o processo não foi o mais correto, mas como jornalista, não me competia a mim julgar, mas sim ter uma atitude imparcial perante os acontecimentos. Antes do jantar, em self-service nos belíssimos claustros, tivemos um momento cultural que foi bastante diferente dos anos anteriores. Quando estávamos na sala do Senado, apareceu do nada, um grupo de dança que começou a dançar e nos contagiou. Fomos todos dançar com eles, mas devido a um problema no som o resto do momento foi cancelado, com muita pena nossa. 3 Página
Toda a gente, do meu autocarro, pernoitou no Inatel de Oeiras com uma vista privilegiada para o rio e estuário do Tejo. Ainda nos deu tempo para ir dar um passeio à beira-rio. Durante a noite, falámos de tudo e mais alguma coisa e foi muito rapidamente que amanheceu e tivemos de recomeçar os trabalhos na Assembleia da República. Na sessão plenária foram discutidos os projetos de recomendação. A maioria das propostas consistia em apostar na prevenção ou cortar o mal pela raiz como muitos diziam. Todos sabemos que as crianças são muito ingénuas e por isso deveriam ser realizadas campanhas de Sessão plenária na sala das sessões sensibilização, nas escolas, bem como criadas instituições de apoio à vítima de racismo. Das medidas apresentadas, lamento que os deputados não tenham escolhido uma medida que vise punir os praticantes de racismo, pois para mim, isso seria muito importante, na medida em que, eles saem ilesos e irão continuar a fazê-lo. No final dos trabalhos, ficámos com pena da partida, porque os novos amigos que fizemos iam ser deixados para trás. Resta-me dizer que passámos por experiências inesquecíveis e deixámos uma recomendação à Assembleia da República que foi a nossa opinião, a opinião dos jovens, sobre o Racismo, Preconceito e Discriminação. No regresso a casa, todos nós ficámos com o sentimento de dever cumprido e principalmente com a sensação gratificante de termos feito algo pelo nosso país. Jornalista Ema Marques Morais (7º D) Maio de 2016 Escola Secundária Dr. Júlio Martins 4 P ágina
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