CÓDIGO CONTRIBUTIVO Principais Implicações para as Empresas João Santos
Enquadramento Legal Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social (CC) Aprovado pela Lei n.º 110/2009, de 16 de Setembro Lei n.º 119/2009, de 30 de Dezembro adiou a entrada em vigor para 1 de Janeiro de 2011 PEC III Confirmou a entrada em vigor em 1 de Janeiro de 2011
Código Contributivo Primeira sistematização dos actos normativos que regulam a relação contributiva, revogando-se cerca de 40 diplomas legais Actualiza, consolida e reforça a coerência dos regimes contributivos Clarifica e harmoniza os princípios que determinam os direitos e as obrigações Introduz forte simplificação e modernização administrativas
Código Contributivo Introduz alterações Regime Geral de Trabalhadores por Conta de Outrem ( Regime Geral ) art. 24.º e segs. CC o Membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades equiparadas Regime dos Trabalhadores Independentes ( Regime dos TI ) art. 132.º e segs. CC
Regime Geral Alterações introduzidas visam Simplificação do cumprimento da obrigação contributiva Aproximação da protecção social dos trabalhadores ao rendimento real Adequação do esforço contributivo com base no custo da protecção social garantida Promoção de relações laborais estáveis
Regime Geral Principais novidades Alargamento da base de incidência, em especial para os trabalhadores por conta de outrem (art. 46.º CC) Adequação da taxa social à modalidade de contrato (art. 55.º CC) Criação de regime de cumulação de trabalho dependente e independente (art. 129.º CC) Obrigação de contribuição para as entidades contratantes de serviços (art. 168.º CC)
Alargamento da base de incidência Principais Alterações Harmonização da base de incidência da taxa social única com os rendimentos sujeitos a tributação em sede de IRS Aproximação da base de incidência à remuneração efectivamente auferida pelo trabalhador Aumento do montante das contribuições a cargos das empresas e trabalhadores, com algumas excepções
Alargamento da base de incidência Principais Alterações Novas componentes: o Despesas de representação, desde que se encontrem prédeterminadas o Valores dispendidos pela empresa em aplicações financeiras a favor dos trabalhadores (ex. PPR s, seguros de vida e fundos de pensões), quando sejam objecto de resgate, adiantamento, ou em qualquer caso de recebimento de capital antes da data da passagem à situação de pensionista, ou fora dos condicionalismos legalmente definidos o Prestações relacionadas com o desempenho da empresa quando, quer no respectivo título atributivo, quer pela sua atribuição regular e permanente, revistam carácter estável independentemente da variabilidade do seu montante
Base de Incidência Novas componentes (sujeitas a incidência contributiva nos termos previstos no CIRS): o Despesas resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura automóvel que gere encargos para a empresa o Despesas de transporte, pecuniárias ou não, suportadas pela empresa para custear deslocações em benefício dos trabalhadores o Compensação por cessação do contrato de trabalho por acordo, com direito a prestações de desemprego o Importâncias auferidas por utilização de automóvel próprio ao serviço da empresa
Base de Incidência o Ajudas de custo, abonos de viagem, despesas de transporte, abonos de instalação e outras equivalentes o Abonos para falhas o Montantes atribuídos a título de participação nos lucros da empresa, se não estiver assegurada pelo contrato uma remuneração certa, variável ou mista adequada ao seu trabalho
Base de Incidência Outras prestações base de incidência (art. 47.º CC) Valores excluídos da base de incidência (art. 48.º CC) o Compensação pela não concessão de férias ou folgas o Subsídios para compensação de encargos familiares como creches, estabelecimentos de educação, lares e serviços de apoio social o Valor das refeições tomadas em refeitórios das empresas o Compensação por cessação de contrato em caso de despedimento colectivo, extinção de posto de trabalho ou inadaptação o Indemnização pela cessação do contrato a termo antes de findo o prazo convencional
Principais Alterações Adequação da taxa social à modalidade de contrato Contrato por tempo indeterminado parcela a cargo da empresa é reduzida em 1% (medida de incentivo) 22,75% Contrato a termo/comissão de serviço parcela a cargo da empresa é acrescida em 3% (penalização da precariedade) 26,75 (nota: prevê-se o adiamento desta medida) Excepções: i) substituição de trabalhador em gozo de licença de parentalidade; ii) substituição de trabalhador com incapacidade temporária para o trabalho, por doença, por período igual ou superior a 90 dias
Principais Alterações Criação de regime de cumulação de trabalho dependente e independente São abrangidos pelo regime geral os trabalhadores que acumulem trabalho dependente com actividade profissional independente para a mesma empresa ou para empresa do mesmo agrupamento empresarial A base de incidência contributiva referente à actividade profissional independente corresponde ao montante ilíquido de honorários devidos pelo seu exercício A taxa contributiva é 34,75%
Membros de órgãos estatutários de pessoas colectivas (MOE) Regime Geral Principais alterações o Redução da taxa contributiva: 20,3% a cargo da empresa e 9,3% a cargo do MOE o O limite máximo da base de incidência (12 x o valor do IAS) passa a ser aferido em função de cada uma das remunerações auferidas pelo MOE, em cada uma das empresas em que exerça actividade o As senhas de presença passam a integrar a remuneração dos MOE
Principais Alterações o Os trabalhadores por conta de outrem nomeados para cargos de gestão nas entidades a cujo quadro pertencem só são excluídos do regime aplicável ao MOE caso, à data de início das funções de gestão, já tiverem contrato com a empresa há, pelo menos, 1 ano, que tenha determinado a inscrição obrigatória em regime de protecção social o O MOE de pessoa colectiva com fins lucrativos que não recebe qualquer tipo de remuneração pelo exercício da respectiva actividade é excluído do regime aplicável aos MOE, desde que sejam abrangidos por regime obrigatório de protecção social em função do exercício de outra actividade em cumulação com aquela, pela qual aufiram rendimento superior a 1 x o IAS
Regime dos Trabalhadores Independentes Alterações introduzidas visam Alargamento da protecção na doença a todos os trabalhadores independentes Aproximação da base de incidência à remuneração efectivamente auferida pelo trabalhador Partilha dos encargos da protecção social por parte dos prestadores de serviços com os beneficiários das mesmas
Regime dos Trabalhadores Independentes Principais alterações Criação de um regime único de protecção, que inclui a eventualidade doença (actual regime alargado) Enquadramento oficioso em escalões de rendimentos indexados ao IAS com base em declaração de rendimentos, correspondendo o rendimento relevante a: o 70% do valor total de prestação de serviço no ano civil imediatamente ao momento de fixação da base de incidência contributiva o 20% dos rendimentos associados à produção e venda de bens no ano civil imediatamente anterior ao momento de fixação da base de incidência contributiva
Principais Alterações A taxa contributiva dos prestadores de serviços é de 24, 6% e a dos produtores ou comerciantes de 29,6% As entidades contratantes passam a contribuir com 5% sobre 70% do valor total de cada serviço prestado (nota: medida está em ponderação), desde que essas entidades tenham uma actividade empresarial
Principais Alterações Os TI estão isentos da obrigação de contribuir quando cumulem actividade independente com actividade profissional por conta de outrem, desde que, cumulativamente: o Exercício da actividade independente e por conta de outrem sejam prestadas a empresas distintas o Exercício da actividade por conta de outrem determine o enquadramento obrigatório em regime de protecção social que cubra a totalidade das eventualidades abrangidas pelo regime dos trabalhadores independentes o O valor da remuneração anual, considerado o outro regime de protecção social, seja igual ou superior a 12 x IAS
Código Contributivo Consequências do não cumprimento de obrigações Art. 3.º da lei que aprova o CC o Informar a Segurança Social sobre contratos de trabalho em vigor o Aplicação da taxa contributiva mais elevada Art. 29.º/4 e 5 do CC o Comunicação da admissão de trabalhadores o Presunção (ilidível) de início da prestação de trabalho no 1.º dia do 6.º mês anterior à verificação do incumprimento Art. 32.º do CC o Comunicação da cessação, suspensão e alteração da modalidade de CT o Presunção (ilidível) da existência de relação laboral, mantendo-se a obrigação contributiva
Art. 41.º/3 CC o Suporte das declarações de remunerações Consequências o Rejeição da declaração, considerando-se como não entregue Art. 55.º/6 CC o Comunicar à Segurança Social a modalidade de CT o Conversão de CT a termo em CT por tempo indeterminado Art. 103.º e 104.º CC o Exigibilidade das contribuições em caso de despedimento por motivos objectivos ou sem justa causa que ocorra dentro dos 24 meses seguintes ao termo do período de concessão de dispensa o Não concessão de novas dispensas nos 24 meses seguintes em caso de despedimento por motivos objectivos ou sem justa causa
João Santos joao.santos@mirandalawfirm.com