Ano 6 Nº 1.440 APFT Associação Paulista de Fomento ao Turfe QUARTA-FEIRA 30 DE ABRIL DE 2014 BRASILEIROS NO EXTERIOR (de 23 a 29/Abr) Reprodutores que Serviram no brasil ELUSIVE QUALITY (USA), 1993, Gone West Touch Of Greatness (Heros Honor): Pai de: Beauty Parlor-USA (f, 2, Mãe: Moon Queen-IRE, por Sadlers Wells-USA) 2º. Prix Caravelle (L - 2100m Toulouse-FR) HOLY ROMAN EMPEROR (IRE), 2004, Danehill L on Vite (Secretariat): Pai de: Designs On Rome-IRE (m, 3, Mãe: Summer Trysting-USA, por Alleged-USA) 1º. Queen Elizabeth II Cup (G1-2000mT Sha Tin-HK) Pai de: Charles The Great-IRE (m, 4, Mãe: Jojeema-GB, por Barathea-IRE) 1º. The Sprint Cup (G2-1200mT Sha Tin-HK) NORTHERN AFLEET (USA), 1993, Afleet Nuryette (Nureyev): Pai de: Embellishing Bob-USA (m, 2, Mãe: Kirsche- USA, por Defrere-USA) 1º. Derby Trial Stakes (G3-1600m Churchill Downs- USA) PEINTRE CELEBRE (USA), 1994, Nureyev Peinture Bleue (Alydar): Pai de: Coolibah-IRE (f, 3, Mãe: Honour Bright-IRE, por Danehill-USA) 3º. Victor McCalmont Memorial Stakes (L - 1900mT Gowran Park-IRE) REFUSE TO BEND (IRE), 2000, Sadlers Wells Market Slide (Gulch): Pai de: Without Fear-FR (m, 5, Mãe: Kansas-GB, por Kahyasi-IRE) 3º. Dansk Jockey Club Cup (L - 1800mT Klampenborg- DEN) Coolmore SAGAMIX (FR), 1995, Linamix Saganeca (Sagace): Pai de: Siljan s Saga-FR (f, 3, Mãe: Humoriste-FR, por Saint Cyrien-FR) 3º. Prix Allez France (G3-2000mT Chantilly-FR) Holy Roman Emperor
APFT - Jornal Informativo - 30/04/14 - Página 2 de 7 2 Avôs maternos que Serviram no brasil PEINTRE CELEBRE (USA), 1994, Nureyev Peinture Bleue (Alydar): Avô materno de: Perfect Start-NZ (f, 4, Pai: Perfectly Ready-AUS e Artemesia-NZ) 3º. Anzac Handicap (L - 1600mT Awapuni-NZ) ROCK OF GIBRALTAR (IRE), 1999, Danehill Offshore Boom (Be My Guest): Avô materno de: Breton Rock-IRE (m, 3, Pai: Bahamian Bounty-GB e Anna s Rock-IRE) 3º. Leicestershire Stakes (L - 1400mT Leicester-GB) ROYAL ACADEMY (USA), 1987, Nijinsky Crimson Saint (Crimson Satan): Avô materno de: Vivi Veloce-AUS (f, 3, Pai: More Than Ready-USA e Royal Sash-AUS) 3º. Queen Of The South Stakes (G2-1600mT Morphettville-AUS) Avô materno de: Hoovergetthekeys-USA (m, 2, Pai: Henrythenavigator-USA e Honeypenny-USA) 3º. Premio Parioli (G3-1600mT Capannelle-ITY) Avô materno de: Sahawar-FR (m, 3, Pai: Dark Angel-IRE e Saaryeh-GB) 3º. Le Vase D argent (L - 2000mT Toulouse-FR) SINNDAR (IRE), 1997, Grand Lodge Sinntara (Lashkari): Avô materno de: Salford Secret-IRE (m, 2, Pai: Sakhee s Secret-GB e Dhuyoof-IRE) 1º. Premio Parioli (G3-1600mT Capannelle-ITY) VETTORI (IRE), 1992, Machiavellian Air Distingue (Sir Ivor): Avô materno de: Arabian Gold-AUS (f, 3, Pai: Dubawi- IRE e Coablo-AUS) 1º. Frank Packer Plate (G3-2000mT Randwick-AUS) profissionais ALTAIR DOMINGOS: Jóquei de: Octavianus-ARG (m, 2, Pai: Exchange Rate- USA e October Glory-IRE, por Cozzene-USA) 2º. Clasico Antartida Argentina (L - 1200mT San Isidro-ARG) JOÃO MOREIRA: Jóquei de: Military Attack-IRE (m, 5, Pai: Oratorio-IRE e Almaaseh-IRE, por Dancing Brave-USA) 2º. Queen Elizabeth II Cup (G1-2000mT Sha Tin-HK) RAFAEL SCHISTL: Jóquei de: Without Fear-FR (m, 5, Pai: Refuse To Bend- IRE e Kansas-GB, por Kahyasi-IRE) 3º. Dansk Jockey Club Cup (L - 1800mT Klampenborg- DEN) Royal Academy ASSINE O TURFE TOTAL! O MELHOR INFORMATIVO DE TURFE - CONSULTA DOS PRINCIPAIS HIPÓDROMOS DO BRASIL DESDE 1992. Informações: ectoledo59@gmail.com
APFT - Jornal Informativo - 30/04/14 - Página 03 de 07 3 HIPÓDROMO: PORTA DE ENTRADA DO TURFE Sergio Barcellos O conjunto das instalações do Hipódromo Brasileiro é, sem dúvida, um dos maiores e mais belos patrimônios arquitetônicos do Rio de Janeiro, algo capaz de despertar emoção estética em todos aqueles que o conhecem de perto. Hoje custaria uma quantia inimaginável construir suas cinco magníficas tribunas em estilo neoclássico com as marquises em balanço, as pistas de corrida e treinamento, o conjunto de cocheiras das centenárias vilas hípicas que abrigam mais de 1.900 boxes. Nele, tudo, literalmente tudo, em seus 640.000 m² de área, respira majestade. Não há outra palavra. Na verdade, o Hipódromo Brasileiro é um tributo mais que isso, é uma solene reverência à qualidade da imaginação, ao poder da vontade, a um temperamento que privilegiava coragem por oposição à timidez, ao apetite pela aventura em lugar do amor pelas facilidades da vida, dos homens que o erigiram. E o legaram a nós, à cidade, ao público, e aos sócios do clube. Vila Hípica do Jockey Club Brasileiro Entrada social do Jockey Club Brasileiro E, ainda, decorar isso tudo com balcões de apostas em carvalho maciço, fantásticos mármores, luminárias, bronzes, arandelas, vidros importados, a sanca pintada à mão do grande salão de apostas da tribuna social com os cavalos e as cores das blusas do tempo da inauguração, mais os amplos espaços interiores ornados por lustres do mais puro cristal Baccarat (que remontam a meados do século XIX), sem mencionar pisos de cerâmica e de madeira que datam da virada do século XX. Sob qualquer aspecto que se examine, o Hipódromo Brasileiro é de uma suntuosidade sem par. Nesta já longa vida, tive oportunidade de conhecer e admirar alguns belos hipódromos de outros países e outros turfes. Igual ao nosso? Nenhum. Com os verdes do entorno das montanhas e a visão protetora do Cristo Redentor? Nenhum. Com a lagoa à frente, e o Jardim Botânico ao lado? Nenhum. Com aquele paddock sombreado e tecnicamente perfeito ao redor da estátua do Dollar? Nenhum. Com este céu azul-anil que nos protege nas tardes ensolaradas dos fins de semana felizes das corridas do Rio de Janeiro? Nenhum. Garanto: nenhum! Vista do Cristo e Jockey Club Brasileiro
APFT - Jornal Informativo - 30/04/14 - Página 04 de 07 4 De tempos em tempos, porém, parece que nos esquecemos de quanto herdamos dos fundadores do clube. De tempos em tempos, como que nos acostumamos ao que é único nesta vida. Nada de novo, faz parte da natureza humana a pretensa intimidade com o belo. Ocorre, porém, que não é possível esquecer, pois esquecer equivaleria a desonrar a memória dos homens que fizeram o Jockey Club Brasileiro. Em uma palavra, esquecer seria ser insensível à arte suprema de sua criação. É um fato que o turfe, na acepção da palavra, se faz a partir da qualidade e da correção dos hipódromos, pois eles é que são e continuam sendo, a porta de entrada de novos adeptos desse esporte e dessa atividade. Quem tem dúvidas a respeito, deveria conhecer melhor as revelações da extensa pesquisa do poderoso The Jockey Club, da América, onde isso está afirmado e reafirmado com uma clareza de ofender a vista. Quem tem dúvidas, é só perguntar aos ingleses por que eles resolveram praticamente reconstruir Ascot há alguns anos, e aos franceses por que vão fazer o mesmo com Longchamp, a partir deste ano, depois de terem reformado e ampliado Chantilly. Para nós, herdeiros desse imensurável patrimônio, basta mantê-lo protegido, intocado, e conservado e isso, felizmente, está acontecendo. Basta ter olhos de ver, sem qualquer outro viés, senão o de constatar, o que vem sendo feito, a partir de maio de 2012, para recuperálo. E recuperando-o, devolver-lhe seu antigo orgulho e majestade. Jockey Club Brasileiro em dia de corridas Primeiro, tratou-se de recuperar seus espaços internos, como o paddock, por exemplo. Depois, vieram os muros externos, com as grades e painéis que os compõem e são quase dois quilômetros de muros e painéis da mais fina alvenaria, que ameaçavam apodrecer e cair, em meio à mais completa degradação a que foram submetidos durante muito tempo. Depois dos muros, seguiu-se a renovação dos enormes espaços atrás das tribunas principais, cujos pisos se soltavam ao menor contato, e cuja trama subterrânea de encanamentos de há muito havia se perdido. Hoje, já é possível perceber a longa vereda entre os fundos da tribuna C e a tribuna social totalmente recuperada, organizada, ajardinada, e limpa. Hall social do Jockey Club Brasileiro Não, nós não precisamos construir um novo Hipódromo Brasileiro. O que está aí, é mais que apropriado e suficiente, inclusive porque suas tribunas atendem ao moderno pressuposto de aproximar os espectadores, o mais possível, do local do espetáculo, no caso as pistas de corrida. Até nisso, os construtores do Hipódromo Brasileiro foram perfeitos quando projetaram a distância ideal entre as pistas e as tribunas, e os ângulos de inclinação destas últimas. Mas não parou aí. À esquerda da tribuna social, terminou a construção das instalações da sala de reuniões do Conselho do JCB, tão magnífica quanto à do terceiro andar da sede social do centro da cidade, inclusive, com a mesma esplêndida mesa em forma de ferradura que lá havia, e os mesmos ornamentos que compunham seu espaço. E, de quebra, os jardins externos, é verdade.
APFT - Jornal Informativo - 30/04/14 - Página 05 de 07 5 Tudo a deixar entrever, em um vigoroso simbolismo, que o melhor local para abrigar o Conselho de uma sociedade promotora de corridas é o seu hipódromo, ao lado da visão das pistas e dos cavalos de corrida, essência mesma e justificativa de sua existência. Mas há mais. Há em curso a recuperação da tribuna dos profissionais e das instalações de pesagem, guarda das fardas, e sala de arreios, bem assim, da parte frontal da tribuna A (que não mais servirá de estacionamento de automóveis). E há, também em curso, a recuperação da tribuna C, e a vinda de novos restaurantes e galerias de arte em seu entorno que restaurantes e hipódromos são hoje uma constante dos turfes desenvolvidos (vide Longchamp, Ascot, Belmont, Palermo, etc). Tudo isso atende, também, ao compromisso do Jockey Club Brasileiro, hoje uma área inteiramente tombada pela municipalidade, de devolver ao hipódromo sua antiga forma e concepção e, a partir daí, poder valer-se da isenção dos tributos correlatos. Raia de Grama do Jockey Club Brasileiro Igualmente, prossegue o trabalho de uniformização da pista de areia, onde várias experiências já foram levadas a cabo (inclusive com a tentativa de fazê-la fibrada, como as modernas pistas de areia da França). Não é um trabalho fácil, pois significa encontrar a mistura (leia-se, a granulometria ideal do material que a reveste). Nem por isso, entretanto, vai-se desistir de torná-la a mais uniforme possível. Tais obras, seja do ponto de vista físico, seja do ponto de vista dos recursos já alocados e por alocar, é grande, sem dúvida. Mas sem hipódromo não existe possibilidade de turfe próspero. O período áureo do turfe brasileiro começou, em 1926, com a construção do novo hipódromo do Rio de Janeiro e as cocheiras das vilas hípicas. Antes disso, tudo se resumia a um romântico vir a ser. O tempo passou, é verdade. As gerações se sucederam, a sociedade mudou, e com ela os hábitos da população. Nada mais normal. Agora, é hora de se pensar em como transferir a correção e funcionalidade do hipódromo para o movimento geral de apostas (MGA), e retomar a caminhada do turfe do JCB. Pois uma coisa não existe sem a outra. Para recuperar o MGA de qualquer sociedade promotora de corridas neste início de século XXI, é preciso mais. É preciso investir em novas tecnologias da informação, em geração de imagens nos padrões mundiais de qualidade, em maior capilarização das apostas, em estruturas de controle, em marketing da atividade, etc. Poder-se-ia mencionar uma série infindável de necessidades a respeito. A obra é imensa e o homem é pequeno. Nenhuma dessas necessidades, no entanto, escapa ao entendimento e à compreensão do Jockey Club Brasileiro. Neste momento, terminada a obra de construção do anel de fibra ótica em torno do hipódromo, diga-se, um projeto de anos (sem isso, não haveria a menor e mais remota possibilidade do uso da moderna tecnologia da informação), trabalha-se, neste instante, na elaboração de um novo site de apostas, mais efetivo e mais rápido. Da mesma forma, prosseguem as etapas necessárias à geração das imagens das corridas em alta definição, ao lado da revitalização e modernização da rede de agentes credenciados (40 novas agências já foram alvo deste processo). Tão importante quanto tudo isso, porém, é que, ao lado dessas iniciativas, se estuda, neste momento, a possibilidade de agregar à base dos apostadores locais uma parcela relevante dos apostadores do exterior, através do simulcasting internacional pleno, e da troca permanente
APFT - Jornal Informativo - 30/04/14 - Página 06 de 07 6 de experiência com um dos maiores operadores mundiais de apostas em corridas de cavalo. Jockey Club Brasileiro O que tudo isso quer dizer, em essência? Quer dizer que todas as naturais ansiedades pela recuperação do tempo perdido estão entendidas pelo Jockey Club Brasileiro, e ao contrário do que se possa imaginar, suas manifestações são sempre bem-vindas. Pois é exatamente do embate das opiniões, da crítica, e do contraditório, que as sociedades avançam. O Jockey Club Brasileiro, mesmo sendo um microcosmo dessa sociedade, não está nem se sente, infenso ao contraditório. Ignorá-lo seria um erro de perspectiva. Esse erro não será cometido. Ao fim e ao cabo, começando pelo hipódromo e prosseguindo pelas demais iniciativas e investimentos diretamente relacionados com as corridas; eventualmente errando e tendo que refazer caminhos e opções, como qualquer outra instituição do seu tamanho e porte, o que o Jockey Club Brasileiro de 2014 espera é somente poder estar à altura de seus insignes fundadores. Vista noturna do Hipódromo Cujas dúvidas e dificuldades e houve muitas, diga-se de passagem, se perderam pelos corredores do tempo diante da vastidão, da estatura, da dignidade, e da nobreza de sua obra. 17/04/2014 SERGIO BARCELLOS - Proprietário desde 1975. Ex-comissário de corridas e vice-presidente da Comissão de Corridas do JCB (1992-2000). Atualmente, Barcellos é vicepresidente (marketing) do JCB e segundo vice-presidente da OSAF - Organização Sul-Americana de Fomento. Autor do livro "Cavalos de Corridas - Uma Alegria Eterna" (Topbooks, 2002). Foi dada a largada!
APFT - Jornal Informativo - 30/04/14 - Página 07 de 07 7 Jockey Club Brasileiro - Grande Prêmio Brasil na década de 30