EMPREGO FORMAL NA MESORREGIÃO CENTRO-ORIENTAL DO PARANÁ: APONTAMENTOS SOBRE A SUA DISTRIBUIÇÃO 1

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Transcrição:

EMPREGO FORMAL NA MESORREGIÃO CENTRO-ORIENTAL DO PARANÁ: APONTAMENTOS SOBRE A SUA DISTRIBUIÇÃO 1 Moacir Piffer 2 Jandir Ferrera de Lima 3 Márcia Cristina Scherer Klein 4 Resumo: Esta pesquisa analisa a distribuição espacial do emprego nos municípios da mesorregião Centro-Oriental Paranaense entre 2000 a 2010. Para essa análise foram utilizadas medidas de análise regional bem como o multiplicador de emprego consolidados pela literatura. A partir da década de 1970 a economia paranaense da mesorregião Centro- Oriental se dinamizou em função de algumas especificidades, a Região Metropolitana de Curitiba por estar em um entroncamento rodoferroviário: ser um nodal de escoamento de produção para diversos destinos, tal como o Porto de Paranaguá. Dessa forma, ao estudar o crescimento dessa região e a performance do desenvolvimento regional, deve-se analisar a distribuição espacial do emprego setorial ao longo do tempo, examinando-a como parte de um todo e os elementos propulsores do seu desenvolvimento regional. Palavras-chave: Economia paranaense, economia regional, economia do trabalho, desenvolvimento regional. 1 Introdução Este texto faz apontamento sobre a distribuição espacial do emprego nos municípios da mesorregião Centro-Oriental Paranaense. Essa análise se insere em estudo realizado 1 Texto baseado em pesquisa financiada pela Fundação Araucária (PR). 2 Doutor em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Professor do Programa Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e do Colegiado de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Membro do grupo de pesquisa GEPEC. Pesquisador da Fundação Araucária. E-mail: mopiffer@yahoo.com.br 3 Doutorado em Desenvolvimento Regional (Ph.D.) pelo Université du Québec. Professor do Programa Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e do Colegiado de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Membro do grupo de pesquisa GEPEC. Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ) e da Fundação Araucária Email: jandir.lima@unioeste.br 4 Acadêmica do Curso de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) / Campus Toledo Bolsista do Programa PIBIC/CNPQ/UNIOESTE. marcia_too_@hotmail.com

sobre o emprego e o desenvolvimento regional no Estado do Paraná, financiado pela Fundação Araucária (PR). A partir de 1970 ocorreu o fortalecimento da integração da economia paranaense com a economia nacional e com a internacional, a modernização da agropecuária, o esgotamento da fronteira agrícola e a ampliação, a difusão e a diversificação dos ramos industriais, contribuindo para a formação de uma nova configuração geoeconômica no Estado do Paraná. A integração com a economia nacional e com a internacional estimulou as atividades de base (na maioria dos municípios do Paraná), ou seja, atividades que dinamizam outros ramos da economia por meio da multiplicação de empregos e que, em geral, se voltam para o mercado inter-regional. Assim, o Estado do Paraná dinamizou a sua estrutura produtiva e deixou de ser uma região voltada apenas à produção agrícola, diversificando e difundindo os seus ramos industriais, aumentando cada vez mais a sua base econômica. Nessa perspectiva, o crescimento de uma região decorre da expansão e aumento das atividades de base e, consequentemente, da demanda por produtos que ela oferece para fora da região. Crescendo e expandindo as atividades de base, cresce toda a economia regional. As regiões novas crescem quando crescem as demandas das demais regiões pelos seus produtos, provenientes das empresas localizadas no seu território. Com isso, a integração de uma região só pode ser compreendida quando analisados o perfil e a difusão das atividades de base no espaço territorial, o que estimula a inserção da economia regional na economia nacional. Ao integrar-se com outras regiões e, no caso, com a economia nacional, a região apresenta um crescimento da renda real, através da manutenção do dinamismo da(s) atividade(s) de base e da difusão do seu dinamismo para outros ramos produtivos, seja pela demanda de insumos, seja pela demanda complementar de bens e de serviços. Assim, esta análise, além de estudar o crescimento e a difusão espacial das atividades de base nos municípios que formam a mesorregião Centro-Oriental, no período de 2000 a 2010, é uma interpretação alternativa do seu crescimento, do seu desenvolvimento econômico e da dinâmica da localização do emprego e das especializações municipais paranaenses.

2 Considerações Metodológicas Neste artigo, o período de análise foi de 2000 a 2010. A variável-base foi o emprego formal distribuído por ramos de atividade econômica. Emprego formal é aquele emprego que a pessoa tem alguma ligação empregatícia com a empresa, a qual deverá pagar encargos sociais por cada funcionário registrado. O uso dessa variável se justifica pela necessidade da criação de postos de trabalho: quanto mais dinâmica a economia ao longo do tempo, maior é a sua capacidade de gerar empregos. Para Ferrera de Lima e Alves (2012, p. 57) as atividades criadoras de emprego são tomadas como os principais fatores determinantes do crescimento de uma região e de sua interação com as demais. É certo que o avanço tecnológico e a expansão da produtividade são elementos poupadores de mão de obra no longo prazo, porém um setor que tem um crescimento significativo ao longo do tempo gera encadeamentos que estimulam outros setores da economia. Isso se deve à sua interação no espaço geográfico em que alguns setores demandam insumos ou fornecem insumos a outros setores. Essas relações comerciais e de serviços fazem com que postos de trabalho perdidos em atividades básicas possam ser absorvidos por atividades não básicas. Por outro lado, conforme Boisier (1980), o objetivo final de toda política pública é (ou deveria ser) a criação de emprego e renda, além do avanço dos indicadores sociais. Ferrera de Lima e Alves (2012, p. 57) afirmam que: [...] na maturidade o processo de desenvolvimento regional, a economia passa de um continuum urbano-rural para um continuum urbano-industrial e associa-se geograficamente com outras economias regionais. Nessa perspectiva, os dados de emprego nos fornecem um mapa do fortalecimento e mesmo da transição no perfil da divisão social do trabalho entre os ramos e setores produtivos. Os dados sobre emprego, necessários à pesquisa, foram coletados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), dos anos de 2000 a 2010 para os municípios da mesorregião Centro-Oriental Paranaense. Os ramos de atividades analisados seguem a divisão da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) de 59 atividades econômicas.

Assim, para demonstrar o impacto diferenciado regionalmente das atividades de base foi utilizado o multiplicador de emprego. Os seus resultados ilustram o impacto das atividades de base ou de exportação na economia dos municípios, especificamente nas atividades não-básicas. Esse indicador é descrito a seguir: a) Multiplicador de Emprego: Quando a População Economicamente Ativa (PEA) ocupada está ligada às atividades básicas, ou seja, pela relação Si / St Ni / Nt, o valor obtido será maior que a unidade. Supõe-se, então, que esse ramo é o mais importante no contexto do município. Assim, ao estimar a população empregada em atividades básicas de um município, então, através dele, foi possível determinar a população ocupada em atividades básicas e não-básicas da economia regional e nos seus diversos ramos de atividades. Para isso foram utilizadas as estimativas propostas por Boisier (1980), por Cruz (1997), por Piffer (1999;2012) e por Costa, Delgado e Godinho (2002), da seguinte maneira: B S S Ni Nt i i t (01) Em que, B i = emprego básico da atividade produtiva no município; S i = emprego na atividade produtiva i no município; S t = emprego total no município; N i = total de emprego nas atividades produtivas no Paraná; N t = total de emprego no Paraná. Para argumentar: [...] quanto maior o acréscimo do emprego local gerado por uma unidade adicional e emprego total, induzida pelo crescimento do emprego básico, menor será o nível e fugas para o exterior da região e, logo, maior será o valor do multiplicador. Quanto maior a capacidade de criação de setor básico sobre o setor não básico isto é, quanto maior a propensão marginal à criação de empregos endógenos, maiores serão os efeitos multiplicadores. (FERRERA DE LIMA; ALVES, 2012, p. 60)

Há uma exceção, contudo, que fica com os ramos de atividades (agropecuária), que, mesmo apresentando valores negativos para o emprego base, considerarão os valores do emprego formal do município, uma vez que estas atividades são geradoras de excedentes. Empregou-se também o Coeficiente de Especialização, isto para identificar a tendência da especialização ou da diversificação das atividades produtivas nos municípios que formam a mesorregião Centro-Oriental, através da fórmula proposta por North (1955, 1977b), Boisier (1980) e Delgado e Godinho (2002). b) Coeficiente de Especialização (CE): Consiste em uma medida de natureza regional para a análise produtiva de uma determinada região e tem por objetivo investigar o grau de especialização das economias dos municípios num dado período, ou seja, compara a estrutura produtiva do município com a estrutura produtiva estadual. O CE foi estimado da seguinte maneira: TN i TE i TN TE CE j (02) 2 Em que: CE j = coeficiente de especialização; TN i = total de emprego na atividade produtiva i no município; TN = total de emprego em todas as atividades produtivas no município; TE i = total de emprego na atividade produtiva i no Paraná; TE = total de emprego em todas as atividades produtivas no Paraná. O valor do coeficiente será igual a 0 quando o município tiver uma composição setorial idêntica à estadual. Se o valor do coeficiente for igual à unidade, o município estudado estará com elevado grau de especialização em atividades ligadas a um determinado setor ou está com uma estrutura de emprego totalmente diversa da estrutura estadual. Nesse caso, o CE varia de zero (0) a um (1), sendo que, quanto mais próximo da unidade, maior é a especialização regional.

c) Quociente Locacional (QL): Foi utilizado para comparar a participação percentual de um município em um setor particular com a participação percentual do mesmo município no total do emprego da economia paranaense. O QL foi estimado da seguinte forma: QL Si St Ni Nt (03) Em que: QL = quociente locacional; S i = emprego na atividade i nos municípios; S t = emprego total no município; N i = emprego na atividade i no Paraná; N t = emprego total no Paraná. Em modelos de projeção do crescimento regional é usual conjugar os quocientes locacionais com a teoria da base econômica, considerando-se como atividades ou setores básicos aqueles para os quais o valor seja maior ou igual à unidade (1), pois estes setores teriam uma ocupação de mão-de-obra mais significativa no contexto regional, marcando a especialização relativa do município, que, no caso, são as regiões. Assim, os setores com valores iguais ou superiores à unidade seriam indutores das atividades não-básicas. Os resultados dos indicadores foram apresentados por meio de mapas temáticos, com um recorte de três anos, ou seja, foram analisados os anos de 2000, 2005 e 2010, esse recorte foi feito para mostrar a situação no começo, meio e o período final da pesquisa. A análise dos resultados dos indicadores foi complementada por uma revisão de literatura sobre o perfil histórico do desenvolvimento regional paranaense, reforçando o estudo dos indicadores de análise regional das regiões do Paraná.

3.O Multiplicador de emprego para a mesorregião Centro-Oriental Paranaense. Segundo Piffer (2009;2012) por meio da Teoria da Base Econômica de Douglass North é possível separar as atividades economias de uma região em básicas e não básicas. As atividades básicas teriam o seu destino os mercados externos á região e as atividades não básicas suprem os mercados locais. Para que ocorra o efeito multiplicador de emprego é necessário que ocorra uma expansão das atividades básicas que vai induzir o crescimento das não básicas, ou seja, tem efeito multiplicador. Com base na figura 01 os municípios na qual obtiveram o valor do multiplicador de emprego elevado, no período de 2000 a 2010 foram: Castro, Ponta Grossa e Palmeira. Figura 01: Multiplicador de emprego na mesorregião Centro-Oriental Paranaense 2000 2010. Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa.

O município de Castro ao longo do período analisado foi diminuindo a dinâmica do seu multiplicador de emprego. Em 2000 o resultado obtido por Castro foi de 3,64 passando em 2005 para 3,54 e em 2010 para 3,41. Essa diminuição é considerada baixa, ou seja, mesmo o município tendo essa pequena redução do efeito do multiplicador de emprego, Castro ainda é considerado um município na qual se emprega bastantes empregos básicos. Os setores que mais empregam nesta região são: administração pública e a agropecuária. Com base nos dados o município de Ponta Grossa é a região mais importante da mesorregião, com relação aos números de empregos é a que mais emprega. No ano de 2000 o total de empregos básicos eram 11.859 e de não básicos 34,168 o que resultou em 3.88 no multiplicador de emprego, isso significa que, quando é gerado um emprego básico consequentemente foram gerados 3.88 empregos não básicos. Em 2005, este resultado foi maior, chegando a 4.29, ou seja, quando se cria um emprego básico ocorre à indução de 4.29 empregos não básicos. No ano de 2010, este resultado foi ainda maior, pois o total de emprego básico foi de 17.000 e de empregos não básicos foi de 59.803, o que resultou em um efeito de multiplicador de emprego de 4.52. Em Ponta Grossa o setor que mais empregou foi o de comércio varejista. Em Palmeira, nos anos de 2000 e 2005, os setores que mais empregaram foram: agropecuária e administração pública. Os resultados do multiplicador de emprego foram de 3,56 e 3,71 consequentemente. Já em 2010 os setores de administração pública e comercio varejista são os que mais empregaram durante esse ano analisado, e o efeito multiplicador de emprego foi de 3,30. Ao analisar o ano 2000, os municípios que tiveram o resultado do multiplicador de emprego considerado médio-alto, ou seja, seu resultado entre 2,07-3,56 foram: Telêmaco Borba, Arapoti, Tibagi e Piraí do Sul. Com base nos dados o município de Telêmaco Borba tem um total de empregos básicos de 4.040 e de não básicos de 5.842, o que resultou em um multiplicador de emprego de 2,45. Os principais setores desses municípios foram: fabricação de celulose, administração pública e silvicultura. Já o município de Arapoti os setores que mais empregam foram: administração pública e agropecuária. Obteve-se um multiplicador de 2.90, isso significa que, quando se cria um emprego básico ocorre à indução de 2.90 empregos não básicos na economia deste município. Ao analisar o município de Tibagi os setores que mais empregam foram os mesmo de Arapoti, porém o seu efeito multiplicador muda um pouco, cai para 2,07.

Piraí do Sul obteve um efeito multiplicador de 2,19, sendo que esse município teve um total de emprego básico de 1.084 e de não básicos de 1.291. Os setores que foram considerados importantes nesse período para o município, foram os de: fabricação de celulose, construção civil e o comercio varejista. Tomando como base o ano 2005 os municípios que tiveram seu efeito multiplicador de emprego considerado médio-alto, ou seja, resultado entre 2,15 3,54 foram: Arapoti, Jaguariaíva, Piraí do Sul e Imbaú. Arapoti teve como os principais setores da economia a agropecuária e a administração publica. Obteve-se um total de 4.615 empregos, sendo 1.778 empregos básicos e 2.837 empregos não básicos, isso resultou em um efeito multiplicador de 2,60, esse resultado significa que a cada emprego básico gerado ocorre a indução de 2,60 empregos não básicos. No município Jaguariaíva os setores que se mostraram significativos foram: fabricação de produtos de madeira, comercio varejista transporte terrestre, juntos esses três setores empregavam 3.029 pessoas, e o município como um todo emprega 6.693 pessoas, ou seja, esses três setores empregam quase a metade de todo o município. O efeito multiplicador de Jaguariaíva foi de 2,15. Já no município de Piraí do Sul o efeito multiplicador foi de 2,30, ou seja, a cada um emprego básico gerado ocorre a indução de 2,30 empregos não básicos. Os setores que mais empregam nesse município são: fabricação de celulose, comercio varejista e atacadista e o setor da administração publica. Com base nos dados do ano de 2005, o município de Imbaú obteve um total de 396 empregos básicos e 499 empregos não básicos, isso resultou em um efeito multiplicador de 2,26, o setor da administração publica, comercio varejista, alojamento e alimentação são os principais setores da economia. Tomando como base o ano 2010 os municípios que tiveram seu efeito multiplicador de emprego considerado médio-alto, ou seja, resultado entre 2,47 3,30 foram: Arapoti, Jaguariaíva, Piraí do Sul e Telêmaco Borba. O município de Telêmaco Borba empregou no ano de 2010 um total de 15.549 pessoas que nas quais 6.292 foram básicos e 9.257 foram empregos não básicos. Com isso resultou em um efeito multiplicador de 2,47.

Arapoti foi um dos municípios em que não houve muita alteração em relação aos setores que mais empregam. Já em relação ao multiplicador de emprego, houve um pequeno aumento chegando a 2,65. Na área de Jaguariaíva os setores que mais empregaram no ano 2010 foram: fabricação de produtos de madeira, comercio varejista e administração publica, totalizando 2.992 de empregos básicos e 4.695 de empregos não básicos, o que gerou um efeito multiplicador de 2,57. Piraí do Sul obteve o mesmo efeito multiplicador de Jaguariaíva, porém os setores que mais empregam nesse município são: agropecuária e comercio varejista. Ao analisar o ano 2000 os municípios que obtiveram um efeito de multiplicador de emprego entre 1,90 2,07, ou seja, um efeito médio-baixo foi: Reserva, Imbaú, Jaguariaíva. Já os municípios que obtiveram um efeito de multiplicador entre 1,54 1,90 ou seja, um efeito baixo foram: Ortigueira, Ventania, Sengés e Carambeí. Em relação ao ano 2005, o efeito multiplicador médio-baixo ficou entre 2,03 2,15, os municípios que se encontraram nessa situação foi: Telêmaco Borba, Tibagi e Reserva. Já o efeito baixo ficou entre 1,38 2,03 e os municípios foram os mesmos de 2000. Em 2010 os municípios que obtiveram um efeito de multiplicador de emprego entre 2,11 2,47, ou seja, um efeito médio-baixo foi: Tibagi, Imbaú e Reserva. Já o efeito baixo ficou entre 1,59 2,11 e os municípios que se encontram nesta faixa são os mesmos de 2000, ou seja, não houve alteração nesse efeito baixo com relação aos municípios. 4. O Coeficiente de Especialização e o Quociente Locacional da Mesorregião Centro-Oriental Paranaense Quando se analisa o coeficiente de especialização, ou seja, os municípios que apresentam especializações mais diferenciadas que do Paraná como um todo, o mesmo pode ser visualizado pela Figura 02. Em 2000 os municípios mais especializados foram: Ortigueira, Ventania, Sengés, Imbaú e Carambeí. Em 2005 foram os municípios de Ortigueira, Ventania, Sengés, Tibagi e Carambeí. Já em 2010 foram: Ortigueira, Ventania, Sengés, Tibagi e Carambeí.

Figura 02: Coeficiente de Especialização para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010. Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. Já em 2000 os municípios que tiveram uma composição setorial parecida à do Estado foram: Têlemaco Borba, Arapoti, Castro, Ponta Grossa e Palmeira. Esse cenário mudou um pouco quando ao se analisar o ano 2005, pois os municípios de Arapoti, Imbaú, Castro, Ponta Grossa e Palmeira foram as regiões que na qual tiveram uma composição setorial parecida com a estadual. Em 2010 os municípios Arapoti, Jaguariaíva, Castro, Ponta Grossa e Palmeira que tiveram uma composição setorial parecida com o Paraná. Em modelos de projeção do crescimento regional é usual conjugar os quocientes locacionais com a teoria da base econômica ou de exportação, considerando-se como atividades ou setores básicos aqueles para os quais o valor seja maior ou igual à unidade (1), pois estes setores teriam uma ocupação de mão-de-obra mais significativa no contexto regional, marcando a especialização relativa do município, que, no caso, são as regiões.

Assim, os setores com valores iguais ou superiores à unidade seriam indutores das atividades não-básicas. Figura 03: Quociente Locacional da Agricultura para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010. Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. O setor da agricultura conforme mostra a figura 03 é um dos setores mais importantes no contexto da economia do Paraná. Em 2000 apenas os municípios de Telêmaco Borba, Jaguariaíva e Ponta Grossa que tiveram sua localização considerada média, ou seja, seu quociente locacional ficou entre 05,50 e 0,99, e os restantes dos municípios obtiveram uma localização forte. Já em 2005 Ponta Grossa continua no mesmo cenário que se encontrava em 2000, e o município de Telêmaco Borba ele obteve uma localização fraca, e os municípios restantes obtiveram uma localização forte, isso significa que, seriam indutores das atividades não-básicas. Em 2010 o cenário continua o mesmo de 2005.

Figura 04: Quociente Locacional do Comércio Atacadista para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010 Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. Já o setor do comércio atacadista já está mais distribuído, em 2000 apenas os municípios de Piraí do Sul e Tibagi que obtiveram uma localização forte, em 2005 foram Arapoti, Sengés, Piraí do Sul, Tibagi, Imbaú, Carambeí e Palmeira que tiveram uma localização forte. Já no período de 2010 apenas os municípios de Arapoti, Sengés, Imbaú, Castro e Palmeira que seriam indutores de atividades não-básicas, pois esses um municípios que tiveram uma localização forte no período em analise.

Figura 05: Quociente Locacional do Comércio Varejista para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010 Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. No setor do comercio varejista o cenário ficou o seguinte: em 2000 apenas os municípios Reserva, Ponta Grossa e Palmeira que tiveram um Ql igual ou superior a unidade. Já as regiões de Ortigueira, Telêmaco Borba, Arapoti, Jaguariaíva, Piraí do Sul, Castro obtiveram um resultado entre 0,50 e 0,99, ou seja, uma localização média. Já os municípios que tiveram uma localização fraca foram: Ventania, Sengés, Tibagi e Carambeí. Em 2005 apenas os municípios de Ventania, Sengés e Carambeí que não tiveram um resultado satisfatório e em 2010 apenas o município de Carambeí que obteve uma localização fraca, ou seja, esse município nesse setor não é indutor de atividades nãobásicas.

Figura 06: Quociente Locacional da Construção Civil para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010 Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. Ao analisar o setor da Construção Civil observa-se que em 2000 apenas os municípios de Telêmaco Borba e Tibagi obtiveram uma localização média e os municípios de Arapoti, Jaguariaíva, Piraí do Sul e Ponta Grossa que sua localização foi forte. Em 2005 esse cenário modifica-se um pouco os municípios de Telêmaco Borba e Ponta Grossa continuam tendo uma localização forte e os municípios que tiveram uma localização média foram: Ventania, Arapoti, Jaguariaíva e Castro. Em 2010 apenas Ponta Grossa que teve deu Ql superior a 1, isso significa que obteve uma localização forte, e uma localização média quem obteve foram os municípios de Ortigueira, Telêmaco Borba e Castro.

Figura 07: Quociente Locacional da Atividade Extrativa Mineral para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010 Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. Os municípios que em 2000 tiveram uma localização forte no setor de extrativa mineral foram: Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Sengés, Tibagi, Castro e Ponta Grossa e o restante dos municípios tiveram uma localização baixa. Já em 2005 apenas as regiões de Ortigueira e Telêmaco Borba que obteve uma localização média o restante dos municípios não mudaram o seu cenário em relação a 2000. Em 2010 os municípios de Arapoti, Sengés, Tibagi, Castro, Carambeí e Ponta Grossa que tiveram uma localização forte e Jaguariaíva que teve uma localização média e os outros municípios não citados tiveram uma localização baixa.

Figura 08: Quociente Locacional da Indústria da Madeira e do Mobiliário para a mesorregião Centro Oriental Paranaense 2000 2010 Fonte: RAIS (2013) Elaboração da pesquisa. Já no setor de madeira e mobiliário predominou em quase toda a mesorregião Centro-Oriental Paranaense. Em 2000 apenas os municípios de Ortigueira, Arapoti, Tibagi e Carambeí que não tiveram uma localização forte, esse municípios tiveram o seu Ql entre 0,50 e 0,99, ou seja, tiveram uma localização média. Em 2005 esse cenário se modifica um pouco, os municípios de Ortigueira, Arapoti e Tibagi passam para uma localização fraca e Carambeí continua como estava em 2000 e os outros municípios obtiveram uma localização forte. Em 2010 apenas os municípios de Ortigueira e Arapoti que não tiveram um localização considerada boa, ou seja, esses municípios tiveram uma localização baixa, e os outros municípios obtiveram resultado considerado bom.

Os outros setores não citados anteriormente não tiveram muitas alterações durante o período de analise, ou também teve setores que não foram significativos para a mesorregião, por esses motivos não foram expostos. Considerações finais Este artigo analisou a distribuição espacial do emprego nos municípios na mesorregião Centro-Oriental Paranaense entre 2000 a 2010. A metodologia de análise partiu-se dos pressupostos teóricos de Douglass North pressupostos que marcaram os seus estudos sobre o crescimento e o desenvolvimento das economias regionais. Os resultados dessa pesquisa mostram que, quanto mais dinâmicas forem as atividades de base nas quais se diversifica a região, maior será a capacidade da economia regional em alavancar os ramos de atividades. A metodologia utilizada foi a análise regional por meio dos indicadores de especialização, localização e o multiplicador de emprego, bem como a distribuição dos resultados desses indicadores no espaço regional da Mesorregião Centro Oriental do Paraná. Analisando o Multiplicador de emprego não houve muita alteração em relação aos resultados obtidos, pois a sua grande concentração entre os anos analisados, foi na região sul da mesorregião. Dentro do período de analise os municípios que foram destaque são: Castro, Ponta Grossa e Palmeira. Ou seja, são estes municípios na qual são mais diversificadas no Estado do Paraná, em relação ao período analisado (2000 2010). Quando se analisa o Coeficiente de Especialização, ou seja, os municípios que apresentam especializações mais diferenciadas que do Paraná como um todo em 2000 foram: Ortigueira, Ventania, Sengés, Imbaú e Carambeí. Em 2005 foram os municípios de Ortigueira, Ventania, Sengés, Tibagi e Carambeí. Já em 2010 foram: Ortigueira, Ventania, Sengés, Tibagi e Carambeí. Ao se analisar o Quociente Locacional durante os anos de 2000 a 2010 observou-se que os setores mais significativos na dinâmica locacional regional foram: a agricultura, comercio atacadista, comercio varejista, construção civil, extrativa mineral e madeira e mobiliário.

Os outros setores não citados anteriormente não tiveram muitas alterações durante o período de analise, ou também teve setores que não foram significativos para a mesorregião, por esses motivos não foram expostos. No contexto regional se percebe que a dinâmica da mesorregião Centro Oriental Paranaense está calcada em ramos de atividades tradicionais ou primárias. Apesar dessas atividades, com exceção da agropecuária, serem intensivas em mão de obra, o ideal seria a transição para atividades de maior conteúdo tecnológico e de maior absorção de capital humano altamente qualificado. Com isso, além de se ampliar a acumulação de capital, estimula-se a formação e capacitação de força de trabalho qualificada via oportunidades de emprego e remunerações mais altas. Evidentemente isso não significa o abandono das atividades atuais, mas uma melhoria na diversificação das atividades produtivas. Referências BOISIER, S. Tecnicas de analisis regional com informacion limitada. Cuadernos del Ilpes, Santiago de Chile, nº 27, 1980. COSTA, J. S.; DELGADO, A. P.; GODINHO, I. M. A teoria da base econômica. In: COSTA, J. S. (Coord.). Compêndio de economia regional. Lisboa: APDR, p. 793-801, 2002. DELGADO, A. P.; GODINHO, I. M. Medidas de localização das atividades e de especialização regional. In: COSTA, J. S. (Coord.). Compêndio de economia regional. Lisboa: APDR, p. 723-742, 2002. JESUS, G.E.; FERRERA DE LIMA, J. A indústria paranaense no Mercosul. In: FERRERA DE LIMA, J.; PIFFER, M., PIACENTI, C. A. (Org.). O Prata e as controvérsias da integração sul-americana. Cascavel, PR: Edunioeste, p. 29-57, 2001. FERRERA DE LIMA, J. ; ALVES, L R. Disparidades espaciais na capacidade da economia regional das microrregiões paranaense em criar empregos formais: evidências empíricas. In: RAIHER, A. P. (Org). Economia paranaense: crescimento e desigualdades regionais. Ponta Grossa: Editora UEPG, p.55-92,2012. NORTH, D. Location theory and regional economic growth. Journal of Political Economy, vol. 63,1955.. Teoria da localização e crescimento regional. In: SCHWARTZMAN, J. (Org.). Economia regional: textos escolhidos. Belo Horizonte, MG: CEDEPLAR/CETEDRE MINTER, p. 291-314, 1977b.

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