MEIO AMBIENTE E CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS. 2. MOVIMENTOS NA ATMOSFERA Autor da aula Autor da aula ÍNDICE

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MEIO AMBIENTE E CIÊNCIAS ATMOSFÉRICAS 2. MOVIMENTOS NA ATMOSFERA Autor da aula Autor da aula ÍNDICE INTRODUÇÃO RESUMO COMPETÊNCIAS PALAVRAS-CHAVE 2.1. MOVIMENTOS NA ATMOSFERA 2.1.1. Definição de pressão atmosférica 2.1.2. Variação espacial vertical 01 2.1.3. Variação espacial vertical 02 2.1.4. Variação espacial horizontal 2.1.5. Distribuição da pressão no planeta 2.1.6. Variação temporal da pressão atmosférica 2.1.7. Maré barométrica 2.1.8. Ventos definição 1 2.1.9. Ventos definição 2 2.1.10. Medindo a velocidade do vento anemômetro 2.1.11. Medindo a velocidade do vento isóbaras 2.1.12. Direção do vento 2.1.13. Cirulações locais brisas oceânicas 2.1.14. Cirulações locais brisas terrestres 2.1.15. Circulações locais Vale -> Montanha 2.1.16. Circulações locais Montanha - > Vale ATIVIDADES PERGUNTAS E RESPOSTAS GLOSSÁRIO LINKS AVALIAÇÃO

INTRODUÇÃO RESUMO O que provoca o vento? Nessa aula vamos conhecer os efeitos da pressão atmosférica e entender os tipos de circulações locais. COMPETÊNCIAS Conhecer os mecanismos de formação dos ventos e outros fenômenos atmosféricos PALAVRAS-CHAVE Pressão atmosférica, altitude, hectopascal, isóbaras, ciclones, anticiclones, clima, anemômetro, brisas oceânicas, marítimas e terrestres, nevoeiro, gravidade.

2.1. MOVIMENTOS NA ATMOSFERA 2.1.1. Definição de pressão atmosférica A atmosfera é uma camada de gases e partículas em suspensão presa à Terra pela força da gravidade. Por ter peso ela exerce uma pressão sobre a superfície terrestre. Esta pressão é chamada pressão atmosférica e sua unidade de medida é o hectopascal. A pressão atmosférica não é constante, podendo variar no espaço e no tempo. A variação no espaço pode se dar no sentido vertical e horizontal. 2.1.2. Variação espacial vertical 01 A massa atmosférica decresce com a altitude. Cerca de 50% do total da massa atmosférica está concentrada nos primeiros 5 Km, onde a densidade atmosférica também é maior. Observe a coluna de ar sobre uma área próxima à superfície (altitude de zero metros). A quantidade de moléculas dos gases que compõem a atmosfera é maior quanto mais próximos estivermos da superfície devido à ação da gravidade. Desta forma, a densidade do ar também decresce com a altitude. 2.1.3. Variação espacial vertical 02 A pressão atmosférica depende da densidade do ar. Em regiões onde a coluna de ar é densa, a pressão atmosférica na superfície é alta. Já em regiões onde a coluna de ar é rarefeita, a pressão atmosférica na superfície é baixa. Por exemplo, ao nível do mar, onde a massa atmosférica é grande, a pressão atmosférica é maior do que a registrada em uma região montanhosa na mesma latitude. A altura da coluna de ar (h) posicionada sobre a cidade do Rio de Janeiro é maior que a altura da coluna (h2) posicionada sobre a cidade de Belo Horizonte, devido à presença da montanha de altura (h1). Considerando a gravidade e a densidade de cada coluna constante nos dois pontos e assumindo superfícies de áreas iguais, a pressão atmosférica exercida pela coluna de ar (h) é maior sobre a cidade do Rio, do que a exercida pela coluna de ar (h2) sobre Belo Horizonte, devido a menor massa de ar nessa coluna. 2.1.4. Variação espacial horizontal A análise espacial do comportamento diário dos centros de pressão é apresentada em mapas regionais, conhecidos como cartas sinóticas, que são utilizadas pelos meteorologistas nas previsões de tempo.

Para que se possa observar a espacialização da pressão atmosférica sobre a superfície, utilizam-se isóbaras. As isóbaras são linhas que unem locais de mesma pressão. Muitas vezes a configuração espacial das isóbaras define regiões de círculos concêntricos denominados de núcleos onde, a pressão cresce ou decresce em direção a uma região central assumida como de referência. Os núcleos nos quais a pressão cresce em direção ao centro são denominadas de centros de alta pressão ou anticiclones, normalmente simbolizados pela letra A. Os núcleos de pressão decrescente são chamados de centros de baixa pressão ou ciclones e são simbolizados pela letra B. 2.1.5. Distribuição da pressão no planeta Áreas aquecidas, como a região equatorial, apresentam baixos valores de pressão quando comparadas com áreas frias, como as regiões polares, onde o resfriamento do ar resulta em altos valores de pressão. O aquecimento diferencial da superfície terrestre produz uma distribuição heterogênea da pressão atmosférica ao longo do planeta. O movimento de rotação do planeta também afeta a atmosfera gerando baixos valores de pressão nas latitudes circumpolares (60 N/S) e altas pressões nas latitudes subtropicais (30 N/S). A análise da distribuição média global de ciclones e anticiclones é apresentada em mapas de pressão mensal ou anual que são utilizadas por climatologistas nos estudos climáticos. 2.1.6. Variação temporal da pressão atmosférica A pressão atmosférica varia com o tempo ao longo do dia e durante o ano. As variações temporais se relacionam às mudanças de temperatura do ar em função da variação de temperatura da superfície ao longo do dia e das estações do ano. A figura abaixo representa a variação anual da pressão atmosférica na cidade de Belo Horizonte, MG. Vemos que a pressão atmosférica apresenta um curso anual inverso ao da temperatura do ar. No verão, as temperaturas elevadas contrastam-se com as baixas pressões. No inverno ocorre o contrário em conseqüência da diferença de densidade entre o ar aquecido e o ar resfriado. 2.1.7. Maré barométrica

A maré barométrica é a variação da pressão atmosférica que ocorre em ciclos diários. A cada 24 horas a média da pressão atmosférica apresenta dois momentos de máxima e dois momentos de mínima. 2.1.8. Ventos Definição 1 O movimento horizontal das parcelas de ar em relação à superfície terrestre é definido como vento. A pressão atmosférica não é constante, variando de um lugar para outro e em períodos diferentes na superfície da Terra. Entre uma região que se encontra sob predomínio de um centro de baixa pressão e outra sob a ação de um centro de alta pressão, se estabelece uma diferença espacial de pressão. Esta diferença espacial de pressão origina uma força que acelera as parcelas de ar, movimentando-as da região do anticiclone para a do ciclone. Os ventos, portanto se originam dos anticiclones, conhecidos como dispersores de ar e se deslocam em direção aos ciclones. Isto segue um princípio físico simples onde um fluido (como o ar) sujeito à ação da gravidade se move das áreas de alta densidade (alta pressão à superfície) para as de baixa densidade (baixa pressão à superfície). 2.1.9. Ventos Definição 2 Os ventos se originam dos anticiclones, conhecidos como dispersores de ar e se deslocam em direção aos ciclones. Isto segue um princípio físico simples onde um fluido (como o ar) sujeito à ação da gravidade se move das áreas de alta densidade A (alta pressão à superfície) para as de baixa densidade B (baixa pressão à superfície). 2.1.10. Medindo a velocidade do vento anemômetro A medida da velocidade do vento é feita através de um instrumento chamado anemômetro. Como o vento representa as variações espaciais de pressão, ele possui características como a velocidade, a direção e o sentido que são coletadas pelo anemômetro. 2.1.11. Medindo a velocidade do vento isóbaras A velocidade do vento também pode ser calculada através de expressões matemáticas que representam a variação horizontal da pressão em um planeta em rotação como é o caso da Terra. Este cálculo é complexo, mas é possível estimar a intensidade do vento a partir da análise da espacialização das isóbaras em uma carta sinótica.

Ou seja, quanto mais próximas estiverem as isóbaras, mais intensa é a velocidade do vento. Por outro lado, quanto mais distantes estiverem as isóbaras, menor a velocidade do vento. 2.1.12. Direção do vento A direção e o sentido do vento são definidos com relação ao norte geográfico. Assim quando o anemômetro registra ventos de nordeste, isto significa que o vento escoa na direção nordeste-sudoeste, originando-se do sentido nordeste. Na imagem abaixo vemos a representação da direção (setas) sentido (N, NE, E, ESE, ENE) e velocidade dos ventos (em metros por segundo) na costa Norte e Nordeste brasileira às 00hs do dia 24 de março de 2004. 2.1.13. Circulações locais Brisas oceânicas Um dos fenômenos que melhor ilustram a formação de ventos locais são as brisas oceânicas. Durante o dia o continente na região litorânea aquece mais rapidamente que o oceano adjacente. Isto ocorre em razão da capacidade de cada superfície em absorver e liberar calor, conhecido como calor específico. Como o oceano demora mais a aquecer ele se torna relativamente mais frio do que o continente. Desta maneira origina-se sobre o continente um centro relativo de baixa pressão, comparado com o oceano onde se forma um centro relativo de alta pressão. A diferença espacial de pressão estabelecida entre o oceano e o continente origina uma circulação do ar, próxima à superfície, em direção ao litoral. Esta circulação diurna é denominada brisa marítima. Se a atmosfera estiver instável na região litorânea a presença da brisa marítima contribuirá com a formação de nuvens locais. 2.1.14. Circulações locais Brisas Terrestres A brisa terrestre é resultante da inversão na posição dos centros de pressão em direção ao oceano. À noite o resfriamento do continente é mais intenso do que o do oceano, estabelecendo assim um centro relativo de alta pressão sobre o continente e um de baixa pressão sobre o oceano. Em condições atmosféricas favoráveis, as brisas marítimas, na região tropical, podem se deslocar por vários quilômetros em direção ao continente e até mesmo provocar chuvas, como pode ser observado no litoral do Estado do Pará.

2.1.15. Circulações locais Vale -> Montanha Um dos fenômenos que ilustram a formação de ventos locais é a circulação vale-montanha. Este fenômeno ocorre em dias de ventos regionais fracos e de céu claro. Durante o dia a superfície da encosta da montanha mais voltada para o sol aquece mais rapidamente que o ar na mesma altura, sobre o vale adjacente. Conseqüentemente o ar sobre a montanha é aquecido e expande, diminuindo sua densidade. Origina-se assim um centro relativo de baixa pressão comparado com o vale relativamente mais frio, sobre o qual predomina um centro de alta pressão. A diferença espacial de pressão estabelecida entre a montanha e o vale origina uma circulação diurna do ar em direção à encosta da montanha. Se a atmosfera estiver instável na região e houver disponibilidade de vapor d água no ar, a presença da circulação em direção ao topo da montanha contribuirá com a formação de nuvens e, dependendo das condições atmosféricas pode ocorrer chuvas locais, nas regiões mais elevadas. 2.1.16. Circulações locais Montanha -> Vale À noite o resfriamento radiativo no topo da montanha é mais intenso do que o do ar acima do vale na mesma altura. O ar resfriado se torna mais denso estabelecendo assim um centro relativo de alta pressão sobre a montanha e um de baixa pressão sobre o vale menos frio. Esta inversão na posição dos centros de pressão origina uma circulação noturna com o ar mais frio e denso fluindo em direção ao vale. Sobre o vale, se houver disponibilidade de vapor d água no ar, a presença do centro de baixa pressão resultará em movimentos ascendentes próximos à superfície que contribuirão para o resfriamento das parcelas úmidas de ar. Este resfriamento pode acarretar a condensação do vapor d água originando uma camada espessa de minúsculas gotas de água, denominada nevoeiro. O ar frio originado da montanha se depositará sobre o vale, acima da superfície, criando condições para a formação de uma inversão térmica favorecendo a estabilidade do ar nesta altitude. Assim, com a presença da inversão acima da superfície o nevoeiro ficará restrito ao vale. Ele se dissipará durante a manhã quando o aquecimento da superfície em razão da insolação, provocar o enfraquecimento da inversão térmica.

ATIVIDADES Construção de anemômetros Experiências sobre os efeitos da pressão e densidade. PERGUNTAS E RESPOSTAS 1. Por que quanto mais alto subimos, sentimos falta de ar? A pressão atmosférica depende da densidade do ar. Em regiões onde a coluna de ar é densa, a pressão atmosférica à superfície é alta. Já em regiões onde a coluna de ar é rarefeita, a pressão atmosférica à superfície é baixa. Por exemplo, ao nível do mar, onde a massa atmosférica é grande, a pressão atmosférica é maior do que a registrada em uma região montanhosa na mesma latitude. 2. Como os ventos são formados? Entre uma região que se encontra sob predomínio de um centro de baixa pressão e outra sob a ação de um centro de alta pressão, se estabelece uma diferença espacial de pressão. Esta diferença espacial de pressão origina uma força que acelera as parcelas de ar, movimentando-as da região do anticiclone para a do ciclone. O movimento horizontal das parcelas de ar em relação à superfície terrestre é definido como vento. 3. Como medimos o vento? A medida do vento é feita através de um instrumento denominado anemômetro. Como o vento representa as variações espaciais de pressão, ele possui características como a velocidade, a direção e o sentido que são coletadas pelo anemômetro. 4. Por que nas praias venta bastante? A diferença espacial de pressão estabelecida entre o oceano e o continente origina uma circulação do ar, próxima à superfície, em direção ao litoral. Esta circulação diurna é denominada brisa marítima. Se a atmosfera estiver instável na região litorânea a presença da brisa marítima contribuirá com a formação de nuvens locais. 5. Qual a aplicação das brisas terrestres e marítimas? Os pescadores saem para a pesca de madrugada para aproveitar o impulso das brisas terrestres e retornam no final da tarde, aproveitando os ventos da brisa marítima. A brisa montanha-vale pode favorecer a formação de nevoeiros no vale. GLOSSÁRIO

anemômetro instrumento usado para medir a velocidade, direção e sentido dos ventos. anticiclones zonas de alta pressão atmosférica com valores superiores a 1013 hpa. atmosfera camada de gases e partículas em suspensão que envolve superfície de um corpo celeste. brisa marítima vento que sopra do mar para a terra durante o dia, causado pela diferença de pressão atmosférica entre a superfície do mar e a da terra. brisa terrestre vento que sopra da terra para o mar durante a noite, causado pela diferença de pressão do ar entre as duas superfícies. calor específico quantidade de calor necessária para elevar a temperatura em 1 grau centígrado para cada substância determinada. carta sinótica - setas de vento largas e estreitas dependendo do espaçamento das isóbaras. centros de alta pressão são áreas de dispersão dos ventos, por possuírem maior pressão atmosférica. ciclones zonas de baixa pressão atmosférica. circulação vale-montanha ventos que sopram dos vales para as montanhas devido à diferença de pressão do ar, alta nos vales, baixa nas encostas das montanhas. climatologistas estudiosos do clima e suas variações. densidade relação da massa pelo volume de um corpo. estudos climáticos conhecimento obtido através da observação e análise dos fenômenos atmosféricos. fluido é uma substância que se deforma continuamente quando submetida a um determinado tipo de tensão, chamada de tensão de cisalhamento.

força da gravidade atração exercida pela Terra sobre os corpos que estão sob seu raio de ação. hectopascal (hpa) unidade de medida da pressão atmosférica. inversão térmica fenômeno comum nas grandes metrópoles, ocorre quando as camadas mais quentes da atmosfera se situam acima das camadas mais frias, impedindo, dessa forma, a circulação de ar. isóbaras linhas contínuas numa carta sinótica que indicam áreas com a mesma pressão atmosférica. maré barométrica oscilação da pressão atmosférica em função da atração gravitacional exercida pelo Sol sobre a atmosfera. movimento de rotação - movimento de giro da Terra em torno de seu próprio eixo. nevoeiro é a condensação rápida do vapor d`água da umidade do ar junto à superfície. núcleos centros das áreas de baixa ou alta pressão representadas nos mapas pelas isóbaras. pressão força exercida por um fluido em uma determinada área de superfície. pressão atmosférica força exercida pelo peso da atmosfera sobre a superfície terrestre. vento deslocamento de massas de ar causado pela diferença de pressão atmosférica em duas regiões. LINKS Nome - Radiobras Descrição - Canal para crianças entre a comunidade científica e a sociedade brasileira. Url - www2.uol.com.br/cienciahoje/chc/chc124c1.htm Nome - Radiobras Descrição - Rede tecnológica que monitora o fenômeno climático. Url - www.radiobras.gov.br/ct/1997/ Nome NetKids Descrição Site educacional. URL - http://www.netkids.com.br/webquest/publicacoes/ciencias/energia/index.htm

AVALIAÇÃO Questão: 01 A pressão atmosférica é o resultado do peso exercido pelos gases e partículas em suspensão que compõem a atmosfera terrestre Resposta: Verdadeiro Questão: 02 As regiões mais frias da Terra possuem uma pressão atmosférica igual a das regiões mais quentes, já que a temperatura não tem influência sobre o peso da atmosfera e, conseqüentemente, sobre sua pressão. Resposta: falso Questão: 03 Nas praias, venta bastante porque a pressão atmosférica se diferencia nas colunas de ar sobre a água e sobre a terra. Resposta: verdadeiro Questão: 04 Os ventos se originam nos anticiclones e se movimentam na direção dos ciclones. Resposta: verdadeiro Questão: 05 A pressão atmosférica depende da densidade do ar. Por isso, altitude e temperatura influenciam muito a pressão atmosférica. Resposta: Verdadeiro