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Transcrição:

REDUÇÃO DE EVAPORAÇÃO EM RESERVATÓRIOS ARTIFICIAIS Msc. Fábio Adriano Monteiro Saraiva, Rua Gilson Bezerra de Sousa, 370, Bairro Malvinas, Campina Grande Paraíba Brasil, CEP: 58108-428, Dr. Francisco de Assis Silviano de. Sousa, Dr. Mário de Miranda V.B.R.Leitão. RESUMO Foram estudadas técnicas práticas capazes de reduzir a taxa de evaporação potencial em pequenos e médios reservatórios no Semi-árido nordestino e consequentemente aumentar a disponibilidade hídrica localizada. No experimento foram mensuradas as seguintes variáveis meteorológicas: velocidade do vento à 0,5 e 2,0 metros da superfície evaporante, perdas evaporativas no tanque coberto com tela, no tanque descoberto e no tanque classe A, em intervalos de três horas (06:00, 09:00, 12:00, 15:00 e 18:00 horas), no período de 28/03 à 27/04/1999, utilizando telas brancas e de 01 ate 13/05/1999, com telas verdes, em intervalos de seis horas (06:00, 12:00 e 18:00 horas). Os valores das variáveis: temperatura da superfície da água e do ar atmosférico, radiação solar global sobre e sob a tela, radiação solar líquida e umidade do ar foram obtidos através de um sistema automático de aquisição de dados denominado MICROLOGGERS 21X. No tanque coberto com tela branca, a evaporação potencial foi reduzida em 25%, e com telas verdes obteve-se 37 % em média. Sendo assim os sistemas usados neste experimento, com o intuito de conter o máximo essa evaporação, atingem seus objetivos, se considerarmos as limitações as quais o mesmo foi montado e o local, o qual resultou numa redução entorno de 22%, tela branca, e 30% para tela verde, na radiação solar global incidente, na superfície da água do tanque com a tela, sendo este um dos principais parâmetros meteorológicos na evaporação potencial sobre lagos.

Palavras-chave: Evaporação, Lago, Tela. OBJETIVOS O objetivo deste trabalho é o de apresentar uma técnica prática que seja capaz de reduzir a perda de água de um reservatório pelo processo de evaporação. Essa técnica resume-se na cobertura, com telas plásticas, da superfície evaporante. MATERIAL E MÉTODOS Descrição da área experimental O experimento de campo para avaliar as perdas evaporativas e mensurar as variáveis meteorológicas que influenciam direta ou indiretamente à evaporação foi instalado, por falta de recursos financeiros e disponibilidade dos equipamentos, na Estação Meteorológica do Departamento de Ciências Atmosféricas, no Campus II da Universidade Federal da Paraíba, situado na cidade de Campina Grande Pb ( latitude 7 o 13 S, longitude 35 o 53 W, altitude 547 m), localizada na região do Agreste da Borborema, parte integrante da região semi-árida nordestina. A classificação climática do Agreste é também do tipo quente e seco. Apresenta temperatura média anual de 23,3 O C, com máxima de 27,5 O C e mínima de 19,2 O C, em média. Normalmente, o período chuvoso é de março a julho com pluviosidade média anual de 750 mm (Atlas Escolar da Paraíba,1999). Instrumentos meteorológicos utilizados neste experimento i) dois piranômetros PSP; ii) um saldo-radiômetro (REBS); iii) um sistema automático de aquisição de dados (microloggers 21x); iv) dois sensores de temperatura à base de termopares, constituídos de cobre constantam); v) um psicrômetro à base de termopares; vi) um anemômetro tipo Iangue à dois metros da superfície evaporante; vii) um anemômetro analógico à dois metros da superfície evaporante; viii) um anemômetro analógico à meio metro da superfície evaporante; ix) um tanque classe A. Descrição do experimento Na primeira fase do experimento um dos tanques e o piranômetro foram cobertos com telas plásticas brancas, com dimensão de 4,80 metros de comprimento e 1,50

metros de largura e orifícios de 0,2 cm; instalados a 0,5 metro de altura da superfície e, na segunda fase com telas plásticas verdes, com mesma dimensão e altura da superfície. O comprimento da tela plástica foi orientado na direção leste oeste para evitar que os raios solares, ao nascer e pôr do sol, alcançassem a água e o elemento sensível do piranômetro debaixo dela. Este por ser muito sensível e não ser apropriado para água, foi instalado em terra firme próximo aos tanques sob tela. como indica as setas vermelhas nas Figuras 1, e um outro piranômetro sobre tela como mostra as setas cor de ouro. (a) Figura 1 Estação meteorológica e as telas branca,no primeiro plano, cobrindo o piranômetro e no segundo o tanque de cimento amianto( indicado pelas setas brancas). Os valores numéricos de temperatura da superfície da água, do ar atmosférico, da radiação solar global sobre e sob a tela, da radiação solar líquida e da umidade do ar foram obtidos através de um sistema automático de aquisição de dados denominado microloggers 21x, programado para fazer leituras a cada cinco segundos e armazenar o valor médio a cada dez minutos. As leituras feitas nos instrumentos de medidas convencionais (micrômetro e o anemômetro a meio metro de altura), na primeira fase do experimento, foram efetivadas em intervalos de três horas, (06:00, 09:00, 12:00, 15:00 e 18:00 horas). As variáveis meteorológicas observadas foram as seguintes: velocidade do vento a 0,5 e 2,0 metros da superfície evaporante, perdas evaporativas no tanque coberto com tela, no tanque descoberto e no tanque Classe A. O mesmo procedimento foi realizado para a segunda fase do experimento, com a tela verde, sendo as leituras realizadas a intervalos de seis horas, nos horários de 06:00, 12:00 e 18:00 horas.

RESULTADOS E DISCUSSÕES Avaliação do efeito da utilização das telas sobre os tanques considerando alguns parâmetros meteorológicos relacionados com a EP Para avaliar a inter-relação entre alguns parâmetros meteorológicos e a EP, e o efeito da utilização das telas (branca e verde) sobre os tanques foi efetuado um estudo de correlação linear. Esses parâmetros meteorológicos são: a temperatura média do ar (T a ), temperatura média da superfície da água (T s ), irradiação solar global (R g ), saldo de radiação solar (SR), velocidade do vento a dois metros (V 2 ), velocidade do vento a meio metro (V 0,5 ), umidade relativa (UR) e evaporação potencial (EP). Esses mesmos parâmetros são avaliados para o tanque de cimento amianto coberto com tela branca. Nota-se que a utilização da tela não influenciou significativamente a temperatura média da água sobre a superfície da água; e que o uso da tela branca reduziu a irradiação solar global e o saldo de radiação respectivamente, em torno de 21 e 25 %. Para o tanque descoberto, o saldo de radiação e a irradiação global apresentaram as maiores correlações, 67% com a EP. Em resumo, as variáveis que se mostraram mais importantes no estudo da correlação foram SR, R g e a umidade relativa do ar, com valores explicativos de 44,8, 44,8 e 20,2%, respectivamente. Em quanto para o tanque coberto com tela branca as correlações foram entorno de 54%, portanto diminuíram. O mesmo estudo de correlação foi efetuado com as variáveis meteorológicas da segunda fase do experimento, realizado no período 01/05/ a 13/05/1999. Esses valores são relativos as seguintes variáveis: T a, T s, R g, SR, V2, V 05, UR, EP, para o tanque sem tela. Para o tanque coberto com tela verde tem-se os valores das mesmas variáveis sob tela. Observou-se que a utilização da tela não influenciou significativamente a T sv sobre a superfície da água. O uso da tela verde reduziu as irradiações solar global e o saldo de radiação em torno de 30 %. A irradiação solar para o caso do tanque sem tela (Figura 2a) e com tela verde (Figura 2b), apresentam comportamentos bastantes diferentes. No tanque descoberto observase uma correlação linear muito boa, 64%, e no coberto com tela a correlação é rejeitada pelo teste de hipótese para um NS de 5%. De forma que a redução da irradiação solar e consequentemente o saldo de radiação são de importantes, visto que diversos autores ( Hollen,1968; Stewart & Rouse, 1976; Omar & El-Bakry, 1981; dentre outros) as consideram como as fontes de energia mais importante no processo de evaporação de superfícies liquidas.

2,00 Módulo da evaporação potencial 1,80 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 y = 0,9739x + 0,0719 R 2 = 0,4266 Evaporação potencial do tanque aberto 0,00 0,00 0,50 1,00 1,50 Módulo da irradiação solar global ( a ) 1,80 Módulo da evaporação potencial 1,60 1,40 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 y = 0,5293x + 0,4707 R 2 = 0,0924 Evaporação potencial do tanque coberto 0,00 0,00 0,50 1,00 1,50 Módulo da irradiação solar global (b) Figura 2 - Relação entre os módulos da evaporação e da irradiação solar global (a) tanque descoberto e (b) tanque coberto com tela verde, para a segunda fase do experimento entre os dias 01/04 e 13/04/1999 4.2 - Efeitos das telas verde e branca sobre a evaporação potencial nos tanques de amianto

Os valores diários da evaporação potencial (EP) sobre a superfície de água nos tanque de cimento amianto descoberto e coberto com tela branca apresentaram-se com valores máximos de 5,0 mm/dia e 4,0 mm/dia e mínimos de 2,1 mm/dia e 2,0 mm/dia, respectivamente. Em média, verificou-se uma redução de evaporação, no tanque coberto com tela branca, em torno de 25 %. Pode ser notado que a variação diária de EP entre os tanques foram bastante similares, essa variação evidencia a redução da EP para o tanque com tela, exceto para os dia 12 de março de 1999, onde os valores da EP foram iguais. Esse fato deve-se possivelmente a ocorrência de precipitação nesse dia, contribuindo dessa forma para a redução significativa da evaporação. 6 5 Evaporação potencial (mm) 4 3 2 1 Evaporação potencial do tanque sem tela (mm) Evaporação potencial do tanque com tela branca (mm) 0 24/3 27/3 30/3 2/4 5/4 8/4 11/4 14/4 17/4 20/4 23/4 26/4 29/4 Dias do experimento Figura 3 - Evaporação potencial da água do tanque sem tela (linha sem pontos) e com tela branca (linha com pontos). experimento para o tanque coberto com tela verde apresentou o menor valor observado de 0,4 mm/dia e maior de 3,18 mm/dia, contra o mínimo de 0,5 mm/dia e máximo de 5,3 mm/dia para o tanque sem tela. O tanque coberto com tela verde apresentou uma redução média da evaporação, no período estudado, de 37%. Para este caso o comportamento diário da EP observado entre os dois tanques (com tela verde e sem tela) não foram tão similares, como observado no caso da tela branca. Esse fato evidencia que a tela verde proporciona uma maior redução na EP do tanque (Figura 4).

6 Evaporação potencial (mm) 5 4 3 2 Evaporação potencial do tanque sem tela Evaporação potencial do tanque com tela 1 0 30/4 1/5 2/5 3/5 4/5 5/5 6/5 7/5 8/5 9/5 10/5 11/5 12/5 13/5 14/5 Dias do experimento Figura 4 - Evaporação potencial (mm) da água dos tanques sem tela (linha sem pontos) e com tela verde (linha com pontos). Esses resultados de redução média da evaporação da água do tanque, coberto com tela branca, igual a 25% e coberto com tela verde igual a 37%, de certa forma, surpreende. Esperava-se, antes do experimento, que a tela branca pudesse refletir mais radiação do que a tela verde devido a sua cor. Em conseqüência haveria menos energia disponível para o processo de evaporação e a água do tanque abaixo dessa tela se conservaria bem mais. Com os resultados experimentais invertidos só há um a explicação física para esse fenômeno: a tela verde absorve mais radiação solar incidente do que a tela branca. Sendo assim, a energia disponível para o processo de evaporação é bem menor, fazendo com que a conservação da água do tanque sob a tela verde seja quase duas vezes àquela verificada para a água do tanque sob a tela branca. CONCLUSÕES 1. A redução média da evaporação da água do tanque, coberto com tela branca, igual a 25% e coberto com tela verde igual a 37%, de certa forma, surpreende. Esperava-se, antes do experimento, que a tela branca, devido a sua cor, pudesse refletir mais radiação do que a tela verde e consequentemente conservar mais a água do tanque;

2. A irradiação solar global teve menor influência sobre a EP na segunda fase do experimento do que na primeira. Na segunda fase, experimento com tela verde, a ação da radiação foi reduzida em 30%; Pois a tela verde além de refletir parte da radiação incidente, esta absorve maior quantidade de energia devido sua cor mais escura que a branca, disponibilizando menos saldo de radiação na superfície da água para ser convertida em evaporação; 3. O fato das variáveis que se relacionam com a EP, terem sidos rejeitadas pelo teste de hipóteses no segundo experimento, corrobora com a maior eficiência da tela verde na redução da EP; REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Dantas, A. A. A., Escobedo, J. F., Oliveira, de A. P. Balanço de radiação solar em meio aquoso. XI Congresso Brasileiro de Agrometeorologia, CD. Florianópolis-SC, 1999. Dantas, A. A. A., Larges, G., Escobedo, J. F., Oliveira, de A. P. Determinação do albedo da água de uma represa. VIII Congresso Brasileiro de Meteorologia e II congresso Latino Americano e Ibérico de Meteorologia, v.1, p. 452-455. Belo Horizonte, outubro de 1994. Hollen, D. K. Influence of solar radiation reflectance on water evaporation, Master s thesis, University of Viginia, Charlottesville, 1968. Molle, F.. Perdas por evaporação e infiltração em pequenos açudes. Série Brasil. SUDENE. Hidrologia. Recife, série.25, 1989. Morton, F. I. Climatological estimates of lake evaporation. Water Resources Research. Hydrology Research Division. Canada,. v.15, n.1, p.64-76, 1979. Morton, F. I. Operational estimates of areal evapotranspiration and their significance to the science and pratice of hydrology. Jounal of Hydrology. National Hydrology Research Institute, Environment Canada,. v.66, p.1-76,1983a.