II-098 RESULTADOS DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA ETE SUZANO

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA ETE BARUERI

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS DE ESGOTO DO MUNICÍPIO DE CAMPINAS

CONCEITOS GERAIS E CONCEPÇÃO DE ETEs

PROCESSO DE TRATAMENTO

05/06/2012. Petróleo e Gás Prof. Sabrina

Sistemas de Esgotamento Sanitário. Ernani de Souza Costa Setembro de 2016

ASPECTOS CONSTRUTIVOS E OPERACIONAIS DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DA CIDADE DE ARARAQUARA

13 Sistemas de lodos ativados

TRATAMENTO DE LODO GERADO EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Esgoto Doméstico: Sistemas de Tratamento

16 Tratamento e disposição de lodos

Paul Anthony Woodhead e David Charles Meissner Centroprojekt do Brasil Outubro 2008

TRATAMENTO PRELIMINAR

21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

MOGI MIRIM RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTO DO MUNICÍPIO DE

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES, seção ES

TRATAMENTO DO EFLUENTES

EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS

17 a 20 de agosto de 2010, Rio de Janeiro. Aproveitamento Energético com Biogás Beatriz Blauth Schlobach

Química das Águas - parte 3

ETE PIRACICAMIRIM NOVA CONCEPÇÃO DE SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS PARTIDA, OPERAÇÃO E MONITORAMENTO DE DESEMPENHO

Química das Águas - parte 3b

Steven David Sodek. Engenheiro Civil MEng CEng MICE MAUÁ 11/06/13

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS (LOB1225) G Aula 12 Tratamento secundário de esgotos Lagoas aeradas

UTILIZAÇÃO DE POLÍMEROS NATURAIS E MELHORIA DO DESEMPENHO DA ETA DE MANHUAÇU*

RELATÓRIO ANUAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS 2015

BIBLIOGRAFIA TRATAMENTO DE ESGOTO. Rodrigo Amado Garcia Silva. Engenheiro Ambiental M.Sc. Professor Universo EAD

RELATÓRIO ANUAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS 2016

II APLICAÇÃO DE BALANÇO DE MASSA NO GERENCIAMENTO INTEGRADO DE BACIAS DE ESGOTAMENTO

GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS DO AEROPORTO INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO - GALEÃO. Pedro Masiero Jr.

AVALIAÇÃO DA ETE NATAL CENTRAL NA REMOÇÃO DE NITROGÊNIO

Uma forma ambientalmente correta de se Gerenciar Paradas Gerais na indústria de celulose

SAAE Serviço autônomo de Água e Esgoto. Sistemas de Tratamento de Esgoto

RELATÓRIO ANUAL DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE ESGOTOS

DIMENSIONAMENTO DE LAGOAS AERADAS SEGUIDAS DE LAGOAS DE SEDIMENTAÇÃO

Química Ambiental Aula 5 Química das águas Parte 3b Antonio Pedro Guimarães Departamento de Química

II BIORREATOR COMBINADO ANAERÓBIO-AERÓBIO DE LEITO FIXO PARA TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Raoni de Paula Fernandes

ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ESGOTO

Ruiter Lima Morais 1 Yara Vanessa Portuguez Fonseca¹ RESUMO

II EFICIÊNCIA NO TRATAMENTO DE EFLUENTE DE FÁBRICA DE PAPEL POR LAGOAS E RESERVATÓRIO DE ESTABILIZAÇÃO

03 - EFLUENTES LÍQUIDOS

AVALIAÇÃO DA OPERAÇÃO DA ETE DE GOIÂNIA

Caracterização físico-química de efluente de indústria de laticínios tratado por sistema de lagoas de estabilização

Parte 6: Qualidade do efluente. Paulo Gustavo de Almeida, Thiago Bressani Ribeiro, Bruno da Silva, Lariza Azevedo, Carlos Chernicharo

TIPO DE REATORES

Saneamento Ambiental I. Aula 25 Tratamento de Esgotos parte II

PRELIMINARES. Conversão biológica nos sistemas aeróbios e anaeróbios (CHERNICHARO, 1997)

AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE CEPT (Chemically Enhanced Primary Treatment) NAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DA RMSP

FONTES E CONTROLE DE ODOR EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO CONVENCIONAL LOCALIZADAS NO REINO UNIDO

Purificação das águas: tratamento de esgoto

Desempenho operacional de lagoas de estabilização do estado de Goiás, Brasil. Susane Campos Mota Angelim, SANEAGO Eraldo Henriques de Carvalho, UFG

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Palestrante: Eng Josuel Batista dos Santos

Aula 5: Química das Águas Parte 3b

XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

DESEMPENHO DE UMA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO PELO PROCESSO DE LODOS ATIVADOS OPERANDO POR BATELADA

II OTIMIZAÇÃO DO TRATAMENTO PRELIMINAR DA ETE - GOIÂNIA

12 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

II-149 CARACTERIZAÇÃO E CLARIFICAÇÃO DA ÁGUA DE LAVAGEM DO FILTRO DE UMA ETA QUE UTILIZA COMO COAGULANTE O SULFATO DE ALUMÍNIO

Influência das condições operacionais na eficiência de Estações de Tratamento de Esgotos.

IT-1835.R-1 INSTRUÇÃO TÉCNICA PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS

Aula 5: Química das Águas Parte 3b

I CARACTERIZAÇÃO DO LODO GERADO NOS DECANTADORES DA ETA-BOLONHA

AMERICANA RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO DO MUNICÍPIO DE. Relatório R3 Continuação Diagnóstico e Não Conformidades

APLICAÇÕES DE MEMBRANAS DE ULTRAFILTRAÇÃO E MBR SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES

TRATAMENTO DE LODO PRODUZIDO PELA ETA FONTE TEMA I: ÁGUA AUTORES:

Saneamento Ambiental I. Aula 20 O Sistema de Esgoto Sanitário

PHA 3203 ENGENHARIA CIVIL E O MEIO AMBIENTE. Prof. Dr. Theo Syrto Octavio de Souza

Prof. Benito Piropo Da-Rin

Análise do desempenho de sistema integrado, enfatizando lagoa de polimento, tratando efluentes domésticos em condições de variações de temperatura

Saneamento Ambiental I. Aula 14 Sedimentação e Decantação

Tecnologias de tratamento de esgoto -de pequenas a grandes ETEs Experiências com projetos e operações

Lívia C.H. Villela (1) - Doutora em Hidráulica e Saneamento pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento da

8 Tratamento de efluentes líquidos

AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA CODISPOSIÇÃO DE LODO SÉPTICO EM LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO NO TRATAMENTO DE LIXIVIADO DE ATERROS SANITÁRIOS

Tratamento e disposição de lodo de esgoto. TH029 - Saneamento Ambiental II - Prof. Regina Tiemy Kishi

SISTEMA DE TRATAMENTO INDIVIDUAL DE ESGOTO SANITÁRIO

DIMENSIONAMENTO DE TRATAMENTO PRELIMINAR COMPLETO. Vazão da captação, estação elevatória e adutora até a ETA (L/s)

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II "OXIGÊNIO PURO EM LODOS ATIVADOS UM ESTUDO DE CASO"

SANTA BÁRBARA D OESTE

RESUMO. Palavras-chave: otimização, ETE, tratamento de esgotos, CEPT. INTRODUÇÃO

Avaliação do Potencial e da Capacidade de Desnitrificação em Sistema Pós-D de Tratamento de Esgoto

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE ÁGUA E ESGOTO DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA

Água doce disponível: pequena parcela da água mundial:

REDUÇÃO DE VOLUME DE LODO GERADO EM DECANTADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ÁGUA, UTILIZANDO ESPESSAMENTO POR FLOTAÇÃO E POR GRAVIDADE

ESGOTAMENTO SANITÁRIO AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DE REMOÇÃO DE DQO EM SISTEMA ANAERÓBIO-AERÓBIO, NO TRATAMENTO DE ESGOTO DOMÉSTICO.

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS (LOB1225) G Aula 6 Níveis, operações e processos de tratamento de esgotos

II-478 CONCEPÇÃO DE ETE COM VISTAS A MINIMIZAÇÃO DE PRODUÇÃO DE LODO VIA ROTA TECNOLÓGICA DE BIOMASSA IMOBILIZADA ANAERÓBIA E AERÓBIA

SALTO RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO DO MUNICÍPIO DE. Relatório R6 Continuação do Diagnóstico e Não-Conformidades

Aquisição de Ganchos Plásticos para Grade Mecanizada de Escuma Primária da ETE São Miguel.

CERQUILHO RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO TÉCNICA DOS SISTEMAS DE ÁGUA E ESGOTO DO MUNICÍPIO DE. Relatório R5 Não Conformidades

Sistema Cantareira: RMSP e PCJ escassez hídrica (muita gente: 20 milhões de pessoas só na RMSP e pouca água)

ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE DESAGUAMENTO DE LODOS DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTOS DESAGUADOS EM BAG S DE MANTA GEOTÊXTIL

Tratamento de Efluentes Sanitários em Regiões Turísticas: alternativas para alta e baixa temporada

CC-MD-18 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO ETE Escola Lygia Maria

I ENCONTRO DAS ÁGUAS. 13 a 15 de maio de Campo Grande MS

Aluna do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Cerro Largo/RS 3

II-257 CONDIÇÕES DE MISTURA, OXIGENAÇÃO E DESEMPENHO DE UMA LAGOA AERADA DE MISTURA COMPLETA

Transcrição:

II-098 RESULTADOS DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DA ETE SUZANO Aldo Takahashi Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) com especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental na Faculdade de Saúd Universidade de São Paulo. Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Engenheiro do Departamento de Planejamento do Interior da Superintendência de Planejamento da SABESP. Keiko Arlete Semura Engenheira pela Universidade de Mogi das Cruzes. Engenheira da Divisão de Engenharia de Desenvolvimento Operacional da Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos da Vice Presidência Metropolitana de Produção da SABESP. Maria Carolina Gonçalves (1) Engenheira Civil pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestre em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Gerente da Divisão de Engenharia de Desenvolvimento Operacional da Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos da Vice Presidência Metrop da SABESP. Sueli Harumi Kakinami Bacharel em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Especialização em Engenharia de Saneamento Básico pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade Paulo (USP). Bióloga da Divisão de Operação da ETE ABC da Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos da Vice Presidência Metropolitana de Produção da SABESP. Endereço (1) : Av. do Estado 561, Bom Retiro - São Paulo - SP - CEP: 01107-000 - Brasil - Tel: (11) 3315-3931 - e-mail: mcgoncalves@sabesp.com.br RESUMO O objetivo do Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho é identificar, classificar e priorizar os fatores limitantes de desempenho de uma estação de tratamento de esgotos. A avaliação técnica ocorreu na ETE Suzano, da SABESP, localizada na RMSP. A ETE Suzano é uma estação de lodos ativados convencional, e a avaliação foi realizada utilizando informações do projeto e baseados no manual de operação existente, nos dados de desempenho e também nos dados de operação. Esta avaliação verificou a capacidade da estação em atingir um efluente de acordo com os parâmetros de emissão vigente e economicamente viável. Baseados nos dados fornecidos, a estação estava em conformidade para a DBO5, no período avaliado. Foi realizada também uma avaliação das principais unidades de processo para determinar a capacidade de cada processo em conseguir a performance requerida. A Estação de Tratamento de Esgotos Suzano foi classificada como marginal para a vazão atual, devido às limitações na disponibilidade de O2 e na desidratação. PALAVRAS-CHAVE: Estação de tratamento de esgotos, avaliação de desempenho, fatores limitantes de desempenho, lodos ativados. INTRODUÇÃO A ETE Suzano é uma estação de lodos ativados convencional com capacidade nominal de 1,5 m3/s e localizada na Região Metropolitana de São Paulo. A avaliação de desempenho foi conduzida pelo pessoal da SABESP com a coordenação de consultores canadenses, como parte do projeto Watershed Management 2000, que foi um Acordo de Cooperação Técnica entre o Estado de São Paulo e o Canadá. Os principais objetivos deste programa foram identificar, classificar e priorizar os fatores limitantes de desempenho da ETE Suzano e avaliar os problemas para melhorar o desempenho da ETE Suzano. 1

O objetivo de uma Estação de Tratamento de Esgotos é obter um efluente de boa qualidade e economicamente viável. Um bom efluente é aquele que apresenta valores iguais ou melhores que os lim Um efluente econômico é obtido com o uso eficiente da energia elétrica, dos produtos químicos, do pessoal de operação, manutenção e administrativo. Como mostra a Figura 1, a administração, o projeto, a manutenção e a evem trabalhar em conjunto para conseguir um efluente bom e economicamente viável. A administração, o projeto e a manutenção de uma planta determinam se esta é fisicamente capaz de conseguir a eficiência adequada. Com a aplicação das atividades apropriadas de controle do processo, o operador de uma planta capaz atinge o nível esperado de desempenho. As exigências do processo de tratamento fixadas pelo controle e monitoramento do processo ajudam a estabelecer a prioridade de uma planta. Limitações em qualquer área da figura podem levar a uma queda de desempenho. Como parte do Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho, foram analisados os dados da ETE Suzano no período de Novembro de 1998 a Outubro de 1999. EFLUENTE BOM E ECONOMICAMENTE VIÁVEL OPERAÇÃO (CONTROLE DE PROCESSO) CAPACIDADE DA PLANTA ADMINISTRAÇÃO PROJETO MANUTENÇÃO Figura 1 Fluxograma para obtenção de efluente de boa qualidade e economicamente viável O Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho estuda a operação, o projeto, a manutenção e a administração de uma ETE, visando determinar quais combinações de fatores limitam o desempenho. A avaliação inclui a revisão do desempenho da planta, identificando e priorizando os fatores limitantes de desempenho, determinando se existe necessidade de assistência técnica e apresentando os resultados da nidades de processo determina a capacidade de cada processo em conseguir a performance requerida. Baseado nos resultados da avaliação das unidades do processo principal, o sistema é classificado como capaz (Tipo 1), marginal (Tipo 2), ou não capaz (Tipo 3), considerando as exigências que devem ser atingidas no efluente final com a vazão atual. As equipes responsáveis pela operação, manutenção e gerenciamento são entrevistadas para determinar outros fatores que provocam queda no desempenho, como por exemplo a inabilidade da equipe de operação de aplicar conhecimentos técnicos. Se o Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho determina que a instalação é do Tipo 1 (capaz) ou Tipo 2 (marginal), o Programa de Assistência Técnica Abrangente soluciona os fatores para obter um efluente de boa qualidade e com economia. 2

Se a Estação de Tratamento de Esgotos é uma instalação do Tipo 3 (não capaz), com significativas limitações nas unidades do processo, então um Programa de Assistência Técnica Abrangente não será a os problemas de projeto sejam resolvidos. Uma revisão detalhada é necessária, através de uma consultoria especializada em projetos para aumentar a capacidade das unidades que se mostram necessárias. O Objetivo do Programa de Assistência Técnica Abrangente é melhorar o desempenho da ETE através da solução dos problemas identificados durante o Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho. DESCRIÇÃO DA ESTAÇÃO GERAL A Estação de Tratamento de Esgotos Suzano é uma planta de lodos ativados convencional, com capacidade de tratamento de 1,5 m 3 /s, devendo atender a população dos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes, Suzano, Poá e Itaquaquecetuba. Na elaboração do projeto estimou-se a composição de 65% de despejos industriais e 35% de esgoto doméstico. Atualmente predomina o esgoto de origem doméstica. A Figura 2 apresenta um fluxograma esquemático da planta. TRATAMENTO PRELIMINAR A elevatória de esgoto bruto opera com duas bombas parafuso com capacidade nominal de 1,5 m3/s cada bomba, sendo uma reserva. No canal a montante da bomba parafuso tem-se um gradeamento grosseiro e recebimento do reciclo provenientes do descarte do lodo biológico e filtrado do filtro prensa e um by-pass que desvia o esgoto para o corpo receptor (riotietê). O esgoto recalcado pela bomba parafuso é proveniente da elevatória Itaim, na qual a principal característica é a contribuição industrial. Após a bomba parafuso tem-se a entrada do esgoto proveniente da elevatória Guaió, que tem como principal característica esgotos de origem doméstica. No canal a jusante, ocorre a mistura dos afluentes e através de uma Calha Parshall é feita a medição de vazão da ETE. A jusante da Calha Parshall está instalada uma grade média mecanizada. O material gradeado remo A remoção de areia é realizada por caixa de areia aerada, sendo sua remoção contínua. Existem duas unidades instaladas. Após a sedimentação do material arenoso no poço de acumulação do t através de bombas centrífugas para a canaleta lateral, que encaminha o efluente ao dispositivo de remoção de areia. O destino final do material removido é o aterro sanitário. TRATAMENTO PRIMÁRIO O esgoto afluente, depois de submetido ao tratamento preliminar, é encaminhado ao tratamento primário, onde suas unidades promovem a separação líquido-sólido. Os sólidos removidos são encaminhados para tratamento 3

LEGENDA 01 GRADE GROSSEIRA 02 ELEVATÓRIA DE ESGOTO BRUTO 03 GRADE MÉDIA MECANIZADA 04 CAIXA DE AREIA AERADA 05 DECANTADOR PRIMÁRIO 06 TANQUE DE AERAÇÃO 07 CAIXA DE DISTRIBUIÇÃO 08 DECANTADOR SECUNDÁRIO 09 ELVEVATÓRIA DE RECIRCULAÇÃO 10 GRADE FINA 11 ELEVATÓRIA DE LODO PRIMÁRIO 12 DIGESTOR PRIMÁRIO 13 DIGESTOR SECUNDÁRIO 14 TANQUE DIÁRIO 15 ELEVATÓRIA DE LODO DIGERIDO 16 FLOCULADOR 17 TANQUE DE CLORETO FÉRRICO 18 SILOS DE CAL 19 POÇO DE SUCÇÃO 20 FILTRO PRENSA 21 QUEIMADOR DE GÁZ 22 TRANSPORTADOR DE LODO 23 LODO DESIDRATADO Figura 2 Fluxograma Esquemático da ETE Suzano BY-PASS 4

A decantação primária é constituída de quatro tanques, localizados entre as caixas de areia e os tanques de O lodo sedimentado do fundo é arrastado através de ponte rolante para o poço de acumulação e encaminhado para uma caixa de reunião de lodo com descargas intermitentes programadas. A escuma removida da superfície do decantador primário é coletada por meio de uma lâmina raspadora, conduzida para uma calha de coleta e encaminhada juntamente com o lodo primário para os digestores. O esgoto pode ser desviado do decantador primário passando somente pelo tratamento preliminar, sendo enviado diretamente para o tanque de aeração ou para o corpo receptor. TRATAMENTO SECUNDÁRIO A ETE Suzano foi projetada para tratamento secundário pelo processo de lodos ativados. Os tanques de possuem equipamentos de aeração superficial, tipo fixo, os quais são dispostos em quatro fileiras de cinco aeradores cada. A seleção da forma do tanque, seus dispositivos de entrada e saída, aeradores e comportas, foram feitas para atender uma ampla flexibilidade de processos convencionais. Normalmente opera como mistura completa. A recirculação do lodo ativado pode ser total, variando de 70% a 100% da vazão média, e o excesso é encaminhado para o início da ETE, a jusante da grade grosseira. A rec recirculação de lodo ativado. O esgoto pode ser desviado do tanque de aeração, passando somente pelo tratamento primário e enviando diretamente para os decantadores secundários ou para o corpo receptor. A ETE Suzano apresenta quatro unidades de decantação secundária. O efluente dos tanques de aeração atinge os decantadores secundários após passarem por uma caixa de distribuição do afluente, de acordo com a taxa de aplicação que se deseja operar cada unidade. O lodo removido é encaminhado a uma caixa de reunião de onde é enviado para a elevatória de recirculação de lodo ativado. A decantação secundária é parte integrante do processo de lodos ativados, cujo funcionamento está intimamente vinculado ao bom desempenho da remoção e recirculação do lodo sedimentado. O efluente líquido das unidades de decantação secundária representa o efluente final da ETE Suzano, portanto, sua qualidade deverá atender às exigências de lançamento do corpo receptor. FASE SÓLIDA Em analogia com a concepção de tratamento da fase líquida, as unidades de tratamento da fase sólida foram selecionadas em função das características dos sólidos removidos, seu uso e destino final. A produção de sólidos da ETE Suzano tem origem nas seguintes unidades Grade de barras grosseiras; Grade de barras médias; Caixa de areia aerada; Decantadores primários. O lodo excedente do tratamento secundário é misturado ao afluente da estação e removido nos decantadores sta maneira, apenas este lodo é submetido a tratamento específico. Os demais sólidos removidos pelas unidades de tratamento preliminar são encaminhados para o aterro sanitário. Os sólidos removidos nos decantadores primários passam por uma grade de barras enviados para a estabilização pelo processo de digestão anaeróbia. A estação apresenta quatro unidades para O lodo digerido recebe um condicionamento químico com a adição de cal e cloreto férrico. A desidratação de lodo condicionado é realizada através de filtro prensa de placas, tendo 3 unidades instaladas. O processo de desidratação mecânica consiste em submeter o lodo a prensagem por placas revestidas de tecido poroso, nas quais ocorre separação do líquido contido no lodo. O lodo desidratado é disposto em aterro sanitário. 5

HITÓRICO DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO É exigido na legislação para limite de emissão uma concentração máxima de DBO5 de 60 mg/l ou no mínimo uma redução de 80%, sólidos sedimentáveis até 1 ml/l e re vezes a vazão média diária. Não existem exigências de monitoramento determinadas na licença de funcionamento. A avaliação de desempenho foi baseada nos resultados das análises mensais de 12 meses (Novembro/98 a Outubro/99). São apresentados nas Figuras 3, 4 e 5 a vazão afluente à estação e a concentração de DBO5 e SST do efluente final. A Figura 3 apresenta a vazão média registrada no período de Novembro/98 a Outubro/99. A vazão média foi de 0,67 m3/s, sendo aproximadamente 44% da capacidade nominal da planta, que é de 1,5 m3/s. O maior pico de vazão registrada, neste período, foi de 0,89 m3/s no mês de Fevereiro/99 em função do alto índice de chuva. A Figura 4 mostra a variação de DBO5 no efluente final no período avaliado. A média de DBO5 neste período foi de 40,5 mg/l. Em Novembro/98 a DBO5 registrada excedeu o limite de concentração permitida de 60 mg/l, porém atendeu a redução mínima exigida de 80%. A equipe justificou o alto valor de DBO5 devido a despejos com altas cargas tóxicas. Todos os dados dos sólidos sedimentáveis estavam dentro ou abaixo do limite exigido que é de 1 ml/l. A concentração média dos sólidos suspensos totais foi de 31,2 mg/l, porém a legislação não faz exigências para este parâmetro. As informações registradas para os 12 meses avaliados (Novembro/98 a Outubro/99) indicam que a ETE A concentração média de nitrogênio amoniacal no efluente final foi de 48 mg/l, que excedeu o limite da legislação federal (Conama 20), igual a 5 mg/l em todos os meses. VERIFICAÇÃO DO DESEMPENHO ATUAL A análise do balanço de massa foi efetuada para avaliar os dados registrados da estação. A massa de lodo atual ação (Novembro/98 a Outubro/99) foi comparada com a massa de lodo projetada, que seria tipicamente produzida por este tipo de processo de tratamento durante o mesmo período, dadas as vazões e remoções registradas. Um dado de produção típica do lodo para processo similar foi usado para calcular a massa de lodo projetada. Ao realizar os cálculos para o balanço de massa da ETE Suzano obteve-se uma diferença de 47,1% entre a massa de lodo projetada e produzida. Baseados na observação do visita realizada, concluiu-se que a localização do ponto de amostragem do afluente contribuiu para aumentar esta diferença no balanço de massa. A amostra de esgoto afluente é obtida a jusante da adição dos retornos da planta, incluindo lodo ativado descartado (que é adensado nos decantadores primários) e o filtrado do filtro prensa. A proporção de produção de lodo secundário utilizado foi de 0,7 kg SST / kg DBO5 removido. Um estudo especial foi realizado pela equipe de avaliação para quantificar a massa O objetivo do estudo era demonstrar para a equipe da planta como quantificar a massa nos secundários e verificar o nível de controle operacional da massa de lodo biológico do processo. Os resultados do estudo indicaram que 47% da massa de lodo biológico estavam nos decantadores secundários. A equipe controla a idade do lodo no tanque de aeração para 5 dias. A idade do lodo projetada, utilizando os dados de massa de lodo no tanque de aeração e a massa de lodo nos decantadores secundários, foi igual a 6,3 dias. Isto mostra que a idade do lodo definida pela equipe de operação está bem próxima à idade do lodo calculada. 6

Vazão ETE Suzano Q m³/s 1,600 1,400 1,200 1,000 0,800 0,600 0,400 0,200 0,000 nov/98 dez/98 jan/99 fev/99 mar/99 abr/99 mai/99 jun/99 jul/99 ago/99 set/99 out/99 Mês Vazão Afluente Figura 3 Vazão Afluente a ETE Suzano Figura 4 Concentração de DBO 5 do Efluente Final da ETE Suzano DBO 5 ETE Suzano mg/l 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 nov/98 dez/98 jan/99 fev/99 mar/99 abr/99 mai/99 jun/99 jul/99 ago/99 set/99 out/99 Mês 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Redução DBO5 % DBO efluente Redução de DBO5 % Limite Máximo de Emissão de DBO5 Limite Mínimo de Redução de DBO5 % 7

Figura 5 Concentração do SST do Efluente Final da ETE Suzano 45 SST ETE Suzano 40 35 30 25 20 15 10 5 0 nov/98 dez/98 jan/99 fev/99 mar/99 abr/99 mai/99 jun/99 jul/99 ago/99 set/99 out/99 SST mg/l AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS UNIDADES DO PROCESSO O Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho estima as capacidades das principais unidades de tamento de esgotos para atingir os padrões adequados de emissão de efluentes. A avaliação foi baseada nas informações dos desenhos da estação, no manual de operação existente, nos dados de desempenho e também nos dados da operação. A Tabela 1 lista os dado utilizados para estimar as capacidades para os principais processos. RESULTADOS A Figura 6 mostra resultados da avaliação das principais unidades de processo na forma do Gráfico de Potencial de Desempenho. As principais unidades de processo são mostradas na coluna da direita do Gráfico do Potencial de Desempenho. O eixo horizontal representa a capacidade em vazão de cada unidade de processo e, assim, as barras indicam as capacidades estimadas para cada unidade de processo. Os critérios de avaliação utilizados para estimar a capacidade são identificados entre parênteses próximos aos nomes das unidades de processo. As linhas verticais marcam a vazão média atual de 0,67 m3/s e a vazão média de projeto de 1,50 m3/s. Um processo é considerado capaz se a capacidade estimada exceder a vazão média atual, isto é, a barra horizontal associada ao processo unitário estiver à direita da linha da vazão atual de 0,67 m3/s. O processo é entre 80 e 100 % da vazão atual, isto é, entre 0,54 a 0,67 m3/s. O processo é não capaz se sua capacidade estiver abaixo de 80% da vazão atual, isto é, menor que 0,54 m3/s. A unidade com menor capacidade de vazão estabelece a classificação geral da esta marginal ou não capaz. O Programa de Assistência Técnica Abrangente, a fase seguinte, é aplicada às estações que são consideradas capazes ou marginais. Estações não capazes devem ser ampliadas antes de ica. 8

Tabela 1. Dados e critérios para a avaliação das principais unidades de processo PROCESSO DADOS GERAIS INFORMAÇÕES CHAVES Q proj = 1,5 m³/s Q méd = 0,666 m³/s adotado 0,67 m³/s Q máx = 0,890 m³/s DBO5 afluente = 606,0 mg/l DBO5 efluente = 45,8 mg/l DBO5 afl.tq.a. = 437,0 mg/l DECANTADOR PRIMÁRIO A superf. = 720 m² por tanque N total de tanques = 04 N de tanques em operação = 03 Taxa de escoamento superficial (SOR) = 28 m³/m². d (adotado) CARGA AFLUENTE 1,4 kg DBO5/m³.d TANQUE DE AERAÇÃO V = 5.760 m³ por tanque N total de tanques = 04 N de tanques em operação = 03 Tipo: "mistura completa" 1,4 kg O 2 /kg DBO5 (adotado com nitrificação) 1,2 kg O 2 /kg DBO5 (adotado sem nitrificação) Tempo de detenção hidráulica (TDH) = 5 h (adotado com nitrificação) Tempo de detenção hidráulica (TDH) = 4 h (adotado sem nitrificação) SISTEMA DE AERAÇÃO Tipo: misturador superficial mecânico Potência = 90 kw N de misturadores no tanque de aeração = 05 N de misturadores em operação em cada tanque de aeração = 04 Temperatura média 22 C, 4 C Altitude = 730 m DECANTADOR SECUNDÁRIO A superf. = 2.290 m² por tanque N total de tanques = 04 N de tanques em operação = 03 Taxa de escoamento superficial (SOR) = 24 m³/m². d (adotado) DIGESTOR ANAERÓBIO V = 9.000 m³ por digestor N de digestores = 4 em operação: 3 como primário e 1 como secundário TDH = 50 dias para 23 C e 15 dias para 35 C (adotado) FILTRO PRENSA V = 7,0 m³ por filtro Tempo de ciclo = 4 h N total de filtros = 03 N total de filtros em operação = 02 Concentração afluente ao filtro = 5,8 % Concentração da torta = 40 % Produção média diária = 48,8 ton. Sempre considerar um filtro reserva, por ser equipamento crítico. 9

Figura 6 Gráfico de Potencial de Desempenho 10

DISCUSSÃO DO GRÁFICO DE POTENCIAL DE DESEMPENHO Os itens seguintes apresentam uma discussão da capacidade de cada unidade principal de processo da ETE- Suzano. 1. A taxa de escoamento superficial adotada nos decantadores primários foi de 28 m3/m2/d. Esta taxa considera o fato de haver a inclusão do lodo ativado. Com esta taxa a capacidade hidráulica é de 0,7 m3/s para três decantadores, cuja área é de 2.160 m2. Para os quatro decantadores a vazão passa a 0,9 m3/s, correspondendo a área de 2.880 m2. Assim, os decantadores podem ser classificados como capaz para a vazão atual, mas não capaz para a vazão de projeto de 1,5 m3/s. 2. A capacidade dos tanques de aeração foi avaliada em relação a três itens: ao tempo de detenção hidráulica, DBO5/m3/d e à capacidade de aeração do sistema de transferência de oxigênio. Como a estação é um processo de lodo ativado por mistura completa, foram usados, o tempo de detenção de 5 horas e uma carga orgânica de 1,4 kg/m3/d, considerando a nitrificação. O mecânica de superfície teve estimada a capacidade de transferir 1,4 kg O2/kg DBO5 removida. Assim, a capacidade em relação ao tempo de detenção hidráulica foi de 0,96 m3/s e 1,28 m3/s, para a carga orgânica foi de 0,64 m3/s e 0,85 m3/s e para a disponibilidade de O2 foi de 0,4 m3/s e 0,67 m3/s, respectivamente para três tanques com quatro aeradores cada (como em operação atualmente) e quatro tanques de aeração com cinco aeradores cada. Os tanques de aeração são classificados como capaz nos dois primeiros itens para a vazão atual com quatro tanques, mas marginal para a disponibilidade de O2. Posteriormente foi realizada avaliação dos tanques de aeração considerando-se que não ocorre a nitrificação conforme projeto original da estação. Deste modo adotou-se tempo de detenção hidráulica de 4 horas e disponibilidade de O2 de 1,2 kg O2/kg de DBO5. Nestas condições a capacidade de vazão em relação ao tempo de detenção foi de 1,2 m³/s para 3 tanques e 1,6 m³/s para 4 tanques e para a disponib de 0,47 m³/s e 0,79m³/s para 3 e 4 tanques respectivamente. Considerando a ausência de nitrificação a 3. A taxa de escoamento superficial adotada dos decantadores secundários foi de 24 m 3 /m 2 /d para o lodo ativado convencional. Com esta taxa, a capacidade hidráulica é de 1,9 m 3 /s e 2,5 m 3 /s, respectivamente, para três (com área igual a 6.870 m 2 ) e quatro (com área de 9.160 m 2 ) decantadores. Assim, os decantadores secundários podem tratar uma vazão muito superior a de projeto (1,50 m 3 /s). 4. Os digestores anaeróbios foram verificados para um tempo de detenção de 50 dias, considerando uma vazões calculadas foram de 0,9 m 3 /s e 1,2 m 3 /s considerando a operação de três e quatro digestores. Foi verificada a alternativa de aquecimento a 35º C, com redução do tempo de detenção para 15 dias. Neste caso a capacidade foi de 3,0 m 3 /s e 4,0 m 3 /s considerando três e quatro digestores. Desse modo, para a vazão atual os três digestores são suficientes para que a digestão anaeróbia seja considerada capaz. Entretanto, para a vazão de projeto (1,50 m 3 /s) a capacidade será marginal, com os quatro digestores sem aquecimento, mas considerando o aquecimento, apenas dois digestores serão suficientes para torná-los capazes. 5. A estação é equipada com três filtros prensa de placas, com volume de 15 m 3 cada. Por ser uma unidade crítica, deve-se manter um filtro de reserva, mas atualmente um filtro esta em manutenção. No processo são adicionados cloreto férrico e cal para auxílio na desidratação. Considerou-se ciclo de prensagem de 4 horas para obter torta a 40 % de teor de sólidos, com 24 horas de operação por dia. Para dois filtros em 3 /s. Com os três filtros em operação, sendo 2 filtros operando e um de reserva, a capacidade é de 0,88 m 3 /s. Assim, com um filtro em manutenção, a desidratação é considerada não capaz mesmo para a vazão atual. manutenção, a desidratação será capaz para a vazão atual e incapaz para a vazão de projeto. 6. A torta da ETE - Suzano vai para o aterro sanitário municipal São João. A capacidade de transporte/disposição foi baseada na vazão durante a avaliação que era igual a 0,67 m 3 /s. FATORES LIMITANTES DE DESEMPENHO Os fatores limitantes de desempenho foram identificados durante a avaliação de desempenho da estação baseados no impacto que estes fatores causam ao desempenho do processo. Para determinação dos limites foi verificado uma relação de setenta fatores potenciais, utilizando a revisão dos dados históricos de desempenho da estação no período de um ano, a análise do balanço de massa, a avaliação dos processos unitários, a revisão cas de operação e manutenção da planta e as entrevistas feitas com as equipes de operação, manutenção e administração. Os fatores potenciais avaliados estavam relacionados com as áreas de projeto, operação, 11

Para avaliar os fatores limitantes, atribuiu-se A para fatores que causam grande efeito no desempenho da estação. Por exemplo, A para deficiência na disposição do lodo, que resulta em uma contínua interferência na qualidade do efluente final. B é atribuído para fatores que causam grande efeito no desempenho durante períodos menores, ou causa um efeito menor. Por exemplo, queda no nível de desempenho devido ao problema de infiltração em períodos de chuva. E C para fatores que causam um efeito mínimo no desempenho ou somente às vezes interfere na qualidade do efluente. A equipe de avaliação identificou 07 fatores limitantes de desempenho da ETE Suzano, sendo que sessenta e três fatores potenciais não interferem no desempenho da em de prioridades. A1* - ADMINISTRAÇÃO POLÍTICAS/PLANEJAMENTO A não participação dos funcionários ligados à estação nas decisões orçamentárias; Demora na compra de equipamentos e execução dos serviços essenciais; Ausência de estabilidade das distribuições orçamentárias anuais; Ausência de autonomia no controle de efluentes industriais; e Ausência de clareza sobre os limites e os objetivos para as concentrações no efluente final. A2* - ADMINISTRAÇÃO RECURSOS FINANCEIROS Os recursos financeiros não são suficientes para a reforma de equipamentos fora de serviço devido à vida útil avançada e corrosão e para assegurar que os equipamentos chaves permaneçam em operação. A3* - MANUTENÇÃO IDADE DOS EQUIPAMENTOS A maioria dos equipamentos da estação de tratamento de esgotos de Suzano, está com sua vida útil esgotada, dificultando a ação das equipes de manutenção, que gastam muito tempo com manutenções corretivas. Há necessidade de priorizar a reforma e reposição de equipamentos chaves como: Ponte removedora de lodo primário; Aeradores mecânicos de superfície; Bombas de retorno de lodo secundário; Bombas de lodo de alimentação dos digestores; Equipamentos de condicionamento do lodo; e Filtros prensa de placas. Classificou-se alguns fatores com A, devido à importância que estes fatores tem em relação à planta. A ETE Suzano está cumprindo com os parâmetros que a legislação exige porém estes fatores poderão contribuir para que a qualidade do efluente fique fora dos padrões num futuro próximo. B1 OPERAÇÃO CONTROLE DO PROCESSO Melhorar a eficiência da remoção de lodo primário para reduzir a carga para os tanques de aeração; Há necessidade de melhorar a rotina do controle de processo com atenção na verificação das tendências e servir de base na tomada de decisão; Incorporar a massa do lodo secundário no controle do processo; Quantificar a carga real dos reciclos internos (retorno de lodo e filtrado); E otimizar a transferência de oxigênio com a operação de todos os tanques de ae B2 MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO PREVENTIVA Manter o empenho na implantação do programa de manutenção preventiva, pois vai minimizar as Garantir a disponibilidade de peças sobressalentes e reposição de estoque adequado, para possibilitar as atividades de manutenção local. 12

B3 PROJETO CARGAS AFLUENTES INDUSTRIAIS/TÓXICAS Continuar os esforços para controlar na fonte as cargas industriais/tóxicas afluentes. Há necessidade de construir um tanque de acúmulo para dosar estes despejos no sistema, diminuindo os choques de cargas tóxicas. C PROJETO DISPONIBILIDADE DE O2/AERAÇÃO O sistema de aeração não foi projetado para proporcionar a nitrificação. Este sistema precisa ser aperfeiçoado para fornecer um suprimento adequado de ar; e Reduzir aerossóis que são críticos nesta estação. CONCLUSÕES O Programa de Avaliação Abrangente de Desempenho da ETE Suzano demonstrou que a estação estava em conformidade com os padrões de emissão do efluente final durante o período analisado, de Novembro/98 a Outubro/99. Os principais processos unitários foram avaliados no que diz respeito a sua capacidade de atingir os requisitos de qualidade dos efluentes, para a vazão existente. Os processos unitários na ETE Suzano foram avaliados baseados nos critérios para processos de estações de lodos ativados convencionais. A estação foi considerada como marginal para a operação existente e para a vazão na época da avaliação, devido às limitações de 2) nos tanques de aeração e na desidratação do lodo. A estação seria classificada como capaz se as unidades e os equipamentos fora de serviço fossem reparados e recolocados Dos setenta fatores limitantes analisados, foram identificados sete como tendo impacto no desempenho da ETE Suzano. Os fatores relatados como limitantes são fatores administrativos (políticas/ planejamento e recursos financeiros), de operação (controle do processo), de manutenção (manutenção preventiva) e de projeto (cargas industriais/ tóxicas e disponibilidade de oxigênio), que impedem que a equipe de operação atinja a total capacidade da planta. PARTICIPAÇÕES NO TRABALHO O trabalho fez parte do PROJETO WATERSHED MANAGEMENT 2000, do Acordo de Cooperação Técnica entre o Estado de São Paulo e o Canadá, e contou com a participação dos consultores canadenses Dave Chapman e Jim Matthews. Participaram no treinamento do programa de avaliação de desempenho da ETE Suzano os seguintes engenheiros e técnicos da SABESP: Adriana O. Manicardi, Aldo Takahashi, Alessandra Cardos de Souza Minelli, Alexandre Magno P. da Rocha, Celso Trigo Jorge, Fábio Ferreira de Carvalho, Gisele A. N. da Cunha, Gustavo H. Alves de Sena, Helvécio C. de Sena, José Batista do Nascimento, José Henrique F. io César Swartele, Keiko Arlete Semura, Luiz Y. Ito, Manoel dos Santos Espinhosa, Maria Carolina Gonçalves, Marinho Celestino da Silva Neto, Monica Riccitelli, Renato Franzotti, Ricardo Rodrigues da Costa, Rubens Domenici, Sérgio Shiguemi Semura, Sueli Har REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. WTC and PAI, The Ontario Composite Correction Program Manual for Optimization of Sewage Treatment Plants, Ontario Ministry of Environment and Energy, Environment Canada and Municipal Engineers Association, October, 1996. 2. 2.Proctor & Redfern Limited, Watershed Management 2000 Project, Comprehensive Performance Evaluation, Optimization Demonstration Project at the ETE Barueri, SP, Brasil, June, 1999. 13