AMBr ouve classe médica



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ISSN 2316-5065 www.ambr.org.br AMBr ouve classe médica em pesquisa inédita Hospital da Criança José Alencar: um sonho realizado, um modelo a ser seguido no combate ao câncer Marketing Médico: estas duas palavras combinam O mito do jazz Stanley Jordan toca na AMBr no dia 14 de dezembro

ISSN 2316-5065 www.ambr.org.br Editorial AMBr ouve classe médica em pesquisa inédita Hospital da Criança José de Alencar: um sonho realizado, um modelo a ser seguido no combate ao câncer Marketing Médico: estas duas palavras combinam O mito do jazz Stanley Jordan toca na AMBr, no dia 14 de dezembro Caros leitores, abrimos a segunda edição da nossa Médico em Dia agradecendo as sugestões e elogios recebidos, incentivos para que a equipe continue trabalhando com afinco e melhorando sempre mais a publicação. Neste número vocês vão conhecer um pouco da extensa pesquisa realizada junto à classe médica do Distrito Federal com o intuito de nortear o planejamento estratégico do ano de 2013 e levantar o perfil e as expectativas dos atuais e potenciais associados da AMBr. Falando sobre temas que têm despertado o interesse dos gestores de consultórios, clínicas e hospitais, a editoria Gestão da Saúde traz entrevista com Renato Gregório, diretor geral da Editora DOC, onde ele desmistifica algumas percepções sobre o papel do marketing e sua aplicação na área médica. A Especialidade Médica comemora os avanços no combate e prevenção ao câncer, destacando o papel salvador das células-tronco e o sucesso crescente da Rede Brasilcord. Na área científica o Diabetes sob o olhar de quem aprendeu a conviver bem com a doença e compartilha estes ensinamentos. Na editoria Perfil, a inspiradora história da ABRACE e do Hospital da Criança José Alencar. A Dra. Ísis Magalhães fez e faz parte dela em sua busca pela melhoria da assistência pública às crianças com câncer. Polêmica e política não podem faltar! Qual sua opinião sobre a reposição hormonal masculina? Saiba o que pensa o oncologista Nilson Correia, e conheça também as opiniões da Deputada Arlete Sampaio sobre alguns assuntos da saúde em pauta no cenário legislativo. Mas, se depois de um ano de muito trabalho, o que você quer mesmo é tratar de assuntos leves, viagens e diversão, não deixe de ler as editorias Medicina e Arte sobre a Universidade de Zurique e a continuação sobre Noel Rosa na História da Música. Programação de total relax e viagem pelas melhores músicas da MPB, do Samba, da Seresta e da Bossa no Botequim das Quartas com a Turma do Gambá ou uma passada no Le Jardin para degustar um prato especial neste final de ano são ótimas pedidas! O caderno Destinos apresenta Cartagena, na Colômbia, um roteiro cheio de belezas naturais e históricas para a programação de férias. Enfim, mais uma edição variada e com temas atuais que, esperamos, seja do agrado de todos vocês. Uma ótima leitura, Paulo Feitosa, Diretor de Comunicação da AMBr

Diretoria Executiva Dr. Luciano Gonçalves de Souza Carvalho Presidente Dr. Evaldo Trajano Filho Vice-Presidente Dr. Jorge Gomes de Araujo Diretor Administrativo Dr. Carlos Jose Sabino Costa Diretor Econômico-Financeiro Dr. Elias Couto e Almeida Filho Diretor de Planejamento Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa Diretor de Comunicação e Divulgação Dr. Luiz Augusto Casulari Roxo da Motta Diretor de Editoração Científica Dra. Ana Patrícia de Paula Diretora Científica e de Ensino Médico Continuado Dr. Fernando Fernandes Correia Diretor Social e de Atividades Culturais Dra. Olimpia Alves Teixeira Lima Diretora de Relações com a Comunidade Conselho Fiscal TITULAR Dr. Márcio de Castro Morem Dra. Alba Mirindiba Bonfim Palmeira Dr. Ognev Meireles Cosac SUPLENTE Dra. Elza Dias Tosta da Silva Dr. Alexandre Barbosa Sotero Caio Dr. Bolivar Leite Coutinho Delegados EFETIVOS Dra. Edna Marcia Xavier Dr. Alexandre Morales Castillo Olmedo Dr. Jose Nava Rodrigues Neto Dr. Carlos Alberto de Santa Ritta Filho Dr. Eudes Fernandes de Andrade Dr. Sergio Tamura Dr. Aloísio Nalon Queiroz SUPLENTES Dr. Adalberto Amorim de M. Junior Dr. Antonio Geraldo da Silva Dr. Bruno Vilalva Mestrinho Dr. Baelon Pereira Alves Dr. Roberto Cavalcanti Gomes de Barros Dr. Roberto Nicolau Cavalcanti de Souza Dr. Alcides de Oliveira Dourado Filho Conselho Editorial Dr. Luciano Gonçalves de Souza Carvalho Dr. Evaldo Trajano Filho Dr. Paulo Henrique Ramos Feitosa Dr. Luiz Augusto Casulari Roxo da Motta DIRETOR RESPONSÁVEL Paulo Henrique R. Feitosa EDITORA-CHEFE Cristiane Rodrigues Kozovits JORNALISTA RESPONSÁVEL Marina Gomes Barbosa (RP: 015253/2011 DF) REVISÃO Larissa Sampaio e Maria Carolina Lopes FOTOGRAFIA André Muniz EDITORAÇÃO Grifo Design COMERCIALIZAÇÃO AMBr Glória Santana (61) 9948-6054 (61) 2195-9797 IMPRESSÃO Ideal Gráfica e Editora TIRAGEM 5.000 exemplares Médico em Dia é uma publicação da Associação Médica de Brasília AMBr SCES Trecho 3 Conj. 6 (61) 2195-9797 REDAÇÃO comunicacao@ambr.org.br www.ambr.org.br Revista cultural de distribuição gratuita. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Sumário 8 Tribuna A deputada distrital Arlete Sampaio (PT), médica e membro da Comissão de Saúde da Câmara Legislativa do DF, fala sobre sua atuação na Casa, sobre os projetos da área da Saúde em tramitação e do trabalho do governador do DF, Agnelo Queiroz. 18 Dia Mundial do Diabetes Uma matéria completa sobre os números da doença que mata quatro vezes mais do que a Aids. Novos programas do governo federal e a doença vista pela ótica de quem aprendeu a conviver com ela. 36 Especialidade Médica Dia Nacional de Combate ao Câncer: Bancos públicos de sangue de cordão umbilical dão novas perspectivas para tratamento da doença. 24 Especial Pesquisa de mercado encomendada pela Associação Médica de Brasília ao Instituto Datastore levantou o perfil dos médicos do Distrito Federal e sua percepção quanto aos serviços e a atuação da AMBr. 42 Perfil A história da Dra. Isis Magalhães, médica há 27 anos e Diretora-Técnica do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB), que transformou em realidade o sonho de um hospital modelo de tratamento ao câncer infantil. Radar 16 Gestão da Saúde 20 Medicina e Arte 22 Jovem Médico 29 Destinos 52

Palavra do Presidente Presidente da Associação Médica de Brasília AMBr Desafios e Compromisso Quando assumimos, em 18 de outubro de 2011, sabíamos do grande desafio que tínhamos pela frente: uma excelente estrutura havia sido colocada à disposição dos médicos do Distrito Federal na gestão anterior, e assumimos o compromisso de explorar suas potencialidades e criar mecanismos que sustentem o crescimento de demanda esperado, proporcionando gradativo aumento de receitas a serem reinvestidas na estrutura e na execução das metas da Associação Médica de Brasília. Sabíamos também da necessidade de elaborarmos posicionamentos claros e responsáveis sobre os temas críticos que despontam no cenário atual da Saúde Pública e da assistência privada, e que impactam na carreira médica e na qualidade dos serviços que são ofertados à população. São problemas sistêmicos e complexos que refletem em toda a cadeia da assistência médica e que, além disso, precisam ser enfrentados com lucidez e transparência. Passado um ano, avalio que conseguimos atingir uma grande parte das nossas metas para essa primeira etapa do mandato. Hoje contamos com um modelo de gestão matricial implantado com foco na visão de futuro, suportando as metas de crescimento e perenidade da Associação. A internalização das atividades e dos canais de comunicação também foi importante no processo para que pudéssemos modernizar as publicações, o site e os outros meios de informação, inclusive ampliando nossa participação em redes sociais para uma aproximação com os médicos e acadêmicos mais jovens. Para que não ficássemos reféns de nossa visão interna, a pesquisa de mercado realizada junto aos médicos do DF, associados e não associados, residentes e estudantes de medicina, forneceu elementos relevantes para a definição do foco de ação que norteia o planejamento estratégico de 2013, e deverá alinhar nossa capacidade de investimento com as sugestões e expectativas daqueles que são nossa razão de existir. Vários projetos especiais vão sair do papel ano que vem e, temos certeza, serão aprovados pela classe médica, já que fizemos questão de ouvir suas opiniões e críticas. A implantação de uma área comercial, com foco em prospecção de eventos, anunciantes e parcerias de negócio foi passo decisivo para darmos à AMBr o impulso necessário para o alcance das metas de receita. Vários projetos especiais vão sair do papel ano que vem e, temos certeza, serão aprovados pela classe médica, já que fizemos questão de ouvir suas opiniões e críticas. Todas essas iniciativas e seus desdobramentos formam um alicerce seguro para que possamos avançar e crescer de forma sustentável, criativa e responsável, sem perder o foco na defesa e valorização da classe médica e no zelo pelo bom exercício da Medicina, nossos fins maiores. 7

Tribuna Deputada Federal A deputada distrital Arlete Sampaio (PT), médica e membro da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa do DF, fala à revista Médico em Dia sobre sua atuação na Casa, sobre os projetos da área da Saúde em tramitação e do trabalho do governador do DF, Agnelo Queiroz. Qual a sua opinião em relação ao trabalho do governo Agnelo na área da Saúde? O Governo Agnelo assumiu com a saúde na UTI, numa situação deplorável. Tem sido um esforço diário a busca de soluções para melhorar as condições de atendimento da população. Houve inúmeras reformas na rede de Centros de Saúde e dos Hospitais. Houve a contratação de mais de seis mil servidores. Há melhoras visíveis, com a inauguração das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e das Clínicas da Família. Mas, ao meu ver, ainda não investimos o suficiente na atenção primária. 8 Arlete Sampaio iniciou sua militância política no movimento estudantil e foi dirigente do Sindicato dos Médicos do DF por três gestões (de 1985 a 1994). Em 2010, convidada pelo governador Agnelo, licenciou-se da Câmara Legislativa e assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda do DF. Em 31 de janeiro de 2012, após quase um ano na Secretaria, a doutora retornou à CLDF. Quais os projetos da área da Saúde em tramitação na Câmara Legislativa você destaca? Há uma quantidade significativa de projetos para a área da Saúde, de diversos parlamentares. Alguns meritórios, outros nem tanto. Há também requerimentos, indicações, sessões solenes, audiências públicas. A Saúde tem sido muito debatida na CLDF. Quais foram os projetos apresentados em 2012 pela senhora para a área da Saúde? Apresentei várias indicações, requerimentos, propus audiências públicas. Como sou membro da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, tenho sido relatora e tenho acompanhado a tramitação de projetos e indicações. Meu principal projeto, no qual estou trabalhando desde o primeiro semestre, é o que institui um Código Sanitário para o DF. No meu primeiro mandato apresentei um Projeto de Lei, realizei diversas audiências públicas, refiz o PL, entretanto não houve tempo hábil para votação. Como voltei para a CLDF este ano, retomei o trabalho, atualizei o texto para novas legislações ou normas de órgãos federais, debati com diversas áreas técnicas da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o estou reapresentando. Deverá ser protocolado ainda este mês. O Código Sanitário do DF é de 1966. Quais são os principais problemas na área da Saúde no DF? O que poderia ser feito? Vivemos o dilema de não poder contratar, na velocidade exigida, a quantidade de profissionais necessários para a Saúde e para outras áreas. Encontramos uma situação de descontrole e de limitações impostas pela LRF. Todo um esforço precisa ser feito para aumentar a arrecadação e podermos contratar mais servidores. Reafirmo que é necessário ampliar a cobertura na atenção primária. Se não acompanhamos um hipertenso, ou um diabético, vamos vê-los, com certeza em breve, em um PS. O que poderia ser feito pelo governo do DF para melhorar as condições de trabalho da categoria médica do DF (médicos da Rede Pública do DF)? E o plano de carreira da categoria? Vivemos uma situação de enorme sobrecarga para os profissionais de Saúde, de uma falta de regularidade no fornecimento de medicamentos e outros insumos, uma cultura da falta de compromisso social de muitos servidores. Melhorar a gestão, o planejamento, construir uma gestão democrática e participativa, são medidas urgentes. Quanto ao plano de carreira, precisamos discutir com o Governo, como sempre fizemos. Qual a opinião da senhora sobre o Ato Médico, Projeto de Lei 7703/06, em tramitação no Congresso Nacional, que regulamenta o exercício da medicina e determina que procedimentos devem ser realizados exclusivamente pelos médicos? Por incrível que pareça a categoria médica é uma das poucas ainda não regulamentadas na área da Saúde. Sou plenamente favorável a sua aprovação, depois de tantos debates.

Cultura Turma do Gambá brinda a Música Brasileira todas as quartas-feiras na AMBr Quarta-feira é dia de homenagear a poesia de mestres como Noel Rosa, Paulinho da Viola, Chico Buarque e Cartola. Quem chega na AMBr no início da noite é guiado pelo som de violões, cavaquinhos, viola e pandeiro rumo a um culto à música brasileira. Essa é a razão do encontro da Turma do Gambá que se reúne há 24 anos para celebrar seus ídolos. O grupo se encontra toda semana na AMBr, a partir das 19h, com seus instrumentos e vozes afinadas. A Turma do Gambá, inicialmente formada por funcionários do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), tem regras próprias, como não permitir barulho e tem até hino e livro lançado. Ao lado da mesa dos músicos um painel é sempre montado com a poesia que recitam quando a regra do silêncio é quebrada: Neste canto a mensagem é o canto. Canta, pois, se tal te convém. Se não cantas, silêncio, em respeito a quem canta ou a quem ouve encantado o canto de alguém. O painel é uma homenagem a Antônio Jorge, um dos fundadores da Turma, falecido há cinco anos. Waldemiro Schneider, fundador do grupo, explica as versões para o nome. A oficial é que na hora de escolher como chamar o grupo passou um gambá e ele ficou sendo o mascote, a não oficial é que o gambá está relacionado a quem bebe um bocado. Continua o mistério! Schneider é um dos mais assíduos nos encontros e se orgulha em manter a tradição da Turma do Gambá. Ele é autor do livro Botequim das quartas/turma do Gambá 15 anos de encantamento que editou em comemoração ao 15º aniversário da Turma. 10 Novos visitantes são sempre bem vindos, por isso anote na sua agenda: Botequim das Quartas Turma do Gambá Quando? Toda quarta-feira, a partir das 19h Onde? Salão de Festas da AMBr

Existem muitas falhas na lei. As falhas fragilizam e dão sustentação ao crime. É uma ficção, não assegura punição ou não à mulher. O livro, que inclui pesquisas e análises, levou 10 anos para ficar pronto. Malheiros pesquisou 26 mil partos realizados nos Hospitais da Ceilândia e da Asa Norte. Infanticídio: crime ou ficção jurídica? O infanticídio é um homicídio privilegiado cometido pela mãe contra o recém nascido, estando esta em condições fisiológicas especiais. O artigo 123 do Código Penal Brasileiro (CPB) diz que o crime é de fato menos grave que o homicídio simples, que é tipificado no art. 121 da legislação, merecendo, então, o infanticídio um tratamento amento diferenciado do homicídio. O critério jurídico utilizado para definir se o infanti-nticídio é decorrente do estado puerperal e a dúvida em relação ao estado psiquiátrico da mulher antes mesmo da gravidez levaram o médico aposentado da Secretaria de Saúde, José Ribamar Ribeiro Malheiros, a realizar vasta pesquisa que deu origem ao livro Infanticídio: crime ou ficção jurídica?. Existem casos em que a mulher pode ter uma doença psiquiátrica grave, que pode ser ainda mais agravada pela gravidez. Esse quadro pode levar a mulher a cometer um infanticídio. Podemos prevenir esse tipo de ato no pré-natal, onde o médico pode desconfiar que a gestante sofra de alguma doença psiquiátrica e encaminhá-la para acompanhamento junto a um profissional especializado, afirma Malheiros. A preocupação com o tema é tão grande que o escritor enviou um documento à comissão de juristas que fará a revisão do Código Penal Brasileiro, onde sugeriu uma modificação no texto, em que exige que a mulher que cometa o crime de infanticídio seja levada a fazer um exame psiquiátrico. Atualmente o procedimento não é obrigatório. Existem muitas falhas na lei. As falhas fragilizam e dão sustentação ao crime. É uma ficção, não assegura punição ou não à mulher. Ao exigir um exame psiquiátrico, pode-se descobrir uma doença específica, loucura fugaz, inconsciência repentina, entre outras, acrescenta Malheiros. Utilizando-se de seu conhecimento como ginecologista e bacharel em Direito, Malheiros joga luz sobre um assunto controverso, que vem dividindo a opinião de especialistas das duas áreas ao longo dos últimos 72 anos. Infanticídio: crime ou ficção jurídica? 11

Aids Crescimento da Aids entre jovens preocupa Os novos dados revelaram ainda um aumento na contaminação de jovens homossexuais, com idade entre 15 e 24 anos. Em 2002, homossexuais com essa faixa etária eram pouco menos de 40% dos casos. Novos dados apresentados apontam que essa mesma camada da população já ultrapassou os 50% dos casos. Essa geração não acompanhou o início da luta contra a Aids e nem perdeu ídolos por causa da doença, por isso a importância da sensibilização, afirma o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O crescimento dos casos de Aids entre os jovens, e mais especificamente entre os homossexuais, é uma das grandes preocupações do Ministério da Saúde. A informação foi divulgada durante apresentação do novo número de pessoas infectadas pelo vírus HIV no país. Segundo levantamento da pasta, com informações do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids (Unaids), o Brasil tem atualmente entre 490 mil e 530 mil soropositivos. Dado anterior, de 2010, utilizado pelo governo até então apontava que o país abrigava 630 mil infectados. A detecção do vírus em mulheres grávidas passou de 64% para 84%. 64% 84% Das 530 mil pessoas que estão com o vírus HIV no país, 217 mil estão em tratamento e 130 mil ainda não sabem que estão contaminadas, segundo o ministério. 530 mil 12 Para o ministério, parte da queda é decorrente de trabalhos de prevenção. No entanto, mudanças na metodologia de pesquisa que passou a abranger mais cidades brasileiras também afetaram o resultado do índice. 217 mil 130 mil em tratamento não sabem

Lucinha Araújo Viva Cazuza A região com a maior concentração de casos da doença no país é o Sudeste, com 43,8% do total. Lucinha Araújo, fundadora da ONG Sociedade Viva Cazuza e mãe do cantor que morreu em 1990 de AIDS, fala das mudanças em relação ao tratamento e prevenção da doença no Brasil. 43,8% Na taxa de incidência por habitante, a doença aparece mais nos estados do Sul o Rio Grande do Sul lidera a lista, com 40,2 casos para 100 mil habitantes, seguido pela Santa Catarina, com 36,4. RS SC 36,4 40,2 casos para 100 mil habitantes casos para 100 mil habitantes Quais as principais mudanças nos últimos anos em relação ao tratamento e prevenção ao vírus HIV? Houve uma enorme mudança no tratamento do HIV, se na década de oitenta e até meados da década de 90 a Aids era uma doença com tratamento precário, a vinda dos inibidores de protease, medicamento antirretroviral que passou a ser usado em 1996, trouxe qualidade e quantidade de vida. Hoje os pacientes que se tratam podem levar uma vida praticamente normal. Essa mudança que é maravilhosa, por outro lado, trouxa a banalização da Aids. Hoje vemos uma falta de cuidado na prevenção, praticamente não existe mais espaço na mídia para se falar do HIV, mas é uma doença que apesar de todo avanço no tratamento ainda não tem cura. Ficamos muito preocupados quando vimos os Boletins Epidemiológicos do Ministério da Saúde apontar jovens entre 15 e 24 anos como vulneráveis. Nosso grande desafio agora é como atingir esse jovem, como fazer com que ele introduza a prevenção no seu comportamento sexual. A senhora acredita que as campanhas de prevenção do governo federal têm dado resultados positivos? Elas são eficazes? Como disse anteriormente acho que o grande desafio é conseguir atingir os jovens que estão iniciando a vida sexual na prevenção, para que eles iniciem a vida de forma saudável, se prevenindo. Tenho a sensação que as pessoas possuem a informação sobre as formas de prevenção, mas que não usam a informação em suas vidas. Ou seja, o que precisamos é de uma mudança de comportamento e precisamos usar a linguagem que esses jovens conheçam assim como os meios de informação deles. Esse para mim é o grande desafio. O vírus é mais comum nas cidades maiores acima de 500 mil habitantes, e tem seus menores índices nos municípios com menos de 50 mil pessoas. O que mais poderia ser feito pelo governo em relação a prevenção e tratamento da doença? Como a Aids está saindo de moda os investimentos em prevenção também diminuem e a tendência é que haja um esvaziamento na assistência se não conseguirmos espaço. O programa de Aids já foi bem mais importante do que é hoje e é sabido que as verbas vão para onde se tem holofotes. 500 mil 50 mil habitantes habitantes O levantamento aponta ainda que o número de mortes se mantém estável no Brasil, com uma média de 11,3 mil óbitos por ano ao longo dos últimos dez anos. A pasta atribui a estagnação dos números ao aumento do uso de preservativos, juntamente com o tratamento, à base de medicamentos antirretrovirais. Fale um pouco sobre o trabalho da ONG Viva Cazuza, como atua? A Viva Cazuza é uma ONG que tem dois projetos principais. O primeiro é uma Casa de Apoio onde abrigamos crianças e adolescentes carentes portadores do vírus da AIDS, em regime de internato. Nessa casa somos responsáveis por todas as necessidades que eles possam vir a ter. O outro projeto é de Adesão ao tratamento onde acompanhamos socialmente 140 pacientes que se tratam na rede pública. Ainda mantemos um site, twitter, facebook com objetivo de dar informações atualizadas sobre HIV/Aids na tentativa de atingir jovens. Lançamos no ano passado o 1º Prêmio Cazuza de Vídeo, com o objetivo de chamar jovens a realizar campanhas de prevenção, que foi um grande sucesso. Agora estamos com o 2º Prêmio Cazuza de Vídeo, e o vídeo vencedor será a campanha do carnaval 2013. Quem se interessar pode se inscrever no site: http://premio.cazuza.com.br 13

Olhar Social Doação de sangue no Brasil cresce, mas está abaixo do índice recomendado pela OMS No dia 25 de novembro foi comemorado em todo o Brasil mais um Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue. Segundo a Fundação Pró-Sangue, órgão vinculado à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o número de doadores de um país seja de 3 a 5% do total da população. Contudo, segundo dados do Ministério da Saúde, este índice no Brasil não chega a 2%. De acordo com a Fundação Hemocentro de Brasília, o DF está acima da média nacional, com 2,25% de doadores. O hemocentro precisa em média de 250 doadores por dia para conseguir manter os estoques em níveis consideráveis para abastecer os hospitais públicos e conveniados do DF. CONDIÇÕES PARA DOAÇÃO REQUISITOS Gozar de boa saúde (avaliação médica no Hemocentro); Estar alimentado; Não estar em uso de medicamentos; Ter entre 16 a 67 anos de idade (16 e 17 anos, mediante consentimento formal do responsável legal); Pesar acima de 50 quilos (descontar o vestuário); Apresentar documento oficial com foto, em bom estado de conservação e dentro do prazo de validade; Ter dormido pelo menos 06 horas, com qualidade, na noite anterior à doação; Não praticar exercícios físicos nas 12 horas anteriores à doação; Não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores à doação; Não ter se submetido à endoscopia há 6 meses; Não ter feito tatuagem, piercing ou maquiagem definitiva há 12 meses; Evitar fumar 02 horas antes da doação. Agende pelo telefone 160, opção 2 http://www.fhb.df.gov.br O tipo de sangue mais procurado e o mais doado é o O+. Os sangues de fator RH negativo (A-,VB-, AB-, O-) são os mais raros. Ocorrência dos tipos sanguíneos na população: O (45%); A (42%); B (10%); AB (3%). O+ =36%; O - = 9%; A + = 34%; A - = 8%; B + = 8%; B - = 2%; AB + = 2,5%; AB - = 0,5%. Fonte: Gerência do Ciclo do Doador FHB/SES/GDF CANDIDATOS À DOAÇÃO DE SANGUE NA FHB PERÍODO DE JAN A OUT/2011 E 2012 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Total 2011 6.001 4.866 5.726 5.598 5.747 6.223 5.922 6.182 5.342 5.414 57.021 2012 5.731 6.142 7.029 5.794 6.655 6.301 6.039 6.154 6.503 6.765 63.113 15

Radar Teste de habilidade para os médicos O CFM estuda a criação de um exame nacional de proficiência obrigatório para os futuros médicos. O teste, que se assemelha ao da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para os bacharéis em direito, entretanto, não avaliaria os estudantes apenas pelo conhecimento. De acordo com o vice-presidente do órgão, Carlos Vital, o ideal seria que os alunos passassem por um crivo ao fim dos 2º, 4º e 6º anos do curso. O exame é necessário. A discussão é como fazer, resume. A ideia será melhor analisada em um fórum, previsto para ocorrer em março de 2013. A proposta foi apresentada na Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal, em audiência pública que discutiu o projeto de lei, de autoria do ex-senador Tião Viana (PT-AC), que determina a criação de uma OAB para os médicos. Fonte: Correio Braziliense 16 Raras, mas expressivas Doenças que têm prevalência de um caso para 100 mil pessoas são consideradas erros inatos do metabolismo. Algumas podem ser amenizadas se diagnosticadas precocemente, mas, segundo especialistas, nem sempre há exames nos hospitais. No entanto, se analisadas em conjunto, tornam-se expressivas. A importância de diagnósticos precoces foi discutida durante o Simpósio Erros inatos do metabolismo: fenótipos, doenças e tratamentos, promovido pela Sociedade Mineira de Pediatria. No Brasil, apenas Rio de Janeiro, Campo Grande, Porto Alegre, Curitiba e São Paulo têm equipamentos para a realização da espectrometria de massa em tandem. A exemplo do teste do pezinho, o exame é feito a partir de gotas de sangue coletadas em papel filtro. A fim de descobrir os erros inatos do metabolismo, em alguns casos, os profissionais precisam enviar o material para ser analisado ao Japão, à Alemanha e aos Estados Unidos. Fonte: Correio Braziliense Tratamento sem sair de casa Pacientes que precisam da ajuda de aparelhos para respirar e ocupam leitos de UTIs nos hospitais públicos poderão receber o atendimento na própria residência. Novo serviço de home care vai atender até 40 pessoas. Existem em média 30 pessoas por dia na fila de espera por uma vaga em UTI. Os que serão tratados na própria residência são os que dependem de ventilação mecânica para sobreviver e, por isso, passam longos períodos no hospital. A economia de 50% prevista se deve ao fato de tirar a pessoa do ambiente hospitalar, que é, por natureza, mais caro, afirma o subsecretário de Atenção à Saúde, Roberto Bittencourt. O contrato prevê um gasto de até R$ 12 milhões por ano. Apenas o que for usado vai ser debitado na conta do GDF. Fonte: Correio Braziliense

Técnica experimental da USP livra diabéticos das injeções de insulina Tratamento testado no HC de Ribeirão Preto fez com que 21 dos 25 voluntários, todos portadores do tipo 1 da doença, deixassem de receber as aplicações. O procedimento, estudado ao longo de nove anos, é baseado no autotransplante de células-tronco saudáveis. A ideia é tentar construir um novo sistema imunológico para o paciente, uma vez que a diabete do tipo 1 é autoimune, ou seja, é o próprio sistema de defesa do corpo que passa a atacar as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. O estudo é conduzido pelo endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri. Os resultados favoráveis no tratamento têm sido destacados em publicações especializadas, como o jornal da Associação Médica Americana. Isso porque, pela primeira vez no mundo, os níveis do peptídeo-c, uma espécie de marcador do funcionamento das células produtoras de insulina, aumentou nos pacientes submetidos à terapia. Pacientes de planos de saúde têm 0800 nacional para orientações e reclamações Fonte: O Estado de S. Paulo Parceria entre a Associação Paulista de Medicina (APM) e a PROTESTE, o telefone 0800 200 4200, de âmbito nacional, dá apoio a quem precisa de orientação sobre direitos em relação aos planos de saúde. O serviço foi prorrogado até 15 de dezembro, devido à alta procura. Em cerca de 40 dias úteis recebeu mais de 600 denúncias. O 0800 recebe reclamações de todo o Brasil, oferecendo esclarecimento e apontando encaminhamentos para a garantia dos direitos dos usuários. O atendimento é realizado por telefone e, em caso de necessidade de retorno, a resposta é dada por e-mail, no prazo de 72 horas. Fonte: Acontece Notícias Alerta contra o doping do cérebro A necessidade de se regular o uso de certas drogas e tecnologias que melhoram o desempenho do indivíduo foi tema de alerta de instituições europeias, que lançaram este mês o relatório Aprimoramento humano e futuro do trabalho. Assinado pela Royal Society, assim como pelas academias britânicas de medicina e engenharia, o documento destaca o uso indiscriminado, por exemplo, das chamadas drogas cognitivas, que aumentam a memória e a atenção. Segundo o relatório europeu, remédios desenvolvidos para tratar transtornos psicológicos, como o de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e a narcolepsia, têm sido utilizados por pessoas saudáveis com o objetivo de melhorar o desempenho em determinada atividade. Elas podem influenciar nossa capacidade de aprender e realizar tarefas, aumentar a nossa motivação, nos permitir trabalhar mais, em condições extremas e até na velhice. Apesar de as tecnologias de aprimoramento humano garantirem benefícios à sociedade, seu uso no trabalho levanta questões de ordem ética, política e econômica, que merecem ampla consideração. ANS quer que plano envie remédio para portadores de doenças crônicas Fonte: O Globo A resolução 310 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que entrou em vigor no início de novembro, incentiva operadoras de saúde a oferecer medicamentos para doenças crônicas. O objetivo, segundo a gerente-geral de Regulação Assistencial da ANS, Martha Oliveira, é reduzir o subtratamento de doenças como diabete, hipertensão, insuficiência coronariana e asma brônquica: A continuidade do tratamento de doenças crônicas é determinante para o sucesso. E não basta distribuir o remédio. É preciso fazer o monitoramento do paciente, afirma. A maior parte das operadoras ainda aguarda a publicação das regras pela agência para fazer os cálculos atuariais e definir se vão oferecer o benefício. A oferta de medicamentos para grupos específicos já é praticada em alguns planos de autogestão. Fonte: Correio do Estado 17

Dia Mundial do Diabetes Diabetes mata quatro vezes mais do que a Aids De acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2010, o diabetes foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil. Neste período, o número saltou de 35,2 mil para 54,8 mil. Isso significa que a taxa de mortalidade avançou de 20,8 para 28,7 mortes por 100 mil habitantes. ano das mortes prematuras por doenças crônicas a partir da melhoria de indicadores relacionados ao álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade, fatores de risco para o diabetes. No Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, o ministro Alexandre Padilha anunciou o lançamento do portal Autocuidado do Diabetes, ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Saúde e que explica o que é a doença, esclarece dúvidas mais comuns e traz dicas e informações para aumentar a qualidade de vida de quem convive com este mal. A população tem acesso à página pelo endereço eletrônico http://autocuidado.saude.gov.br. A doença mata quatro vezes mais do que a Aids e supera o número de vítimas do trânsito. Em 2010, 54 mil brasileiros morreram em decorrência do diabetes, enquanto 12 mil óbitos foram ocasionados pelo vírus HIV e 42 mil mortes foram registradas por acidentes de trânsito em todo país. Esse número seria ainda maior, se considerado que o diabetes age como fator de risco para várias outras doenças, como câncer e doenças cardiovasculares, por exemplo. O diabetes esteve, em 2010, associado a outras 68,5 mil mortes, o que totaliza 123 mil pessoas mortas direta ou indiretamente. 18 Em 2011, o governo federal lançou o Plano de Ações para Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que inclui medidas para redução de casos e de mortes provocadas pelo diabetes. O plano prevê a queda de 2% ao

VIVENDO COM DIABETES O diabetes pode ser vivido tanto como um peso quanto como um instrumento de autoconhecimento. Ao invés de uma doença limitante, o diabetes pode servir como um espelho do cuidado que todos nós deveríamos ter. O administrador de empresas, Décio de Mello, convive com os desafios do diabetes há mais de 40 anos, quando foi diagnosticado com o tipo 1 da doença na infância. Ele participa há mais de 20 anos de grupos de medicina preventiva e de auxílio a pessoas com diabetes. Mas apesar de todo o conhecimento, foi surpreendido com o diagnóstico da mesma doença em sua filha aos dez meses de vida. Toda essa minha vontade de ajudar as pessoas com diabetes e de oferecer auxílio psicológico e técnico foi acelerada pelo diagnóstico da minha filha. É uma doença muito difícil de ser diagnosticada em crianças que não falam e me vi sem muita informação, já que faltam bibliografias em português sobre o assunto, diz. A partir daí, Décio e sua esposa, a arquiteta Regina Garbellini, passaram a pesquisar e entender ainda mais sobre a doença. Acumulando informações e sentindo a carência do ponto de vista do diabético e não do médico, acrescenta. temas como a nada simples (mas fundamental) relação com os médicos. Os desafios e os cuidados daqueles que são pais de crianças diabéticas também têm destaque na publicação. O livro reserva um espaço especial para que o leitor escreva, ele próprio, as particularidades de seu tratamento, suas emoções e soluções. O objetivo não é apenas informar a respeito do diabetes: a proposta é que estes registros transformem o livro no manual de vida integral do próprio leitor, único, espelhando sua identidade e características próprias. Nossa intenção é levar informação, esclarecimento e possibilitar que o leitor reflita e produza o próprio texto de acordo com o seu dia a dia. Queremos mostrar que o diagnóstico não é uma sentença de morte e sim de uma nova vida. O primeiro passo para se ter autonomia e independência com o diabetes é ter controle emocional para traçar uma nova rotina de vida, acrescenta Décio. Vários temas importantes (como a alimentação saudável e a prática de exercícios) são tratados, considerando a dificuldade da mudança de hábitos e sugerindo nova perspectiva para encarar estes desafios. Toda pessoa com diabetes precisa construir sua forma pessoal de lidar com essa condição, acrescenta o autor. O casal fundou a Editora Tribo e, em 2011, lançou o livro Meu Manual de vida integral com diabetes, oferecendo uma visão contextualizada e uma abordagem voltada para o dia a dia de quem tem a doença. O Manual oferece aspectos históricos e práticos, tais como a contagem de carboidratos e o significado dos principais exames de rotina, incluindo espaço para registro de seus resultados. Também divide espaço com poemas, ilustrações e Meu Manual de vida integral com diabetes está à venda na Saraiva e no site www.loja.livrodatribo.com.br Aplicativo brasileiro ajuda portadores de diabetes a terem melhor controle da doença O GlicOnline é um software que dá suporte ao tratamento do diabetes. O programa inicialmente automatizava o cálculo de doses de insulina de ação rápida, de acordo com a prescrição médica. A nova versão do GlicOnLine simplifica o seguimento da prescrição médica e nutricional, registradas no sistema, reduzindo as dificuldades e erros nos cálculos, por exemplo dos carboidratos e das doses de insulina. As novas funcionalidades do sistema são: 1) alertar o paciente no momento de tomar/aplicar os medicamentos em doses fixas; 2) cálculo das quantidades de calorias, carboidratos, gorduras, proteínas, fibras e sódio das refeições; 3) registro e demonstração na forma de gráficos e tabelas dos dados informados pelo paciente, sobre o controle glicêmico, alimentação, pressão arterial e peso corporal. Estes dados estão disponíveis para os pacientes, médicos e cuidadores, em tempo-real, pela web. Há necessidade de prescrição médica, no sistema, para o cálculo de doses de insulina o que aumenta a aderência, melhora a relação medico-paciente e aumenta a comunicação entre equipe de saúde e paciente, ponto fundamental para melhor acerto no controle fino do diabetes. 19

Gestão da Saúde Diretor-geral da Editora DOC Marketing médico: duas palavras que combinam Mestre em Administração e Desenvolvimento RENATO GREGÓRIO Empresarial, Renato Gregório é um dos maiores especialistas em gestão de carreira médica do país. Escritor e professor com MBA em Gestão Estratégica, ministra cursos e palestras, além de publicar diversos trabalhos neste campo. Ao longo de sua carreira tem assessorado diversas sociedades de especialidades, associações médicas e instituições de saúde no Brasil. Por que é difícil entender o termo Marketing Médico? É difícil entender a relação entre os termos marketing e médico. O termo marketing vem do inglês to market, que significa negociar no mercado, com o sentido particular de mercadologia. Porém, como a Medicina não é um comércio, não é tão óbvio, em um primeiro momento, fazer a conexão entre os termos. Porém, veremos neste artigo que estas palavras não apenas combinam como, juntas, fazem todo o sentido. Ao contrário do que alguns imaginam, o marketing não tem como objetivo apenas vender produtos ou serviços usando de qualquer recurso disponível. Na realidade, marketing não precisa ter qualquer ligação com a venda direta. Outra confusão comum é com os termos propaganda e publicidade. Marketing não se resume a fazer anúncios, nem está diretamente vinculado a qualquer tipo de atividade publicitária. Em muitos casos, é possível fazer um excelente trabalho de marketing sem recorrer a estas ferramentas. Quais os tipos de marketing existem? 20 Mas se marketing não é apenas para vender e também não necessariamente significa fazer propaganda, qual o verdadeiro objetivo de se fazer marketing? Na realidade, existem vários tipos de marketing. Em alguns casos, como em um comércio, ele será realmente voltado para gerar vendas. Em outros, será utilizado com o objetivo de tornar uma mar-