COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE PINHALZINHO, SANTA CATARINA, BRASIL



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COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA DO MUNICÍPIO DE PINHALZINHO, SANTA CATARINA, BRASIL RESUMO Fábio Zanella Farneda 1 Junir Antonio Lutinski 2 Flávio Roberto Mello Garcia 2,3 Devido à importância das formigas nos mais diversos ecossistemas terrestres, incluindo o potencial de se tornarem pragas urbanas e possíveis transmissores de microorganismos patogênicos, realizou-se um inventário da fauna de formigas no perímetro urbano de Pinhalzinho. Este estudo teve como objetivos, avaliar a estrutura da comunidade de formigas, assim como a diversidade e a presença das mesmas em ambientes comerciais e residenciais. As coletas foram realizadas em quatro subregiões da cidade, durante o período de dezembro de 2005 a novembro de 2006, utilizando-se armadilhas do tipo iscas de sardinha e coletas manuais. Caracterizouse a fauna encontrada através dos parâmetros faunísticos da abundância, constância, dominância, freqüência, índices de diversidade (Shannon e Weavers) e eqüitabilidade. Foi realizado um total de 1.998 registros e identificadas 60 espécies, 21 gêneros e seis subfamílias. Os gêneros que mais se destacaram em número de espécies foram Pheidole com nove, Camponotus com oito, Crematogaster com sete, Solenopsis com cinco e Pseudomyrmex com quatro. O índice de diversidade encontrado foi 3,09 e o de eqüitabilidade 0,81, representando uma mirmecofauna considerável com pouca diferenciação na dominância de espécies. Os dados sugerem que houve pouca diferenciação na dominância de espécies, quando correlacionada com o grau de antropização da área. Palavras chave: Pheidole, entomofauna, diversidade, pragas urbanas ABSTRACT Ant communities (Hymenoptera: Formicidae) in the urban area of Pinhalzinho, Santa Catarina, Brasil. Because of the importance of ants in various earth ecosystems, including the possibility of becoming urban curses and possible 1 Ciências Biológicas, UNOESC. Rua Oiapoc 211, 89900-000 São Miguel do Oeste, SC. E-mail: ecofabiozoo@hotmail.com 2 Laboratório de Entomologia, UNOCHAPECÓ. Caixa Postal, 747, 89809-000 Chapecó, SC. 3 Unilasalle, Setor de Pesquisa, Av. Victor Barreto, 2288, CEP 92010-000, Canoas, RS - frmg@unilasalle.edu.br

54 FARNEDA, F. Z.; LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. transmitters of damage microorganisms, a study of the ant fauna was done in the urban limits of Pinhalzinho. The objective of this study was to evaluate the structures of the communities of ants, such as their diversity and presence in commercial environment and houses. The collections occurred in four subregions of the city between December 2005 and November 2006, using sardine baits and active manual collection. We distinguished the fauna found through the indexes of constancy, dominance, abundance, frequency, diversity (Shannon and Weavers) and equitability. An average of 1.998 records and identification of 60 species, 21 generas, and six subfamilies was done. The generas with the biggest highlight in number of species were Pheidole with nine, Camponotus with eight, Crematogaster with seven, Solenopsis with five and Pseudomyrmex with four. The indexes of diversity found were 3.09 and of equitably 0.81, representing a fauna of ants considerable with little dominance of species. The information suggested that there is a little difference in the dominance of species, associated with the degree the human impact on the area. Keywords: Pheidole, entomofauna, diversity, urbans curses INTRODUÇÃO O município de Pinhalzinho (26º51 25 S, 52º59 27 W) encontra-se na região do planalto oeste catarinense a uma altitude de 660m, compreendendo uma área de 152km 2 e uma população aproximada de 18.000 habitantes. Apresenta clima mesotérmico subtropical úmido, com temperatura média anual de 18ºC, não existindo uma estação seca bem definida. São inexistentes as informações relativas à mirmecofauna no perímetro urbano de Pinhalzinho, sugerindo a necessidade de avaliação da diversidade de formigas. Várias espécies de formigas apresentam associação com o ambiente urbano. Além de causarem incômodo, muitas dessas espécies podem ocorrer em ambientes hospitalares e comerciais, servindo como vetores de microrganismos patogênicos (Campos-Farinha et al., 1995). No Brasil, estima-se que das 2.000 espécies de formigas identificadas, cerca de 50 são pragas urbanas, ocasionando danos à saúde pública (Bueno e Campos-Farinha, 1999; Campos-Farinha et al., 2002). Segundo Delabie (1993), a maioria das formigas encontradas nas casas e nos hospitais do Brasil são espécies introduzidas de outros continentes. Essas espécies, consideradas como exóticas, possuem uma série de características biológicas e ecológicas que favorecem sua dispersão mediante o comércio (Hölldobler e Wilson, 1990).

COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA... 55 A existência de poucos obstáculos que se opõem à ocupação de novos habitates, o intenso tráfico de mercadorias, as condições humanas atuais e suas respectivas habitações, são alguns dos fatores que podem beneficiar a disseminação de algumas espécies de formigas em áreas modificadas ou perturbadas (Mariconi, 1999). São vários os danos atribuídos às formigas, como a destruição e contaminação de alimentos, danos a equipamentos eletrônicos, elétricos, telefônicos, além de ferroadas ocasionadas aos habitantes de casas infestadas (Delabie, 1993; Bueno, 1995). Formigas dos gêneros Wasmannia, Labidus, Eciton, Crematogaster e da subfamília Ponerinae podem picar dolorosamente (Malaspina, 2002). Devido à importância das formigas nos mais diversos ecossistemas terrestres, incluindo o potencial de se tornarem pragas urbanas e possíveis transmissores de microorganismos patogênicos, somando-se a falta de informações sobre a mirmecofauna presente nos ambientes urbanos do Brasil, este estudo teve como objetivo avaliar a estrutura da comunidade de formigas, assim como a diversidade e a presença das mesmas em estabelecimentos comerciais e residenciais no perímetro urbano do município de Pinhalzinho. MATERIAL E MÉTODOS As amostras foram coletadas no perímetro urbano do município de Pinhalzinho, Estado de Santa Catarina. A área, com aproximadamente 3,8 km 2, foi dividada em quatro sub-regiões, conforme descrição a seguir: Sub-região A1: corresponde à porção sul, não está em contato direto com o centro, possui baixa pavimentação asfáltica, grande área industrial, muitos terrenos baldios e arborização considerável. Sub-região A2: corresponde à porção oeste, apresenta aproximadamente 50% das ruas com pavimentação, poucos terrenos baldios, está em contato direto com o centro e caracteriza-se pela grande arborização. Sub-região A3: corresponde à porção leste, inclui praticamente todo centro, alta pavimentação, arborização considerável, muitos pontos comerciais e poucos terrenos baldios. Sub-região A4: corresponde à porção norte, é considerada a área mais arborizada, apresenta menor pavimentação que a área A2, maior concentração de indústrias e de terrenos baldios. O inventário foi realizado no período de dezembro de 2005 a novembro de 2006. Foram realizadas coletas quinzenais, perfazendo um total de 24, aplicando-se o mesmo esforço amostral nas quatro sub-regiões.

56 FARNEDA, F. Z.; LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. Foram realizadas coletas com isca de sardinha, colocadas sobre papel vegetal, permanecendo em um tempo aproximado de uma hora, totalizando 10 iscas em cada área (ponto amostral), sendo cinco em comércio e cinco em residência. As coletas foram manuais, com cotonete umedecido em álcool, em um esforço amostral aproximado de vinte minutos, repetido em estabelecimentos comerciais e residências. Os espécimes de formigas capturados foram acondicionados em frascos contendo álcool 70%, para posterior identificação. As atividades de triagem e identificação realizaram-se no laboratório de entomologia da Universidade Comunitária Regional de Chapecó UNOCHAPECÓ, a partir das chaves propostas por Bolton (2003) e Fernández (2003). Os parâmetros faunísticos das espécies foram obtidos por meio da equação apresentada em Silveira-Neto et al. (1976), sendo as espécies classificadas segundo a abundância, constância e dominância e freqüência. O cálculo da freqüência agrupou as espécies encontradas em pouco freqüentes, freqüentes ou muito freqüentes (Thomazini e Thomazini, 2002). Este parâmetro faunístico foi determinado através da ocorrência de cada espécie em relação ao total de coletas, combinadas com os métodos de captura utilizados no decorrer do estudo. A análise de diversidade foi realizada a partir do índice de Shannon e Weavers, e para avaliar a distribuição das espécies nas sub-regiões, foi utilizado o índice de eqüitabilidade (Pinto-Coelho, 2000). RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi realizado um total de 1.998 registros e identificadas 60 espécies, 21 gêneros e seis subfamílias. Do total de espécies identificadas, 50% apresentaram distribuição tanto em comércio como em residência, sendo registradas com ambos os métodos de captura (isca e manual), de acordo com a Tabela 1. As subfamílias que apresentaram maior freqüência em relação ao número de registros de espécies foram Myrmicinae com 32 e Formicinae com 13. As outras subfamílias foram pouco representativas quando comparadas às demais, sendo sete espécies para Dolichoderinae, quatro espécies para Pseudomyrmicinae, três espécies representando Ponerinae e uma espécie para Ecitoninae (Tabela 1).

COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA... 57 Tabela 1. Registro das espécies de formigas por método e local de coleta no perímetro urbano do município de Pinhalzinho, no período de dezembro de 2005 a novembro de 2006. TÁON Subfamília Dolichoderinae Tribo Dolichoderini Residência ISCA NÚMERO DE REGISTROS Residência Comércio MANUAL ISCA Comércio MANUAL Dorymyrmex brunneus (Forel, 1908) Dorymyrmex sp. 1 Linepithema humile (Mayr, 1868) Linepithema sp. 1 Linepithema sp. 2 Tapinoma atriceps (Emery, 1888) Tapinoma melanocephalum (Fabricius, 1793) Subfamília Ecitoninae Tribo Ecitonini Labidus coecus (Latreille, 1802) Subfamília Formicinae Tribo Camponotini Camponotus crassus (Mayr, 1862) Camponotus diversipalpos (Santsche, 1922)

58 FARNEDA, F. Z.; LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. Continuação da Tabela 1. TÁON Residência ISCA NÚMERO DE REGISTROS Residência Comércio MANUAL ISCA Comércio MANUAL Cephalotes sp. 1 Tribo Crematogastrini Crematogaster sp. 1 Crematogaster sp. 2 Crematogaster sp. 3 Crematogaster sp. 4 Crematogaster sp. 5 Crematogaster sp. 6 Crematogaster sp. 7 Tribo Myrmicini Pogonomyrmex naegelii (Forel, 1878) Pogonomyrmex sp. 1 Tribo Pheidolini Pheidole sp. 1 Pheidole sp. 2 Pheidole sp. 3 Pheidole sp. 4 Pheidole sp. 5 Pheidole sp. 6 Pheidole sp. 7 Pheidole sp. 8 Pheidole sp. 9 Tribo Solenopsidini Solenopsis sp. 1 Solenopsis sp. 2 Solenopsis sp. 3 Solenopsis sp. 4 Solenopsis sp. 5 Subfamília Ponerinae Tribo Ponerini Hipoponera distinguenda (Emery, 1890) Pachycondyla striata (Fr. Smith, 1858) Pachycondyla sp. 1

COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA... 59 TÁON Residência ISCA NÚMERO DE REGISTROS Residência Comércio MANUAL ISCA Continuação da Tabela 1. Comércio MANUAL Subfamília Pseudomyrmecinae Tribo Pseudomyrmecini Pseudomyrmex flavidulus (Fr. Smith, 1858) Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804) Pseudomyrmex sp. 1 Pseudomyrmex sp. 2 Os gêneros que mais se destacaram em número de espécies foram Pheidole com nove, Camponotus com oito, Crematogaster com sete, Solenopsis com cinco e Pseudomyrmex com quatro (Tabela 1). Pheidole, Camponotus e Solenopsis correspondem a gêneros geralmente mencionados em estudos envolvendo ambientes urbanos (Piva e Campos-Farinha, 1999; Silva e Loeck, 1999; Soares et al., 2004). A baixa riqueza expressa pelo número de registros das subfamílias Pseudomyrmicinae e Ponerinae deve-se, em grande parte, ao hábito arborícola das espécies (Junqueira et al., 2001). As espécies D. brunneus, Pheidole sp. 3 e Solenopsis sp. 3 destacaram-se como muito abundantes, constantes, dominantes e muito freqüentes. Entretanto, a grande maioria das demais espécies foi caracterizada como rara, acidental, não dominante e pouco freqüente (Tabela 2). Dorymyrmex brunneus, Pheidole sp. 3 e Solenopsis sp. 3 ocorreram em todas as coletas, sendo que Pheidole sp. 3 foi a espécie coletada em maior abundância (Tabela 2).

60 FARNEDA, F. Z.; LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. Tabela 2. Número de registros e análise faunística das formigas inventariadas no perímetro urbano do município de Pinhalzinho, no período de dezembro de 2005 a novembro de 2006. Nº de registros Abundância Constância Dominância Freqüência Subfamília Dolichoderinae Tribo Dolichoderini Dorymyrmex brunneus 216 Muito abundante Constante Dominante Muito freqüente Dorymyrmex sp. 1 13 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Linepithema humile 3 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Linepithema sp. 1 2 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Linepithema sp. 2 83 Comum Acidental Dominante Freqüente Tapinoma atriceps 21 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Tapinoma melanocephalum 10 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Subfamília Ecitoninae Tribo Ecitonini Labidus coecus 9 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Subfamília Formicinae Tribo Camponotini Camponotus crassus 98 Comum Acidental Dominante Freqüente Camponotus diversipalpos 29 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Camponotus mus 18 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Camponotus rufipes 39 Rara Acidental Dominante Pouco freqüente Camponotus sericeiventris 14 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Camponotus sp. 1 26 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Camponotus sp. 2 1 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Camponotus sp. 3 6 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Tribo Plagiolepidini Brachymyrmex sp. 1 5 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Brachymyrmex sp. 2 1 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Myrmelachista sp. 1 2 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Paratrechina fulva 6 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Paratrechina longicornis 92 Comum Acidental Dominante Freqüente Subfamília Myrmicinae Tribo Attini Acromyrmex niger 1 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Acromyrmex subterraneus 19 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Apterostigma sp. 1 2 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Apterostigma sp. 2 1 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Atta sexdens 40 Rara Acidental Dominante Pouco freqüente Mycocepurus goeldii 34 Rara Acidental Dominante Pouco freqüente Tribo Basicerotini Basicerus sp. 1 4 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Tribo Cephalotini Cephalotes pusillus 4 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Cephalotes sp. 1 3 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente

COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA... 61 Continuação da Tabela 2. Nº de registros Abundância Constância Dominância Freqüência Tribo Crematogastrini Crematogaster sp. 1 5 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Crematogaster sp. 2 25 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Crematogaster sp. 3 1 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Crematogaster sp. 4 102 Comum Acessória Dominante Freqüente Crematogaster sp. 5 9 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Crematogaster sp. 6 4 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Crematogaster sp. 7 17 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Tribo Myrmicini Pogonomyrmex naegelii 25 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pogonomyrmex sp. 1 20 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Tribo Pheidolini Pheidole sp. 1 50 Dispersa Acidental Dominante Pouco freqüente Pheidole sp. 2 88 Comum Acidental Dominante Freqüente Pheidole sp. 3 293 Muito abundante Constante Dominante Muito freqüente Pheidole sp. 4 157 Comum Acessória Dominante Freqüente Pheidole sp. 5 17 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pheidole sp. 6 9 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pheidole sp. 7 11 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pheidole sp. 8 1 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pheidole sp. 9 4 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Tribo Solenopsidini Solenopsis sp. 1 18 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Solenopsis sp. 2 8 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Solenopsis sp. 3 285 Muito abundante Constante Dominante Muito freqüente Solenopsis sp. 4 14 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Solenopsis sp. 5 11 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Subfamília Ponerinae Tribo Ponerini Hipoponera distinguenda 3 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pachycondyla striata 5 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pachycondyla sp. 1 2 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Subfamília Pseudomyrmecinae Tribo Pseudomyrmecini Pseudomyrmex flavidulus 3 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pseudomyrmex gracilis 2 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pseudomyrmex sp. 1 4 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Pseudomyrmex sp. 2 3 Rara Acidental Não dominante Pouco freqüente Total 1.998

62 FARNEDA, F. Z.; LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. O índice de diversidade encontrado foi 3,09, representando uma mirmecofauna considerável, e o de eqüitabilidade 0,81, mostrando baixa dominância de espécies. As espécies Linepithema sp. 2, C. crassus, P. longicornis e Pheidole sp. 2 foram caracterizadas como comuns, acidentais, dominantes e freqüentes. Apesar de Crematogaster sp. 4 e Pheidole sp. 4 estarem incluídas nas categorias comum, dominante e freqüente, segundo a constância foi caracterizada como acessória (Tabela 2). Foram registradas algumas espécies de formigas cortadeiras, como A. niger, A. subterraneus e A. sexdens, consideradas um dos principais responsáveis por causar danos a uma ampla diversidade de vegetais e podendo, inclusive, produzir danos indiretos em estruturas de pontes e prédios (Gusmão e Loeck, 1999). É importante enfatizar o alto registro de formigas do gênero Camponotus, pois formigas deste gênero são indicativas de deficiências de estruturas, uma vez que procuram áreas internas para nidificar e buscam seu alimento em áreas externas (Bueno e Fowler, 1994). Não houve registro da espécie Monomorium pharaonis, formiga geralmente referida em trabalhos envolvendo ambientes urbanos (Zarzuela et al., 2002; Moreira et al., 2005; Oliveira e Campos-Farinha, 2005; Lise et al., 2006). Entretanto, estudo realizado por Lise et al. (2006) em hospitais relata a ocorrência desta formiga na região, cuja importância como vetor de microorganismos patogênicos foi comprovada (Eichler, 1990; Peçanha, 2000). Embora classificada como rara, acidental, não dominante e pouco freqüente, neste estudo foi registrada a presença da formiga Argentina, L. humile (Tabela 2). Esta espécie é caracterizada pela ocorrência restrita a algumas regiões do Brasil, apresentando uma maior distribuição nos estados do sul do país (Zarzuela et al., 2002). A presença dessa formiga em determinadas áreas reduz a mirmecofauna local (Schultz e McGlynn, 2000). Algumas espécies registradas, como T. melanocephalum, C. sericeiventris, A. sexdens e P. longicornis, são consideradas pragas urbanas e estão entre as espécies que mais geram reclamações (Oliveira e Campos-Farinha, 2005). No Brasil, P. fulva, tida como espécie nativa e P. longicornis, uma espécie introduzida, são também relatadas como pragas importantes em áreas urbanas (Fowler et al., 1993; Delabie et al., 1995; Mariconi, 1999; Zarzuela et al., 2002). Para muitas das espécies capturadas em determinadas áreas, devem ser levadas em consideração as condições ecológicas, já que locais mais arborizados facilitaram o registro de algumas espécies, como formigas do gênero Cephalotes e Pseudomyrmex (Silvestre et al., 2003). Cephalotes pusillus, Cephalotes sp. 1, P. flavidulus, P. gracilis, Pseudomyrmex sp. 1 e Pseudomyrmex sp. 2 foram caracterizadas como raras, acidentais, não dominantes e pouco freqüentes (Tabela 2).

COMUNIDADE DE FORMIGAS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) NA ÁREA URBANA... 63 A análise de Cluster, baseada nos registros realizados para cada espécie, apontou que a sub-região A1 difere das demais, enquanto as sub-regiões amostrais A2 e A3 foram as que evidenciaram maior similaridade nas capturas (Figura 1). 110 100 (Dlink/Dmax)*100 90 80 70 60 50 A4 A3 A2 A1 Figura 1. Dendograma apresentando o agrupamento dos registros de captura das espécies de formigas nas quatro sub-regiões amostrais, na cidade de Pinhalzinho, Santa Catarina, no período de dezembro de 2005 a novembro de 2006. CONCLUSÕES Devido á maior freqüência de espécies consideradas urbanas, os dados sugerem que houve pouca diferenciação na dominância de espécies, quando correlacionada com o grau de antropização da área. Em relação à seletividade do método de captura, a captura com iscas reduziu o número de registros das espécies de formigas arborícolas, apresentando maior eficiência para as espécies de formigas terrestres. O maior número de espécies de formigas cortadeiras foi registrado em residências, fato provavelmente associado à presença de plantas ornamentais e cultivadas. As sub-regiões A1 e A4 foram as que apresentaram maior número de registros, sugerindo que a presença de terrenos baldios com considerável grau de arborização tenha influenciado os resultados.

64 FARNEDA, F. Z.; LUTINSKI, J. A.; GARCIA, F. R. M. Estudos sistemáticos que evidenciem a importância da mirmecofauna em áreas urbanas são necessários, tendo em vista a importância deste grupo como possíveis vetores de microorganismos patogênicos. AGRADECIMENTOS A FAPESC (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina), pela bolsa concedida ao primeiro autor. A Universidade Comunitária Regional de Chapecó UNOCHAPECÓ, por autorizar a realização do trabalho no laboratório de entomologia e a Eliane Kehl, pela revisão do abstract. REFERÊNCIAS BOLTON, B. 2003. Synopsis and classification of Formicidae. Gainesville, Florida: The American Entomological Institute, 370 p. BUENO, O. C. 1995. Formigas nos hospitais. Ciência Hoje, 19(111):12-13. BUENO, O. C.; CAMPOS-FARINHA, A. E. C. 1999. As formigas domésticas. In: Mariconi, F. A. M. (Org.) Insetos e outros invasores de residências. Piracicaba: FEALQ, p. 135-180. BUENO, O. C.; FOWLER, H. G. 1994. Exotic ants and native at fauna of Brazilian hospital. In: Williams, D. F. (Org.) Exotic ants, biology, impact and control of introduced species. Boulder: Westview Press, p. 191-198. CAMPOS-FARINHA, A. E. C. et al. 1995. Formigas urbanas. São Paulo: Boletim Técnico do Instituto Biológico, 21 p. CAMPOS-FARINHA, A. E. C. et al. 2002. As formigas urbanas no Brasil: retrospecto. Biológico, 62(2):129-133. DELABIE, J. H. C. 1993. Formigas exóticas na Bahia. Análise Dados, 3:19-22. DELABIE, J. H. C. et al. 1995. Community structure of house-infesting ants (Hymenoptera: Formicidae) in southern Bahia, Brazil. Florida Entomologist, 78(2):264-267. EICHLER, W. 1990. Health aspects and control of Monomorium pharaonis. In: Merr, V. (Org.). Applied myrmecology: a world perspective. Boulder: Westview Press, p. 671-675.

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