Decreto nº DE 10/11/2014

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Decreto nº 45031 DE 10/11/2014 Norma Estadual - Rio de Janeiro Publicado no DOE em 11 nov 2014 Regulamenta a Lei no 6.441, de 30 de abril de 2013, que dispõe sobre o Cadastramento de Produtos Agrotóxicos Fitossanitários e demais aspectos relativos ao adequado uso de que trata, e dá outras providências. O Governador do Estado do Rio de Janeiro, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, tendo em vista o que consta do Processo n º E - 02 / 001 / 4843 / 2013, CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1 º Para os efeitos deste Decreto, consideram - se: I - AGROTÓXICOS FITOSSANITÁRIOS - produtos utilizados em sistemas de produção agrícola, com a finalidade de alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá - las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, compreendendo, produtos e agentes físicos, químicos e biológicos, os agentes microbiológicos, os produtos semioquímicos, os bioquímicos, os fitossanitários com uso aprovado para a agricultura orgânica, os produtos formulados registrados por equivalência e os utilizados em culturas com suporte fitossanitário insuficiente. II - CADASTRO - instrumento de controle, indispensável para o uso, a comercialização e a recomendação dos agrotóxicos; III - FISCALIZAÇÃO - a ação direta dos órgãos do Poder Público, na verificação do cumprimento da legislação específica; IV - INTERDIÇÃO - medida que objetiva impedir, total ou parcialmente, o funcionamento de propriedade rural, estabelecimento comercial ou de serviços, bem como a entrada e a saída de produtos, subprodutos e derivados; V - CONTROLE - O conjunto de atividades, planos, métodos e procedimentos interligados utilizados na administração pública para aumentar a probabilidade de que os objetivos e metas estabelecidos sejam atingidos. VI - REGISTRO DE EMPRESAS - Ato exclusivo da Superintendência de Defesa Agropecuária (SDA) que autoriza o funcionamento no Estado de empresas ou filiais para a manipulação, a

comercialização, o armazenamento e a prestação de serviços na aplicação de produtos agrotóxicos. VII - COMERCIANTE DE AGROTÓXICOS - Pessoa jurídica, legalmente constituída e registrada na SDA para a comercialização de agrotóxicos diretamente aos usuários. VIII - PRESTADOR DE SERVIÇO FITOSSANITÁRIO - Pessoa jurídica, legalmente constituída e registrada na SDA para a aplicação de agrotóxicos. IX - USUÁRIO DE AGROTÓXICOS - Pessoa física ou pessoa jurídica que adquira ou utilize produtos agrotóxicos, beneficiária dos resultados desse uso, e responsável direta pelo uso e aplicação do agrotóxico de acordo com a prescrição da receita agronômica e demais condições que nela constem. X - APLICADOR DE AGROTÓXICOS - Pessoa física, devidamente capacitada e habilitada, capaz de entender e cumprir as recomendações do rotulo, bula ou receita agronômica para a aplicação de agrotóxico. CAPÍTULO II DAS COMPETÊNCIAS Art. 2 º Compete à Superintendência de Defesa Agropecuária - SDA: I - cadastrar os produtos agrotóxicos fitossanitários, estabelecendo as diretrizes e exigências relativas ao cadastro; II - registrar as empresas que comercializam ou armazenam agrotóxicos ou prestam serviços fitossanitários; III - fiscalizar o transporte, o comércio, o armazenamento, a prescrição, o uso, a aplicação de agrotóxicos e a prestação de serviços fitossanitários; IV - certificar os produtos de origem vegetal quanto à presença de resíduos de agrotóxicos; V - fiscalizar o acondicionamento, rotulagem, bula, garantias e validade dos produtos agrotóxicos no comércio; VI - fiscalizar a propaganda de agrotóxico veiculada no território do Estado; VII - realizar as análises necessárias para determinar a presença de resíduos de agrotóxicos em produtos agrícolas;

VIII - fiscalizar o armazenamento e a destinação de embalagens vazias de agrotóxicos; IX - instaurar processos administrativos por infrações a dispositivos deste Decreto, aplicar as sanções previstas e medidas cautelares de interdição dos estabelecimentos, apreensão de agrotóxicos, bem como de produtos agrícolas; X - firmar convênios e exercer as demais atribuições que lhes forem delegadas pelos órgãos federais competentes; CAPÍTULO III DO CADASTRO E CREDENCIAMENTOS Art. 3 º Os agrotóxicos fitossanitários só poderão ser utilizados ou comercializados no Estado do Rio de Janeiro após obtenção do deferimento no Cadastro Estadual de Agrotóxicos Fitossanitários. 1 º O postulante ao cadastro do produto deverá apresentar os seguintes documentos: a) requerimento firmado pelo representante legal da empresa detentora do registro federal do produto, solicitando sua inclusão no Cadastro Estadual de Agrotóxicos Fitossanitários; b) cópia do Certificado de Registro Federal; c) cópia do Parecer de Eficiência e Praticabilidade Agronômica; d) cópia do Informe de Avaliação Toxicológica; e) cópia do Potencial de Periculosidade Ambiental; f) cópia do modelo de bula e rótulo que acompanha o produto; g) comprovante da capacidade de recolhimento das embalagens vazias; h) cm caso de produto importado, declaração oficial do país de origem, com tradução juramentada, de que o produto tenha seu uso devidamente autorizado neste país. i) cópia dos Laudos de Eficiência e Praticabilidade Agronômica e de Fitotoxicidade; j) cópia do Comprovante de pagamento da taxa de cadastramento.

2 º Caberá ao Superintendente de Defesa Agropecuária o deferimento, o deferimento com condicionantes ou o indeferimento do requerimento de cadastro, fundamentado em parecer da área técnica. 3 º Qualquer alteração nas informações do produto, a empresa titular do cadastro deverá comunicar oficialmente a SDA no prazo de até 60 dias. 4 º A SDA poderá exigir a apresentação de resultados de ensaios instalados em território fluminense, quando ocorrer divergências entre a eficiência agronômica do agrotóxico informada no cadastro, com a observada no campo sobre as pragas a serem controladas. 5 º Os produtos de baixa toxicidade e periculosidade terão a tramitação de seus processos priorizados, desde que devidamente justificado pelo requerente do cadastro. Art. 4 º O prazo de validade do cadastro do agrotóxico será de 02 (dois) anos a partir do deferimento do cadastramento. 1 º O pedido de renovação do cadastro deverá ser feito com 90 (noventa) dias de antecedência do vencimento. 2 º Os produtos já cadastrados, terão o prazo de 01 (um ) ano, a partir da publicação deste Decreto, para fazer o recadastramento, sob pena de cancelamento do cadastro. Art. 5 º Serão consideradas como restrições estaduais ao cadastramento de agrotóxico fitossanitários: a) para os quais não haja antídoto ou tratamento eficaz no Estado; b) que revelem características teratogênicas, carcinogênicas ou mutagênicas, de acordo com resultados atualizados de estudos da comunidade científica, aceitos internacionalmente; c) que se revelem mais perigosos para a saúde do ser humano e ao meio ambiente do que tenham demonstrado os testes de laboratório com animais, ainda que estes tenham sido realizados segundo critérios técnicos e científicos atualizados; d) cujas características causem danos irreversíveis ao meio ambiente; e) produto registrado exclusivamente para cultura não cultivada no Estado;

1 º Os agrotóxicos que apresentarem indícios de redução de sua eficiência agronômica, alteração dos riscos à saúde humana ou ao meio ambiente poderão ser reavaliados a qualquer tempo e terem seus cadastros mantidos, alterados, suspensos ou cancelados, mediante processo administrativo e informando o titular do cadastro. 2 º A SDA poderá suspender o cadastro do agrotóxico quando forem apurados erros, omissões ou divergências nas informações apresentadas ao órgão estadual ou o não atendimento das condicionantes do cadastro. 3 º Possuem legitimidade para solicitar o cancelamento ou impugnar o cadastro de produtos agrotóxicos qualquer pessoa física ou jurídica de direito público ou privado mediante petição fundamentada, alegando danos ao meio ambiente, à saúde humana ou animal ou ineficiência agronômica, sem prejuízo de outros motivos. Art. 6 º Os produtos técnicos, pré - misturas, agrotóxicos e os agentes de controle biológico, quando se destinarem à pesquisa e à experimentação no Estado do Rio de Janeiro, deverão ser previamente incluídos no Cadastro Especial Temporário - CET. 1 º A pesquisa e a experimentação de produtos técnicos, pré - misturas e agrotóxicos fitossanitários deverão ser mantidas sob controle e responsabilidade do requerente, que responderá por quaisquer danos causados à agricultura, ao meio ambiente e à saúde humana. 2 º Os produtos agrícolas e os restos de cultura, provenientes das áreas tratadas com agrotóxicos fitossanitários em pesquisa e experimentação, não poderão ser utilizados para alimentação humana ou animal. 3 º Deverá ser dada destinação e tratamento adequado às embalagens, aos restos de produtos técnicos, pré - misturas, agrotóxicos fitossanitários, aos produtos agrícolas e aos restos de culturas, de forma a garantir menor emissão de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos no meio ambiente. 4 º O desenvolvimento das atividades de pesquisa e experimentação deverá estar de acordo com as normas de proteção individual e coletiva, conforme legislação vigente. CAPÍTULO IV DO TRANSPORTE E DO ARMAZENAMENTO Art. 7 º O transporte de agrotóxicos deverá se submeter às regras e procedimentos estabelecidos para o transporte de produtos perigosos constantes da legislação específica em vigor.

Art. 8 º O armazenamento de agrotóxicos obedecerá às normas nacionais vigentes, sendo observadas as instruções fornecidas pelo fabricante bem como as condições de segurança explicitadas no rótulo e bula, além das normas complementares específicas. CAPÍTULO V DA PROPAGANDA Art. 9 º A propaganda de agrotóxicos deverá conter explicações sobre sua aplicação, precauções no emprego, eventuais danos à saúde e ao ambiente. 1 º Os dizeres, sons e imagens relativas aos cuidados, precauções e danos à saúde e ao ambiente deverão ter a mesma visibilidade da propaganda do produto anunciado. 2 º A propaganda de agrotóxicos de uso agrícola não poderá conter expressões, imagens ou indicações que possam induzir ao seu uso indevido ou dar margem à falsa interpretação de inocuidade ou segurança. 3 º Será vedada a presença de crianças e adolescentes nas propagandas comerciais de quaisquer agrotóxicos. CAPÍTULO VI DA RECEITA Art. 10. Os agrotóxicos somente poderão ser comercializados diretamente aos usuários e utilizados mediante apresentação de receita agronômica prescrita por profissional legalmente habilitado. 1 º A receita é instrumento autorizador do comércio e do uso do agrotóxico e exige do profissional emitente conhecimento da realidade do usuário, do local de aplicação, da área de entorno, sendo proibida sua emissão as sem condições necessárias ao correto diagnóstico, observando a interação da cultura, do agente etiológico e do ambiente. 2 º A receita poderá ser manuscrita, impressa ou eletrônica, devendo ser expedida em no mínimo 02 (duas) vias, destinandose a primeira ao usuário e a segunda ao estabelecimento comercial, que a manterá a disposição dos órgãos fiscalizadores, pelo prazo de dois anos, contados da data de emissão. 3 º A receita, específica para cada cultura, vegetal, parte do vegetal, ou problema onde será aplicado o agrotóxico, deverá conter, necessariamente:

I - nome do usuário, da propriedade e sua localização; II - diagnóstico; III - recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a bula do produto; IV - recomendação técnica com as seguintes informações: a) nome do (s) produto (s) comercial (ais) que deverá (ão ) ser utilizado(s); b) cultura e áreas onde serão aplicados; c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas; d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas, quando necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea; e) época de aplicação; f) intervalo de segurança; g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência; h) precauções de uso; i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI; V - Data, nome, CPF e assinatura do profissional que a emitiu, além do seu registro no órgão fiscalizador do exercício profissional. 4 º O emitente da receita deverá acrescentar instruções específicas sobre o uso correto e seguro do produto, quando houver necessidade. 5 º Os agrotóxicos deverão ser prescritos com observância das recomendações de uso aprovadas em rótulo e bula. 6 º Será vedada qualquer forma de distribuição de agrotóxicos a título de premiação, brinde, demonstração de uso, fomento ou qualquer forma de incentivo ao uso desvinculado da prescrição por receita agronômica. CAPÍTULO VII

SISTEMA DE CONTROLE INFORMATIZADO DE MONITORAMENTO DE AGROTÓXICOS Art. 11. Fica instituído o Sistema de Controle Informatizado de Monitoramento de Agrotóxicos, com o objetivo de: I - permitir a interação eletrônica entre os órgãos estaduais envolvidos no controle e fiscalização de agrotóxicos; II - garantir o controle efetivo dos estabelecimentos registrados para o comércio e a prestação de serviços; III - viabilizar o processamento dos dados e informações relativas a comercialização, a prestação de serviços, ao uso e a destinação de embalagens vazias de agrotóxicos; IV - introduzir, manter e disponibilizar informações sobre o cadastramento de agrotóxicos, sobre a tecnologia de aplicação e a segurança no uso de agrotóxicos; V - manter e disponibilizar informações, sobre o cadastro, a comercialização, a receita agronômica e uso de agrotóxicos. 1 º O Sistema será desenvolvido e mantido pela Superintendência de Defesa Agropecuária em uma plataforma única que atenda as necessidades de acesso e a manutenção dos dados pelos órgãos estaduais das áreas de agricultura, saúde e meio ambiente. 2 º Os procedimentos de acesso ao sistema e de interação dos usuários com os órgãos envolvidos devem conter mecanismos que resguardem o sigilo e a segurança das informações confidenciais. CAPÍTULO VIII DO USO DE AGROTÓXICOS Art. 12. A aplicação de agrotóxicos somente poderá ser realizada por usuário ou por aplicador devidamente capacitado para execução da atividade. Parágrafo único. A capacitação de aplicadores deverá ser realizada por órgão habilitado e obedecer a conteúdo programático devidamente normatizado pela SDA. Art. 13. Para efeito de segurança operacional, a aplicação de agrotóxicos ficará restrita à área a ser tratada e deverá respeitar a distância de segurança mínima de mananciais de água, núcleos

populacionais, escolas, habitações, agrupamentos de animais, locais de recreação e culturas suscetíveis a danos, de acordo com a legislação, a bula, o rotulo e a receita agronômica. Art. 14. O usuário de agrotóxico será obrigado a: I - adquirir agrotóxico somente em empresa registrada para este tipo de comércio e mediante apresentação da receita agronômica; II - atender todas as recomendações referentes ao uso de agrotóxicos e realizar a aplicação conforme instruções constantes na bula, do rótulo e da receita agronômica. III - manter os equipamentos utilizados para aplicação de agrotóxico em condições adequadas; IV - prestar informações fidedignas no momento da prescrição da receita agronômica; V - utilizar ou fazer utilizar os equipamentos de proteção individual recomendados na bula ou no rotulo; VI - manter aplicador capacitado; VII - manter a disposição da fiscalização, pelo prazo de dois anos, a nota fiscal de aquisição do agrotóxico e correspondente receita agronômica; VIII - efetuar a descontaminação das embalagens laváveis através da tríplice lavagem, inutilizá - las e acondicioná - las para a devida devolução, assim como as demais não laváveis, acondicionandoas conforme as instruções de rotulo e bula; IX - transportar os agrotóxicos observando as normas específicas na legislação em vigor; X - manter os agrotóxicos, bem como suas embalagens vazias, armazenados em local adequado conforme as instruções de rotulo e bula. Parágrafo único. Será vedado ao usuário adicionar à calda de aplicação qualquer outro produto além dos recomendados em receita agronômica. CAPÍTULO IX DA INSPEÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO Seção I

Art. 15. A inspeção e a fiscalização de estabelecimentos agrícolas serão exercidas para avaliar as fases de comercialização, transporte, armazenamento, utilização de agrotóxicos e a destinação final de suas embalagens vazias. Art. 16. A inspeção e a fiscalização serão exercidas: I - nos produtos vegetais; II - nas empresas comerciais e prestadoras de serviços fitossanitários; III - nas propriedades rurais. Art. 17. As inspeções e as fiscalizações serão feitas por Agentes da Administração Pública que, em exercício de suas atividades, terão livre acesso aos locais onde se produzam, processem, em qualquer fase, o recebimento de embalagens vazias, o armazenamento, o comércio, o transporte e a utilização de agrotóxicos, podendo, ainda: I - apurar possíveis irregularidades; II - coletar amostras necessárias às análises de controle; III - interditar parcial ou totalmente, os estabelecimentos ou atividades quando constatado o descumprimento da legislação e apreender lotes ou partidas de produtos; IV - apreensão de agrotóxicos ou de cargas vegetais; V - destruição de vegetais. Art. 18. A autoridade responsável pela fiscalização e inspeção comunicará ao fiscalizado os resultados parciais e finais da fiscalização, aplicando penalidades quando verificadas quaisquer irregularidades. Art. 19. Nos casos de resistência ou aposição de dificuldades por parte do usuário, do estabelecimento comercial, do prestado de serviços ou dos transportadores fiscalizados, a ação será efetivada com requisição de força policial. Art. 20. A fiscalização será exercida sobre os produtos nas propriedades rurais, nos estabelecimentos comerciais, na prestação de serviço e na armazenagem. Parágrafo único. Constatadas quaisquer irregularidades, a propriedade e/ou estabelecimento poderá ser interditado e o produto ou alimento poderá ser apreendido e destruído.

Art. 21. Para efeito de fiscalização poderá ser coletada amostra representativa do produto e/ou alimento pela autoridade fiscalizadora. 1 º A coleta de amostra para análise pericial será dividida em três partes, de acordo com a técnica e a metodologia indicada pelo órgão fiscalizador. 2 º A amostra será lacrada na presença do interessado e, na ausência ou recusa deste, na de duas testemunhas. 3 º Uma parte da amostra será utilizada pelo laboratório oficial ou devidamente credenciado, outra permanecerá no órgão fiscalizador e outra ficará em poder do interessado para realização de perícia de contraprova. 4 º Para produtos perecíveis, não caberá realização de contraprova. Seção II Das Infrações Art. 22. Constitui infração toda ação ou omissão que importe na inobservância do disposto neste Decreto ou na desobediência às determinações de caráter normativo dos órgãos ou das autoridades administrativas competentes, em especial as seguintes situações: I - omitir informações ou fornecê - las incorretamente durante o processo de cadastramento ou de fiscalização; II - opuser embaraço a fiscalização ou não atender às intimações no tempo hábil; III - proceder em desacordo com o receituário ou com as recomendações do fabricante ou dos órgãos de fiscalização; IV - armazenar e comercializar agrotóxicos em estabelecimentos que não estejam registrados na SDA; V - fraudar, falsificar, adulterar e fracionar agrotóxicos, bem como violar seus lacres e embalagens, alterar sua composição ou a rotulagem original; VI - comercializar e ou utilizar agrotóxicos não cadastrados, vencidos ou impróprios ao uso, bem como remover produtos interditados pela fiscalização; VII - armazenar agrotóxicos sem respeitar as condições de segurança ou quando houver riscos à saúde humana, animal e ao meio ambiente;

VIII - comercializar agrotóxicos sem receita agronômica ou utiliza - lo em desacordo com a receita; IX - dispor de forma inadequada às embalagens vazias ou sobras de agrotóxicos; X - deixar de fornecer, utilizar ou não fazer a manutenção dos equipamentos de proteção individual dos aplicadores ou dos equipamentos de pulverização dos agrotóxicos; XI - prescrever receita agronômica de maneira genérica, errada, displicente ou sem o necessário diagnóstico, bem como com diagnóstico falso ou impossível; XII - deixar de proceder a tríplice lavagem da embalagem lavável; XIII - deixar de recolher em tempo estabelecido pela fiscalização os produtos apreendidos pela fiscalização; XIV - comercializar ou utilizar agrotóxicos sem procedência legal ou falsificados; XV - produzir e/ou comercializar produtos vegetais com níveis de resíduos acima dos permitidos pela legislação pertinente ou com resíduos de agrotóxicos não cadastrados para a cultura. Seção III Das Responsabilidades Art. 23. A responsabilidade administrativa nos casos previstos neste Decreto recairá sobre: I - a empresa fabricante quando constatada inconformidades em seus produtos; II - o profissional que prescrever a utilização de agrotóxicos em desacordo com as especificações técnicas; III - o comerciante que efetuar armazenamento, venda de agrotóxico e recebimento de embalagens vazias em desacordo com este Decreto; IV - o proprietário da terra e solidariamente o meeiro, parceiro agrícola, arrendatário ou similar, em razão de aquisição, armazenamento, uso de agrotóxicos e o descarte de suas embalagens vazias, não observar as normas estabelecidas neste Decreto, na receita agronômica e os cuidados recomendados pelo fabricante através de rótulo, bula ou da embalagem; V - o comerciante, o usuário, o profissional responsável e o prestador de serviço que opuser embaraço a fiscalização da SDA ou que não der destinação às embalagens vazias;

VI - aquele que concorrer para a prática e/ou ocorrência de infração e/ou dela obtiver vantagem. Seção IV As Penalidades Art. 24. Aquele que concorrer para a prática de infração e/ou dela obtiver vantagem, ou que armazenar, comercializar, transportar, utilizar, aplicar ou prestar serviço na aplicação de agrotóxico, der destino indevido às embalagens, sobras e produtos vencidos, bem como aquele que comercializar produto agrícola com níveis de resíduo acima do permitido pela legislação e normas vigentes ou de agrotóxicos não autorizados, ficará sujeito a multa de até R$ 45.000,00 ( quarenta e cinco mil reais) e graduada de acordo com a gravidade da infração e considerado o porte da propriedade rural, do estabelecimento industrial, comercial e de serviço. Art. 25. Cometidas, concomitantemente, duas ou mais infrações, aplicar - se - á a pena correspondente à gradação mais alta. Parágrafo único. Além da penalidade aplicada, o infrator está obrigado a reparar a falta cometida e suas consequências, bem como atender à legislação correlata. Art. 26. A infração de disposição legal acarretará isolada ou cumulativamente, nos termos deste Decreto, independentemente de medida cautelar de interdição de estabelecimento, da comercialização e de apreensão do produto ou alimento contaminado, a aplicação das seguintes sanções: I - advertência, por escrito, aplicada por infração leve; II - multa de até R$ 45.000,00; III - apreensão de produtos agrotóxicos, de vegetais e suas partes; IV - suspensão do cadastro; V - cancelamento do cadastro; VI - interdição total ou parcial de estabelecimento, do prestador de serviço e da propriedade rural; VII - destruição de vegetais ou suas partes e alimentos, quando se tratar de cultura submetida à aplicação de agrotóxico não autorizado ou com resíduos acima do permitidos. Seção V

Da Aplicação de Sanção Administrativa Art. 27. A advertência por escrito será aplicada na ocorrência no caso de infrator primário, quando o dano possa ser reparado. Art. 28. A multa será aplicada e cobrada nos casos não compreendidos no artigo anterior pelo órgão competente, conforme a gravidade da infração: I - Grupo A, de R$ 800,00 quando: a ) o usuário ou o prestador de serviços, quando proceder a aquisição, uso e armazenamento em desacordo com a receita agronômica ou com as recomendações de bula e rotulo; b) deixar de fornecer, utilizar ou não fazer a manutenção dos equipamentos de proteção individual dos aplicadores ou dos equipamentos de pulverização dos agrotóxicos; c) realizar o descarte das embalagens vazias de agrotóxicos em desacordo com a legislação; d ) aplicação de agrotóxicos por usuário ou aplicador sem a devida capacitação; e) não apresentar a nota fiscal, a receita agronômica e o recibo de devolução das embalagens quando solicitada pela fiscalização; II - Grupo B, de R$ 1.500,00 quando: a ) prescrição de receita agronômica de maneira genérica, errada, displicente ou sem o necessário diagnóstico, bem como com diagnóstico falso ou impossível; b ) não emissão de recibo de entrega de embalagens vazias; c ) comercialização de agrotóxicos sem fazer constar na nota fiscal o endereço para devolução das embalagens vazias; III - Grupo C, de R$ 3.000,00 quando: a ) o comerciante, o empregador, o profissional responsável ou prestador de serviços que deixar de promover as medidas necessárias de proteção à saúde ou ao meio ambiente; b) o comerciante, quando efetuar o armazenamento inadequado ou sem os controles necessários;

c) o comerciante, quando efetuar a venda sem o respectivo receituário, em desacordo com sua prescrição ou com as recomendações de bula e rotulo ou de produtos impróprios; d) não repassar ou prestar incorretamente as informações ao Sistema de Controle Informatizado de Monitoramento de Agrotóxicos; e) o comerciante que não receber as embalagens vazias dos produtores ou não dispor de estrutura adequada para o recebimento; f) produzir e/ou comercializar produtos vegetais com níveis de resíduos acima dos permitidos pela legislação pertinente ou com resíduos de agrotóxicos não cadastrados para a cultura; g) comercializar produtos vegetais não respeitando o período de carência para o agrotóxico; h) aplicar agrotóxicos não cadastrados para a cultura. IV - Grupo D, de R$ 6.000,00 quando: a ) o produtor, o comerciante, o usuário, o profissional responsável e o prestador de serviços que opuser embaraço a fiscalização; b) propaganda de agrotóxicos em desacordo com este Decreto: c) as entidades públicas ou privadas de ensino, assistência técnica e pesquisa, que promoverem atividades de experimentação ou pesquisa de agrotóxicos em desacordo com as normas de proteção da saúde pública e do meio ambiente; d) armazenagem, comercialização ou utilizar agrotóxico não Cadastrado no Estado. V - Grupo E, de R$ 12.000,00 quando: a ) a empresa fabricante efetuar a venda de produto não Cadastrado no Estado; b) não recolhimento, pelo fabricante, dos agrotóxicos impróprios para utilização, com Cadastro cancelado, suas sobras e aqueles apreendidos pela fiscalização; c) a empresa detentora do Cadastro que omitir informações ou fornecê - las incorretamente; d) propaganda de agrotóxicos em desacordo com este Decreto; e) fracionamento, fraude, falsificação ou adulteração de agrotóxico;

f) venda, utilização ou remoção de agrotóxico interditado; g) comercializar ou utilizar agrotóxicos sem procedência legal ou falsificados. 1 º A multa será aplicada em dobro no caso de reincidência. 2 º Os valores recebidos a título de multa, aplicadas pela Superintendência de Defesa Agropecuária para as ações de controle de agrotóxicos, serão recolhidas ao Fundo Estadual de Defesa Agropecuária, no prazo de 60 (sessenta) dias contados da data de sua notificação ao infrator, após o qual, se não pagas, serão inscritas em Dívida Ativa do Estado. Art. 29. A apreensão de agrotóxico será aplicada quando não atender às condições de uso e especificações do seu registro e/ou cadastro. 1 º O produto apreendido ficará sob a guarda do proprietário ou responsável, que será nomeado seu fiel depositário. 2 º As empresas titulares do cadastro e comercializadoras de agrotóxicos são responsáveis pelo recolhimento, pelo transporte e pela destinação final dos produtos por elas fabricados e comercializados quando apreendidos pela ação fiscalizatória e/ou se tornaram impróprios para utilização ou em desuso. Seção VI Do Processo Administrativo Art. 30. A infração da legislação sobre agrotóxicos será apurada em procedimento administrativo próprio, iniciado com a lavratura do auto de infração, observados o rito e os prazos estabelecidos neste Decreto e em outras normas legais e regulamentos aplicáveis à espécie. Seção VII Da Defesa e do Recurso Art. 31. O infrator poderá apresentar defesa perante a Superintendência de Defesa Agropecuária no prazo de até 30 (trinta ) dias, contados da data da lavratura do auto. Art. 32. Recebida a defesa ou decorrido o prazo para sua apresentação, a autoridade competente proferirá o julgamento. Se procedente o auto de infração, a autoridade julgadora expedirá a notificação ao autuado.

Art. 33. No julgamento do recurso, a autoridade competente, considerando as circunstâncias atenuantes, poderá reduzir a multa aplicada em 50% (cinquenta por cento) do seu valor. 1 º São circunstâncias atenuantes: I - baixo grau de instrução ou escolaridade do infrator; II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano; III - comunicação prévia, pelo infrator, aos órgãos encarregados da fiscalização; IV - colaboração com os órgãos encarregados da fiscalização. 2 º As multas serão agravadas até a metade de seu valor, nos casos de artifício, ardil, simulação, desacato, embaraço ou resistência à ação fiscal. Art. 34. Das decisões condenatórias poderá o infrator, dentro de igual prazo fixado para a defesa, recorrer em ultima instância, ao titular do órgão competente, desde que comprove depósito correspondente ao valor da multa. Art. 35. Da decisão final será dada ciência ao autuado, pessoalmente, por via postal, ou por edital publicado no Diário Oficial do Estado. CAPÍTULO X DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 36. A Superintendência de Defesa Agropecuária desenvolverá, em complemento à fiscalização, ações de educação sanitária, com instruções, divulgações e esclarecimentos aos usuários e aplicadores de agrotóxicos, sobre direitos e deveres gerados por este Decreto e a legislação pertinente, medidas de prevenção e segurança, preservação e sustentabilidade da agricultura, saúde e meio ambiente. Art. 37. O Secretario de Estado de Agricultura e Pecuária baixará Resoluções para os casos não previstos neste Decreto. Art. 38. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogaas as disposições em contrário, especialmente os Decretos n º 15.251, de 03 de agosto de 1990, n º 15.810, de 29 de outubro de 1990, e n º 16.305, de 18 de fevereiro de 1990. Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2014

LUIZ FERNANDO DE SOUZA