GRAU DOS ADJETIVOS Para expressar as variações de intensidade, o adjetivo apresenta-se em dois graus: comparativo e superlativo. 1. Grau comparativo O grau comparativo estabelece uma comparação entre dois ou mais seres. Pode ser: a) de igualdade: Este caminho é tão longo quanto aquele. b) de inferioridade: Este caminho é menos longo que aquele. c) de superioridade: Este caminho é mais longo que aquele.
2. Grau superlativo O grau superlativo pode ser: a) relativo: relaciona a característica de um ser em relação a outros. Pode ser: de inferioridade: Ele é o menos fraco do grupo. de superioridade: Ele é o mais fraco do grupo. b) absoluto: a característica de um ser é intensificada sem relação com outros seres. Ocorre de duas formas: analítica: a intensificação se faz com o auxílio de um advérbio de intensidade: Este aparelho é muito fraco. sintética: a intensificação se faz com auxílio de um sufixo: Este aparelho é fraquíssimo.
Alguns comparativos e superlativos apresentam formas especiais. Observe o quadro abaixo: Adjetivo Grau comparativo Grau superlativo bom melhor ótimo mau pior péssimo grande maior máximo pequeno menor mínimo alto superior supremo baixo inferior ínfimo
OBSERVAÇÕES 1ª) Comparando-se características de um mesmo ser, podemse empregar as formas mais bom, mais mau, mais grande: Ele é mais bom do que inteligente. João é mais grande do que gordo. 2ª) Além da forma menor, admite-se o emprego de mais pequeno, mais comum em Portugal: O marido é mais pequeno do que a mulher. João é mais pequeno do que Paulo. 3ª) O superlativo também pode ser indicado com o auxílio dos prefixos super- e ultra-: Sua idéia é superinteressante. Aquela garota é ultramoderna.
4ª) A flexão diminutiva de um adjetivo pode, muitas vezes, adquirir valor superlativo: O garoto ficou quietinho no sofá. (= muito quieto) 5ª) A repetição do adjetivo também pode dar idéia superlativa: Chupei uma laranja azeda, azeda!
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS 1. Pronomes pessoais retos EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS e ELES/ELAS.
a) Geralmente exercem a função sintática de sujeito: Eu e ela somos apenas bons amigos. Onde nós jantaremos naquela cidade? b) Podem funcionar como predicativo do sujeito: Comprovadamente o culpado é ele. Minhas noites de insônia és tu.
c) Tu e vós podem figurar como vocativos: Ó tu, Senhor Jesus, o Misericordioso, De quem o Amor sublime enaltece o Universo... (Alphonsus de Guimaraens) Ó vós, que, no silêncio e no recolhimento Do campo, conversais a sós, quando anoitece... (Olavo Bilac) d) Os pronomes eu e tu nunca podem ser regidos de preposição. Devemos substituí-los pelos pronomes mim e ti, respectivamente: Nunca houve nada entre mim e ela.
e) O pronome vós é empregado em situações muito formais ou em textos literários ou religiosos. Em situações cotidianas raramente é utilizado. Observe alguns exemplos: Todos vós conheceis essa conjuração. (Rui Barbosa) Virgem Maria, Noiva eleita, a Vós recorro! (Alphonsus de Guimaraens) Foi para vós que ontem colhi, senhora, Este ramo de flores que ora envio. (Manuel Bandeira)
OBSERVAÇÃO Em frases do tipo: O professor pediu para eu ler alguns poemas, note que a preposição para não rege o pronome eu, e sim o verbo ler. Sintaticamente, a frase corresponde a pediu para ler, e não pediu para eu. Esse mesmo tipo de ligação sintática ocorre com o pronome tu: O professor pediu para tu leres alguns poemas.
Observe os exemplos: Marcos trouxe uma revista para mim. Marcos trouxe uma revista para eu ler.
2. Pronomes pessoais oblíquos ME, MIM, COMIGO TE, TI, CONTIGO O, A, LHE,SE, SI, CONSIGO, ELE*, ELA* NOS, CONOSCO, NÓS* VOS, CONVOSCO, VÓS* OS, AS, LHES, SE, SI, CONSIGO, ELES*, ELAS*
a) Os pronomes oblíquos apresentam duas formas: átonos - são empregados sem preposição: Deram-me uma nova oportunidade. Perguntei-lhe se estava contente com o noivado. tônicos - são obrigatoriamente regidos de preposição: Deram uma nova oportunidade a mim. Perguntei a ele se estava contente com o noivado.
b) Os pronomes o(s), a(s) exercem a função de objeto direto substituindo um complemento verbal não regido de preposição obrigatória: Comprei este casaco em Londres. -> Comprei-o em Londres. c) Os pronomes o(s), a(s) assumem as formas lo(s), la(s) após as formas verbais terminadas em r, s ou z, ou depois da partícula eis: Devemos analisar esse caso. -> Devemos analisá-lo. Consideramos grave a situação do país. -> Consideramo-la grave.
d) Após as formas verbais terminadas em som nasal, os pronomes o(s), a(s) assumem as formas no(s), na(s): Cassaram o mandato de alguns corruptos. -> Cassaram-no. Os carneiros dão a lã. -> Os carneiros dão-na. e) Os pronomes me, te, se, nos e vos, dependendo da regência verbal, funcionam como objeto direto ou objeto indireto: Meus filhos sempre me respeitaram. OD VTD Meus filhos sempre me obedeceram. OI VTI
f) Como complemento verbal, lhe(s) sempre funciona como objeto indireto (complemento que seria precedido por preposição a): Seus filhos sempre lhe obedeceram. OI VTI g) Quando o pronome oblíquo se refere à mesma pessoa do pronome reto, ele é denominado reflexivo: [Eu] Barbeio-me diariamente. (= a mim mesmo) [Ele] Narciso admirava-se no espelho das águas. (= a si mesmo)