Helvidius, Jovinian, and the Virgnity of Mary in late fourth-century Rome

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Transcrição:

Helvidius, Jovinian, and the Virgnity of Mary in late fourth-century Rome Fabiano de Souza Coelho 1 Submetido em Abril/2015 Aceito em Abril/2015 PALAVRAS-CHAVE Helvidius Jovinian Ambrose Jerome Augustine. O eixo central apresentado pelo Professor Ph.D. David G. Hunter do Departamento de História da Universidade de Kentucky no seu trabalho, Helvidius, Jovinian, and the Virgnity of Mary in Late Fourth-Century Rome, foi que a doutrina Mariana e o movimento ascético se transformaram cada vez mais entrelaçados no Ocidente no final do quarto século da era cristã, especialmente nos escritos de Ambrósio e Jerônimo; os religiosos Helvídio e Joviniano foram dois cristãos que opuseram a esses novos desenvolvimentos; Helvídio rejeitou a doutrina da virginitas post partum de Maria; Joviniano rejeitou sua virginitas in partu. Assim, para ambos, o ensino sobre Maria representa noção falha de pecado, sexualidade e da Igreja; quando comparado as ideias dos escritos iniciais, a posição de Helvídio e Joviniano aparecem ser notavelmente associada com a tradição inicial cristã. O pesquisador inicia seu artigo abordando que no final do século IV d. C., o movimento ascético no Ocidente gerou uma nova forma de devoção a virgem Maria. Temos em Ambrósio, bispo de Milão, um relevante propagador das ideias de virgindade perpetua de Maria (virginitas post partum e virginitas in partu) como meio de ensino para adoção a vida ascética. Portanto, nos escritos de Ambrósio de Milão a ideia de virgindade de Maria seria o modelo de vida celibatária das virgens consagradas. 1 Mestre em História Social das Relações Políticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (PPGHIS/UFES). Doutorando no Programa de Pós-Graduação em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/IH/UFRJ), orientado pela Professora Doutora Regina Maria da Cunha Bustamante. NEHMAAT http://www.nehmaat.uff.br 235 http://www.pucg.uff.br CHT/UFF-ESR

Para Hunter, entre os anos 380 a 400, particularmente em Roma, tivemos oposições aos ideais ascéticos inicialmente difundidos pelos escritores tais como Jerônimo e Ambrósio. Da mesma maneira, a piedade ascética expressava uma devoção a Maria, mãe de Jesus, e, por outro lado, a resistência ao ideal ascético manifestava sua oposição a doutrina Mariana; a ideia de virgindade de Maria se transformou em um símbolo de diferentes noções de pecado, sexualidade e Igreja, isso tanto para mestres ascéticos e não ascéticos; os escritos eclesiásticos em torno dessa temática produziram opositores, em especial, Helvídio e Joviano. A polêmica levantada por Helvídio no final do ano 383 d. C., de acordo com autor, fez que Jerônimo escrevesse a um grupo de cristão de Roma nesse resultou no primeiro tratado na história do Cristianismo com objetivo de defender a virgindade perpetua de Maria, a saber, Adversus Helvidium. No trabalho de Jerônimo se observa que Helvídio escreveu sua resposta para uma pessoa chamada de Carterius, pois esse tinha espalhado um panfleto na qual argumentava que a vida virginal era superior a vida casada; essa ideia que não era nova, estava ancorado com uma novidade, esse argumento nos apresenta que a prova da superioridade da virgindade sobre o casamento estava na virgindade perpetua de Maria; esse argumento sobre a perpetua Virgindade de Maria foi objeto de resposta de Helvídio. Desta feita, Helvídio não atacou a prática da virgindade; ele simplesmente manteve a estrita igualdade entre casamento e virgindade. A negação da virgindade perpetua de Maria em Helvídio estava naquilo como ele entendia como um modelo de virtude marital, pois Maria depois da concepção virginal de Jesus teria uma vida normal de casada com seu esposo José. Helvidio apresentou várias passagens do Novo Testamento na qual justificava que Maria teve filhos com seu esposo José; também sobre os supostos irmãos de Jesus. Com isso, o religioso Helvidio, nos apresentou o autor, não queria negar a realidade do casamento, pois fazia uma critica ao movimento Docetista que estava associado ao Maniqueísmo que negava o casamento. Igualmente, demonstrou Hunter, que o monge chamado Joviniano apareceu em Roma no final da década dos anos 380 d. C., ensinando que todos os cristãos eram fundamentalmente iguais; na obra de Joviniano a saber, a Commentarioli se encontra um argumento nítido e mais teologicamente sofisticado do que outrora se observava entre os críticos do ascetismo. NEHMAAT http://www.nehmaat.uff.br 236 http://www.pucg.uff.br CHT/UFF-ESR

Joviniano teve duas ideias primárias para atacar o ascetismo, a saber, a formação de uma elite ascética na Igreja e a resistência a desvalorização ascética da criação e sexualidade humana, amplamente fundamentado em argumentos das escrituras e da teologia. Ademais, conforme nos mostrou o autor, o trabalho feito por Joviniano não se resumia num sistema de único, contudo esse apresentou em quatro teses centrais; seu conjunto de ideias na qual Jerônimo apresentou na sua obra contra Joviniano. Assim, extraído da obra do monge Jerônimo, Adversus Iovinianum, temos quatro proposições proposta por Joviniano: I) Os méritos de todas as mulheres (virgens, casadas ou viúvas) que tem recebido o batismo são exatamente o mesmo, com tal de que seja o mesmo seu cumprimento da lei divina; II) Qualquer que tenha recebido sinceramente o batismo está completamente livre do domínio do diabo e suas tentações; III) Entre uma pessoa que jejua e uma que come não existe diferença, se os alimentos são consumidos depois de dar graças a Deus. Portanto, toda abstinência e jejum são inúteis; IV) Todo batizado fiel a seu batismo obterá idêntica recompensa no reino dos céus. O ponto central da discussão de Joviniano em seus discursos era o batismo, pois seu argumento diz que todos os batizados seriam iguais na estruturação social da Igreja e todos teriam acesso a chamada santidade cristã, independentemente do mérito asceta. O entendimento sobre a Igreja de Joviniano principalmente se manifestou na sua interpretação das escrituras, na qual todos os cristãos compartilhavam da pureza da Igreja. Assim, para Joviniano a unidade da Igreja não deve ser dividida por distinção do mérito asceta. De acordo com Hunter, as teses de Joviniano estavam endereçadas para todos os cristãos e não apenas para um grupo específico religioso; com isso, tivemos um conflito de interpretação das escrituras feito por Jerônimo e Joviniano sobre a virgindade sendo que a imagem nupcial da mulher virgem como esposa de Cristo foi um assunto debatido a partir do final do século III d. C. No Ocidente Ambrósio foi o primeiro a desenvolver uma interpretação sobre a virgindade a partir do livro Cântico dos Cânticos pensa as vida das virgens e a virgindade de Maria associada a vida ascética da virgem consagrada. A interpretação da virgindade de Ambrósio de Milão do livro do Cântico dos Cânticos foi usada na tensão entre a superioridade das virgens sobre as pessoas casadas. NEHMAAT http://www.nehmaat.uff.br 237 http://www.pucg.uff.br CHT/UFF-ESR

Por outro lado, nos mostrou o autor, que as ideias de Joviniano estavam organizadas em torno da interpretação das escrituras, na qual todos seriam iguais, e, consequentemente, os méritos ascéticos tinha dividido em hierarquias o Cristianismo a ideia da imagem de virgindade e santidade da Igreja a partir do livro do Cântico dos Cânticos deveria ser aplicada a todos os cristãos. Outro ponto que escapou tanto a Jerônimo quanto a Sirício, bispo de Roma, foi a questão em torno da negação da virgindade de Maria. Todavia somente Ambrósio de Milão que apresentou que Joviniano tinha essa visão sobre Maria, onde não manteve sua virgindade após parto. O bispo Ambrósio de Milão foi o único que atacou Joviniano nesse ponto em torno da questão da negação da virgindade de Maria. Assim, Agostinho, bispo de Hipona, posteriormente respondeu essa questão. Da mesma forma, elencou o referido autor que o bispo Agostinho em vários lugares em suas obras tratou das ideias associadas ao monge Joviniano, em particular, nos escritos contra o bispo pelagiano, Juliano de Eclano; que tanto Joviniano quanto o bispo de Eclano tinham acusado os católicos de maniqueísmo. Diferentemente de Jerônimo e o bispo de Roma, Sirício, Agostinho de Hipona entendeu que Joviniano tinha atacado Ambrósio o acusando de Maniqueísmo e que o bispo de Milão tinha defendido a perpetua virgindade de Maria contra ele. Dentro da visão de Joviniano as ideias de Ambrósio de Milão sobre a virgindade de Maria estavam relacionadas com a rejeição Maniqueísta da criação; em Ambrósio de Milão temos a ideia de Igreja como Noiva de Cristo e essa como virgem consagrada a Virgem Maria. Desta feita, Ambrósio apresentou nessa reflexão sobre a virgindade que a renúncia sexual estaria associada com o batismo cristão. Contudo, tanto Helvídio quanto Joviniano rejeitam a noção de virgindade como um estado superior e melhor do que a vida dos casados. Por fim, o autor termina o artigo a explicitar que Helvídio e Joviniano, tendo como base a literatura cristã dos primeiros séculos da era cristã, observaram que o movimento ascético existente na Igreja Ocidental de seu tempo poderia estar associado ao Maniqueísmo. Além disso, a resposta dada por Agostinho de Hipona, no início do século V d. C., as ideias do monge Joviniano em sua obra sobre o casamento e a virgindade mostrou que na época existia uma insatisfação ante as máximas apresentadas nos trabalhos de Ambrósio e Jerônimo. Por conseguinte, a reflexão em torno da NEHMAAT http://www.nehmaat.uff.br 238 http://www.pucg.uff.br CHT/UFF-ESR

virgindade de Maria, no final do século IV d. C., transformou-se em uma questão que dividiu o Cristianismo antigo. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA HUNTER, D. G. Helvidius, Jovinian, and the Virgnity of Mary in Late Fourth-Century Rome. Journal of Early Christian Studies, Volume 1, Number 1, The Johns Hopkins University, 1993, p. 47-71. NEHMAAT http://www.nehmaat.uff.br 239 http://www.pucg.uff.br CHT/UFF-ESR