COMUNICADO PÚBLICO Visita de Campo para Validação e Verificação do Projeto REDD+ RESEX Rio Preto Jacundá, na RESEX Rio Preto Jacundá, Rondônia, Brasil. (16 de Novembro de 2015) O Imaflora/Rainforest Alliance está conduzindo o processo de auditoria para validação do projeto de REDD+ RESEX Rio Preto Jacundá nos padrões VCS (Version 3) e CCB (3ª. ed., 2013) e sua verificação nos padrões VCS (Version 3). O trabalho em campo será conduzido a partir do dia 23 de Novembro de 2015, tendo a duração de uma semana. Na segunda feira, dia 23 de Novembro, iremos conduzir uma reunião pública na comunidade Cabeça de Boi, na RESEX Rio Preto Jacundá, por volta das 17h. Esta reunião tem o propósito de se esclarecer o papel e as formas de atuação do Imaflora no contexto da auditoria e principalmente, ouvir contribuições e opiniões das pessoas que vivem na RESEX Rio Preto Jacundá e de outros stakeholders relevantes à respeito do projeto. Após o término da auditoria o Imaflora irá redigir seu relatório final, trazendo as conclusões do processo como um todo e indicando ou não a validação e verificação do projeto em questão nos padrões relevantes. Vale salientar que a auditoria de terceira parte realizada pelo Imaflora é independente, ou seja, não comprometida com as partes contratantes, nem com o resultado do processo. Este comunicado público se insere em um contexto mais amplo de consulta pública direcionada a partes interessadas específicas e também ao período de comentários públicos organizado pela CCBA. Para ter acesso à documentação e postar algum comentário referente ao projeto consulte: http://www.climate-standards.org/2015/10/20/resex-rio-preto-jacunda-redd-project/ Escopo geral da auditoria Esta auditoria de validação e verificação visa avaliar o desenho do projeto em questão, os resultados do monitoramento e toda a documentação de suporte, frente aos critérios dos padrões VCS (Version 3) e CCB (3ª. ed., 2013). Através de observações de campo, entrevistas com as pessoas e análise de documentos, as ações tomadas pelo proponente para desenvolvimento, implementação e monitoramento do projeto serão analisadas de forma a se determinar qual o potencial do projeto em promover benefícios líquidos ao clima as comunidades e a biodiversidade inserida na região. Além disso, a equipe de auditoria irá determinar se a implementação do projeto
resultou na redução efetiva das emissões de GEEs ocasionadas pelo desmatamento. Este volume será reportado no relatório final na forma de toneladas de CO2e. Todas as fontes de emissão e sumidouros de GEEs serão avaliados. O projeto esta sendo analisado com um nível de confiança aceitável, considerando níveis de incerteza intrínsecos à amostragem. O limite de materialidade à cerca da determinação de GEEs, é de 5%. Padrões, metodologias e ferramentas utilizadas: Clima, Comunidade & Biodiversidade. Padrões para Concepção de Projetos. Segunda Edição Versão em Português. CCBA, Arlington, VA. Dezembro, 2008; CCBA. 2013. Rules for the Use of the Climate, Community & Biodiversity Standards (December 2013). CCBA, Arlington, VA, USA. December, 2013. At: www.climate-standards.org VCS Standard 2015 v. 3.5; VCS AFOLU Requirements 2013 v. 3.4; VCS AFOLU Non-Permanence Risk Tool 2012 v. 3.2; VCS Validation and Verification Manual 2013, v3.1 VCS Program Guide 2011 v. 3.5; VT0001 Tool for the Demonstration and Assessment of Additionality in VCS Agriculture, Forestry and Other Land Use (AFOLU) Project Activities, v3.0 VM0015 - Methodology for Avoided Unplanned Deforestation, v1.1 Descrição resumida do projeto O projeto REDD+ Resex Rio Preto-Jacundá é uma parceria entre a Biofílica e os moradores da resex Rio Preto- Jacundá, representados pela Associação de Moradores da reserva extrativista Rio Preto-Jacundá e Ribeirinhos do Rio Machado (Asmorex), tendo o Centro de Estudos Rioterra (CES Rioterra) e o Conselho Deliberativo das Reservas Extrativistas do Vale do Anari (Cdrex) como parceiros na implementação das atividades e intervenientes do projeto.localizado na reserva extrativista de mesmo nome nos municípios de Machadinho D Oeste e Cujubim, nordeste do estado de Rondônia, a resex Rio Preto-Jacundá (RRPJ) possui um território de 95 mil hectares. Criada em 1996 pelo Decreto Estadual 7.336, a área tem um histórico de luta pelos direitos seringalistas, iniciado com sua ocupação e instalação de dois seringais (Jatuarana e Vera Cruz) há mais de 70 anos. Desde então, o ciclo da borracha na Amazônia entrou em declínio e aprofundou a situação de vulnerabilidade das comunidades tradicionais. Frente a essas dificuldades, os moradores da resex Rio Preto-Jacundá buscam meios de subsistência em um território altamente biodiverso, porém carente em serviços públicos básicos.nesse cenário problemático, destaca-se o pioneirismo da comunidade, uma vez que partiu dos seringueiros a iniciativa de valorizar a floresta e gerar renda a partir da comercialização de serviços ambientais. O acordo para a realização do projeto surgiu a partir de um extenso e amplo diálogo entre as partes envolvidas, que culminaram em diversos encontros mediados pela CES Rioterra, tanto na resex como no escritório da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do estado de Rondônia
(Sedam) no município de Machadinho D Oeste. Desses encontros buscou-se o Consentimento Prévio, Livre e Informado (FPIC) da comunidade residente na resex a partir da exposição de conceitos, benefícios, riscos e condições para a realização de um projeto desse tipo. Desses encontros prévios, definiu-se como o objetivo principal do projeto REDD+ Resex Rio Preto-Jacundá a promoção da sustentabilidade da comunidade extrativista por meio da redução da degradação florestal, do desmatamento não planejado e ilegal e, consequente, emissão de gases de feito estufa (GEE), alcançado por meio de um rol de atividades financiadas pela comercialização dos créditos de carbono. Na resex Rio Preto-Jacundá vivem 29 famílias, aproximadamente 130 moradores, composta em sua maioria por uma população jovem e carente de perspectivas em relação à permanência naquela terra e a continuidade de suas tradições extrativistas. Ainda assim, o potencial da produção extrativista leva a crer que um projeto de conservação florestal tem muito a oferecer aos seus moradores, devido às sinergias presentes nas esferas econômica, social e ambiental. Sendo assim, o objetivo principal no quesito Comunidade é a elevação do empoderamento local de uma população que buscou a recompensa por ser, como se auto intitulam, guardiões da floresta. A biodiversidade em consonância com a presença da população extrativista merece destaque devido à presença de espécies ameaçadas e endêmicas da região, como a Rhegmatorhina hoffmannsi (mãe-de-taocapapuda), e por estar no "Centro de Endemismo Rondônia", considerado como uma das mais importantes áreas de endemismos de aves na América do Sul (CRACRAFT, 1985), e toda importância trazida pelo rio Madeira (WILLIS, 1969). O projeto buscará nesse sentido, Resumo do Projeto CCB Terceira Edição monitorar espécies em situação de vulnerabilidade e acompanhar intervenções, criando-se arranjos para que instituições de pesquisa e ensino do estado possam acessar a área e ter um processo contínuo de conhecimento e acompanhamento da biodiversidade local. O envolvimento comunitário será contemplado nas atividades relacionadas à biodiversidade, uma vez que parte da renda das famílias provém de recursos florestais, assim como a fauna (caça epesca) é importante para sua segurança alimentar. Em análise de Araújo et al. (2015) sobre unidades de conservação e desmatamento, a resex Rio Preto-Jacundá figura entre as UCs que estão em situação crítica de desmatamento, corroborando com a tese de que a área necessita de ações prioritárias de conservação associadas à geração de renda para a população que a qualifica como reserva extrativista. Sobre os proponentes do Projeto Biofílica Investimentos Ambientais S.A. - A Biofílica Investimentos Ambientais é uma empresa brasileira que promove a gestão de áreas florestais no bioma amazônico. A empresa foi criada em 2008 com o objetivo de criar alternativas pioneiras e tornar a conservação ambiental uma atividade economicamente interessante para proprietários de florestas, comunidades e investidores. A Biofílica tem como missão reduzir o desmatamento e as emissões de carbono para a atmosfera, conservar a biodiversidade e recursos hídricos, e promover a inclusão
social e o desenvolvimento das comunidades que vivem no bioma amazônico através da comercialização de créditos de serviços ambientais, do fomento e financiamento de atividades de pesquisa científica. Responsabilidades no projeto: coordenação geral do diagnóstico socioeconômico e ambiental (DSEA) e estudos de linha de base e estoque de carbono; desenvolvimento e financiamento do DCP (Documento de Concepção do projeto); validação/verificação e comercialização dos créditos; co-gestão do projeto por todo o seu período de duração e implementação das atividades de conservação. Associação dos Moradores da reserva extrativista Rio Preto-Jacundá e Ribeirinhos do Rio Machado Asmorex - A Asmorex é uma associação civil sem fins lucrativos, com sede no município de Machadinho d Oeste, estado de Rondônia, que tem como objetivo fazer a gestão da resex Rio Preto-Jacundá em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia SEDAM. Desta forma, a Asmorex representa os extrativistas, suas famílias e demais moradores residentes na resex. Responsabilidades no projeto: a Asmorex é responsável por desenvolver e implementar, de maneira participativa, o projeto REDD+, bem como assegurar a execução do projeto e manter todas as documentações necessárias para que o projeto aconteça; monitoramento e co-gestão do projeto REDD+. Sobre o Imaflora/Rainforest Alliance O Imaflora é uma ONG brasileira, sem fins lucrativos, fundada em 1995 com a missão de incentivar e promover mudanças nos setores florestal e agrícola, visando à conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e a promoção de benefícios sociais. Em parceria com a Rainforest Alliance, atuamos como avaliadores de projetos de carbono florestal nos padrões Verified Carbon Standard (VCS) e Climate, Community and Biodiversity (CCB), entre outros. A Rainforest Alliance é uma ONG norte-americana, com atuação internacional e uma experiência de 28 anos de certificação sócio-ambiental. A Rainforest Alliance é acreditada pelo American National Standards Institute (ANSI) através da norma ISO 14065:2007. Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola Certificação Florestal - Mudanças Climáticas & Serviços Ambientais Página eletrônica: www.imaflora.org Estrada Chico Mendes, 185 - Bairro Sertãozinho. CEP 13426-420. Piracicaba - SP Brasil.
Responsáveis pelo processo de auditoria Bruno Brazil de Souza Imaflora; Campbell Moore - Rainforest Alliance. Contribua!!! Entre em contato diretamente com o padrão CCB e faça seus comentários sobre o projeto através do e- mail: ccbstandards@v-c-s.org; Entre em contato com o Imaflora e faça sua contribuição ao processo de auditoria pelos e-mails bruno@imaflora.org e consultapublica@imaflora.org ou pelos telefones +55 19 3429-0848 / +55 19 98324 5522; Se preferir, fale diretamente com a Rainforest Alliance através do e-mail cmoore@imaflora.org.