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Transcrição:

Doenças Profissionais Neste apontamento gostaria que reflectíssemos um pouco mais sobre as doenças profissionais. Definição Consideram-se doenças profissionais: 1 As que constam da lista organizada e publicada no Diário da República, sob parecer da Comissão Nacional de Revisão da Lista de Doenças Profissionais. 2 A lesão corporal, perturbação funcional ou doença não incluída na lista a que se refere o n.º 1, desde que se prove ser consequência, necessária e directa, da actividade exercida e não represente normal desgaste do organismo. Listas das doenças profissionais Índice codificado de doenças profissionais A presente versão da lista das doenças profissionais representa o resultado dos trabalhos de revisão, realizados até à data, pela Comissão Nacional de Revisão da Lista das Doenças Profissionais (Fonte: http://www.mapfre.pt/docs/ficheiros/decreto_regulamentar_6_de_2001.pdf) 1 - Doenças provocadas por agentes químicos 11 - Causadas por tóxicos inorgânicos: 11.01 - Chumbo e seus compostos e ligas. 11.02 - Mercúrio e seus compostos e amálgamas. 11.03 - Arsénio e seus compostos tóxicos. 11.04 - Manganés e seus compostos. 11.05 - Cádmio e seus compostos e ligas. 11.06 - Flúor e seus compostos. 11.07 - Fósforo e seus compostos. 11.08 - Hidrogénio arseniado. 11.09 - Sulfureto de carbono. 11.10 - Óxido de carbono. 11.11 - Ácido sulfídrico. 11.12 - Ácido cianídrico e seus derivados tóxicos. 12 - Causadas por tóxicos orgânicos: 12.01 - Benzeno, tolueno, xileno e outros homólogos do benzeno. 12.02 - Derivados nitratos e cloronitratos dos hidrocarbonetos benzénicos. 12.03 - Derivados nitratos do tuluol e do fenol. 12.04 - Pentaclorofenol e pentaclorofenolato de sódio. 12.05 - Aminas aromáticas (anilinas e seus homólogos, benzidina e homólogos, fenilenadiaminas e homólogos, ami-nofenóis e seus ésteres, naftilaminas e homólogos, assim como os derivados hidroxilados, halogenados, clorados, nitrosos, nítricos e sulfonados daqueles produtos). 12.06 - Fenilidrazina. 12.07 - Derivados halogenados tóxicos de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos (cloreto de metileno, tricloroetano ou metilclorofórmio, Página 1 de 7

dicloroetileno, tricloroetileno, tetracloroetileno, dicloro-1-2-propano, cloronaftalenos, clorobenzenos, clorobifenis e seus derivados dibenzo pdioxinas cloradas). 12.08 - Brometo de metilo. 12.09 - Cloreto de metilo. 12.10 - Hexano. 12.11 - Tetracloreto de carbono. 12.12 - Tetracloreto de etano. 12.13 - Isocianatos orgânicos. 12.14 - Cloreto de vinilo. 12.15 - Fosfatos, pirofosfatos e tiofosfatos alquílicos, arílicos, alquiralílicos e fosfoamidas. 12.16 - Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico. 12.17 - Álcoois. 12.18 - Glicóis. 12.19 - Acetonas. 2 - Doenças do aparelho respiratório 21 - Pneumoconioses por poeiras minerais: 21.01 - Silicose (simples ou combinada, como a sílico-siderose e a sílicoantracose). 21.02 - Amiantose ou asbestose. 21.03 - Antracose, baritose, estanose, siderose, silicatoses e outras pneumoconioses de depósito. 22 - Granulomatoses pulmonares extrínsecas provocadas por poeiras ou aerossóis com acção imunoalérgica: 22.01 - Suberose, beriliose, bissinose, pulmão dos sulfatadores de vinha, pulmão dos criadores de aves, pulmão do cimento, etc. 23 - Broncopneumopatias provocadas por poeiras ou aerossóis com acção imunoalérgica e ou irritante: 23.01 - Asma profissional. 3 - Doenças cutâneas 31 - Causadas por produtos industriais: 31.01 - Cimentos. 31.02 - Cloronaftalenos. 31.03 - Crómio e seus compostos tóxicos. 31.04 - Alcatrão de hulha, breu de hulha e óleos antracénicos. 31.05 - Sesquissulfureto de fósforo. 31.06 - Lubrificantes e fluidos de arrefecimento. 31.07 - Óxidos e sais de níquel. 31.08 - Aldeído fórmico e seus polímeros. 31.09 - Aminas alifáticas e alicíclicas. 31.10 - Fluoreto duplo de berílio e sódio. 31.11 - Enzimas proteolíticas. 31.12 - Resinas epoxi e seus constituintes. 31.13 - Madeiras exóticas. 32 - Causadas por medicamentos: 32.01 - Cloropromazina. 32.02 - Estreptomicina e seus sais. 32.03 - Penicilina e seus sais. 33 - Causadas por produtos químicos e biológicos não referidos nos números anteriores: 33.01 - Alergenos cutâneos e irritantes não incluídos nos outros quadros. V. outras dermatoses incluídas nas formas clínicas das intoxicações a que se referem os códigos 11.03, 11.12, 12.02, 12.03, 12.04, 12.05, 12.06, 12.07, Página 2 de 7

12.11, 12.12 e 12.19. 34 - Causadas por fungos: 34.01 - Dermatofitias cutâneas da barba, do couro cabeludo e das unhas. 34.02 - Candidíase cutânea, perioníquia crónica, intertrigo interdigital. 34.03 - Esporotricose. 34.04 - Micetonas. 4 - Doenças provocadas por agentes físicos 41 - Causadas por radiações: 41.01 - Radiações ionizates (radiolesões dos órgãos hematopoéticos dos olhos, da pele, dos ossos e bronco-pulmonares). 41.02 - Radiações infravermelhas (catarata). 41.03 - Radiações ultravioletas (conjuntivite e lesões da córnea e dermites). 41.04 - Iluminação insuficiente e outros factores (nistagmo). 42 - Causadas por ruído: 42.01 - Hipoacusia por lesão coclear. 43 - Causadas por pressão superior à atmosférica: 43.01 - Osteonecroses, síndroma vertiginosa, otite e hipoacusia por lesão coclear. 44 - Causadas por vibrações: 44.01 - Transmitidas por máquinas-ferramentas ou por ferramentas, peças e objectos com elas associados (afecções osteoarticulares e perturbações angioneuróticas). 45 - Causadas por agentes mecânicos: 45.01 - Pressão sobre bolsas sinoviais devida à posição ou atitude de trabalho (bursite aguda, pré ou infrapatelar, bursite crónica, pré ou infrapatelar, olecraniana, acromial). 45.02 - Sobrecarga sobre bainhas tendinosas, tecidos peritendinosos, inserções tendinosas ou musculares, devida ao ritmo dos movimentos, à posição ou atitude de trabalho (tendinites, tendossinovites e miotendossinovites crónicas, periartrite escápulo-humeral, condilite e epicondilite, estiloidite). 45.03 - Pressão sobre nervos ou plexos nervosos devida à posição ou atitude de trabalho (paralisias). 45.04 - Pressão sobre cartilagem infra-articular do joelho devida à posição de trabalho (lesão do menisco). 5 - Doenças infecciosas e parasitárias 51 - Causadas por bactérias e afins: 51.01 - Tétano. 51.02 - Bruceloses. 51.03 - Tuberculoses. 51.04 - Estreptococia por Estreptococo suis. 51.05 - Carbúnculo. 51.06 - Rickttsioses. 51.07 - Meningococias. 51.08 - Estreptococias (outras). 51.09 - Difteria. 51.10 - Estafilococias. 51.11 - Shigeloses 51.12 - Infecções por Pseudomonas. 51.13 - Sífilis cutânea. 51.14 - Infecções por enterobacteriáceas. 51.15 - Salmoneloses. 51.16 - Listeriose. Página 3 de 7

51.17 - Erisipelóide. 51.18 - Tularémia. 51.19 - Tracoma ocular. 51.20 - Ornitose-psitacose. 51.21 - Doença de Lyme. 51.22 - Pasteurolose. 51.23 - Leptospirose. 52 - Causadas por vírus: 52.01 - Raiva. 52.02 - Hepatites víricas. 52.03 - Poliomielite 52.04 - Varicela. 52.05 - Rubéola. 52.06 - Sarampo. 52.07 - Parotidite. 53 - Causadas por parasitas: 53.01 - Amebíase. 53.02 - Ancilostomíase. 53.03 - Hidatidose. 53.04 - Triquinose. 54 - Causadas por fungos: 54.01 - Criptococose. 55 - Agentes biológicos causadores de doenças tropicais: 55.01 - Malária. 55.02 - Shistosomíase. 55.03 - Filaríases. 55.04 - Doença do sono. 55.05 - Cólera. 55.06 - Febres hemorrágicas. 55.07 - Outras doenças tropicais. 6 - Tumores V. Códigos 11.03, 12.05, 12.14, 21.02, 22.01, 31.03, 31.04, 31.06, 31.07 e 41.01. 7 - Manifestações alérgicas das mucosas 71 - Conjuntivites, blefaroconjuntivites, rinites e rinofaringites. V. Códigos 12.13, 31.01, 31.10, 31.11, 31.13 e 32.01. 72 - Asma brônquica. V. Códigos 12.05, 12.06, 12.13, 12.14, 23.01, 31.09, 31.11, 31.13 e 32.03. Estatísticas De acordo com a legislação faz parte das funções do Estado e das Empresas manterem as estatísticas de acidentes de trabalho e doenças profissionais actualizadas anualmente. Pesquisei na internet informações sobre as estatísticas das doenças profissionais em Portugal. Com esta pesquisa verifiquei que as estatísticas das doenças profissionais estão numa situação muito pior que as dos acidentes de trabalho. Deixo-vos aqui dois exemplos, que exemplificam a desactualização dos dados e a impossibilidade de comparação dos dados; o que conduz a que não possamos ter uma visão clara desta problemática. Página 4 de 7

Na tabela (bem como na representação gráfica) é possível observar a evolução do número total de incapacidades permanentes em função da natureza da doença contraída de acordo com a informação disponível no site http://pt.osha.europa.eu/statistics/static.stm a 4 de Fevereiro de 2008. 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 Intoxicações 184 199 207 219 226 242 253 260 Dermatoses 975 1079 1239 1374 1485 1640 1768 1844 Pneumatoses 10460 10460 10346 10354 10350 10316 10492 10460 Surdez 3402 3557 3634 3793 3920 4157 4329 4479 profissional Outras 296 240 280 462 796 1152 405 416 Não codificadas 176 264 283 311 372 403 - - Acidentes de 470 540 596 610 667 739 739 739 trabalho Total 15963 16339 16585 17123 17816 18649 17986 18198 No Diário de Notícias de 30 de Abril de 2007 uma notícia expressa que as Doenças profissionais duplicaram em seis anos referindo que As doenças profissionais estão a alastrar e a diversificar-se em Portugal, à medida que as mudanças tecnológicas vão transformando o mercado de trabalho e novos riscos emergem. Nos últimos seis anos mais que duplicaram, passando de 1370 casos certificados pelos Centro Nacional de Protecção de Riscos Profissionais, em 2000, para 3.577, em 2006 [Aqueles números referem-se apenas aos do regime geral da Segurança Social, deixando de fora a administração pública]. Essa mesma notícia levanta uma série de questões que têm vindo a preocupar trabalhadores e os técnicos: Há trabalhadores com mais de uma doença. Página 5 de 7

Existem casos em que não é reconhecida a doença, porque não reúnem as características necessárias ou porque ainda não constam da lista oficial das patologias profissionais (que está constantemente desactualizada - a lista devia ser renovada com regularidade). Não só é escassa a informação sobre como proceder em caso de suspeita de doença, como o processo de reconhecimento oficial da patologia é tão burocrático quanto lento. Falta de conhecimento ou profissionalismo de alguns médicos, que não informam devidamente os pacientes, nem accionam o mecanismo para abrir o processo de reconhecimento da doença, que é a participação obrigatória ao Centro Nacional de Protecção contra os Riscos Profissionais (CNPRP). A indústria transformadora surge destacada como o sector em que se verificam mais doenças a provocar incapacidade (1104 em 2005), seguida a larga distância pela construção e comércio. As patologias do foro músculo-esquelético - em que se inserem as tendinites, as hérnias e as paralisias, entre outras patologias - são as que mais crescem, não só pela contínua especialização do trabalho como também pela intensificação das jornadas. Seguem-se as perturbações pulmonares e as auditivas. Há poucos anos, havia muitos casos de surdez relacionados com níveis de ruído. Agora, ganham peso os casos de problemas musculares e alérgicos (relacionados com químicos), mas também problemas do foro psíquico relacionados com o stress. A propósito desta temática, a 3 de Julho de 2004, o jornal Expresso escreve uma notícia intitulada Estatísticas escondem drama das doenças profissionais. Nesta notícia cita um conjunto de testemunhos que na minha opinião ilustram as consequências das doenças profissionais, especificamente das tendinites, provocadas por um trabalho manual repetitivo. Fátima Couto É uma tortura que não se vê, Começa com uma dor no pulso, pensamos que não é grave e achamos que não tem nada a ver com o trabalho (Emília Caneira, 34 anos, Operária fabril). Página 6 de 7

Nos últimos tempos, ia trabalhar, mas passava antes pelo posto médico para tomar uma injecção, Incapaz de coisas tão simples como escovar os dentes, lavar mais do que uma panela de seguida, passar a ferro ou beber café sem segurar na chávena e no pires com a outra mãe, não podia dar-lhes banho sozinha [às filhas] (Ana Paula Neto, 38 anos, empregada fabril). S ó n i a G o n ç a l v e s Página 7 de 7