DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. APELAÇÃO CÍVEL Nº



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Transcrição:

DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008.001.36792 APELANTE: GEAP FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL APELADO: HUMBERTO MARIO ATHAYDE DE MELLO SANTOS RELATOR: DES. ANTONIO CARLOS ESTEVES TORRES R E L A T Ó R I O Trata-se de ação de obrigação de fazer c/c indenizatória, ajuizada por HUMBERTO MARIO ATHAYDE DE MELLO SANTOS em face de GEAP FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL, objetivando, antecipadamente, ser a ré compelida a autorizar a realização de procedimento radioterápico (braquiterapia), em tratamento de câncer. Requereu, ainda, a ratificação do provimento, cumprindo a demandada o contrato existente entre as partes; ressarcimento de R$350,00, pagos pelo autor por uma sessão de cavoscopia, além de condenação por danos morais. Sentença, às fls. 113/116, em que o magistrado julgou procedente o pedido, confirmando a tutela antecipada (fls. 38) e condenando a ré a autorizar, custear e viabilizar o tratamento do autor. Condenou-a, ainda, ao pagamento de R$7.000,00, a título de danos morais, e honorários de 10%. Em razões de fls. 119/135, a demandada sustentou que informara ao autor que não possuía o serviço junto à rede conveniada, o que levaria ao reembolso das despesas pertinentes, dentro dos limites de preços praticados pela GEAPSAÚDE, ausente a prova da resistência à pretensão do segurado. Acrescentou que o descumprimento contratual não enseja dano moral, sequer comprovado nos autos. Requereu a improcedência do pedido ou a minoração do quantum indenizatório. Contra-razões de fls. 140/142, pugnando pelo improvimento do recurso.

É o relatório. À douta revisão Rio de Janeiro, 16 de julho de 2008. DES. ANTONIO CARLOS ESTEVES TORRES RELATOR

DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. APELAÇÃO CÍVEL Nº 2008.001.36792 APELANTE: GEAP FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL APELADO: HUMBERTO MARIO ATHAYDE DE MELLO SANTOS RELATOR: DES. ANTONIO CARLOS ESTEVES TORRES APELAÇÃO CÍVEL. PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO RADIOTERÁPICO. BRAQUITERAPIA. CONTRATO. PREVISÃO DE COBERTURA. REDE CREDENCIADA. AUSÊNCIA DO SERVIÇO. REEMBOLSO. ARGUMENTO FRÁGIL. FÓRMULAS CONTRATUAIS NÃO PRECISAS. VIOLAÇÃO AO DEVER DE INFORMAÇÃO. ART. 6º, INCISO III, DO CDC. DANO MORAL CONFIGURADO. QUANTUM ARBITRADO. R$7.000,00. OBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. DESPROVIMENTO DO RECURSO. SENTENÇA MANTIDA. Vistos, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível nº 2008.001.36792 em que é apelante GEAP FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL e apelado HUMBERTO MARIO ATHAYDE DE MELLO SANTOS. ACORDAM os Desembargadores componentes da Décima Segunda Câmara Cível em negar provimento ao recurso, por unanimidade, nos termos do voto do Desembargador Relator.

V O T O O argumento de ausência de negativa de cobertura ao tratamento é ofensivo à inteligência mediana, eis que a apelante oferece o serviço, como se vê do contrato (fls. 30) e, todavia, não possui, em sua rede credenciada, o tratamento radioterápico indicado para a enfermidade do apelado. O reembolso de que trata a Lei nº 9656/98 não pode ser encarado como regra, até porque, ao aderir a um plano de saúde, busca-se tranqüilidade em tratamento e atendimento médico quando necessário. As fórmulas contratuais não são precisas quanto aos casos de reembolso, levando a crer que a apelante ofereceu um serviço para o qual não se encontra habilitada, violando seu dever de prestar informação ao estilo da legislação consumerista (art. 6º, inciso III, do CDC), bem como a boa-fé objetiva, o que gera, inexoravelmente, dano moral. Ademais, as agruras certamente enfrentadas pelo recorrido, portador de enfermidade gravíssima, que se viu na incerteza da realização de tratamento impeditivo de progressão de carcinoma de cavum (fls. 36), vão muito além de mero aborrecimento decorrente de descumprimento de cláusula contratual. A jurisprudência tem esse entendimento: 2008.001.08592 - APELACAO CIVEL - 1ª Ementa DES. SIDNEY HARTUNG - Julgamento: 08/04/2008 - QUARTA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO - DANO MORAL PLANO DE SAÚDE - RECUSA ATENDIMENTO OBSTÉTRICO PERDA DE FETO - RISCO DE MORTE - Sentença de procedência parcial do pedido. - Dano moral fixado em R$ 20.000,00. - Alegação de falta do dever de prestar atendimento. - Exclusão contratual. Inaplicabilidade. - CDC - Teoria da informação. Dano moral configurado. - Valor arbitrado acima dos verificados em jurisprudência deste E. TJRJ. Princípio da razoabilidade. - Redução para R$ 8.000,00. - Reforma parcial da sentença. - PARCIAL PROVIMENTO DO RECURSO DO SUPLICADO E

IMPROVIMENTO DO RECURSO DA AUTORA. 2007.001.51219 - APELACAO CIVEL - 1ª Ementa DES. MARCOS ALCINO A TORRES - Julgamento: 29/01/2008 - PRIMEIRA CAMARA CIVEL APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPRESA OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. CONDUTA DE MÉDICO CONVENIADO. AUSÊNCIA DE DEVIDA INFORMAÇÃO DOS RISCOS DE DETERMINADO PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. PROVIMENTO DO RECURSO.1. Seja pelo sistema protetivo do CDC, seja pela natureza do contrato de prestação de serviços médicos, ou seja pelas normas estabelecidas pelo Código de Ética da categoria profissional, deve o médico informar detalhadamente ao paciente os riscos e conseqüências possíveis de determinado procedimento, de modo a permitir que este, avaliando por seus próprios critérios os prós e contras, decida livremente entre submeter-se ou não ao procedimento sugerido, excetuada apenas a hipótese de iminente perigo de vida.2. A falta de adequada informação, configurando a chamada culpa contra a legalidade, obriga a reparação pelos danos causados por acidente, previsível pela literatura médica, ocorrido durante o procedimento, ainda que não decorrente de erro ou falha do profissional.3. Ainda quando indispensável o procedimento médico, indica a melhor doutrina ser dever do médico informar o paciente, quando possível, dos riscos envolvidos, sob pena de responsabilidade civil pelos eventuais danos morais.4. Intercorrência na intervenção cirúrgica que, malgrado considerada acidente espontâneo pelo perito médico, causou à autora dano moral que deve ser indenizável.5. A operadora de planos de saúde responde solidariamente pela conduta dos médicos e profissionais de saúde a ela conveniados e por ela indicados, por meio de livro referencial, ao consumidor.provimento do recurso. Procedência do pedido 2007.001.63472 - APELACAO CIVEL - 2ª Ementa DES. HELENA CANDIDA LISBOA GAEDE - Julgamento: 19/12/2007 - DECIMA QUARTA CAMARA CIVEL AGRAVO DO 1º DO ART. 557 DO CPC. DECISÃO DA RELATORA QUE NEGA SEGUIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC, COM A SEGUINTE EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. SEGURO SAÚDE EMPRESARIAL. DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA. CANCELAMENTO. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO À AUTORA PARA QUE INFORMASSE SE QUERIA OU NÃO MANTER A SUA

CONDIÇÃO DE BENEFICIÁRIA DO PLANO, QUE OCORRIA DESDE 1998. DIREITO ASSEGURADO POR UM PRAZO MÍNIMO DE 6 MESES E MÁXIMO DE 24 MESES. ART. 30, CAPUT E 1º, DA LEI Nº 9656/98. UTILIZAÇÃO DO PLANO APÓS A ALEGADA DATA DE CANCELAMENTO DA APÓLICE, PRESUMINDO-SE A VIGÊNCIA DO CONTRATO. DEVER DE INFORMAÇÃO DA 1ª RÉ NO CASO EM EXAME. AUSÊNCIA DE COBERTURA DO PARTO DA AUTORA, SENDO QUE A 1ª RÉ TINHA CONHECIMENTO DA GRAVIDEZ, OCORRIDA DURANTE A VIGÊNCIA NORMAL DO CONTRATO, TENDO HAVIDO A COBERTURA DE SEU PRÉ-NATAL. RESPONSABILIDADE PELOS PREJUÍZOS CAUSADOS À AUTORA, ANTE O TEMOR, A INSEGURANÇA, ANGÚSTIA E AFLIÇÃO GERADA. DANO MATERIAL QUE SE RESTRINGE AOS GASTOS EFETIVAMENTE COMPROVADOS. DANO MORAL CARACTERIZADO. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO DE ACORDO COM OS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. OS ARGUMENTOS TRAZIDOS EM SEDE RECURSAL, EM NADA MODIFICAM A DECISÃO, EIS QUE JÁ EXAMINADOS, NÃO TENDO SIDO APRESENTADO NENHUM FATO NOVO. DESPROVIMENTO DO RECURSO A indenização por dano moral deve representar para a vítima uma satisfação capaz de amenizar, de alguma forma, o sofrimento impingido e de infligir ao causador sanção e alerta para que não volte a repetir o ato, sem, contudo, levar ao enriquecimento sem causa. Neste ponto, entendo que o quantum arbitrado pela ilustre magistrada4 - R$7.000,00 - afigura-se adequado, observados os propósitos pedagógicos da indenização. Isto posto, meu voto é para NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, mantendo-se a sentença pelos seus próprios fundamentos. Rio de Janeiro, de de 2008. DES. ANTONIO CARLOS ESTEVES TORRES RELATOR