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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO BRAZ DA FONSECA NETO TOPOGRAFIA ANATOMOCIRÚRGICA ORBITÁRIA: ESTUDO EM CRÂNIOS HUMANOS SECOS NATAL RN 2019

BRAZ DA FONSECA NETO TOPOGRAFIA ANATOMOCIRÚRGICA ORBITÁRIA: ESTUDO EM CRÂNIOS HUMANOS SECOS Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Orientador: Prof. Dr. Wagner Ranier Maciel Dantas Co-Orientadora: Profa. Dra. Karinna Veríssimo Meira Taveira

NATAL RN 2019 BRAZ DA FONSECA NETO TOPOGRAFIA ANATOMOCIRÚRGICA ORBITÁRIA: ESTUDO EM CRÂNIOS HUMANOS SECOS Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de graduação em Odontologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Aprovado em: / / Prof. Dr. Wagner Ranier Maciel Dantas Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Orientador Profa. Dra. Karinna Veríssimo Meira Taveira Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Membro externo Prof. Dr. André Luiz Marinho Falcão Gondim Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN Membro externo

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, Joel e Juliana, que sempre me apoiaram com amor e dedicação, sem os quais não seria possível nenhuma realização, sendo eternamente grato por isto.

AGRADECIMENTOS Em toda conquista, além de comemorar, saber agradecer e a quem agradecer, é uma forma honrosa da gratidão. Cada um cria a sua história, mas nunca sozinho. Em minha cronologia, vejo hoje em minha vida uma realidade jamais sonhada. Desde pequeno, um menino do interior, sonhava em ser jogador de futebol, mas o futebol fez estar aqui hoje para se tornar dentista, não jogador. 2008, estudando em Goianinha, 30 minutos do meu interior Pedro Velho, aparece um dos anjos mais importantes, que sempre serei grato e não poderia esquecer. Bruno Xavier, meu treinador de futebol, que além de querer o meu melhor no esporte, me levando para jogar no América Futebol Clube, deu-me a oportunidade de ser bolsista no Contemporâneo, escola privada da capital que o menino lá do interior passaria a estudar. Mesmo com essa oportunidade, nunca o futebol deixou de ser a primeira opção de futuro. Porém, a vida sempre nos surpreende, e tudo mudou do dia para noite. Em 2012 tive que ser submetido a cirurgia reconstrutiva dos ligamentos do joelho. Em 2013, novamente. Não foi fácil duas cirurgias em 2 anos, onde várias oportunidades no esporte passaram e um adolescente ia desistindo de seu sonho. Para completar, em 2014 era termino de escola, ano de vestibular. Mas o que fazer, se o sonho era jogar futebol? Hoje, mediante a esse contexto, quero agradecer a Joel e Juliana, meus pais, por estarem ao meu lado nesta fase, fundamental para entrar na UFRN, por sempre me apoiarem, no intuito de mostrar que poderia sim seguir outro caminho, e respeitarem, ao mesmo tempo, qualquer decisão. Eles sabiam do meu sonho, que não seria qualquer coisa que me agradaria. A escolha pela odontologia teve um motivo engraçado: sempre sonhei em usar aparelho, mas a mãe nunca deixou. Porém, quando entrei, no primeiro período, foi a primeira coisa que fiz, posteriormente ela também. São coisas da vida, nunca será como queremos. Por isso, hoje eu tenho muito a agradecer por isso, por meu pais terem deixado seguir o que eu sentia e achava que era o certo dentro daquelas circunstâncias, me apoiando desde do primeiro dia na faculdade. Agora, termino um ciclo jamais esperado que nunca foi imaginado por nenhum familiar, tendo a coragem em dizer que a felicidade que sinto ao saber que estou prestes a tornar um cirurgião-dentista é maior que o sonho daquele adolescente em ser jogador, 10 anos atrás.

Além destes, gostaria de citar de estender as gratidões, em especial a Pedro e Cármen, meus irmãos, Priscila e minha Vó Carmelita, principalmente por abrirem a porta de suas casas e me tratarem como filho, assim que cheguei em Natal. Como também, minhas palavras se estendem a Isabelly, com todo apoio que me deu, sem contar limites nem horário para ajudar, em toda a minha caminhada acadêmica. A Ricardo, dupla durante os 4 anos e meio de curso, meu eterno obrigado ao companheirismo e amizade. Não posso deixar de agradecer aos colegas e amigos que fiz na Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da instituição. Não quero citar nomes, mas cada um tem seu peso em construir o meu desejo em seguir nessa área na minha profissão, a partir de cada ensinamento e oportunidade dada durante a graduação e estágios. Por fim, agradeço aos que fazem parte diretamente deste trabalho e permitem esse estudo ter sido concluído. Ao meu Orientador, Prof. Wagner Ranier, por ter aceitado o convite de prontidão e contribuindo no possível para nortear e melhorar na elaboração do trabalho. A Rafael José, por ter sido meu companheiro de graduação e de TCC, compartilhando dos momentos no anatômico, contribuindo de forma direta neste estudo. Como também, agradeço a Profa. Karinna Veríssimo, por sempre ser solicita e acessível, tornando que fosse possível e viável este trabalho. E, desde já, agradeço ao Prof. André Gondim, por aceitar ser um avaliador, fazendo parte da banca, para contribuir para o meu trabalho de conclusão de curso.

LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Resultados das mensurações obtidas nas paredes das órbitas Tabela 02 - Comparação das medidas entre forames e fissuras para referências anatômicas em diferentes estudos

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CLA CLP FEA FEP CO FSO FOS FL SFZ FOI Crista Lacrimal Anterior Crista Lacrimal Posterior Forame Etmoidal Anterior Forame Etmoidal Posterior Canal Óptico Forame Supraorbital Fissura Orbital Superior Forame Lacrimal Sutura Frontozigomática Fissura Orbital Inferior

RESUMO Introdução: o conhecimento da anatomia orbital é fundamental para o manejo operatório. Logo, conhecer as localização e topografia das estruturas anatômicas, como forames e fissuras, é o primeiro passo. Objetivo: quantificar e avaliar as distâncias entre os forames e fissuras orbital para referências anatomocirúrgicas. Metodologia: foram selecionados 16 crânios secos humanos disponíveis no Ossário do Departamento de Morfologia Humana da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Com isso, analisou-se a parede superior, inferior, lateral e medial das 24 órbitas inclusas na amostra final, sendo as referências cirúrgicas o forame supraorbital (FSO), forame infraorbitário (FI), sutura frontozigomática (SFZ) e crista lacrimal anterior (CLA). Resultados: na parede medial, mediu-se da CLA ao forame etmoidal anterior, forame etmoidal posterior e ao canal óptico (CO). Na parede superior, obteve-se distâncias entre o FSO para a fissura orbital superior (FOS), ao CO e forame lacrimal (FL). Na parede inferior, verificou-se do FI a fissura orbital inferior (FOI) e ao CO. Na parede lateral partiu do SFZ ao FOS, FOI e CO. Não ouve diferença estatística entre os lados nos cadáveres. Conclusão: os dados obtidos servem de parâmetros métricos para uma cirurgia mais segura, sendo as distâncias similares a de outros estudos. Descritores: órbita; anatomia; pontos de referência anatômicos.

ABSTRACT Introduction: knowledge of the orbital anatomy is fundamental for operative management. Therefore, knowing the location and topography of the anatomical structures, as they were and the fissures, is the first step. Objective: quantify and evaluate the distances between the foramina and orbital fissures for anatomical and surgical references. Methodology: 16 human dry skulls were selected from the Ossuary of the Department of Human Morphology of the Federal University of Rio Grande do Norte. Thus, the superior, inferior, lateral and medial wall of the 24 orbits included in the final sample were analyzed, the surgical references being the supraorbital foramen (FSO), infraorbital foramen (FI), frontozygomatic suture (SFZ) and anterior lacrimal crest (CLA). Results: in the medial wall, CLA was measured to the anterior ethmoid foramen, posterior ethmoidal foramen, and to the optic canal (CO). In the upper wall, we obtained distances between the FSO for the superior orbital fissure (FOS), the CO and the lacrimal foramen (FL). In the inferior wall, the inferior orbital fissure (FOI) and the CO were verified of the IF. In the lateral wall left of the SFZ to FOS, FOI and CO. He does not hear statistical difference between the sides in the corpses. Conclusion: the data obtained serve as metric parameters for safer surgery, the distances being similar to those of other studies. Descriptors: orbit; anatomy; anatomic landmarks.

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 1 2 METODOLOGIA... 2 3 RESULTADOS... 4 4 DISCUSSÃO... 6 5 CONCLUSÃO... 9 REFERÊNCIAS... 10 ANEXO NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA... 11

1 1 INTRODUÇÃO As órbitas são duas cavidades situadas de cada lado da raiz do nariz. Com formato piramidal, encontram-se relacionadas com o sistema nervoso central, seios paranasais, esqueleto facial e estruturas relacionadas à função do globo ocular. 1,2 Dividindo-se em 4 partes - cada uma com sua importância clínica - o teto da órbita é formado pelo osso frontal e também pela asa menor do esfenóide. 1 A parede inferior, ou assoalho, é composto por parte da maxila, do osso zigomático e do processo orbitário do osso palatino, sendo esta a menor das paredes. O osso lacrimal, a lâmina orbital do etmóide e pequena parte do esfenoide formam a parede medial. Quanto a parede lateral, é composta pela asa maior do esfenoide e face orbital do osso zigomático. 2,3 A partir desta divisão, estruturas anatômicas tendem a ser constantes nestas paredes, servindo de referências para intervenções cirúrgicas. Na parede superior se utiliza o forame supraorbital como referência mais externa, na inferior o forame infraorbitário, na medial a crista lacrimal anterior e lateralmente a sutura frontozigomática. 4,5 Com a compreensão dessas estruturas, tem-se a referência necessária e fundamental para a condução de um procedimento cirúrgico. 1 Na cavidade orbital, várias situações necessitam de uma intervenção, sendo o trauma, inflamação, infecções e tumores, exemplos de causa 4,5. Sendo assim, a fim de evitar danos aos feixes vasculonervorsos, com passagens em diferentes forames e fissuras, distribuídos nas diferentes paredes, o cuidado a partir da localização cirúrgica dessas estruturas é indispensável, principalmente, para a manutenção da visão 1,5. Seguindo esses princípios, as abordagens à órbita, cirurgicamente, exigem uma dissecação baseada nas referências anatomocirúrgicas, já que é notório a possível presença de variações anatômicas. 5 Além disso, outro fator a ser atribuído é a caracterização populacional do estudo. É observado que população que tem um padrão étnico comum tende a apresentar menor variação, sugerindo-se que as localizações podem variar dependendo da etnia ou raça. 4 Sendo assim, esse trabalho visa obter e analisar dados métricos em um grupo de população brasileira, quanto as possíveis variações das distâncias entre fissuras e forames orbitários para referências mais externas das paredes constituintes da órbita (superior, inferior, medial e lateral).

2 2 METODOLOGIA Foi realizado um estudo transversal de abordagem indutiva, procedimentos comparativo e estatístico e técnica de observação direta em laboratório, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer 3.175.583. A amostra foi constituída de 16 crânios secos humanos disponíveis no Ossário do Departamento de Morfologia Humana da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no Brasil, totalizando 32 órbitas. Quanto ao sexo, não foi possível classificar os crânios. Como critério de inclusão era necessário que as peças estivessem com todas referências anatômicas externas da órbita preservadas, em ambos os lados: crista lacrimal anterior, forame infraorbitário, sutura frontozigomática e sutura supraorbital. Além disso, foi necessário que a os forames e fissuras internas das órbitas, que não são caracterizadas como variação anatômicas, estivessem preservadas. Sendo assim, as peças danificadas e sem os critérios acima citado, foram excluídos. Sendo assim, a amostra final ficou composta por 12 crânios humanos secos, com 24 órbitas. Medidas Foram realizadas duas medições para cada distância. A primeira medida foi às cegas, onde não se olhava o painel digital enquanto se fazia a medição, só ao terminar, e uma segunda, observando a peça anatômica. Assim, obtendo no final a média dos valores, a partir de um único avaliador. Para a quantificação das medidas foi utilizado o paquímetro digital (NOVE54 ) para mensurar as distâncias bilateralmente. Parede medial A referência mais externa nesta área se refere à crista lacrimal anterior (CLA). Com isso, as distâncias foram feitas a partir da CLA até os forames etmoidais anterior e posterior (FEA, FEP) e para a borda medial do canal óptico (CO). Dentro da anatomia desta região, é possível a presença de múltiplos FEP, sendo considerado no estudo o mais posterior, fornecendo a maior distância possível da CLA. Para exemplificar as mensurações, ilustra-se na figura 1.

3 Figura 1. Mensuração da parede medial. CLA = crista lacrimal anterior, FEA = forame etmoidal anterior, FEP = forame etmoidal posterior, CO = canal óptico. 1 = crista lacrimal anterior para forame etmoidal anterior, 2 = crista lacrimal anterior para forame etmoidal posterior, 3 = crista lacrimal anterior para canal óptico. Figura 2. Mensuração da parede lateral. SFZ = sutura frontozigomática, FL = forame lacrimal, FOS = fissura orbital superior, FOI = fissura orbital inferior, CO = canal óptico. 1 = sutura frontozigomática para o forame lacrimal, 2 = sutura frontozigomática para a fissura orbital superior, 3 = sutura frontozigomática para o canal óptico, 4 = sutura frontozigomática para a fissura orbital inferior. Parede lateral A referência mais externa nesta área se refere a sutura frontozigomática (SFZ). Logo, as distâncias foram feitas a partir da SFZ para a margem mais próxima da fissura orbital superior (FOS) e fissura orbital inferior (FOI) a borda lateral do CO. Para exemplificar as mensurações, ilustra-se na figura 2. Parede inferior A referência mais externa nesta área se refere a borda orbital acima do forame infraorbital (FI). Sendo assim, as distâncias foram feitas a partir da borda do orbital acima do FI até a margem mais próxima da fissura orbital inferior (FOI) e para a borda mais inferior do CO. Para exemplificar as mensurações, ilustra-se na figura 3. Parede superior A referência mais externa nesta área se refere ao forame supraorbital (FSO). Dessa forma, as distâncias foram feitas a partir do FSO até a margem mais próxima da fissura orbital superior (FOS), a borda mais superior do CO, e ao forame lacrimal (FL), quando presente. Para exemplificar as mensurações, ilustra-se na figura 4.

4 Figura 3. Mensuração da parede inferior. FI = forame infraorbitário, FOI = fissura orbital inferior, CO = canal óptico. * = rima orbital acima do forame infraorbitário. 1 = rima orbital para a fissura orbital inferior, 2 = rima orbital para o canal óptico. Figura 4. Mensuração da parede superior. FSO = forame supraorbital, FL = forame lacrimal, FOS = fissura orbital superior, CO = canal óptico. 1 = forame supraorbital para o canal óptico, 2 = forame supraorbital para a fissura orbital superior, 3 = forame supraorbital para o forame lacrimal. Análise estatísticas Os dados coletados foram analisados pelo programa estatístico IBM SPSS Statistics Subscription. Com os dados obtidos, foram gerados as médias e os desvios padrão para cada medição. O teste t de Student foi usado para testar as diferenças entre os lados para cada medida. Diferenças estatisticamente significativas foram relatadas quando os valores de p 0,05. 3 RESULTADOS Dos 12 crânios humanos secos avaliados, seguindo a metodologia utilizada, os dados obtidos da mensuração das 24 órbitas são apresentados na Tabela 1.

5 Tabela 1 - Resultados das mensurações obtidas nas paredes das órbitas. Parede orbitária De Para Esquerda Medial Lateral Inferior Superior (12 órbitas) Direita (12 órbitas) Total (24 órbitas) (mm) (mm) (mm) CLA FEA 23,4 ± 3,4 22,9 ± 2,5 23,2 ± 2,9 FEP 36,8 ± 2,4 36,7 ± 2,7 36,7 ± 2,5 CO 43,0 ± 3,0 43,8 ± 3,2 43,4 ± 3,1 SFZ FOS 35,7 ± 2,7 35,8 ± 1,9 35,7 ± 2,3 FOI 24,9 ± 2,5 25,8 ± 1,7 25,4 ± 2,2 CO 46,8 ± 2,5 46,3 ± 2,7 46,6 ± 2,6 FL* 29,9 ± 1,9-29,9 ± 1,9 FI FOI 22,9 ± 1,7 22,5 ± 1,8 22,7 ± 1,6 CO 45,7 ± 2,7 45,5 ± 3,1 45,6 ± 2,8 FSO FOS 41,9 ± 2,3 42,2 ± 1,9 42,1 ± 2,1 CO 47,0 ± 2,7 46,6 ± 1,9 46,8 ± 2,2 FL* 33,8 ± 1,1-33,8 ± 1,1 CLA = crista lacrimal anterior, CLP = crista lacrimal posterior, FEA = forame etmoidal anterior, FEP = forame etmoidal posterior, CO = canal óptico, FSO = forame supraorbital, FOS = fissura orbital superior, FL = forame lacrimal, SFZ = sutura frontozigomática, FOI = fissura orbital inferior. *O forame lacrimal só foi observado em 3 órbitas, todas do mesmo lado. Medidas na parede medial As distâncias médias da CLA até o FEA foram 23,4 ± 3,4 mm (esquerda) e 22,9 ± 2,5 mm (direita). As distâncias médias do CLA ao FEP foram de 356,8 ± 2,4 e 36,7 ± 2,7 mm (esquerda e direita, respectivamente). Quanto as medidas entre CLA e CO tiveram valores para o lado esquerdo em 43,0 ± 3,0 mm e para o lado direito com 43,8 ± 3,2 mm. Não se obteve diferença estatística entre os lados. Medições na parede lateral As distâncias médias do SFZ ao FOS foram 35,7 ± 2,7 e 35,8 ± 1,9 mm à esquerda e à direita, respectivamente. As distâncias médias para o FOI foram 24,9 ± 2,5 mm (esquerda) e 25,8 ± 1,7 mm (direita). As distâncias para a borda lateral do CO, em média, foram de 46,8 ± 2,5 e 46,3 ± 2,7 mm, sendo esquerda e direita, respectivamente. As distâncias médias para o LF esquerdo e, consequentemente, do total foi de 29,9 ± 1,9 mm. Não se obteve diferença estatística entre os lados.

6 Medidas na parede inferior As distâncias médias da borda orbital acima do FI ao FOI foram 22,9 ± 1,7 mm à esquerda e 22,5 ± 1,8 mm à direita. As distâncias médias até a borda inferior do CO foram 45,7 ± 2,7 mm (esquerda) e 45,5 ± 3,1 mm (direita). Não se obteve diferença estatística entre os lados. Medições na parede superior A média das distâncias entre o FSO ao FOS foram 41,9 ± 2,3 e 42,2 ± 1,9 mm à esquerda e à direita, respectivamente. As distâncias médias do FSO até a borda superior do CO foram 47,0 ± 2,7 e 46,6 ± 1,9 mm, sendo esquerda e direita, respectivamente. O FL, por apresentar dificuldades na sua preservação nas peças, pôde ser observado em 3 órbitas, todas do lado esquerdo, sendo encontrado dois FL em um crânio. As distâncias médias do FSO ao LF esquerdo e, consequentemente, do total foi de 33,8 ± 1,1 mm. Não se obteve diferença estatística entre os lados. 4 DISCUSSÃO A configuração e disposição dos forames e fissuras orbitais parecem depender diretamente da população estudada. 4,6 Na população brasileira são escassas as informações topográficas acerca das distâncias orbitárias, devido não haver uma variedade étnica entre habitantes, o que poderia gerar uma maior variação das distâncias para referências anatomocirúrgicas da órbita. Na parede medial, devido a constância na população e, principalmente, a fácil palpação, a crista lacrimal anterior foi usada como referência em diversos trabalhos. 1,2,7 A presença dos forames etmoidais anteriores e posteriores, exclusivos dessa área, geram uma grande consideração clínica, como a ligadura de vasos em casos de epistaxe, descompressão da cavidade orbitária e exploração das fraturas da parede medial. 2 Nos casos de controle de epistaxe na parede medial, a possível presença de duplos FEP, variação anatômica comumente encontrada, é de ser considerada para um sangramento mais intenso. 4 No presente estudo, foi possível observar em 33,3%, representando em 8 dos crânios secos, valores similares a outros trabalhos, onde foi

7 possível encontrar em 25% 7, 30% 8 e 28% 1 para essa variável. Diferindo desses e do nosso estudo, foi possível observar maiores quantidades de duplos FEP, 62% 4, em uma população coreana, e em menor quantidade, 21,3% 9, em uma indiana. Ainda se tratando da parede medial, a proximidade do FEP com o CO é de íntima relação. Por isso, os cirurgiões devem estar bem familiarizados, tendo em mente que a dissecação do forame etmoidal posterior pode gerar neuropatia óptica, sendo sugerido a não dissecação do forame etmoidal posterior. 10 Quanto às medidas da parede medial, pode-se analisar e concluir que os valores obtidos são similares a todos os outros estudos. 1,4,5,6,7 Dessa forma, em relação às distâncias e considerando as possíveis variações anatômicas existentes, diferentes populações mantem as médias semelhantes entre si, sendo observado na tabela 2. Em se tratando da parede lateral, a estrutura mais constante e de fácil exposição que serve de referência principalmente para exérese da glândula lacrimal e exploração de fraturas, por exemplo, é a sutura frontozigomática. 4 A partir da SFZ, segue a orientação para estruturas posteriores como FL, FOS e CO, sem inferiormente para FOI. Nas medidas encontradas, observa-se que o padrão de todas as medidas é compatível com os demais grupos, exceto para o estudo na população norte-americana na mensuração para o FOI, com valor de 40.92 ± 3.62 mm 5, sendo em nosso estudo de 25,4 ± 2,2 mm. Na parede inferior, a estrutura anatômica constante e que serve de referência é o forame infraorbital. A partir dele, para a mensuração das medidas, usa-se a região de rebordo infraorbitário acima do FI. 4,5 Nesta região, as distâncias obtidas no estudo são relevantes para intervenções com exploração do assoalho orbitário, a partir de fraturas, assim como maxilectomia. 4,5 As medidas importantes na parede inferior são para o FOI e CO. Os resultados obtidos da borda orbital inferior para o FOI foram compatíveis com a maior parte dos estudos, diferindo unicamente, como todos os outros, do estudo de McQueen 5, onde se obteve uma distância mais profunda do que os demais grupos, sugerindo que a população norte-americana tem uma maior área até o FOI, com valores de 37,43 ± 4,13 mm, sendo neste estudo de 22,7 ± 1,6 mm. Quanto a mensuração para o CO, o trabalho de McQueen 5 segue com resultados superiores aos demais estudos, mas com menor

8 Tabela 2 - Comparação das medidas entre forames e fissuras orbitais para referências anatômicas em diferentes estudos. Parede orbitária De Para Rontal Medial Lateral Inferior Superior et al 7 48 órbitas McQueen et al 5 54 órbitas Hwang CLA = crista lacrimal anterior, FEA = forame etmoidal anterior, FEP = forame etmoidal posterior, CO = canal óptico, FSO = forame supraorbital, FOS = fissura orbital superior, FL = forame lacrimal, SFZ = sutura frontozigomática. et al 6 82 órbitas Karakas et al 1 62 órbitas Huanmanop et al 4 100 órbitas Neste estudo 24 órbitas (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) CLA FEA 24 21.96 ± 3.13 21.0 ± 3.3 23.9 ± 3.3 23.5 ± 2.6 23,2 ± 2,9 FEP 36 33.36 ± 2.94 31.7 ± 3.0 35.6 ± 2.3 36.0 ± 2.5 36,7 ± 2,5 CO 42 43.29 ± 4.19 40.5 ± 3.0 41.7 ± 3.,1 42.2 ± 2.3 43,4 ± 3,1 SFZ FOS 35 36.59 ± 4.30 34.3 ± 2.7-34.5 ± 2.6 35,7 ± 2,3 FOI 25 40.92 ± 3.62 24.8 ± 2.3-24.0 ± 2.3 25,4 ± 2,2 FL 25 31.41 ± 5.78 - - 27.2 ± 3.7 29,9 ± 1,9 CO 43 47.10 ± 2.88 47.4 ± 3.0 44.9 ± 2.5 46.9 ± 2.4 46,6 ± 2,6 FI FOI 24 37.43 ± 4.13 21.6 ±1.8-21.7 ± 2.0 22,7 ± 1,6 CO 48 49.73 ± 2.71 45.5 ± 2.5-46.2 ± 2.8 45,6 ± 2,8 FSO FOS 40 44.34 ± 3.97 40.0 ± 2.5-40.0 ± 2.4 42,1 ± 2,1 FL 32 38.99 ± 4.55 40.0 ± 2.5-33.6 ± 3.5 33,8 ± 1,1 CO 45 48.65 ± 3.21 44.9 ± 2.0 45.3 ± 3.2 44.7 ± 2.3 46,8 ± 2,2 discrepância. Dessa forma, sugere-se que que a população brasileira tem uma distância mais curta para essas estruturas em comparação a norte-americana. Na parede superior da órbita, acima da rima orbital superior, pode ser encontrado o forame supraorbital, utilizando-o como referência para os acessos a região. 4,5,6 Essa informação se torna primordial na prática cirúrgica quando existem casos, principalmente, de descompressão orbitária, obliteração do seio frontal e exploração de fraturas, por exemplo. 4 Uma possível estrutura que pode ser encontrada nesta parede é o FL, localizado lateralmente ao FOS. 4,5 No nosso estudo, pode-se observar a presença desta estrutura em apenas 3 órbitas, ou seja, em apenas 12,5% da amostra, diferindo de outros estudos com a presença de 37% 4, 44% 5, 20,5% 9, por exemplo. Não se pode aplicar esse dado à população brasileira estudada, visto que a presença e integridade do FL, muitas vezes,

9 não é encontrada nos crânios humanos secos e existe uma grande variação entre os estudos. Quanto às medidas obtidas na parede superior, o FOS, FL e CO tiveram valores médios de 42,1 ± 2,1, 33,8 ± 1,1 e 46, 8 ± 2,2 mm, respectivamente, para o FSO. As medidas obtidas para FOS e CO mantiveram semelhantes a todos os outros trabalhos e também para o FL nos estudos com valores de 33,6 ± 3,5 e 32,0 mm, respectivamente. 4,7 Diferindo destes resultados, outros estudos encontraram valores superiores, chegando a 38,99 ± 4,55 e 40,0 ± 2,5 mm, respectivamente. 4,5 As comparações entre os trabalhos não podem ser uma caracterização das populações, já que se trataram de dados similares entre as população brasileira, tailandesa 4 e indiana 7, diferindo da americana 5 e coreana 6, sugerindo uma variação comum entre as populações. 5 CONCLUSÃO Quando se comparam os dados métricos obtidos dos crânios secos humanos da população brasileira, neste trabalho, com outros estudos, nota-se que existe um padrão entre as medidas. Dessa forma, não se observou qualquer singularidade no grupo estudado. Sendo assim, com as medidas obtidas, tem-se dados que servem de orientação para cirurgias orbitárias, podendo utilizar destes parâmetros métricos para uma cirurgia mais segura, que evitem danos a estruturas importantes.

10 REFERÊNCIAS 1. Karakas P, Bozkir MG, Oguz O. Morphometric measurements from various reference points in the orbit of male Caucasians. Surg Radiol Anat 2003; 24 (6): 358-62. 2. Atherino CCT. Anatomic and Surgical Implications of the Mediai Orbital Wall: Relatíonship Between its Sttuctures and the Orbital and Skull Dimensions. Arq Otorrinolaringol 2002; 6 (1): 42-9. 3. Kuhnen RB, Silva FM, Scortegagna A, Cabral RJB. Fractures of orbit: signs and symptoms based on the involved anatomical structures. Int J Dent 2006; 1: 20-24. 4. Huanmanop T, Agthong S, Chentanez V. Surgical Anatomy of Fissures and Foramina in the Orbits of Thai Adults. J Med Assoc Thai 2007; 90 (11): 2383-91. 5. McQueen CT, DiRuggiero DC, Campbell JP, Shockley WW. Orbital osteology: a study of the surgical landmarks. Laryngoscope 1995; 105 (8 Pt 1): 783-8. 6. Hwang K, Baik SH. Surgical anatomy of the orbit of Korean adults. J Craniofac Surg 1999; 10 (2): 129-34. 7. Rontal E, Rontal M, Guilford FT. Surgical anatomy of the orbit. Ann Otol Rhinol Laryngol 1979; 88: 382-6. 8. Berge JK, Bergman RA. Variations in size and in symmetry of foramina of the human skull. Clin Anat 2001; 14 (6): 406-13. 9. Gosavi SN, Jadhav SD, Zambare BR. Orbital Morphology With Reference to Bony Landmarks. Rev Arg de Anat Clin 2014; 6 (1): 20-25. 10. Kim YA, Park Y, Chung KJ. Considerations for the Management of Medial Orbital Wall Blowout Fracture. Arch Plast Surg 2016; 43 (3): 229-236.

11 ANEXO - NORMAS DA REVISTA 7.1. INTRODUÇÃO A revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco, destina-se à publicação de trabalhos relevantes para a educação, orientação e ciência da prática acadêmica de cirurgia e áreas afins, visando a promoção e intercâmbio do conhecimento entre a comunidade universitária e os profissionais da área de saúde. 7.2. INSTRUÇÕES NORMATIVAS GERAIS 7.2.1- A categoria dos trabalhos abrange artigos originais e/ou inéditos, revisão sistemática, ensaios clínicos, relato de casos, dentre outros. 7.2.2 -Os artigos encaminhados à Revista serão apreciados pela Comissão Editorial, que decidirá sobre sua aceitação. 7.2.3 -As opiniões e os conceitos emitidos são de inteira responsabilidade dos autores. 7.2.4 -Os originais aceitos ou não para publicação, não serão devolvidos aos autores. 7.2.5 -É reservado à Revista os direitos autorais do artigo publicado, permitindo sua reprodução parcial, ou total, desde que citada a fonte. 7.2.6 -Nas pesquisas desenvolvidas em seres humanos, deverá constar o parecer do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a resolução 196/96 e suas complementares do Conselho Nacional de Saúde do Ministério de Saúde. Nota: Para fins de publicação, os artigos não poderão ter sido divulgados em periódicos anteriores. 7.2.7 -A revista aceita trabalhos em português e espanhol. 7.3. PREPARAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS 6.3.1.Carta de Encaminhamento: Na carta de encaminhamento, deverá ser mencionado: a) a seção a qual se destina o artigo apresentado; b) que o artigo não foi publicado antes; c) que não foi encaminhado para outra Revista. A carta deverá ser assinada pelo autor e por todos os co-autores. 7.3.2.Apresentação Geral: Os trabalhos deverão ser apresentados em três vias, sendo 1 original com o nome dos autores e 2 cópias sem identificação, digitados no processador de texto Microsoft Word, em caracteres da fonte Times New Roman, tamanho 12, em papel branco, tamanho A4 (21,2x29,7 cm) com margens mínimas de 2,5 cm. A numeração das páginas deverá ser consecutiva, começando da página título e ser localizada no canto superior direito. A gravação deverá ser realizada em CD com arquivo Word para textos e arquivos Excel para gráficos, ficando 1 em posse do autor. Na etiqueta, deverá constar nomes dos arquivos, respectivos programas e nome do autor principal. Poderá também ser enviado via e-mail como

12 arquivo em anexo de no máximo 1 Mb e até 5 figuras ao e-mail brjoms.artigos@gmail.com 7.3.3. Estilo: Os artigos deverão ser redigidos de modo conciso, claro e correto, em linguagem formal, sem expressões coloquiais. A versão em inglês deverá ser a mais fiel possível à escrita em português. Na preparação dos originais, solicita-se a leitura e a observância completa das Normas de Publicação. 7.3.4. Número de Páginas: Os artigos enviados para publicação deverão ter, no máximo, 15 páginas de texto, número este que inclui a página título ou página rosto, a página Resumo e as Referências Bibliográficas. Tabelas, Quadros e Legendas de Figuras (ilustrações: fotos, mapas, gráficos, desenhos etc.) deverão vir em páginas separadas e numeradas no final do texto, em algarismos arábicos, na ordem em que forem citadas no texto. Os autores deverão certificar-se de que todas as tabelas, quadros e figuras estão citados no texto e na seqüência correta. 7.3.5. Página Título: Esta página deverá conter somente: a) título do artigo nas línguas portuguesa e inglesa, o qual deverá ser o mais informativo possível e ser composto por, no máximo, oito palavras; b) nome completo sem abreviaturas dos autores, com o mais alto grau acadêmico de cada um; c) nome do Departamento, Instituto ou Instituição de vínculo dos autores; d) nome da Instituição onde foi realizado o trabalho; e) endereço completo do primeiro autor para correspondência com os editores; f) endereço completo do autor principal para correspondência com os leitores; g) nome ou sigla das agências financiadoras, se houver; h) E-mail, de preferência do primeiro autor. 7.3.6. As ilustrações (gráficos, desenhos etc.) deverão ser limitadas até 5 figuras, construída preferencialmente, em programas apropriados como Excel, Harvard Graphics ou outro, fornecidas em formato digital apresentados no texto, e em arquivo conjuntamente em folhas separadas (papel) e numeradas, consecutivamente em algarismos arábicos. As fotografias deverão ser fornecidas na forma digital de alta resolução (JPEG). As respectivas legendas deverão ser claras, concisas e localizadas abaixo das ilustrações ou das fotos e procedidas da numeração correspondente. Deverão ser indicados os locais aproximados no texto no qual as imagens serão intercaladas como figuras. As tabelas e os quadros deverão ser numerados consecutivamente em algarismos arábicos. A legenda será colocada na parte superior dos mesmos. No texto, a referência será feita pelos algarismos arábicos. 7.3.7. Resumo: O Resumo com Descritores e o Abstract com Descriptors deverão vir na 2ª página de suas respectivas versões, e o restante do texto, a partir da 3ª. página. Nos casos de artigos em espanhol, é obrigatório o resumo em português e inglês. 7.3.8. O artigo deverá obedecer à seguinte ordem: a) Título e seu correspondente em inglês; b) Nome do autor e dos colaboradores, por extenso, com as respectivas chamadas ao pé da página, contendo as credenciais (qualificação, títulos);

13 c) Resumo (com até 200 palavras), descritores (até 5 palavras-chave para identificação do conteúdo do trabalho, retiradas do DeCS - Descritores em Ciências da Saúde, disponível no site da BIREME, em http://www.bireme.br, link terminologia em saúde) e Abstract, em inglês, com unitermos (descritores) em inglês; d) Texto: o texto propriamente dito deverá apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão (ou considerações finais). O exemplo, a seguir, serve como estruturação de um artigo, relato de uma pesquisa: - Introdução: exposição geral do tema, devendo conter os objetivos e a revisão da literatura; - Desenvolvimento: núcleo do trabalho, com exposição e demonstração do assunto, que deverá incluir a metodologia, os resultados e a discussão; - Conclusão: parte final do trabalho baseada nas evidências disponíveis e pertinentes ao objeto do estudo; EX: 1) TRABALHO DE PESQUISA (ARTIGO ORIGINAL) Título (Português/Inglês) Resumo/Descritores Abstract/Descriptors Introdução (Introd. ± proposição) Metodologia Resultados Discussão Conclusões Referências Bibliográficas (20 referências máximo ordem de citação no texto) NOTA: Máximo 5 figuras 2) RELATO DE CASO

14 Título (Português/Inglês) Resumo/Descritores Abstract/Descriptors Introdução (Intro. ± proposição) Relato de Caso Discussão Considerações Finais Referência Bibliográfica (10 referências máximo ordem de citação no texto) NOTA: Máximo 3 figuras 7.3.9. As citações e referências bibliográficas devem seguir as normas de Vancouver. Exemplo: O tratamento das fraturas depende também do grau de deslocamento dos segmentos. 4 7.3.9.1. As citações deverão seguir o sistema de numeração progressiva no corpo do texto. 7.3.9.2. Referência igual a PubMed. Autor (res). J Oral Maxillofac Surg. 2009 Dec:67(12):2599-604.