REGULAMENTO MUNICIPAL DE URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO PREÂMBULO



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Transcrição:

PREÂMBULO O Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de março, veio alterar o Regime Jurídico da Urbanização e Edificação aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro. Este diploma teve como objetivo, por um lado superar lapsos evidenciados desde a entrada em vigor da Lei n.º 60/2007, de 4 de setembro, e por outro lado promover a simplificação administrativa, nomeadamente ao delimitar com rigor e clareza as operações urbanísticas e os elementos instrutórios que devem ser objeto de aprovação, autorização, admissão ou parecer da Administração. Face ao preceituado naquele diploma, no seu artigo 4.º, os Municípios, no exercício do seu poder regulamentar próprio, devem, no prazo de 90 dias, adequar os respetivos regulamentos municipais de urbanização e edificação de acordo com o presente Decreto-Lei. Impõe-se proceder a uma atualização do Regulamento Municipal de Urbanização e da Edificação do Município da Lourinhã, em vigor, logrando também, tendo em conta a grande evolução sofrida quer pela legislação urbanística, quer pelas características de ocupação do território, quer ainda pela realidade dos processos de licenciamento em causa, a definição de um conjunto de regras que visem apoiar e tornar mais eficaz a gestão urbanística e o planeamento e a sua compreensão pelos atores envolvidos nestes procedimentos. Neste sentido e respeitando a vontade do legislador, a presente alteração ao Regulamento Municipal de Urbanização, Edificação e Taxas da Lourinhã visa essencialmente: 1 Criar um conjunto de definições de conceitos urbanísticos que tendem a clarificar o entendimento e a interpretação das regras agora estabelecidas de forma específica, rigorosa e transparente; 2 A clarificação das operações entendidas como de impacto relevante ou semelhante a um loteamento e das operações ora isentas de licença, ora apenas sujeitas a comunicação prévia, alargando o âmbito de dispensa de licenciamento e de comunicação prévia de obras de construção e de urbanização; 3 Reforçar a componente de responsabilidade dos particulares, em especial dos técnicos subscritores dos projetos e responsáveis técnicos pela direção das obras, em detrimento de um maior controlo prévio, sem esquecer o reforço da ação fiscalizadora;

4 Incorporar a experiência: REGULAMENTO MUNICIPAL DE a) Alterando um conjunto de regras que se afiguraram desajustadas à realidade municipal e desenquadradas dos objetivos e intenções inicialmente perspetivadas; b) Aplicando um conjunto de regras que, sem um articulado claro e conciso, potenciarão, em algumas situações, diferentes interpretações e dificuldades no entendimento da decisão municipal; c) Alterando parâmetros expressos num conjunto de regras/artigos que, sem prejuízo da justeza dessas mesmas regras, se verificam desenquadradas, por defeito ou por excesso, às reais necessidades, entendidas como tal, para as operações de urbanização e de edificação entretanto surgidas d) Simplificar e agilizar procedimentos na linha da modernização administrativa e na garantia dos direitos dos particulares. Foi, pois, nesta perspetiva que se elaborou a presente alteração ao Regulamento Municipal de Urbanização, Edificação e Taxas, agora apenas Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação cumprindo assim um desiderato empírico legal. Este Regulamento Municipal foi objeto de um período de apreciação pública, segundo o n.º3, do artigo 118º do Decreto-Lei n.º442/91, de 15 de novembro, na sua redação atual. Disposições Gerais Artigo 1.º Lei habilitante Ao abrigo do disposto nos artigos 112.º e 241.º da Constituição da República Portuguesa, no uso das competências conferidas pelas alíneas a); e) e h) do n.º 2 do artigo 53.º e alínea a) do n.º 6 do artigo 64º da Lei n.º 169/99 de 18 de setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 5-A/2002 de 11 de janeiro, da Lei Geral Tributária, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 398/98 de 17 de dezembro, do Código do Procedimento, da Lei n.º 2/2007 de 15 de janeiro, do Decreto-Lei n.º 555/99 de 16 de dezembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 26/2010 de 30 de março e alterado pela Lei n.º 28/20110, de 2 de setembro, do Decreto-Lei n.º 39/2008 de 7 de março, do Decreto- Lei n.º 69/2003 de 10 de abril, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 183/2007 de 9 de maio, do Decreto-Lei n.º 389/2007 de 30 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 31/2008 de 25 de fevereiro e do Decreto-Lei n.º 11/2003 de 18 de janeiro, é aprovado o

presente Regulamento Municipal da Urbanização, Edificação RMUE, do Município da Lourinhã, bem como os respetivos Anexos que dele fazem parte componente. Artigo 2.º Âmbito territorial 1. O presente regulamento aplica-se à totalidade do território do Município da Lourinhã, sem prejuízo da legislação em vigor e aplicável a esta matéria. 2. Aplica-se igualmente nas áreas em que os regulamentos de outros planos municipais de ordenamento do território e planos especiais de ordenamento do território assim o prevejam e determinem, ou nos casos que os regulamentos de tais planos sejam omissos nas matérias aqui regulamentadas. Neste sentido, o presente regulamento será aplicado supletivamente. Artigo 3.º Objeto 1. O presente regulamento tem como objetivo estabelecer, em complemento do regime jurídico da urbanização e da edificação e da restante legislação aplicável, as regras a que devem obedecer as operações urbanísticas, assim como fixar e definir as regras e critérios referentes às taxas devidas pela realização, manutenção e reforço de infra estruturas urbanísticas e compensações urbanísticas. 2. Aplica-se ainda a todas as outras intervenções particulares, direta ou indiretamente relacionadas com as operações urbanísticas, e que nos termos de legislação específica estejam sujeitas a algum tipo de controlo prévio municipal Artigo 4.º Conceitos e Definições 1. Consideram-se, para os devidos efeitos, no presente regulamento, os conceitos e definições contidas nos instrumentos de gestão territorial, do RJUE, as definições aprovadas pelo Decreto Regulamentar n.º 9/2009, de 29 de maio, e por defeito ainda aqueles com o significado que lhe é conferido pela publicação da Direção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano DGOTDU intitulada Vocabulário de Termos e Conceitos do Ordenamento do Território, ou naqueles que os venham a substituir. 2. Para efeitos deste regulamento, entende-se ainda por: a) Alinhamento: linha que em planta separa uma via pública dos edifícios existentes ou previstos ou dos terrenos contíguos, e que é definida pela intersecção dos planos verticais das fachadas, muros ou vedações, com o plano horizontal dos arruamentos adjacentes; b) Alpendre: teto saliente cobrindo parte de uma fachada ou portal de um edifício sustentado ou não por colunas, pilares, ou muros laterais deixando sempre, pelo menos, um lado aberto;

c) Anexo: construção menor acessória e complementar encostada ou não a um edifício principal; c) Cave: piso localizado abaixo da cota de soleira, com a maioria do seu volume localizado abaixo do perfil original do terreno; d) Corpos balançados: medida do avanço em qualquer saliência, incluindo varandas, tomada para além dos planos gerais de fachada, excluindo beirais; e) Corpo saliente: parte de uma construção avançada do plano da fachada, destinado a aumentar a área do piso; f) Edificação principal: toda a edificação com uso definitivo, e utilização principal, possuidora de título válido para a sua utilização; g) Equipamento lúdico ou de lazer: edificação, não coberta, de qualquer construção que se incorpore no solo com caráter de permanência para finalidade lúdica ou de lazer; h) Estufas de jardim ou hortícola: as instalações destinadas ao cultivo e resguardo de plantas ou produtos hortícolas, constituídas por estruturas amovíveis de caráter ligeiro que não impliquem obras de alvenaria; i) Estufas amovíveis ou temporárias: estruturas modulares instaladas no solo por tempo determinado destinadas a albergar culturas, sem impermeabilização do solo, elementos de alvenaria ou outros que lhe confiram fisicamente caráter de permanência; j) Frente urbana: conforme definido em plano municipal de ordenamento do território aplicável. Na ausência de definição em plano municipal de ordenamento do território deverá entender-se como a dimensão da parcela de terreno ou do lote, segundo a paralela ao arruamento. k) Perfil existente do terreno: perfil do terreno correspondente às cotas constantes no levantamento topográfico; l) Projeto de execução: conjunto das peças escritas e desenhadas instrutoras das condições de execução da obra, com pormenorização, em escala adequada, dos métodos construtivos e justaposição dos diferentes materiais de revestimento das fachadas e outras partes visíveis desde o exterior, bem como as cores a aplicar nas mesmas; m) Telas finais: consideram-se telas finais os documentos escritos e gráficos que correspondam exatamente à obra, tal como se encontra executada; n) Telheiro: edificação coberta assente em estrutura simples, sem elementos de betão armado, total ou parcialmente aberta; o) Varanda: corpo saliente ou não, de qualquer plano da fachada, aberto ao exterior; p) Vedações: qualquer elemento físico que delimite a parcela, designadamente redes, sebes, arames, grades, muros ou outras, e ainda soluções mistas, compostas por muros e demais elementos, designadamente colunas, tapa -vistas, redes, grades e portões. Artigo 5.º Siglas e acrónimos

Para efeito de aplicação deste Regulamento as siglas utilizadas lêem-se da seguinte forma: a) AVAC: Aquecimento, ventilação e ar condicionado; b) CPA: Código do Procedimento Administrativo; c) CRP: Constituição da República Portuguesa; d) DGOTDU: Direcção-Geral do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Urbano; e) DL: Decreto-Lei; f) DWG: Design Web Graphics; g) DWF: Design Web Format; h) ETRS 89: Sistema de Referência Territorial Europeu (European Terrestrial Reference System 1989); i) ICP ANACOM: Instituto das Comunicações de Portugal Autoridade Nacional de Comunicações; j) IGT: Instrumentos de Gestão Territorial; k) InCI,I.P.: Instituto da Construção e do Imobiliário; l) PAP: Perímetro à altura do peito; m) PDF: Portable Document Format; n) PP: Plano de Pormenor; o) PDM: Plano Diretor Municipal; p) PEOT: Plano Especial de Ordenamento do Território; q) PMOT: Plano Municipal de Ordenamento do Território; r) PROT-OVT: Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo; s) RAU: Regime de Arrendamento Urbano; t) RGEU: Regulamento Geral das Edificações Urbanas; u) RJIGT: Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial v) RJUE: Regime Jurídico da Urbanização e Edificação w) RSU: Resíduos Sólidos Urbanos; x) TMU: Taxa pela realização, manutenção e reforço das infraestruturas; y) ZIP: Formato de compactação de ficheiros. CAPÍTULO I NORMAS DE APRESENTAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS PROCESSOS Artigo 6.º Número de cópias na instrução dos processos 1. Os procedimentos relativos às operações urbanísticas objeto do presente Regulamento devem ser apresentados através de sistema informático aprovado pela Portaria n.º 216-A/2008, de 3 de março ou outro que o venha a substituir e nos termos do artigo 9.º do RJUE.

2. Enquanto não for implementado o sistema de receção de processos previsto no número anterior, a receção dos pedidos é feita em suporte de papel, com um exemplar dos elementos instrutórios do pedido. 3. São acrescidas coleções adicionais consoante o número de entidades externas a consultar no âmbito do procedimento, a menos que, com a documentação instrutória, sejam entregues os pareceres emitidos por tais entidades. 4. Os ficheiros em suporte digital deverão ser apresentados nos formatos e organização de ficheiros de acordo com o Anexo I ou naquele que lhe suceder e que serão publicadas no sítio da Câmara Municipal. 5. Para efeitos do pedido de emissão de autorização de utilização, sempre que se aplique a entrega de telas finais, devem as mesmas ser apresentadas igualmente em formato digital, de acordo com o Anexo I ou naquele que lhe suceder. Artigo 7.º Assinaturas 1. Quando for implementado o sistema informático previsto em Portaria, todos os documentos devem estar providos de assinatura digital qualificada. 2. Todos os documentos entregues após a implementação do sistema informático, mas que estejam enquadrados num processo anterior à referida implementação devem ser entregues em formato papel. Artigo 8.º Normas de apresentação 1. Das peças que acompanham os projetos sujeitos a aprovação ou controle prévio municipal, constam obrigatoriamente todos os elementos necessários a uma definição clara e completa da operação urbanística visada. 2. Todas as peças desenhadas devem ser elaboradas segundo as normas portuguesas e apresentadas em formato A4 ou conseguido através de dobragem, deixando margem esquerda de 2,5 cm mínimo destacada. 3. As peças desenhadas são ainda apresentadas com legenda no canto inferior direito, contendo todos os elementos necessários à identificação da peça: o nome do requerente ou comunicante, a localização, o número do desenho, a escala, a especificação da peça desenhada, o nome do autor ou autores do projeto. 4.As peças desenhadas e escritas devem ser redigidas em língua portuguesa, em boas condições de legibilidade, numeradas, datadas, sem rasuras e assinadas pelo técnico autor ou autores do projeto, com exceção dos documentos oficiais ou suas cópias e dos requerimentos, assinados pelo requerente ou comunicante ou seu representante legal. 5.As escalas indicadas na legenda das peças desenhadas não dispensam a cotagem.

Artigo 9.º Cores convencionais 1.Sempre que a operação urbanística diga respeito a obras de reconstrução, demolição parcial, ampliação ou alteração, devem ser apresentados os desenhos de sobreposição e da situação final. 2.Nos desenhos de sobreposição devem ser utilizadas as cores convencionais para a sua representação, com o seguinte código de cores: a) A cor preta para identificação dos elementos a manter; b) A cor vermelha para a identificação dos elementos a construir; c) A cor amarela para a identificação dos elementos a demolir. Artigo 10.º Dispensa de projeto de execução 1. Para efeitos do considerado no RJUE, são dispensados de apresentação de projeto de execução todas as operações urbanísticas, exceto as que envolvam edifícios classificados ou, em vias de classificação. 2. Nos casos referidos no número anterior, a autorização de utilização só será emitida após a apresentação dos referidos projetos de execução. Artigo 11.º Novo pedido ou nova comunicação prévia 1. Em obediência ao princípio da celeridade, da economia e da eficiência das decisões administrativas, consagradas no artigo 10.º do CPA, podem ser utilizados no âmbito de um novo pedido ou comunicação prévia os elementos constantes de processos arquivados. 2. O disposto no número anterior é aplicável aos elementos que se mantenham válidos e adequados, desde que o novo requerimento ou comunicação seja apresentado no prazo de 18 meses a contar da data do arquivamento ou, se este prazo estiver esgotado, não existirem alterações de facto e de direito que justifiquem nova apresentação, sem prejuízo do disposto nos artigos 13.º B e 72.º do RJUE. 3. O requerente deve indicar expressamente no requerimento ou comunicação inicial os elementos dos quais pretende beneficiar de economia processual, sem prejuízo de pedido ou comunicação prévia estar sujeito a apreciação municipal, podendo ser solicitados novos elementos, sempre que tal se justifique. 4. Excetuam-se do disposto nos números anteriores os termos de responsabilidade dos autores e coordenador dos projetos, bem como outros elementos que, nos termos de legislação especial, não possam ser aproveitados. 5. A economia processual prevista no presente artigo implica a desagregação dos elementos do anterior processo, mantendo a integridade física do mesmo, mediante o

ingresso de folha que, de forma expressa, indique os elementos retirados e respetivas folhas. CAPÍTULO II INSTRUÇÃO DE PEDIDOS Artigo 12.º Formalização do pedido 1. Os procedimentos relativos a qualquer pedido iniciam-se através de modelo escrito, dirigido ao Presidente da Câmara. 2. A Câmara Municipal fornece os modelos para a elaboração dos pedidos dirigidos ao Presidente da Câmara, fichas para registo dos dados relativos às operações urbanísticas a realizar, para estabelecimento das cauções e outros que venham a ser elaborados com vista à sistematização da informação, disponíveis no balcão do munícipe e sítio da Câmara Municipal da Lourinhã. Artigo 13.º Instrução de pedidos para realizar operações urbanísticas 1. Os pedidos relativos a operações urbanísticas devem ser instruídos com os elementos definidos no RJUE, nas respetivas Portarias de desenvolvimento, com a legislação em vigor para os licenciamentos ou autorizações especiais, definidas em particular, para cada uma das operações urbanísticas e ainda respeitar as disposições do presente Regulamento. 2. Devem ainda ser juntos ao pedido os elementos complementares que se mostrem necessários à sua correta compreensão, em função, nomeadamente, da natureza e localização da operação urbanística pretendida, assim como aqueles previstos em legislação específica. 3. Sempre que um pedido se reporte a um espaço onde já ocorreu intervenção urbanística, qualquer que seja a sua natureza, o requerente ou comunicante deverá informar dos seus antecedentes, indicando, designadamente, o número do processo, o

número de alvará ou da admissão e, se possível, a identificação dos requerentes ou comunicantes da operação urbanística anterior. 4. Nos pedidos das operações urbanísticas, sem prejuízo do referido nos números anteriores, deverão ainda ser apresentados os seguintes elementos: a) Para além de documento comprovativo da qualidade de titular de qualquer direito que confira a faculdade de realização da operação, documentos que comprovem as autorizações que legalmente forem exigíveis de terceiros nomeadamente, comproprietários, usufrutuários, locador e assembleia de condóminos; b) Certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela conservatória do registo predial referente ao prédio ou prédios abrangidos; c) Nos casos em que o prédio estiver omisso no registo predial, o requerente deve instruir o processo com os elementos necessários para fazer prova da situação que invoca e ainda entregar a respetiva certidão negativa do registo predial acompanhada da caderneta predial, onde constem os artigos matriciais correspondentes ao prédio; d) Fotografias do local no mínimo duas, que permitam a sua identificação com clareza e o seu relacionamento com a envolvente, nomeadamente a visualização do acesso ao prédio e o relacionamento daquele com a operação urbanística pretendida; e) Declaração de responsabilidade subscrita pelo coordenador do projeto ou técnico autor do projeto, comprovativa da compatibilidade entre o formato de papel e digital; f) Documento que comprove a respetiva habilitação para os técnicos autores dos projetos cuja atividade não esteja abrangida por associação pública, nos termos do disposto no regime da qualificação profissional exigível aos técnicos responsáveis pele elaboração e subscrição de projetos ou em legislação especial relativa a organismo público legalmente reconhecido; g) Levantamento topográfico, de acordo com o Anexo II. 5. Nos pedidos de licença ou comunicação prévia de obras de edificação, para além do referido no número anterior, deverão ainda ser apresentados os seguintes elementos: a) Estimativa orçamental de custo total da obra que obedecerá aos valores mínimos unitários por metro quadrado de construção indexados à Portaria que estabelece anualmente os valores do preço da habitação, para efeitos de cálculo da renda condicionado a que se refere o n.º 1 do artigo 4.º do D.L. n.º 329-A/2000, de 2 de dezembro, em vigor por força do disposto no artigo 61º da Lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro e elaborada com base de acordo com a seguinte fórmula: E ( ) =V x K Em que: E ( ) é o valor em euros da estimativa de custos; V é o valor em euros para efeitos de cálculo correspondente ao custo do m² de construção bruta na área do Município decorrente do preço fixado na Portaria anualmente publicada para o efeito; K é o coeficiente a aplicar consoante a tipologia de construção: K=0,60 - Habitação unifamiliar e coletiva K=0,30 Caves para estacionamento, garagens e anexos K=0,50 Estabelecimentos destinados a atividades económicas K=0,50 Armazéns e estabelecimentos destinados a indústria

K=0,30 Armazéns destinados a fins agrícolas ou pecuários K=0,40 Alterações de edificações K=0,05 Remodelação de terrenos (m³) K= 0,05 - Demolições K=0,10 Muros (m²) b) Calendarização de obra, referindo os períodos previstos para cada uma das fases da obra, quando esta for faseada, e em cada fase para: i) Produção de trabalhos preparatórios; ii) Construção da estrutura e toscos; iii) Acabamentos. c) Planta de implantação do projeto de arquitetura desenhada sobre levantamento topográfico georreferenciado, de acordo com o Anexo II, no qual se encontre cotados os afastamentos das edificações às estremas do prédio e às vias públicas com a localização das edificações projetadas, assinalada a localização dos acessos ao interior dos lotes ou das parcelas de terreno e, sempre que haja lugar a cedências ou aquisições de áreas, as áreas representadas na cor amarela e vermelha respetivamente, quantificadas e descrito o seu destino; d) Plantas dos pisos à escala 1:100 ou 1:50, nas quais se encontre indicado: i) Os cortes e a sua orientação, com as cotas de nível dos pavimentos; ii) Os pilares da estrutura do edifício nas plantas referentes aos pisos destinados a estacionamento. e) Planta das coberturas à escala 1:100 ou 1:50, abrangendo todas as coberturas, devendo ser indicados os cortes e todos os elementos acessórios como sejam, chaminés e tubagens de ventilação, caleiras, sumidouros de águas pluviais, fenestração e vãos iluminantes; f) Cortes, no mínimo dois, sendo um transversal e outro longitudinal, à escala de 1:100 ou 1:50, abrangendo o terreno, com indicação do perfil existente e do proposto, das cotas dos diversos pisos, com indicação das lajes de betão, dos pavimentos e tetos falsos, atravessando zonas de comunicação verticais e húmidas, bem com dos pés-direitos e dos vãos. g) Alçados, à escala 1:100 ou 1:50, com a indicação das cotas altimétricas; h) Projeto de arranjos exteriores, de acordo com o Anexo III; i) Projeto de segurança contra incêndios ou respetiva ficha, quando aplicável; j) Projetos de obras de urbanização, de acordo com o Anexo III, se aplicável. 6. A instrução do pedido de licença ou comunicação prévia referente a obras erigidas sem o competente título há mais de cinco anos, deve ser instruída de acordo com os elementos referidos nos números anteriores, à exceção da alínea a) e b) do n.º 5 e dos seguintes projetos de engenharia de especialidade: a) Projeto de estabilidade, caso o requerente apresente termo de responsabilidade passado por técnico legalmente habilitado para o efeito, em que este se responsabilize pelos aspetos estruturais da obra realizada; b) Projeto de alimentação e distribuição de energia elétrica ou ficha eletrotécnica, caso o requerente apresente fotocópia do último recibo comprovativo do pagamento à entidade fornecedora de energia;

c) Projeto de instalação de gás, caso o requerente apresente termo de responsabilidade da entidade instaladora e o certificado de inspeção passado por entidade credenciada, consoante os casos e se aplicável; d) Projeto da rede predial de abastecimento de água caso o requerente apresente fotocópia do último recibo comprovativo do pagamento à entidade fornecedora de água ou apresentação do código de cliente; e) Projeto da rede predial de drenagem de águas residuais domésticas e de águas pluviais, caso o requerente apresente declaração passada por técnico legalmente habilitado a comprovar a sua ligação à rede pública ou existência de fossa nas condições legalmente exigíveis; f) Projeto de instalações telefónicas e de telecomunicações, caso o requerente apresente fotocópia do pagamento à entidade fornecedora do serviço. 7. Após o deferimento da licença ou admissão da comunicação prévia, deverá o requerente ou comunicante proceder ao pagamento das taxas respetivas no prazo de 10 dias. 8. A instrução do pedido de emissão do alvará de licença de obras de edificação licenciada ao abrigo do n.º 2 é dispensada da apresentação dos elementos referidos na respetiva Portaria de desenvolvimento, ou naquela que a venha a substituir. 9. A instrução da comunicação prévia é dispensada dos elementos constantes do n.º 2 do artigo 12.º da Portaria n.º 232/2008, de 11 de Março, ou naquela que a venha a substituir. 10. A concessão de autorização de utilização referente a obras licenciadas ou admitidas ao abrigo do n.º 6 será sempre precedida de vistoria municipal. No respetivo alvará ou título de admissão deverá, obrigatoriamente, constar a menção de que a obra foi realizada sem o respetivo alvará de licença ou de admissão, e de quais os projetos das especialidades que foram dispensados. 11.Nos pedidos de licença de alteração à operação de loteamento, para além do referido no n.º 4, deverão ainda ser apresentados os seguintes elementos: a) Cópias simples de certidões das descrições e inscrições em vigor, emitidas pela Conservatória do Registo Predial, referentes a todos os lotes constantes do alvará de loteamento, para os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 27.º do RJUE. 12.Nos pedidos de licença e comunicação prévia de obras de urbanização, para além do referido no n.º 4,deverão ainda ser apresentados os elementos constantes do Anexo III. 13. O projeto de obras de urbanização deve observar os requisitos de integração e concordância com as obras executadas nos prédios confinantes ou envolvente. 14. No caso de deferimento de operação urbanística com base no artigo º25 do RJUE, o respetivo processo deverá ser, também, instruído com os projetos de obras de urbanização necessários, observando-se o disposto no n.º12. Artigo 14.º Regime de propriedade horizontal 1. Caso se pretenda que o edifício fique sujeito ao regime de propriedade horizontal, deverão ser apresentados os seguintes elementos:

a) Memória descritiva, com descrição sumária do edifício e indicação do n.º de frações autónomas designadas pelas respetivas letras maiúsculas. Cada fração deve discriminar o piso, o destino da fração, o número de polícia pelo qual se processa o acesso à fração, a designação de todos os espaços, incluindo varandas e terraços, garagens e arrumos, indicação de áreas cobertas e descobertas e da percentagem ou permilagem da fração relativamente ao valor total do prédio. Devem também referenciar-se as zonas comuns a todas as frações ou a determinado grupo de frações; b) Peças desenhadas referentes às plantas do edifício, com a designação de todas as frações pela letra maiúscula respetiva e com a delimitação de cada fração e das zonas comuns e logradouros envolventes. 2. Nos casos de vistoria ao local, na hipótese de não existir projeto aprovado ou admitido do imóvel, as peças desenhadas devem conter um corte que evidencie os pésdireitos dos diferentes pisos. 3. Nos edifícios com duas ou mais frações por piso, deverão ser enumerados pelas letras do alfabeto, em maiúsculas, começando pela letra A. Artigo 15.º Autorização de utilização e autorização de alteração de utilização de edifícios ou frações 1. O pedido de autorização de utilização ou de autorização de alteração de utilização dos edifícios ou das suas frações deve ser instruído com os elementos referidos na respetiva Portaria de desenvolvimento, bem como com aqueles que sejam exigidos em legislação específica. 2. Sem prejuízo da apresentação das telas finais em formato papel, deverão ser apresentadas telas finais em suporte digital, quando aplicável. 3. Para além dos elementos mencionados nos números anteriores, e nos casos em que o pedido não for acompanhado do termo de responsabilidade a que se refere o n.º 9 do artigo 13.º do RJUE, devem ainda ser juntos, em função do tipo de obra executada e se aplicável: a) Certificado, de conformidade, emitido pelo Autoridade Nacional de Proteção Civil, nos casos previstos na lei; b) Certificado emitido pela entidade instaladora de Gás, nos termos da legislação em vigor; c) Documento emitido pela entidade instaladora de elevadores; d) Certificado de desempenho energético, e) Certificado emitido pela entidade inspetora de eletricidade; 4. O pedido de autorização de utilização é indeferido quando não respeite as condições constantes do n.º1 e do n.º2 do artigo 62º do RJUE em vigor, consoante o caso; 5. O pedido de autorização de alteração de utilização é indeferido quando: a) Constitua, comprovadamente, uma sobrecarga incomportável para as infraestruturas existentes;

b) Violar o plano municipal de ordenamento do território, plano especial de ordenamento do território, medidas preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário, área de construção prioritária, servidão administrativa, restrição de utilidade pública ou quaisquer outras normas legais e regulamentares aplicáveis. Artigo 16.º Vistoria para redução da caução das obras de urbanização 1. O pedido de redução da caução das obras de urbanização, a efetuar para os efeitos previstos no artigo 87.º do RJUE, deve ser instruído com os seguintes elementos: a) Indicação do montante pretendido para a redução da garantia bancária ou indicação de cancelamento de hipoteca dos lotes; b) Livro de Obra (cópia); c) Descrição dos trabalhos efetuados e a sua quantificação; d) Documento da entidade certificadora da rede de energia elétrica comprovativo das obras executadas; e) Termo de responsabilidade por técnico legalmente habilitado para o efeito de acordo com o respetivo regime legal que ateste a conformidade da execução com os projetos aprovados ou admitidos; f) Termo de responsabilidade das infraestruturas de telecomunicações em loteamentos (ITUR); g) Termo de responsabilidade da entidade instaladora do gás, h) Identificação da entidade exploradora da rede de gás; i) Declaração da entidade exploradora assumindo a responsabilidade pela exploração das redes e ramais de distribuição de gás; j) Licença de exploração de armazenamento de gás; k) Comprovativo da apresentação do processo para as instalações da classe a que respeita; l) Avaliação individual dos lotes para o qual é solicitado o cancelamento da hipoteca. Artigo 17.º Vistoria para receção provisória de obras de urbanização e receção definitiva das obras de urbanização 1. O pedido de receção provisória das obras de urbanização, a efetuar para efeitos do artigo 87º do RJUE, deve ser instruído com os seguintes elementos: a) Livro de Obra, com os respetivos registos e termo de encerramento; b) Termo de responsabilidade pelo diretor de fiscalização de obras (diretor técnico da obra declarando que as obras de infraestruturas se encontram executadas na sua totalidade, em conformidade com os projetos aprovados ou admitidos, com as condicionantes da licença ou admissão e que as alterações efetuadas aos projetos estão em conformidade com normas legais e regulamentares que lhe são aplicáveis);

c) Termo de responsabilidade por técnico legalmente habilitado para o efeito de acordo com o respetivo regime legal que ateste a conformidade da execução com os projetos aprovados ou vistoria ou certificação de entidades externas exigíveis; d) Documento da entidade certificadora das redes de energia elétrica comprovativo da receção provisória; e) Título emitido pela entidade competente, de utilização de recursos hídricos; f) Termo de responsabilidade da entidade instaladora do gás (em triplicado), g)identificação da entidade exploradora da rede de gás; h)declaração da entidade exploradora assumindo a responsabilidade pela exploração das redes e ramais de distribuição de gás; i)licença de exploração de armazenamento de gás; j)comprovativo da apresentação do processo para as instalações de classe a que respeita; k)telas finais dos projetos, de acordo com o Anexo IV. 2. Após a receção provisória, a Câmara Municipal comunicará o facto às entidades competentes para procederem, nos termos da lei, à respetiva redução da caução para 10% do seu valor inicial. 3. É aplicável à receção definitiva o mesmo regime da receção provisória com a ressalva de que a sua deliberação implicará a eliminação dos restantes 10% da caução. Artigo 18.º Prorrogações dos prazos para a conclusão das obras 1. Os pedidos de prorrogação do prazo para execução das obras de urbanização e edificação, previstos no artigo 53.º e artigo 58.º do RJUE, devem ser instruídos com os seguintes elementos: a) Nova calendarização dos trabalhos a executar; b) Cópias das folhas preenchidas do livro de obra, com exibição do mesmo; c) Declaração de titularidade de alvará emitido pelo InCI, I.P., com habilitações adequadas à natureza e valor da obra, ou título de registo emitido por aquela entidade, com subcategorias adequadas aos trabalhos a executar, a verificar através da consulta do Portal do InCI, I.P., no prazo previsto para a decisão; d) Apólice de seguro que cubra a responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho, nos termos previstos na Lei n.º 100/97, de 13 de setembro; e) Apólice de seguro de construção, quando exigível; f) Original do título da operação urbanística. 2. Para efeitos das disposições conjugadas do artigo 34º, do n.º 2 do artigo 53º e do n.º 2 do artigo 58.º do RJUE, salvo nos casos devidamente justificados: a) As obras de urbanização devem ser concluídas no prazo proposto pelo comunicante, o qual não poderá exceder 2 anos, quando o valor dos trabalhos seja igual ou inferior a 25.000,00 euros ou 3 anos, quando o valor seja superior;

b) As obras de edificação devem ser concluídas no prazo proposto pelo requerente ou comunicante, o qual não poderá exceder 5 anos, quando a área seja igual ou inferior a 500 m² ou no prazo de 6 anos, quando a área seja superior. 3. Os pedidos de prorrogação dos prazos de execução de obras devem ser efetuados dentro do prazo de validade do alvará de licença ou admissão de comunicação prévia, Artigo 19.º Pedido de averbamento Os pedidos de averbamento devem ser instruídos com os seguintes elementos: a) Para substituição de requerente ou comunicante: i)certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela Conservatória do Registo Predial ou código de acesso. b) Para substituição do responsável por qualquer dos projetos apresentados, do diretor de obra ou do diretor de fiscalização de obra: i) Termo de responsabilidade do técnico; ii) Declaração emitida pela respetiva Ordem ou Associação Profissional; iii) Comprovativo em como elaborou ou subscreveu projetos, fiscalizou ou dirigiu obra, que tenha obtido aprovação municipal, se aplicável; c) Para substituição do titular do alvará de licença: i) Certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela Conservatória do Registo Predial ou código de acesso; ii) Certidão da Conservatória do Registo Comercial ou código de acesso à certidão permanente; iii) Original do título da operação urbanística. d) Para substituição do titular do alvará de construção ou do título de registo emitidos pelo Instituto da Construção e do Imobiliário, I.P. (InCI, I.P.): i)declaração de titularidade de alvará emitido pelo InCI,I.P., com habilitações adequadas à natureza e valor da obra, ou título de registo emitido por aquela entidade, com subcategorias adequadas aos trabalhos a executar, a verificar através da consulta ao portal do InCI,I.P., pela entidade licenciadora; ii) Apólice de seguro que cubra a responsabilidade pela reparação dos danos emergentes de acidentes de trabalho, nos termos previstos na Lei n.º 100/97, de 13 de setembro, com comprovativo da sua validade; iii) Apólice de seguro de construção, quando for legalmente exigível. iv) Certidão da Conservatória do Registo Comercial ou código de acesso à certidão permanente.

CAPÍTULO III PROCEDIMENTOS E SITUAÇÕES ESPECIAIS Artigo 20.º Destaque de parcela 1.O pedido de emissão de certidão de destaque de parcela deve ser instruído com os seguintes elementos, sem prejuízo do disposto em legislação aplicável: a) Documento comprovativo da qualidade de titular de qualquer direito que confira a faculdade de realização da operação de desanexação; b) Certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela Conservatória do Registo Predial referente ao prédio abrangido; c) Extrato(s) da(s) planta(s) correspondentes aos elementos fundamentais dos PMOT s e dos PEOT s em vigor neste Município; d) Planta de localização à escala 1:2 000; e) Planta de localização à escala 1:25 000; f) Planta de implantação à escala 1:200 sobre levantamento topográfico de acordo com o Anexo II, com a delimitação a vermelho dos limites da propriedade e da parcela A correspondente à restante e a verde da parcela B a destacar, a amarelo da área de cedência para domínio público (se aplicável), com indicação dos afastamentos das construções existentes e a erigir aos limites das parcelas e com quadro de áreas, onde conste a área total do prédio originário, das parcelas A e B, área de cedência e áreas de implantação e construção. g) Memória descritiva e justificativa; h) Certidão ou documento comprovativo em como o prédio foi construído anteriormente à publicação do RGEU ou indicação do número do alvará de licença, título de admissão, título de autorização de obras ou de licença/autorização utilização; i) Declarações que comprovem as autorizações que legalmente forem exigíveis, nomeadamente do proprietário e de terceiros, como comproprietários, usufrutuários. Artigo 21.º Pedido de parecer de compropriedade ou de ampliação do número de compartes 1.O pedido de parecer sobre compropriedade ou sobre a ampliação do número de compartes nos prédios rústicos, nos termos e para efeitos do disposto no artigo 54.º da Lei n.º 64/2003, de 23 de agosto, deve ser instruído com os seguintes elementos: a) Certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela Conservatória do Registo Predial referente ao prédio abrangido;

b) Planta de localização à escala 1:25 000; c) Extrato (s) da(s) planta(s) correspondentes aos elementos fundamentais dos PMOT s e dos PEOT s aplicáveis; d) Planta cadastral à escala 1:2 000; e) Indicação expressa dos atuais proprietários e a sua proporção; f) Fim a que se destina o requerimento; g) Indicação expressa dos futuros proprietários e a sua proporção. Artigo 22.º Pedido de certidão de edificação erigida em data anterior à entrada em vigor do RGEU (1951) 1.O pedido de certidão de edificação erigida em data anterior à publicação do RGEU, deve ser instruído com os seguintes elementos: a) Certidão da descrição e de todas as inscrições em vigor emitida pela Conservatória do Registo Predial referente ao prédio abrangido; b) Planta de localização à escala 1:25 000; c) Extrato(s) da(s) planta(s) correspondentes aos elementos fundamentais dos PMOT s e dos PEOT s aplicáveis; d) Planta cadastral à escala 1:2 000; e) Fotografias do local. Artigo 23.º Pedido de ocupação do espaço público 1- A ocupação de espaço público municipal por motivo de obras de edificação ou urbanização está sujeita a licença, e deve ser realizada com a observação de todas as normas legais e regulamentares relativas à segurança de pessoas e bens. 2- O pedido de ocupação de espaço público municipal, inicia-se com a apresentação de requerimento dirigido ao Presidente da Câmara, do qual deve constar a identificação do requerente, incluindo o domicílio ou sede, bem como a indicação da qualidade de titular de qualquer direito que lhe confira a faculdade de realizar a obra. 3- Do requerimento, consta igualmente a indicação do pedido em termos claros e precisos, indicando a localização, complementada com planta de localização à escala 1:2000 ou superior, o tipo de obra a realizar, o tipo de objeto e, ou, materiais que pretende depositar ou apoiar no espaço público, bem como a área a ocupar. 4- Para além dos elementos referidos nos números anteriores, sempre que surjam dúvidas de ordem formal ou processual que possam obstar ao conhecimento de qualquer pedido e que não possam ser supridas oficiosamente, o Presidente da Câmara profere despacho de aperfeiçoamento do pedido no prazo de dez dias a contar da apresentação do requerimento.

5- Na hipótese prevista no número anterior, o requerente é notificado para, no prazo de 15 dias, corrigir ou completar o pedido, ficando suspensos os termos ulteriores do procedimento, sob pena de rejeição liminar. 6- Para efeitos o disposto no n.º4, podem ser solicitadas plantas, devidamente cotadas, da área a ocupar e da sua envolvente e, ou fotografias. 7- Uma vez caducada a licença, o titular desta fica obrigado a proceder à limpeza, e à reparação de quaisquer tipo de danos, a que a ocupação tenha dado causa. 8- A licença concedida tem natureza precária, podendo a Câmara Municipal ordenar a todo tempo a desocupação, temporária ou definitiva, do espaço público ocupado quando, por razões de interesse público devidamente fundamentadas, tal se afigure necessário, não dando, nestes casos, ao titular da licença, direito a qualquer tipo de indemnização. Artigo 24.º Autorização municipal para entalação de infraestruturas de suporte das estações de radiocomunicações 1. O pedido de autorização da instalação de infraestruturas de suporte das estações de radiocomunicações e respetivos acessórios deve ser instruído com os seguintes elementos: a) Identificação do titular; b) Identificação do título emitido pelo ICP ANACOM, quando existente, nos termos do DL n.º 151-A/2000, de 20 de julho; c) Memória descritiva da instalação, com indicação dos critérios adotados condicionantes, materiais empregues e métodos construtivos e de fixação, d) Planta de localização à escala 1:25 000; e) Planta de cadastral à escala de 1:2 000; f) Planta de implantação à escala de 1:200 ou de 1:500; g) Plantas, alçados e cortes à escala de 1:100; h) Termo de responsabilidade dos técnicos responsáveis pela instalação, quer a nível civil, quer a nível das instalações elétricas; i) Declaração emitida pelo operador que garanta a conformidade da instalação em causa com os níveis de referência de radiação aplicáveis de acordo com normativos nacionais ou internacionais em vigor; j) Cópia do documento de que conste a autorização expressa dos proprietários dos terrenos para a instalação das infraestruturas de suportadas estações de radiocomunicações e respetivos acessórios. 2. Tratando -se da instalação de estações em edificações, além dos elementos referidos nas alíneas a) a e) do número anterior, devem ainda ser juntos:

a) Estudo justificativo da estabilidade das edificações sob o ponto de vista estrutural e da fixação das infraestruturas de suporte das estações de radiocomunicações ao edifício; b) Cópia do documento de que conste a autorização expressa para a instalação do proprietário ou dos condóminos, nos termos da lei aplicável. 3. Sempre que o titular da licença radioeléctrica não pretenda a sua renovação nos termos do DL n.º 151-A/2000, de 20 de julho, deve proceder ao desmantelamento da instalação. Artigo 25.º Operações Urbanísticas com impacte semelhante a loteamento 1. Para efeitos de aplicação do n.º 5 do artigo 57.º do RJUE, considera-se gerador de um impacte semelhante a uma operação de loteamento a construção, reconstrução, ampliação ou alteração de edifícios isolados ou que sejam ou passem a ser contíguos, funcional e estruturalmente ligados entre si, de que resulte ou quando se verifique uma das seguintes situações: a) Toda e qualquer edificação que disponha ou passe a dispor de 5 ou mais frações com acesso direto a partir do espaço exterior, com exceção das destinadas a estacionamento automóvel; b) Toda e qualquer edificação que disponha ou passe a dispor de mais de uma caixa de escada de acesso comum a frações ou unidades independentes, excluindo as escadas de emergência, quando exigidas por lei; c) Esteja funcionalmente ligada ao nível de subsolo ou por elementos estruturais ou de acesso, embora se apresentem com corpos distintos acima do nível de terreno; d) Todas as situações que impliquem a execução de obras de urbanização. 2. Nos casos previstos no número anterior, as áreas destinadas à implantação de espaços verdes e de utilização coletiva, infraestruturas viárias e equipamentos devem cumprir os parâmetros consagrados no plano municipal de ordenamento do território, de maior pormenor, relativamente às operações de loteamento e urbanização, sendo, na sua falta, aplicáveis os valores constantes da competente Portaria. Artigo 26.º Operações urbanísticas de impacte relevante Para efeitos de aplicação do disposto no n.º 5 do artigo 44.º do RJUE, considera-se gerador de um impacte relevante: a) Toda e qualquer edificação com área bruta de construção superior a 1000 m 2, que resulte de nova edificação ou de ampliação da edificação existente, independentemente do seu uso;

b) Todas as edificações que envolvam uma sobrecarga dos níveis de serviço nas infraestruturas e ou ambiente, nomeadamente vias de acesso, tráfego, parqueamento e ruído. Artigo 27.º Discussão pública 1. Estão sujeitas aos procedimentos de discussão pública, para os efeitos previstos no n.º 1 do artigo 22º do RJUE, o licenciamento das operações de loteamento, bem as alterações à licença de operação de loteamento, que excedam os seguintes parâmetros: a) 2 ha de área de intervenção; b) 25 fogos; c) 10 % da população do aglomerado urbano em que se insere a pretensão. 2. Sem prejuízo das disposições definidas nos planos municipais de ordenamento do território, e para efeitos do disposto na alínea c) do número anterior, entende-se que a população do aglomerado urbano é a respeitante à população total do aglomerado referido nos últimos Censos oficiais. 3. Os procedimentos de discussão pública a efetuar nas operações de loteamento ou alterações à licença de operação de loteamento seguem as normas definidas no artigo 77.º do RJIGT, estabelecendo-se os seguintes prazos: publicação do aviso com uma antecedência mínima de 5 dias, decorrendo a fase de discussão pública nos 15 dias subsequentes, contados da data da publicação em Diário da República. 4. Para efeitos de contagem dos prazos a que se refere o número anterior estabelecese a aplicação do disposto no artigo 72.º do CPA. 5. Os avisos serão divulgados sob a forma de Edital, a publicar nos seguintes locais de estilo e órgãos de comunicação social: a) Diário da República II Série; b) 1 Jornal de âmbito nacional; c) 1 Jornal local; d) Sítio da Câmara Municipal; e) Afixação no edifício dos Paços do Município; f) Afixação no edifício sede da Junta de Freguesia da área da intervenção da pretensão. 6. Sem prejuízo do disposto no artigo 48.º do RJUE, decorrida a discussão pública, não poderá ser aprovada a alteração ao alvará de loteamento caso ocorra oposição escrita da maioria dos proprietários dos lotes constantes do alvará. 7. Para efeito do disposto no número anterior considera-se que são proprietários abrangidos pela operação: a) Os proprietários de todos os lotes constantes do alvará, quando a operação preveja a alteração de funções para atividade que implique um acréscimo de circulação e de estacionamento; b) Os proprietários dos lotes constantes do alvará, quando a operação preveja a redução de áreas destinadas a espaços verdes e de utilização coletiva e de equipamentos de utilização coletiva;

c) Os proprietários dos lotes cujas características sofram quaisquer alterações; d) Os proprietários dos lotes servidos por vias ou infraestruturas cujas características sejam alteradas, desde que dessa alteração ocorra a redução da sua quantidade. CAPÍTULO IV PRINCÍPIOS GERAIS ORIENTADORES DA CONCEPÇÃO DO DESENHO URBANO SECÇÃO I EDIFICABILIDADE E URBANIZAÇÃO Artigo 28.º Condições e princípios gerais de edificabilidade e da urbanização 1. Um lote ou parcela de terreno só poderá ser considerado apto para construção urbana desde que garanta, cumulativamente, as seguintes exigências mínimas: a) Tenha capacidade de edificação de acordo com o plano municipal de ordenamento do território e demais legislação aplicável; b) A sua dimensão, configuração geométrica e características topográficas sejam adaptadas ao aproveitamento previsto, em condições de funcionalidade, acessibilidade e salubridade; c) A frente urbana das parcelas de terreno ou dos lotes a constituir não deverá ser inferior à dimensão correspondente do perfil transversal do arruamento, como tal definido no presente regulamento, bem assim na Portaria aplicável; 2. No âmbito do licenciamento e na realização de obras sujeitas a comunicação prévia de construções em prédios que não exijam a criação de novas vias públicas, devem ser sempre asseguradas, as adequadas condições de acessibilidade de peões e de veículos, prevendo-se sempre que possível e justificável a beneficiação dos arruamentos existentes, nomeadamente no que se refere ao respetivo traçado, à largura do perfil transversal existente, à melhoria dos percursos pedonais e das faixas de rodagem, baias de estacionamentos, espaços verdes, sem prejuízo das limitações que decorram da manutenção de valores paisagísticos e patrimoniais que devam ser preservados. 3. As operações urbanísticas devem: a) Valorizar a manutenção, recuperação e a reabilitação dos edifícios existentes; b) Assegurar uma correta integração urbana, física e paisagística, bem assim como a preservação dos principais pontos de vista; c) Ser coerente com o tecido urbano existente envolvente, nomeadamente ao nível da rede viária e outras infraestruturas, cérceas e tipologias da massa edificada;

d) Tratar de forma adequada os limites e ou os espaços intersticiais entre as novas intervenções e as construções confinantes, com especial relevo para a vitalização das charneiras dos diferentes conjuntos urbanos; e) Preservar os principais elementos e valores naturais, as linhas de água, os leitos de cheia e as estruturas verdes; f) Proporcionar e promover espaços públicos exteriores, destinados a estadia, lazer e circulação que garantam ambientes seguros e calmos; g) Requalificar os acessos e outros espaços públicos existentes; h) Beneficiar e potencializar o enquadramento dos valores paisagísticos, dos edifícios e dos espaços classificados; i) Promover soluções ambientalmente corretas no âmbito da utilização racional da energia, das energias renováveis e do ciclo da água; j) Respeitar todas as servidões constantes da legislação em vigor e dos planos municipais de ordenamento do território e dos planos especiais de ordenamento do território; k) Ser projetadas e executadas de forma a garantir o acesso e a utilização de pessoas com mobilidade condicionada, nos termos da legislação aplicável. 4. A configuração da parcela deve permitir a inserção das edificações de forma a estabelecer uma articulação volumétrica e funcional com a envolvente natural e construída que valorize a qualidade urbana e ambiental do local. 5. Pode ser recusada proposta de implantação irregular do edifício, exclusivamente com vista ao aproveitamento total do terreno, quando dela resultar prejuízo para a qualidade arquitetónica do próprio edifício ou para a qualidade urbana da sua envolvente. Artigo 29.º Compatibilidade de usos e de atividades 1.As utilizações e as atividades a instalar no território municipal não poderão: a) Originar a produção de fumos, cheiros ou resíduos que afetem as condições de salubridade; b) Perturbar as condições de trânsito e de estacionamento ou provocar movimentos de cargas e descargas que ponham em causa as condições de utilização da via pública; c) Acarretar riscos de incêndio ou de explosão; d) Prejudicar a salvaguarda e a valorização do património classificado, em vias de classificação ou de reconhecido valor cultural, arquitetónico, arqueológico, paleontológico, paisagístico ou ambiental, bem assim as respetivas zonas de proteção.