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Transcrição:

segue abaixo a tabela especificando as vazões necessárias para cada ano do município de Campos dos Goytacazes. ESTUDO DE DEMANDA PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA - MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES Ano População (hab) Vazão Média (l/s) Vazão Captação (l/s) Vazão Distribuição (l/s) 2013 469.987 1087,93 1344,69 1958,28 2014 474.264 1097,83 1356,92 1976,10 2015 478.580 1107,82 1369,27 1994,08 2016 482.936 1117,91 1381,73 2012,23 2017 487.331 1128,08 1394,31 2030,55 2018 491.766 1138,35 1407,00 2049,03 2019 496.241 1148,71 1419,80 2067,67 2020 500.757 1159,16 1432,72 2086,49 2021 505.315 1169,71 1445,76 2105,48 2022 509.913 1180,35 1458,92 2124,64 2023 514.554 1191,10 1472,20 2143,98 2024 519.237 1201,94 1485,59 2163,49 2025 523.962 1212,88 1499,11 2183,18 2026 528.731 1223,91 1512,76 2203,05 2027 533.542 1235,05 1526,52 2223,09 2028 538.398 1246,29 1540,42 2243,33 2029 543.298 1257,63 1554,44 2263,74 2030 548.242 1269,08 1568,58 2284,34 2031 553.232 1280,63 1582,86 2305,13 2032 558.267 1292,28 1597,26 2326,11 2033 563.347 1304,04 1611,80 2347,28 2034 568.474 1315,91 1626,47 2368,64 2035 573.648 1327,89 1641,27 2390,20 2036 578.868 1339,97 1656,21 2411,95 2037 584.136 1352,17 1671,28 2433,90 2038 589.452 1364,47 1686,49 2456,05 Tabela 4.1.10 - Estudo da Demanda Urbana para o Abastecimento de Água Campos dos Goytacazes RJ. Fonte: DRZ. As vazões acima foram calculadas a critério de dimensionamento das unidades do sistema, como mencionado anteriormente, a vazão de distribuição tende a números maiores quando são comparadas com a vazão de captação, pois a vazão de distribuição visa atender os consumos máximo diário e máximo horário. 190

4.1.38 Outorga A outorga do direito de uso dos recursos hídrico é um dos instrumentos de gestão da Política estadual dos Recursos Hídricos RJ (Lei Estadual nº 3.239/1997) assim como da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei Federal nº 9.433/1997). Esse instrumento tem como objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água. A Lei Federal 9.433 de 1997 refere-se entre outros sobre a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. A interferência nos corpos d água proporcionada por barramentos deve ser regulamentada com o instrumento legal denominado como Outorga de Direito do Uso da Água. A cessão deste instrumento ao usuário está condicionada a análise do tipo de interferência e a manutenção do uso dos recursos hídricos sem comprometer a outros usuários ou a sociedade de forma direta ou indireta. A outorga tem por objetivo assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos e disciplinar o exercício dos direitos de acesso à água, bem como garantir a prioridade ao abastecimento da população e a dessedentação de animais. As águas de domínio do Estado, superficiais ou subterrâneas, somente poderão ser objeto de uso após autorização da outorga pelo poder público. A outorga é o ato administrativo mediante o qual o poder público outorgante (União, Estado ou Distrito Federal) faculta ao outorgado (requerente) o direito de uso de recurso hídrico, por prazo determinado, nos termos e nas condições expressas no respectivo ato administrativo. As concessões de outorga de uso dos recursos hídricos no estado do Rio de Janeiro, bem como a emissão de reserva de disponibilidade hídrica para fins de aproveitamentos hidrelétricos e sua consequente conversão em outorga, e ainda a perfuração de poços tubulares e demais usos das águas superficiais e subterrâneas, são de competência do INEA. Os usos que dependem de outorga são: Derivação ou captação de parcela de água existente em um corpo d água, para consumo; Extração de água de aquíferos; Lançamento em corpo d água, de esgoto e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final; Aproveitamento de potenciais hidrelétricos; Outros usos que alterem o regime, quantidade ou qualidade da água existente em um corpo hídrico. 191

Usos que independem de outorga: O uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades individuais ou de pequenos núcleos populacionais, em meio rural ou urbano, para atender as necessidades básicas da vida; O uso de vazões e volumes considerados insignificantes, para derivações, captações e lançamentos. 4.1.39 Tratamento dos Efluentes Industriais A utilização de água pela indústria pode ocorrer de diversas formas, tais como: incorporação ao produto; lavagens de máquinas, tubulações e pisos; águas de sistemas de resfriamento e geradores de vapor; águas utilizadas diretamente nas etapas do processo industrial; esgotos sanitários dos funcionários. Exceto pelos volumes de águas incorporados aos produtos e pelas perdas por evaporação, as águas tornam-se contaminadas por resíduos do processo industrial ou pelas perdas de energia térmica, originando assim os efluentes líquidos. Após a utilização das águas pelas indústrias, os diversos efluentes e ou energias são incorporados alteram as características físicas, químicas e sensoriais, gerando assim os efluentes líquidos. Para a avaliação da carga poluidora dos efluentes industriais e esgotos sanitários são necessárias as medições de vazão in loco e a coleta de amostras para análise de diversos parâmetros sanitários que representam a carga orgânica e a carga tóxica dos efluentes. A poluição térmica, devido às perdas de energia calorífica nos processos de resfriamento ou devido às reações exotérmicas no processo industrial, também é importante fonte de poluição dos corpos hídricos. Neste caso o parâmetro de controle é a temperatura do efluente. As características sensoriais dos efluentes notadamente o odor e a cor aparente são muito importantes, pois despertam as atenções inclusive dos leigos podendo ser objeto de atenção das autoridades. Os sistemas de tratamentos de efluentes objetivam primordialmente atender à legislação ambiental e em alguns casos ao reuso de águas. Os processos podem ser classificados em físicos, químicos e biológicos em função da natureza dos poluentes a serem removidos e/ou das operações unitárias utilizadas para o tratamento: Processos Físicos: removem os sólidos em suspensão sedimentáveis e flutuantes através de processos físicos, como: o Gradeamento; o Peneiramento; 192

o Separação de óleos e gorduras; o Sedimentação; o Flotação; o Filtração em areia; o Filtração em membrana (micro filtração e ultrafiltração). Processos químicos: utilizam produtos químicos que, através de reações químicas, promovem a remoção dos poluentes ou condicionem a mistura de efluentes a ser tratada aos processos subsequentes. Principais processos: o Clarificação química: remoção de matéria orgânica coloidal, incluindo os coliformes; o Eletrocoagulação: remoção de matéria orgânica, inclusive de compostos coloidais, corantes e óleos/ gorduras; o Precipitação de fosfatos e outros sais: remoção de nutrientes, pela adição de coagulantes químicos compostos de ferro e/ou de alumínio; o Cloração para desinfecção; o Oxidação por ozônio; o Redução de cromo hexavalente; o Oxidação de cianetos; o Precipitação de materiais tóxicos; o Troca iônica. Processos biológicos: remover a matéria orgânica dissolvida e em suspensão, através da transformação desta em sólidos sedimentáveis ou gases. Principais processos: o Lagoas anaeróbias e fotossintéticas; o Processos aeróbios representados por lodos ativados e suas variantes: aeração prolongada, lodos ativados convencionais, lagoas aeradas facultativas, aeradas aeróbias; o Processos facultativos representados por processos que utilizam biofilmes (filtros biológicos, biodiscos e biocontactores) e por algumas lagoas (fotossintéticas e aeradas facultativas). Os biocontactores apresentam também processos aeróbicos; Processos anaeróbicos ocorrem em lagoas anaeróbias e biodigestores. 193

4.1.40 Cemitérios O município de Campos dos Goytacazes, além dos problemas apresentados relacionados muitas vezes a falta de saneamento, tem sofrido com a poluição causada pelos 24 cemitérios existentes na cidade: 194

Número Cemitérios Localização (Bairro / Distrito) 1 Cemitério Público Urbano Caju Caju 2 Cemitério Público Rural de Travessão Travessão 3 Cemitério Público Rural Conselheiro Josino Conselheiro Josino 4 Cemitério Público Rural Morro do Coco Morro do Coco 5 Cemitério Público Rural Vila Nova Vila Nova 6 Cemitério Público Rural Murundu Murundu 7 Cemitério Público Rural Santa Bárbara Santa Bárbara 8 Cemitério Público Rural Palmares Palmares 9 Cemitério Público Rural Santa Maria Santa Maria 10 Cemitério Público Rural Santo Eduardo Santo Eduardo 11 Cemitério Público Rural Serra das Casinhas Serra das Casinhas 12 Cemitério Público Rural Santo Amaro Santo Amaro 13 Cemitério Público Rural São Sebastião São Sebastião 14 Cemitério Público Rural São Martinho São Martinho 15 Cemitério Público Rural Coqueiro de Tocos Coqueiro de Tocos 16 Cemitério Público Rural Goytacazes Goytacazes 17 Cemitério Público Rural Dores de Macabu Dores de Macabu 18 Cemitério Público Rural Ponta da Lama Ponta da Lama 19 Cemitério Público Rural Caxeta Caxeta 20 Cemitério Público Rural Paciência Paciência 21 Cemitério Público Rural São Benedito São Benedito Lagoa de Cima 22 Cemitério Público Rural Santa Rita Santa Rita Lagoa de Cima 23 Cemitério Público Rio Preto/Morangaba Rio Preto 24 Cemitério Campo da Paz (Privado) Parque Aurora Tabela 4.1.11 - Cemitérios existentes no Município de Campos dos Goytacazes. Fonte: PMCG, 2013. Eles estão localizados 22 no interior e 02 no centro, sendo um público e o outro privado. A principal causa da poluição ambiental pelos cemitérios é o líquido liberado intermitentemente pelos cadáveres em putrefação, denominado de necrochorume. O necrochorume pode veicular além de microrganismos oriundos do corpo, restos ou resíduos de tratamento químicos hospitalares (quimioterapia) e os compostos decorrentes da decomposição da matéria orgânica. Todos esses contaminantes incorporados ao fluxo de necrochorume são prejudiciais ao solo e águas subterrâneas. A fim de evitar à contaminação do solo e da água a técnica da tanatopraxia vem sendo utilizada, além de preparar, maquiar e, restaurar partes do falecido injeções com produtos bactericidas são aplicadas com o objetivo de destruir as bactérias existentes como também de estabelecer um ambiente ascético capaz de resistir a uma invasão microbiana. 195

Os compostos orgânicos liberados no processo de decomposição dos cadáveres são degradáveis e causam um aumento da atividade microbiana no solo sob a área de sepultamentos (MATOS, 2001). Ocorre também um aumento na presença de compostos de nitrogênio e fósforo, na concentração de sais (Cl-, HCO3, Ca+2, Na+) e, consequentemente, na condutividade elétrica, no ph e alcalinidade, e dureza da solução do solo. A Figura abaixo apresenta um modelo de quatro situações de sepultamento e seus respectivos riscos à contaminação da água subterrânea pela pluma de contaminante, conforme o local do sepultamento e a relação aos materiais geológicos, profundidade do nível freático e os aspectos ambientais externos ao meio físico como rachaduras nos jazigos. Figura 4.1.35 - Localizações possíveis para implantação de jazigos. Fonte: Revista Brasileira de Ciências Ambientais, 2008. Existem fatores que condicionam os terrenos a serem adequados à implantação de cemitérios e critérios mínimos necessários para esse fim, descritos abaixo: Topografia: posicionamento geomorfológico do cemitério. o Áreas elevadas: é importante para assegurar que as sepulturas não sejam inundadas e os microrganismo fiquem retidos em camadas nãosaturadas do solo. O ideal é que a declividade varie de 5 a 15%. 196

o Áreas planas ou com declividades pequenas: é importante implantar rede de drenagem pluvial eficiente, seja superficial ou subsuperficial, e utilizar-se de movimento de terra para aterros. o Área com declividade acentuada: é recomendável utilizar-se de movimentos de terra para cortes e desenvolvimento de terraços. Essas áreas podem causar problemas em épocas de chuvas, em função da erosão, que chegam a arrastar material terrígeno e, consequentemente, expor sepulturas à superfície do terreno. Geologia: tipo de solo local e possibilidades de otimização com solo de outros locais ou aditivado com calcário. o Homogeneidade do solo: os terrenos devem apresentar solos homogêneos com porcentagens de peso balanceadas de areia, silte e argila (30%). Grandes concentrações de argila causam excesso de umidade, dificultando a decomposição dos corpos. Grandes concentrações de areia favorecem a rápida drenagem. Solos constituídos de areia e cascalho têm presença de oxigênio que pode funcionar como agente saneador. o Espessura de camada não-saturada: importante por ter uma posição de filtro e por ser ambiente benéfico para a eliminação de contaminantes. o Comportamento dos contaminantes: corpos de indivíduos que contraíram doenças contagiosas ou foram tratados à base elementos radioativos também são fatores preocupantes na construção de cemitérios em meio ambiente. Hidrogeologia: posicionamento da superfície piezométrica do lençol freático e o escoamento subsuperficial em sentido e velocidade de fluxo. o Nível do lençol freático baixo: é preciso haver distância mínima entre o nível do lençol freático e o plano de fundo das covas, para evitar contaminação pelo necrochorume. Na legislação federal brasileira é estabelecido o nível mínimo de 1,5 metros com relação ao fundo das sepulturas. Se não for possível estabelecer este nível, pode ser implantada drenagem subterrânea, rebaixamento do lençol freático ou aterros. 197

Deve ser conhecida a existência de afloramentos do lençol freático. Os cemitérios devem estar distantes pelo menos 30 metros de cursos d água naturais e artificiais. Essa distancia deve ser maior que 250 metros de qualquer poço ou nascente de abastecimento de água potável. 4.1.41 Fiscalização e Adequação A norma federal que discorre a respeito dos cemitérios é do CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente com a Resolução n 335, de 3 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios. A Resolução n 368, de 28 de março de 2006, altera alguns artigos da Resolução do CONAMA n 335/03. O INEA, que fornece ou não o licenciamento ambiental, dá instruções sobre documentação necessária para a liberação do licenciamento sobre a Licença Ambiental Prévia, de Instalação e de Operação. 198

4.1.42 Condicionantes, Deficiências e Potencialidades Setor C D P Fator Implantação e ampliação do SAA no trecho Farol/Barra do Furado Abastecimento de Água Implantação e ampliação do SAA no trecho rio Preto e Santa Cruz Captação condicionada a qualidade da água. Necessidade de manter monitoramento e ampliar conservação dos recursos hídricos utilizados para captação de água superficial e subterrânea. 95% da população urbana de áreas regulares atendida com água tratada dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde. Manutenção das comportas para controle de seca/inundação Baixa capacidade de produção e reservação de água nos distritos. Rede dividida em setores, o que possibilita maior eficiência e controle. Abastecimento de água através do rio Paraíba do Sul 199

4.2 SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO O esgotamento sanitário, dentro dos limites do perímetro urbano e em áreas contínuas do município de Campos dos Goytacazes é de responsabilidade da empresa privada Águas do Paraíba S/A, através de Contrato de Concessão que teve seu início em 16/09/1999, com vencimento previsto para 30/09/2038. O sistema deverá abranger a universalização do serviço de esgotamento sanitário, a universalização do serviço de tratamento e observar a conservação de cursos e de mananciais d água. As intervenções previstas para o serviço de esgotamento sanitário visam a implantação de sistema de coleta, tratamento e disposição final do efluente tratado. As intervenções previstas para o serviço de esgotamento sanitário visam a implantação de sistema de coleta, tratamento e disposição final do efluente tratado. O Esgotamento Sanitário na zona rural é realizado através de fossas sépticas, com caixa de gordura, sendo sanitariamente adequadas. 4.2.1 Informações Gerais O município de Campos dos Goytacazes é a localidade que apresenta a maior cobertura no tocante à coleta dos esgotos domésticos e em todas as localidades pode-se considerar que o tratamento não é totalmente adequado. A cidade de Campos dos Goytacazes conta com um sistema de esgotamento sanitário implantado a partir de 1887 e que teve ampliações sucessivas de acordo com a expansão urbana da cidade. De acordo com informações da Companhia Águas dos Paraíba, o município de Campos dos Goytacazes conta com equipe técnica competente para o exercício das atividades relativas ao serviço de esgotamento sanitário, sendo c0omposta por: - Superintendente - Gerente Operacional - Gerente de Engenharia - Gerente Comercial - Coordenador de Operações Esgoto - Coordenador de Serviços - Coordenador de Engenharia - Coordenador de Faturamento - Coordenador de Cobrança - Coordenador de Atendimento 200

O sistema existente anteriormente atendia a cerca de 50 % da população urbana através de 21.128 ligações domiciliares, 189.900 m de rede coletora em manilha de barro vidrado, com diâmetros que variam de 150 a 300 mm e 20 estações elevatórias com suas respectivas linhas de recalque. A rede coletora implantada apresenta as seguintes características: Diâmetro (mm) Extensão (m) Material 150 49.600 Manilha de barro vidrado 200 69.100 Manilha de barro vidrado 250 25.900 Manilha de barro vidrado 300 45.300 Manilha de barro vidrado Tabela 4.2.1 Rede de coleta de esgoto sanitário. Fonte: Relatório-Governo do Estado do Rio de Janeiro/1999 Em virtude dos conjuntos motobombas serem antigos, além de apresentarem vazões inferiores as demandas atuais, existe por parte da concessionária dificuldade para aquisição de peças de reposição. Em 1977 foi construída uma estação de tratamento numa área pertencente ao distrito industrial, esta unidade funcionou durante algum tempo em regime de teste e posteriormente foi desativada. Em função do desuso, houve necessidade de se fazer uma reforma, ocorrida em 1995, para que a mesma viesse a tratar os efluentes não do distrito industrial, mas sim do conjunto residencial, de baixa renda, denominado Terra Prometida I. Construído apenas um módulo desta estação de tratamento, que corresponde a primeira etapa de projeto, esta unidade apresenta atualmente capacidade de tratar os efluentes sanitários correspondentes a uma população de até 25.000 habitantes. O grande número de unidades de recalque justifica-se em virtude das características topofisiográficas da cidade que apresenta uma orografia bastante plana. Das 20 estações elevatórias existentes, onze são convencionais com vazões de recalque de 8 a 76 l/s e motores com potências de 10 a 100 hp, e três dispõem de conjuntos moto bombas submersíveis com capacidade de recalque de 14 l/s e motores com potência que variam de 2,5 a 25 hp. As estações elevatórias presentes no município de Campos dos Goytacazes iniciaram suas atividades e funcionamento no ano 2000, hoje conta com 260 bombas, 102 bombas reservas, 150 bombas elevatórias operando simultaneamente, das 150 elevatórias, trinta são automatizadas. Os conjuntos elevatórios estão atuam em sistema de operação paralelo e em série, possuindo sistema de gradeamento, o volume útil do poço de sucção 9 em metros cúbicos) apresenta bom estado de conservação. 201

A Águas do Paraíba tem seis estações de tratamento de esgoto (ETEs). A primeira estação inaugurada em Campos dos Goytacazes foi a ETE Chatuba, uma das mais modernas do país, que garante uma retirada de 97 % das impurezas do esgoto. Além disso, o sistema de esgoto de Águas do Paraíba conta com a ETE Guarus, ETE Codin (Vila Industrial, Parque Codin e Terra Prometida) e ETE Imperial. Essa última trata-se de uma estação terciária e assim como a ETE Chatuba retira 97% das impurezas do esgoto. Categoria Nº ligações % de economias por categoria Residencial 69.214 89,3 Comercial 7.330 9,5 Industrial 124 0,1 Poder Público 848 1,1 Total 77.516 100,0 Tabela 4.2.2 Ligações de esgoto por categoria. Fonte: Águas do Paraíba, 2012. Cabe ressaltar no entanto, que a quase totalidade do sistema de esgotamento da cidade de Campos dos Goytacazes encontra-se implantado apenas na região da cidade localizada na margem direita do rio Paraíba do Sul, exceção seja feita a unidade de tratamento e rede coletora anteriormente descrita. 4.2.2 Sistema Existente de Esgotamento Sanitário O destino final dos efluentes sanitários, coletados ou não, é feito nos cursos d água da região sem qualquer tipo de tratamento prévio. Estes lançamentos indiscriminados dos esgotos na forma in natura nos corpos d água, podem causar vários inconvenientes, desde o aspecto e odor desagradáveis até a disseminação de doenças infectocontagiosas de veiculação hídrica. A contaminação das águas superficiais e subterrâneas ocasiona graves problemas à saúde pública local, já que inúmeras doenças podem ser transmitidas através do consumo de água. A gravidade da questão do saneamento é mais intensa no meio rural. As consequências do padrão atual de uso da terra sobre a qualidade das águas, com a utilização de pesticidas e agrotóxicos, tendem a ser agravadas por condições inadequadas de esgotamento doméstico, com riscos crescentes para as condições de saúde da população. De acordo com estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia IBGE, 47,8% dos municípios brasileiros não possuíam serviços de esgotamento sanitário, enquanto que 44,8% dos domicílios não estavam ligados à rede coletora, ou seja, esgoto 202

despejado a céu aberto, além de ser um dos maiores problemas no que diz respeito à preservação ambiental no país, é também grande difusor de doenças. A tabela 4.2.2 expõe o quadro das doenças de maior índice de ocorrência de acordo com informações do Ministério da Saúde, através do DATASUS. Transmitidas pela água Grupos Controladas pela limpeza da água Associadas à água Relacionadas à água Doenças Cólera, Febre Tifóide, Leptospirose, Giardíase, Amebíase, Hepatite Infecciosa Escabiose, Sepsia dérmica, Desinteira, Diarreias, Febre Paratifoide, Ascaridíase, Triturasse. Esquistossomose urinária, Esquistossomose retal, Dracuniose Febre Amarela, dengue e febre hemorrágica, Doenças do sono Associadas ao destino dos dejetos Necatoriose, Clonorquíase, Difolobrotríase e Fasciolose Tabela 4.2.2 Doenças relacionadas á falta de serviço de esgotamento sanitário. Fonte: Ministério da Saúde DATASUS. De acordo com dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, 68% das internações nos hospitais públicos são decorrentes de águas contaminadas, o tratamento correto ocasiona a prevenção e cuidado dos recursos naturais e diminui os danos à saúde da população. Faz-se necessário o tratamento correto do esgoto sanitário, sendo medida básica para os serviços de saneamento. A gravidade da questão do saneamento é mais intensa no meio rural. As consequências do padrão atual de uso da terra sobre a qualidade das águas, com a utilização de pesticidas e agrotóxicos, tendem a ser agravadas por condições inadequadas de esgotamento doméstico, com riscos crescentes para as condições de saúde da população. Em conclusão, foi verificada uma disparidade entre os serviços de abastecimento de água e o serviço de esgotamento sanitário. Apesar da rede de coleta de esgoto ser um serviço essencial para melhorar a qualidade de vida da população, ela ainda se constitui como um desafio para governos estadual e municipal. Sendo que, a oferta desse serviço no meio rural se dá em níveis de atendimento abaixo dos patamares das áreas urbanas, configurando um quadro precário de infraestrutura básica de saneamento. Ressaltando que a falta de serviços de esgotamento sanitário está diretamente relacionada com as questões de saúde pública, embora o município não tenha um levantamento das ocorrências, sabe-se que é fundamental a implantação deste serviço em toda área urbana. Apesar da rede de coleta de esgoto ser um serviço essencial para melhorar a qualidade de vida da população, ela ainda se constitui como um desafio para governos estadual e municipal. Sendo que, a oferta desse serviço no meio rural se dá em 203

níveis de atendimento abaixo dos patamares das áreas urbanas, configurando um quadro precário de infraestrutura básica de saneamento. Ressaltando que a falta de serviços de esgotamento sanitário está diretamente relacionado com as questões de saúde pública, embora o município não tenha um levantamento das ocorrências, sabemos que é fundamental a implantação deste serviço em toda área urbana. 204

Figura 4.2.1 Lançamento de esgoto in natura nos corpos hídricos Campos dos Goytacazes. Fonte: DRZ -. 205

A figura 4.2.1 representa os pontos de lançamento de esgoto in natura no município de Campos dos Goytacazes, abrangendo a malha urbana do distrito-sede, são vinte pontos distribuídos pela área em questão, nota-se que os pontos de lançamento acompanham a rede hidrográfica, poluindo e prejudicando os corpos hídricos, o desafio é assegurar a qualidade da água, cada vez mais comprometida por usos inadequados das áreas de mananciais. 4.2.3 Caracterização e Diagnóstico do Sistema de Coleta de Esgoto Sanitário Ações de esgotamento sanitário, executadas por meio de soluções individuais, não constituem serviço público de saneamento, no entanto, como uma das diretrizes da política de saneamento básico deve-se garantir meios adequados para atendimento da população rural dispersa, além disso, devem ser fiscalizados os estabelecimentos que geram efluentes não domésticos, criando diretrizes que obriguem estes a implantar soluções individuais eficazes de tratamento. A responsabilidade pelas normas de regulação, fiscalização e os procedimentos existentes para tais meios fica a cargo do INEA Instituto Estadual do Ambiente. Dentre os sistemas e procedimentos, que tem a função de avaliar o sistema de efetividade, eficiência e eficácia dos serviços prestados em esgotamento sanitário, destacase o monitoramento on-line das redes e estações elevatórias, o atendimento dos serviços é feito via telefone, através do Ligue Água 115, atendendo as demandas da empresa, pesquisas e atendimento ao consumidor. O sistema de supervisão, controle e aquisição de dados é feito de maneira a parcial das Estações Elevatórias de Esgoto bruto, sendo realizadas limpezas preventivas das Estações Elevatórias, assim como dos equipamentos instalados nas mesmas. Os problemas operacionais encontrados no Sistema de Coleta de Esgoto Sanitário, para o município de Campos dos Goytacazes, caracterizado pela análise dos procedimentos adotados, recursos disponíveis e necessários (recursos humanos, materiais, equipamentos e ferramentas) assim como a operação e o controle do sistema de esgoto, caracterizando suas deficiências sem concentram nos seguintes pontos: - Utilização incorreta das redes coletoras de esgoto por parte da população através de lançamento de resíduos sólidos, aos quais obstruídos, danificam as redes elevatórias; - Interligações clandestinas de águas pluviais nas redes coletoras de esgoto, assim como de esgoto nas galerias de águas pluviais; - Problemas relacionados ao fornecimento de energia pela concessionária responsável. 206

Figura 4.2.1 Percentual de Coleta de Esgoto no Município de Campos dos Goytacazes. Fonte: DRZ - 207

Tendo em vista a situação atual do Esgotamento Sanitário de Campos dos Goytacazes, observa-se que o déficit deste serviço pode ser definido em virtude da falta de interesse ou da oferta de soluções sanitárias individuais ou coletivas. Dentro dessa perspectiva o fluxograma abaixo, extraído do relatório Panorama do Saneamento no Brasil Vol. 2 ilustra esta classificação. Gráfico 4.2.1 Fluxograma do Panorama do Saneamento no Brasil - 2011. Fonte: Panorama do Saneamento Básico no Brasil, 2011. Abaixo segue os indicadores do sistema apresentado pelo SNIS. Cada indicador apresenta com clareza e objetividade a situação do sistema operado. Sistema de Esgotamento Sanitário do Município de Campo dos Goytacazes Ano de referência 2.010 ES001 - População total atendida com esgotamento sanitário [habitante] 190.453 ES002 - Quantidade de ligações ativas de esgoto [ligação] 32.954 ES003 - Quantidade de economias ativas de esgoto [economia] 61.891 ES004 - Extensão da rede de esgoto [km] 338,8 ES005 - Volume de esgoto coletado [1.000 m³/ano] 8.699,5 ES006 - Volume de esgoto tratado [1.000 m³/ano] 5.991,8 ES007 - Volume de esgoto faturado [1.000 m³/ano] 9.166,3 ES008 - Quantidade de economias residenciais ativas de esgoto [economia] 55.501 ES009 - Quantidade de ligações totais de esgoto [ligação] 37.259 208

ES012 - Volume de esgoto bruto exportado [1000 m³/ano] 0,0 ES013 - Volume de esgoto bruto importado [1000 m³/ano] 0,0 ES014 - Volume de esgoto bruto importado tratado nas instalações do importador [1000 m³/ano] 0,0 ES015 - Volume de esgoto bruto exportado tratado nas instalações do importador [1000 m³/ano] 0,0 ES025 - População rural atendida com esgotamento sanitário [habitante] - ES026 - População urbana atendida com esgotamento sanitário [habitante] 190.453 ES028 - Consumo total de energia elétrica nos sistemas de esgotos [1000 kwh/ano] 2.192,0 IN015 - Índice de coleta de esgoto [percentual] 49,7 IN016 - Índice de tratamento de esgoto [percentual] 68,9 IN021 - Extensão da rede de esgoto por ligação [m/lig.] 8,5 IN024 - Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos com água [percentual] 45,5 IN046 - Índice de esgoto tratado referido à água consumida [percentual] 34,3 IN047 - Índice de atendimento urbano de esgoto referido aos municípios atendidos com esgoto [percentual] 45,5 IN056 - Índice de atendimento total de esgoto referido aos municípios atendidos com água [percentual] 41,1 IN059 - Índice de consumo de energia elétrica em sistemas de abastecimento de água [kwh/m³] 0,25 Tabela 4.2.3 - Indicadores do Sistema de Esgotamento Sanitário de Campos dos Goytacazes. Fonte: SNIS, 2010 De acordo com a Lei Federal n 11.445 de 2007, deve-se estabelecer um sistema de informações sobre os serviços, articulado com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento SNIS. Com a atualização periódica do Plano Municipal de Saneamento Básico, que deve ser revisto por exigência legal no mínimo a cada quatro anos, este sistema poderá ser complementado com outros indicadores que no decorrer do processo forem considerados relevantes para acompanhamento do serviço de esgotamento sanitário no município. Comparando o percentual de atendimento do serviço de esgotamento sanitário na área urbana de Campos dos Goytacazes com algumas regiões do país, média nacional, com a capital e com o Estado do Rio de Janeiro, constata-se que o Município encontra-se em posição mediana, apresentando índices de atendimento equivalentes aos dos demais. Nota-se, a necessidade de grandes investimentos neste setor, para priorizar a saúde ambiental do Município e, consequentemente, dos cidadãos cordeirenses. Abaixo, segue a Tabela apresentando os dados de cobertura de coleta e tratamentos dos esgotos, em âmbito Nacional, Regional, Estadual e Municipal. 209