APOSTILA CONTROLE CONSTITUCIONALIDADE. Direito Constitucional. Prof. Akihito Allan Hirata



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Transcrição:

(CUIDADO: Como o Controle de Constitucionalidade tem dito várias alterações recentes. Tais correções serão realizadas durante as aulas.) 1. CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO ÓRGÃO QUE REALIZA O CONTROLE 1.1. Controle Político Realizado por entes diversos do Poder Judiciário. 1.2. Controle Jurisdicional Quando o órgão encarregado de realizar o controle de constitucionalidade é o Poder Judiciário. 1.3. Controle Misto Quando o controle de constitucionalidade é realizado tanto pelo Poder Judiciário, quanto por outros entes, como é o caso brasileiro. 2. INCONSTITUCIONALIDADE QUANTO AO MOMENTO DE SUA ARGÜIÇÃO 2.1.Controle Preventivo É aquele realizado durante o processo legislativo. Normalmente é realizado pelo Legislativo quando da passagem pelo projeto de lei pela Comissão de Constituição e Justiça, tanto na Câmara quanto no Senado. Ao Poder Executivo também é permitido realizar este controle de forma preventivamente quando do veto, visto que como apontado no art. 66, 1º, da CF, o presidente poderá vetar um projeto se entender por Inconstitucional. Excepcionalmente existirá o controle preventivo da norma a ser realizado pelo Poder Judiciário, tal fato pode ocorrer através de um Mandado de Segurança quando o parlamentar, e somente ele, verificar que o processo legislativo de uma Emenda não seguiu os trâmites constitucionais. 2.2. Controle Repressivo- Tal controle é realizado quando da existência da lei em nosso ordenamento jurídico. O ato a ser atacado é uma lei e não apenas um projeto de lei. É tipicamente realizado pelo Poder Judiciário a quem cabe analisar a Constitucionalidade ou não de determinadas matérias. A doutrina também aponta duas outras situações que poderá ser realizado o Controle Repressivo de Constitucionalidade. Contudo, tais situações são permitidas apenas ao Poder Legislativo realizar este controle. Primeira hipótese de realização do Controle Repressivo de Constitucionalidade pelo Poder Legislativo quando da análise deste poder sobre uma Medida Provisória editada. De acordo com os novos dispositivos do art. 62, da CF, as comissões tanto da Câmara quanto do Senado terão a incumbência de verificar a existência dos pressupostos de constitucionalidade da Medida Provisória. Neste caso, será feito um controle de constitucionalidade, como a medida provisória já entrou em nosso ordenamento jurídico, o controle a ser realizado será o repressivo A segunda situação em que o Poder Legislativo pode realizar este controle temos com o disposto no art. 49,IV, da CF. Este dispositivo apresenta a possibilidade do Legislativo sustar o andamento de uma delegação legislativa quando o Poder Executivo exorbitar o andamento do feito. 3. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FORMA DE CONTROLE: 3.1. Controle Difuso 3.2. Controle Abstrato 3.1.1. CONTROLE DIFUSO (CONCRETO) Indireto, Incidental ou via de Exceção. No chamado controle difuso de constitucionalidade, importa saber o caso concreto e não a discussão se a lei é o não constitucional. A parte na situação concreta questiona entre outras matérias a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. É um incidente processual. A discussão acerca da constitucionalidade ocorre de forma indireta, não é o objeto principal da ação. 3.1.2. Legitimação Ativa do Controle Difuso : a) As partes do processo; b) O representante do Ministério Público atuante no processo; c) O juiz ou tribunal, de ofício. 3.1.3. Competência para argüir a inconstitucionalidade no controle difuso. O controle difuso de constitucionalidade pode ser realizado por qualquer juiz ou tribunal. 3.1.4. Cláusula de Reserva de Plenário: De acordo com o disposto no art. 97 da CF, os tribunais não poderão, via de regra, declarar a inconstitucionalidade de uma lei através de seus órgãos fracionários (turmas, sessões ou câmaras). A declaração de inconstitucionalidade só poderá ocorrer pelo órgão pleno do tribunal ou se tiver pelo órgão especial do mesmo tribunal (art. 93. IX). O dispositivo sob comento determina que a inconstitucionalidade de uma matéria só seja declarada se afirmada pela maioria absoluta de seus membros. Tal processo ocorre para valorizar o princípio da constitucionalidade das normas infra-constitucionais, pois, se não declarada pela maioria de seus membros a inconstitucionalidade, deve ser tida como constitucional a norma. 3.1.5. EFEITOS DA DECISÃO NO CONTROLE DIFUSO 3.1.5.1. Quando o Poder Judiciário declara a inconstitucionalidade da medida temos que esta decisão somente beneficia a quem ingressou com a referida medida. Desta forma, a decisão terá efeito inter partes, ou seja, somente para a pessoa que ingressou com a medida, não favorecendo a outras pessoas que estejam em situação semelhante. A lei continua em vigor, não é retirada do nosso ordenamento jurídico. Além do efeito inter partes a decisão também terá efeito ex tunc, quer dizer, que ela retroagirá. 3.1.5.2. Sustação da Lei pelo Senado Federal (Art. 52, X) O Senado Federal poderá ser comunicado pelo STF da declaração de inconstitucionalidade da lei processada por aquele tribunal. Neste caso, ao Senado é permitido suspender a execução da lei, o que se realizado provocará outros efeitos ao controle difuso. Atualizada 09/09/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1

O Senado suspendendo a lei causará um efeito erga omnes, ou seja, contra todos, face retirar a lei de nosso ordenamento jurídico beneficiando não só quem ingressou com a ação, mas todas as pessoas que eram atingidas pela lei suspensa. Ademais, o efeito da suspensão só ocorrerá a partir da decisão do Senado, ou seja, os efeitos gerados serão ex tunc, ou, a partir da suspensão, sem efeitos retroativos. Interessante notar que o professor Vicente Paulo ensina que a suspensão da lei pelo Senado Federal gera efeito ex tunc para a Administração Pública Federal, conforme determina o Decreto nº 2.346 de 10 de outubro de 1997. Vejamos: É importante, todavia, observar que, no âmbito do Poder Executivo federal, a resolução do Senado produz efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional. (Paulo, Vicente, Controle de Constitucionalidade, editora Impetus, Rio de Janeiro, 2004, pág. 77). 3.1.5.2.1 A Suspensão da lei pelo Senado é ato discricionário do Senado Federal, não sendo o mesmo obrigado a fazer qualquer suspensão. 3.1.5.2.2. O Senado não tem prazo para efetuar esta suspensão. 3.1.5.2.3. O Senado federal expedirá uma resolução para suspender tal lei declarada inconstitucional, ou seja, a espécie normativa é a Resolução. 3.1.5.2.4. Quanto a extensão, o Senado fica vinculado à decisão do STF. Portanto, o Senado não pode suspender além ou ficar aquém da decisão proferida pelo tribunal maior. 3.1.5.2.5. Quanto ao alcance da decisão do Senado Federal, temos que alcança leis federais, estaduais e municipais. 3.1.6. AÇÃO CIVIL PÚBLICA A ação civil pública poderá ser utilizada como controle de constitucionalidade, desde que no controle difuso, nunca com eficácia erga omnes 3.2. CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE 3.3. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.3.1. Introdução Tem por objetivo como o próprio nome diz o de declarar a inconstitucionalidade da medida. O escopo principal é a defesa de Constituição, suprimindo de nosso ordenamento os atos normativos que apresentem conflito com o texto maior. 3.3.2. Legitimados Os legitimados para apresentar uma Adin estão expressos no art. 103, da CF. a) Presidente da República; b) Mesa do Senado Federal; c) Mesa da Câmara dos Deputados; d) Mesa da Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; e) Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; f) Procurador-Geral da República; g) Conselho Federal da OAB; h) Partido Político com Representação no Congresso Nacional; i) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; 3.3.3. Pertinência Temática Importante perceber que existe uma divisão entre os legitimados para ingressar com uma Adin. Existem aqueles que podem ingressar em qualquer momento com a ação, são os chamados legitimados universais como o caso do Presidente da República. De outro lado, existem aquelas pessoas que para ingressar com uma Adin, tem que ter relação de pertinência com o tema, a chamada pertinência temática. A falta deste requisito causará a falta de interesse de agir do autor. São os legitimados especiais. São legitimados especiais: os Governadores de Estado; as mesas das assembléias legislativas dos Estados e as Confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional. Os outros legitimados são universais. 3.3.4. ADIN E COMUNICAÇÃO AO SENADO FEDERAL A Adin não necessita de comunicação ao Senado Federal, visto que o efeito que o órgão do Poder Legislativo daria já é alcançado pela decisão do Poder Judiciário. O controle de constitucionalidade abstrato ou também chamado concentrado, pois, tem por escopo retirar do ordenamento jurídico, norma incompatível com a Constituição Federal. Ataca através deste controle a lei em tese, e nunca um caso concreto. Não existe lesão a um direito próprio, ou lesão subjetiva. Desta forma a jurisprudência nossa tem admitido que o controle concentrado é chamado de objetivo, ante a inexistência de partes, visa a defesa da Constituição. O Controle Concentrado de Constitucionalidade será realizado pelas seguintes ações: a) ADIN Ação Direta de Inconstitucionalidade; b) ADIN (OMISSÃO) Ação Direta de Inconstitucionalidade; c) ADECON Ação Declaratória de Constitucionalidade; d) ADPF Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental. 2 Atualizada 09/09/2010 3.3.5. ADIN E SEUS EFEITOS A Adin tem os seguintes efeitos que serão explicados em sala de aula: * Ex tunc * Erga Omnes * Vinculante 3.3.6. Caráter Dúplice ou Ambivalente Ao ingressar com a ação o autor da Adin busca que o STF declare a inconstitucionalidade do ato atacado, retirando do nosso ordenamento jurídico tal ato. Contudo, o Poder Judiciário não é obrigado, por óbvio, a declarar de acordo com o pedido, podendo desta forma, declarar a Constitucionalidade da medida. Desta forma, resta claro o efeito dúplice, posto pode o STF tanto declarar a Constitucionalidade quanto a inconstitucionalidade do ato normativo questionado. 3.3.7. Impossibilidade de desistência de uma Adin Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

O autor não está obrigado a ingressar com a medida, mas ao fazê-lo não pode se arrepender e querer desistir de tal medida. Tal impossibilidade ocorre face à vinculação de tal ato ao Poder Judiciário, sendo este o responsável da ação a partir do protocolo da mesma. 3.3.8. Papel do Advogado Geral da União O AGU tem importante papel na Adin. Como este processo é também chamado de objetivo visto não termos partes, a ação já é direta contra a lei. Nesta situação, a lei precisa que alguém faça o contraditório e quem fará será o advogado geral da união. Cuidado. Jurisprudência do STF 10/2009, informa que o AGU poderá deixar de defender a constitucionalidade da lei. 3.3.9. Papel do Procurador Geral da União na Adin O PGR é um dos legitimados da Adin. Além disso cabe ao PGR participar de todos os processos junto ao STF, emitindo parecer. 3.4. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO 3.4.1. Objeto Tem por escopo a Adin por omissão suprir a omissão. 3.4.2. Competência para Declarar a Inconstitucionalidade Na Adin por omissão é o STF o único legitimado para declarar a inconstitucionalidade. 3.4.3. Legitimados para Argüir a Adin Os mesmos legitimados da ADin. O rol do art. 103 da CF. 3.4.4. Papel do PGR na Adin por Omissão Emitir por PGR 3.4.5. Diferença da Adin por Omissão e do Mandado de Injunção Existem diferenças com relação aos legitimados. Competência para declaração. Procedimento. Possibilidade de medida cautelar. Efeitos. 3.5. DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 3.6.1. Objetivo Declarar a constitucionalidade da medida. 3.6.2. Legitimação para ADECON O rol é o mesmo rol da Adin. 3.6.3. Competência para declarar a ADECON O Supremo Tribunal Federal 3.6.4. Atos Idôneos de Serem atacados pela ADECON Importante mudança, com relação a Adin, a ADECON somente poderá Atacar leis e atos normativos FEDERAIS. 3.6.5. Relevante Controvérsia Judicial Para o ajuizamento de uma Adin, necessário a existência de relevante controvérsia judicial. Ou seja, necessita a comprovação judicial de que o ato normativo atacado tem sido objeto de decisões dos tribunais pela sua inconstitucionalidade. 3.6.6. Efeitos da ADECON Os efeitos são os mesmos da ADIN Ex Tunc Erga Omnes Vinculante 3.6.7. Papel do PGR Emitir parecer 3.6.8. Papel do AGU Nenhum. 3.6.9. Medida Cautelar Existe a possibilidade. 3.6.10. Caráter Dúplice ou Ambivalente Segue a mesma idéia da Adin. O STF não é obrigado a declarar a constitucionalidade do ato. Declarando desta forma a inconstitucionalidade do mesmo. 3.7. ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 3.7.1. OBJETO Art. 1º A argüição prevista no 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental: I quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição 3.7.2. Legitimados O rol do art. 103 da CF. 3.7.3. Competência para julgamento STF 3.7.4. Medida Liminar É plenamente cabível. 3.7.5. Caráter Subsidiário Não será possível a ADPF se existir outro tipo de ação cabível. A ADPF tem caráter subsidiário. Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de argüição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta. 1º Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. LEGISLAÇÃO: LEI Nº 9.868, DE 10.11.99 (DOU 11.11.99) Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I Atualizada 09/09/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3

DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E DA AÇÃO DECLARATÓRIA DECONSTITUCIONALIDADE Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. CAPÍTULO II DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Seção I Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade Art. 2º Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade: I o Presidente da República; II a Mesa do Senado Federal; III a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; VI o Procurador-Geral da República; VII o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII partido político com representação no Congresso Nacional; IX confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Parágrafo único. (Vetado) Art. 3º A petição indicará: I o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações; II o pedido, com suas especificações. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. Art. 4º A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência. Parágrafo único. (Vetado) Art. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento do pedido. Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. 1º (Vetado) 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. Art. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestarse, cada qual, no prazo de quinze dias. Art. 9º Vencidos os prazos do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. 2º O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição. 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator. Seção II Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias. 1º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias. 2º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição de ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. 3º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado. Art. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. 1º A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. 2º A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido contrário. Da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Seção I Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à propositura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 4 Atualizada 09/09/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

Art. 12-B. A petição indicará: (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; II - o pedido, com suas especificações. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar a alegação de omissão. Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência. Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as disposições constantes da Seção I do Capítulo II desta Lei. 1o Os demais titulares referidos no art. 2o desta Lei poderão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar memoriais. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 2o O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 3o O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações. Seção II Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) dias. 1o A medida cautelar poderá consistir na suspensão da aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso de omissão parcial, bem como na suspensão de processos judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. 2o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procurador-Geral da República, no prazo de 3 (três) dias. 3o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela omissão inconstitucional, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Art. 12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União, a parte dispositiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo solicitar as informações à autoridade ou ao órgão responsável pela omissão inconstitucional, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I do Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). Seção III Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão, com observância do disposto no art. 22, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). 1o Em caso de omissão imputável a órgão administrativo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30 (trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. 2o Aplica-se à decisão da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo IV desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009). CAPÍTULO III DA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Seção I Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Declaratória de Constitucionalidade Art. 13. Podem propor a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal: I o Presidente da República; II a Mesa da Câmara dos Deputados; III a Mesa do Senado Federal; IV o Procurador-Geral da República. Art. 14. A petição inicial indicará: I o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido; II o pedido, com suas especificações; III a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato normativo questionado e dos documentos necessários para comprovar a procedência do pedido de declaração de constitucionalidade. Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. Atualizada 09/09/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5

Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência. Art. 17. (Vetado) Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucionalidade. 1º (Vetado) 2º (Vetado) Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procurador-Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de quinze dias. Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. 2º O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição. 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator. Seção II Da Medida Cautelar em Ação Declaratória de Constitucionalidade Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia. CAPÍTULO IV DA DECISÃO NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE E NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros. Art. 23. Efetuado o julgamento, proclamar-se-á a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da disposição ou da norma impugnada se num ou noutro sentido se tiverem manifestado pelo menos seis Ministros, quer se trate de ação direta de 6 Atualizada 09/09/2010 inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade. Parágrafo único. Se não for alcançada a maioria necessária à declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, estando ausentes Ministros em número que possa influir no julgamento, este será suspenso a fim de aguardar-se o comparecimento dos Ministros ausentes, até que se atinja o número necessário para prolação da decisão num ou noutro sentido. Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória. Art. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato. Art. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação declaratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos declaratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União a parte dispositiva do acórdão. Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. CAPÍTULO V DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E FINAIS Art. 29. O art. 482 do Código de Processo Civil fica acrescido dos seguintes parágrafos: "Art.482. 1º O Ministério Público e as pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado, se assim o requererem, poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade, observados os prazos e condições fixados no Regimento Interno do Tribunal. 2º Os titulares do direito de propositura referidos no art. 103 da Constituição poderão manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação pelo órgão especial ou pelo Pleno do Tribunal, no prazo fixado em Regimento, sendo-lhes assegurado o direito de apresentar memoriais ou de pedir a juntada de documentos. 3º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá admitir, por despacho irrecorrível, a manifestação de outros órgãos ou entidades." Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores

Art. 30. O art. 8º da Lei nº 8.185, de 14 de maio de 1991, passa a vigorar acrescido dos seguintes dispositivos: "Art.8º... I n) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica; 3º São partes legítimas para propor a ação direta de inconstitucionalidade: I o Governador do Distrito Federal; II a Mesa da Câmara Legislativa; III o Procurador-Geral de Justiça; IV a Ordem dos Advogados do Brasil, seção do Distrito Federal; V as entidades sindicais ou de classe, de atuação no Distrito Federal, demonstrando que a pretensão por elas deduzida guarda relação de pertinência direta com os seus objetivos institucionais; VI os partidos políticos com representação na Câmara Legislativa. 4º Aplicam-se ao processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios as seguintes disposições: I o Procurador-Geral de Justiça será sempre ouvido nas ações diretas de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade; II declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma da Lei Orgânica do Distrito Federal, a decisão será comunicada ao Poder competente para adoção das providências necessárias, e, tratando-se de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias; III somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou de seu órgão especial, poderá o Tribunal de Justiça declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do Distrito Federal ou suspender a sua vigência em decisão de medida cautelar. I quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; II (VETADO) Art. 2º Podem propor argüição de descumprimento de preceito fundamental: I os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade; II (Vetado) 1º Na hipótese do inciso II, faculta-se ao interessado, mediante representação, solicitar a propositura de argüição de descumprimento de preceito fundamental ao Procurador-Geral da República, que, examinando os fundamentos jurídicos do pedido, decidirá do cabimento do seu ingresso em juízo. 2 (Vetado) Art. 3º A petição inicial deverá conter: I a indicação do preceito fundamental que se considera violado; II a indicação do ato questionado; III a prova da violação do preceito fundamental; IV o pedido, com suas especificações; V se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação do preceito fundamental que se considera violado. Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação. 5º Aplicam-se, no que couber, ao processo de julgamento da ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face da sua Lei Orgânica as normas sobre o processo e o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal." Art. 31. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de novembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO José Carlos Dias LEI Nº 9.882, DE 03.12.99 (DOU 06.12.99) Dispõe sobre o processo e julgamento da argüição de descumprimento de preceito fundamental, nos termos do 1º do art. 102 da Constituição Federal. O Presidente da República. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º A argüição prevista no 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental: Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de argüição de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for inepta. 1º Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade. 2º Da decisão de indeferimento da petição inicial caberá agravo, no prazo de cinco dias. Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental. 1º Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno. 2º O relator poderá ouvir os órgãos ou autoridades responsáveis pelo ato questionado, bem como o Advogado-Geral da União ou o Procurador-Geral da República, no prazo comum de cinco dias. 3º A liminar poderá consistir na determinação de que juízes e tribunais suspendam o andamento de processo Atualizada 09/09/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7

ou os efeitos de decisões judiciais, ou de qualquer outra medida que apresente relação com a matéria objeto da argüição de descumprimento de preceito fundamental, salvo se decorrentes da coisa julgada. 4º (Vetado) Art. 6º Apreciado o pedido de liminar, o relator solicitará as informações às autoridades responsáveis pela prática do ato questionado, no prazo de dez dias. 1º Se entender necessário, poderá o relator ouvir as partes nos processos que ensejaram a argüição, requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou ainda, fixar data para declarações, em audiência pública, de pessoas com experiência e autoridade na matéria. Art. 13. Caberá reclamação contra o descumprimento da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, na forma do seu Regimento Interno. Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 3 de dezembro de 1999; 178º da Independência e 111º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO José Carlos Dias 2º Poderão ser autorizadas, a critério do relator, sustentação oral e juntada de memoriais, por requerimento dos interessados no processo. Art. 7º Decorrido o prazo das informações, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os ministros, e pedirá dia para julgamento. Parágrafo único. O Ministério Público, nas argüições que não houver formulado, terá vista do processo, por cinco dias, após o decurso do prazo para informações. Art. 8º A decisão sobre a argüição de descumprimento de preceito fundamental somente será tomada se presentes na sessão pelo menos dois terços dos Ministros. 1º (Vetado) 2º (Vetado) Art. 9º (Vetado) Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito fundamental. 1º O presidente do Tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente. 2º Dentro do prazo de dez dias contado a partir do trânsito em julgado da decisão, sua parte dispositiva será publicada em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União. 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público. Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argüição de descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Art. 12. A decisão que julgar procedente ou improcedente o pedido em argüição de descumprimento de preceito fundamental é irrecorrível, não podendo ser objeto de ação rescisória. 8 Atualizada 09/09/2010 Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores