VILA D O CONDE VIGARARIA DA TROFA ANO DA FE 2012 2013 DIOCESE DO PORTO Creio em um só Deus Creio em um só Senhor, Jesus Cristo Creio no Espírito Santo... Creio na Igreja Creio no Espírito Santo Com o artigo que se estrutura à volta do Espírito Santo passa-se do tempo do testemunho histórico de um acontecimento do passado, que estabeleceu um novo início, para a experiência de uma presença. É o tempo da atualização, no hoje da salvação. O que carateriza este tempo é um nome divino sem rosto e sem traços fisionómicos, porque a sua missão é a de ser luz que remete para o rosto de Jesus e o ilumina, permitindo descobri-lo e encontrá-lo em todo o seu esplendor. E, ao mesmo tempo, é a missão de ser força que plasma os traços da imagem do Filho na vida dos seus discípulos, introduzindo-os na comunhão de Jesus com o Pai. E, assim como a luz que ilumina e a força que transforma são conhecidas a partir dos seus efeitos, assim também o Espírito Santo é experimentado e reconhecido nas suas obras. O Espírito é Deus que se dá para nos introduzir na relação do Filho com o Pai No início deste último tempo do Credo, somos postos diante da realidade viva deste nome divino que é o Espírito Santo, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
Ele é qualificado, antes de tudo, como Espírito que traduz o termo hebraico Ruah que, na sua primeira aceção, significa sopro, ar, vento. Por outro lado, Espírito e Santo são atributos divinos comuns às três Pessoas divinas. Mas, juntando os dois termos, a Escritura, a Liturgia e a linguagem teológica designam a Pessoa inefável do Espírito Santo. Uma Pessoa inefável, mas cuja importância se mostra evidente. Também nós, quando queremos indicar a capacidade de chegar ao essencial, isto é, de chegar àquilo que deve permanecer, usamos expressões como estas: perceber o espírito de uma iniciativa, de uma pessoa, de uma situação. Por isso, crer no Espírito Santo significa crer em uma pessoa cujo lugar, cujo papel, cuja missão são determinantes e cruciais. O Espírito é um dom de Deus, melhor, é o próprio Deus que se dá. No Espírito Santo a vida íntima do Deus uno e trino transformase toda ela em dom, em troca de amor mútuo entre as pessoas divinas, e que pelo Espírito Santo, Deus existe à maneira de dom. O Espírito Santo é a expressão pessoal desse dar-se, deste ser-amor. É pessoa-amor. É pessoa-dom. Ao mesmo tempo, o Espírito Santo, enquanto consubstancial ao Pai e ao Filho na divindade, é amor e dom (incriado), de que deriva como de uma fonte toda a liberalidade em relação às criaturas (dom criado): a doação da existência a todas as coisas mediante a criação; a doação da graça aos homens mediante a economia da salvação. O Espírito Santo é o próprio Deus que se comunica: no Espírito acontece a revelação, realiza-se a comunhão entre Deus e a humanidade e, dentro na humanidade, age o amor que é o próprio Deus. Graças ao dom do Espírito Santo, tornamo-nos participantes da natureza divina e templos de Deus, recebemos a sua própria vida, somos inseridos em Cristo e compartilhamos aquela íntima, misteriosa e indestrutível relação que Ele vive com o Pai. Por força desta inserção extraordinária e radical em Cristo, torna-se presente e efetivo o grande dom que Jesus nos ganhou com o seu mistério pascal, isto é, o dom de nos tornarmos participantes da relação entre o Filho e o Pai. O Espírito Santo é este nós de Pai e Filho comunicado aos discípulos. Por conseguinte, o Espírito é a realização em nós do vínculo inefável entre Pai e Filho, só nele e graças a Ele nós podemos entrar numa relação real com o Pai e o Filho e tornarmo-nos participantes da sua própria vida, inseridos no seu eterno circuito de amor. A ação do Espírito Santo consiste em estender a todos o vínculo filial, multiplicando sem paragem o dom da comunhão. O dom da santidade e da vida Professar a nossa fé no Espírito Santo significa crer que Deus, precisamente mediante o Espírito de Jesus, nos comunica alguma coisa do seu mistério, faz-nos sentir o fascínio e a força do seu próprio amor, diviniza-nos, torna-nos santos e capazes de viver como tais. O Espírito em que acreditamos é um Espírito de santidade, causa e sustento da nossa santidade e da santidade de toda a humanidade redimida. Acolhamos com alegria o dom e assumamos com decisão o dever de uma vida segundo o Espírito. Viver segundo o Espírito é viver como Jesus. E é este o segredo, o conteúdo mais verdadeiro e o sentido mais autêntico da santidade. É garantia de uma vida bela e plenamente feliz.
Hino ao Espírito Santo, de Edith Stein (Santa Benedita da Cruz) I Quem és tu, Doce luz que me preenche e ilumina a obscuridade do meu coração? Conduzes-me como a mão de uma mãe E se me soltasses, não saberia nem dar mais um passo. És o espaço que envolve todo meu ser e o [encerra em si. Se Fosse abandonado por ti cairia no abismo do nada, de onde tu o elevas ao Ser. Tu, mais próximo de mim que eu mesmo e mais íntimo que minha intimidade, E, sem dúvida, permaneces inalcançável e incompreensível, E que faz brotar todo nome: Espírito Santo Amor eterno! II Não és Tu O doce maná que do coração do Filho flui para o meu, alimento dos anjos e dos bem aventurados? Aquele que da morte à vida se elevou, Também a mim despertou a uma nova vida Do sono da morte. E nova vida me doa Dia após dia. E um dia me cumulará de plenitude. Vida de minha Vida. Sim, Tu mesmo, Espírito Santo, Vida Eterna!
VIGARARIA DA TROFA VILA D O CONDE ANO DA FE 2012 2013 DIOCESE DO PORTO Creio em um só Deus Creio em um só Senhor, Jesus Cristo Creio no Espírito Santo... Creio na Igreja... O que é a igreja? Igreja significa todos os convocados? Convocados são todos os batizados que acreditam em Deus. Outros nomes dados à igreja: Povo de Deus; Esposa de Cristo; Mãe; Família de Deus; Corpo místico de Cristo. Analisada externamente, a Igreja parece uma instituição ou organização com feitos relevantes e simultaneamente com defeitos e fraquezas igreja de pecadores e de seres humanos e frágeis. Apesar de traições, de erros e crimes, Cristo nunca abandona a sua igreja, que é vivificada pela ação do Espírito Santo. A respeito da igreja, S. Paulo afirma: Cristo é a cabeça da igreja; nós somos o seu corpo corpo místico de Cristo. Depois da ressurreição, Cristo fundou a igreja. Deu a Pedro e aos outros apóstolos e, na continuação deles, ao Papa, Bispos e Sacerdotes, poderes para ensinar, santificar e governar os homens,
quando lhes disse: Ide por todo mundo; fazei discípulos em todas as nações; batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-os a observar tudo o que vos mandei. Eu estarei convosco até ao fim dos tempos. Eles partiram e começou a desenvolver-se no mundo o Novo Povo de Deus, formado por todos os batizados, que acreditam em Deus, procurando fazer o que Ele (Cristo) mandou. O Novo Povo de Deus é a Igreja Católica. Pedro e os apóstolos são escolhidos para dirigirem a Igreja, como seus representantes na terra. A igreja é portanto o Novo Povo de Deus formado pelo Santo Padre, Bispos, Sacerdotes e Cristãos de todo o mundo. A Igreja continua a missão de Cristo, na salvação de todos os homens. A Igreja fundada por Cristo chama-se católica, apostólica, romana. Católica (Universal) estende-se a todo o mundo. Apostólica porque vem dos apóstolos. Sobre esta pedra (Pedro) edificarei a minha igreja. Romana porque tem a sua sede e o seu chefe em Roma. Chefes da Igreja: Papa, Bispos, Sacerdotes. Todos têm o dever de continuar a missão de Cristo, até ao fim do mundo. Cristo promete a sua assistência até ao fim dos tempos: Estarei convosco, até ao fim do mundo. Papa Chefe visível da Igreja, sucessor de Pedro. Bispos sucessores dos apóstolos, dirigem dioceses. Padres auxiliares dos bispos, na pregação do Evangelho e santificação das almas, distribuindo pelos homens dons divinos; batizam; absolvem penitentes; celebram a Eucaristia; pregam a Boa Nova (Evangelho); aconselham e orientam as pessoas no caminho do bem. No Credo professamos a nossa fé na Igreja Una: porque há um só Cristo, que é a cabeça do corpo místico que é único também a Igreja por Ele fundada tem de ser UNA, embora com muitos membros igrejas parciais. Alguns membros estão separados da total comunhão da Igreja católica, mas porque são batizados são chamados cristãos. As divisões na única Igreja de Cristo aconteceram devido a diferentes interpretações adulteradas nos ensinamentos de Cristo e a pouco espírito de reconciliação, embora a vontade de Cristo seja que todos sejam um só. Igreja Santa: é santa na sua origem e por instituição divina. Cristo fundou-a santa, infundindo nela o Espírito Santo. É santa não porque os seus membros são santos, impecáveis, mas porque Deus atua nela e porque Ele é santo. Igreja Católica: é aberta ao mundo inteiro. Ide por todo o mundo fazei discípulos em todas as nações. Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. Igreja apostólica: foi fundada sobre os apóstolos. Sobre esta pedra (Pedro) edificarei a minha igreja. Os apóstolos foram testemunhas oculares da missão de Cristo. Foram seus colaboradores e dele receberam o encargo de serem seus mensageiros na difusão do Evangelho. Transmitiram, pela imposição das mãos, aos seus sucessores, a mesma missão e os mesmos poderes, que antes lhes tinham sido concedidos pelo próprio Cristo. Deste modo, os bispos são seus sucessores. Igreja Romana: porque o seu chefe está em Roma. O Santo Padre sucessor de Pedro dirige a Igreja universal a partir da cidade de Roma, assistido pelo colégio dos bispos, seus colaboradores. É o pastor supremo da Igreja, que representa Cristo na terra e é o garante da unidade da Igreja. É a autoridade máxima no plano pastoral, doutrinal e disciplinar. Leigos Não são cristãos de segunda classe. Fazem parte da igreja, assumindo ministérios: leitorado, acolitado, ministros extraordinários da comunhão. São colaboradores indispensáveis dos párocos na catequese, liturgia, ação administrativa e sociocaritativa e no acompanhamento de grupos e movimentos, ajudando as pessoas a melhor conhecerem e amarem Cristo. Professo um só batismo para a remissão dos pecados. E espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há-de vir. O credo relaciona o perdão dos pecados com a profissão de fé no Espírito Santo; mas também à fé na Igreja e na comunhão dos santos. O Batismo é o primeiro e principal sacramento do perdão dos pecados, porque nos une a Cristo, que morreu e ressuscitou para nossa justificação, para que também nós vivamos numa vida nova (Rm 6,4). A profissão da nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e na sua ação criadora, salvadora e santificadora culmina na proclamação da res-
surreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna. Nós cremos firmemente e assim esperamos que, tal como Cristo ressuscitou dos mortos e vive para sempre, assim também os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado. Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os seus princípios, um elemento essencial da fé cristã. O cristão, que une a sua própria morte à de Jesus, encara a morte como uma chegada até junto d Ele. A morte põe termo à vida do homem, enquanto aceitação ou rejeição da graça divina, manifestada em Jesus Cristo. Os que morrem na graça e amizade de Deus vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque O vêm tal como Ele é (1 Jo 3,2). Esta vida perfeita, esta comunhão de vida e de amor chama-se Céu. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva. Viver no Céu é estar com Cristo. Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo ultrapassa toda a compreensão. A Sagrada Escritura fala-nos por imagens. Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu. A Igreja chama Purgatório a esta purificação que é absolutamente distinta do castigo dos condenados. Não podemos estar em união com Deus senão O amarmos livremente. Mas não podemos amar a Deus se pecarmos gravemente contra Ele, contra o nosso próximo ou contra nós mesmos. Este estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados designa-se pela palavra Inferno. A doutrina da igreja afirma e existência do Inferno. A principal pena do inferno consiste na separação eterna de Deus, único em quem o homem pode ter a vida e a felicidade para que foi criado e a que aspira. O credo termina com a palavra hebraica Á men. Em hebraico, Á men está ligado à mesma raiz que a palavra crer, raiz que exprime solidez, confiança, fidelidade. Assim se compreende porque é que o Á men se pode dizer tanto da fidelidade de Deus para connosco como da nossa confiança n Ele. O Ámen final do Credo retoma e confirma a palavra com que começa: Creio. Crer é dizer Ámen às palavras, às promessas, aos mandamentos de Deus; é fiar-se totalmente n Aquele que é o Ámen de infinito amor e perfeita fidelidade. A vida cristã de cada dia será, pois, o Á men ao Creio da profissão de fé do nosso Batismo.