EQUIPAS DE JOVENS DE NOSSA SENHORA O PAPEL DO CASAL ASSISTENTE A experiência de um casal cristão que acompanha a equipa traz aos seus membros uma riqueza complementar à que caracteriza a presença do padre. O casal dá testemunho da sua vida espiritual partilhada e vivida em conjunto, das graças recebidas pelo sacramento do matrimónio. Traz à equipa a experiência de um enriquecimento mútuo na oração e de um compromisso de leigos no mundo. Pela sua confiança e doação recíproca, o casal é sinal da fidelidade vivida com Deus, num momento em que tantos jovens hesitam em tomar um compromisso duradouro. Carta Internacional das E.J.N.S.
1. O que os Jovens esperam do Casal Assistente Uma ajuda empenhada no seu crescimento espiritual Ao entrar numa E.J.N.S., o Casal vai encontrar um grupo de Jovens preocupados com o seu crescimento espiritual e que nem sempre estão seguros do caminho a seguir. Com a fragilidade própria da sua idade, estão ávidos de encontrar um sentido para a vida. O Casal, sabendo que a resposta é Cristo, tem o papel fundamental de, empenhadamente, os ajudar a encontrá-la. Ao aceitar ser Casal Assistente, assume a responsabilidade de os ajudar a preparar o seu coração para receber Cristo. A narrativa do encontro de Jesus com André e João ajuda-nos a perceber este papel. André e João tinham saído de casa para ouvir a pregação de João Baptista. E passou um homem. À sua passagem, João Baptista disse: Aí está o Cordeiro de Deus. E eles seguiram-no, sem dizer nada. Jesus pára e pergunta-lhes: Que procurais? E eles não sabem o que é que hão-de dizer. Respondem com outra pergunta: Onde moras? E Jesus dizlhes: Vinde ver. E eles foram com Ele. Assim nasceu a Igreja: de um convite e de um encontro. E é este encontro que o Casal tem a responsabilidade de ajudar a proporcionar aos seus Jovens. Como João Baptista fez com André e João: apontando-lhes Jesus; dando-lhes aquele empurrão de que eles precisavam Aí está o Cordeiro de Deus.
Um testemunho de Vida de Casal O papel do Casal Assistente não se esgota nesta dimensão, tanto mais que algumas Equipas beneficiam da presença de um Conselheiro Espiritual. Tão ou mais importante ainda é o seu testemunho de vida de casal. É o facto de os Jovens esperarem ver no Casal Assistente um modelo de vocação matrimonial. Vivemos numa época em que muitas famílias são fortemente abaladas por separações e divórcios e em que assistimos a uma verdadeira explosão dos problemas ligados à sexualidade. São muitos os pais que, por insegurança ou comodismo, se demitem da função de educar e transmitir valores, deixando de constituir uma referência para os seus filhos. É uma responsabilidade fundamental do Casal Assistente constituir essa referência de que os Jovens tantas vezes precisam, sobretudo numa idade em que tendem a tudo questionar e durante a qual fazem grandes opções: a nível escolar e profissional; a nível de vocação pessoal; a nível de namoro e casamento. Para muitos deles, como assinala o Documento Nacional das E.J.N.S., o diálogo com o Casal é totalmente novidade. O contacto com a geração dos pais, frequentemente tão distante, torna-se agradavelmente próximo. Sobretudo quando o Casal corresponde ao que os Jovens esperam dele: que seja um testemunho vivo de que o casamento é um caminho de felicidade! Sem grandes teorias: A credibilidade do casamento como caminho de felicidade e como vocação humana plena depende
menos de discursos ou teorias explicadas que dos testemunhos verdadeiros de amor (in Família, Torna-te Aquilo que És, 1994). Não se trata de convencer os Jovens que a vida de casados é isenta de dificuldades. Trata-se, sim, de partilhar com eles que o amor entre marido e mulher é possível devido às Graças do Sacramento que celebraram e que todos os problemas e crises podem ser ultrapassados com as forças que Deus lhes dá. 2. O que o Movimento espera do Casal Assistente Um esforço de aprofundamento dos seus conhecimentos doutrinários e teológicos, para melhor orientar e esclarecer os Jovens da Equipa. Um exemplo de compromisso na Igreja, pelo testemunho do Sacramento do Matrimónio e de uma vida espiritual vivida e partilhada a dois. Um verdadeiro testemunho de amor e fidelidade, de espírito de família e de segurança e constância no seu amor. Empenho no bom funcionamento da Equipa, estimulando a participação activa dos Jovens, tanto nas reuniões como nas actividades do Movimento. Atenção a todos os Jovens em geral e a cada um em particular. Disponibilidade para aceitar responsabilidades no Movimento, seja em tarefas pontuais (testemunhos, intervenções em encontros, divulgação das E.J.N.S.), seja em funções mais duradouras (Secretariados).
3. Regras práticas O Casal Assistente Deve: Estar sempre disponível para conversar com qualquer membro da Equipa e ajudar aqueles que mais precisam. Ter sempre a porta aberta para tudo. Nunca faltar às reuniões e estar sempre presente (demonstrar interesse na reunião). Revelar uma abertura total para o tempo da reunião, não a apressando. Preparar as reuniões. Saber ouvir e intervir nas alturas necessárias, sobretudo para esclarecer ideias erradas. Fazer respeitar, se necessário, os quatro momentos da reunião. Incentivar e puxar pelos membros da Equipa menos interessados. Ajudar a Equipa a crescer na Fé. Sentir-se como mais um elemento da Equipa, evoluindo com ela e não se remetendo a um mero papel de ajudante ou assistente. Estar a par dos eventuais problemas que afectam cada um dos membros da Equipa. Estar atento à maneira de ser e agir de cada um. Dar aos Jovens um exemplo de vida em casal (nas actividades do dia-a-dia, na oração, na relação um com o outro). Dedicar-se empenhadamente à Equipa e ao Movimento, participando no maior número possível de encontros, noites de oração e outras actividades. Incentivar a participação de todos os membros da Equipa nas actividades do Movimento. Não Deve: Mostrar preferência por alguns membros da Equipa. Discriminar nenhum elemento da Equipa (todos são iguais, apesar de cada um necessitar, talvez, de uma atenção diferente. Faltar à reunião porque à última da hora apareceu um programa muito melhor. Apressar a reunião ou fazê-la terminar por já ser tarde. Abster-se de participar (por preguiça, cansaço ou inibição). Monopolizar o debate Controlar/conduzir a reunião. Ser autoritário. Ser indiferente às discussões e aos problemas e assuntos dos Jovens. Ter complexos de superioridade. Falar do que se passa nas reuniões com os seus familiares e amigos. Ser juiz do que é partilhado. Comentar as partilhas com elementos estranhos à Equipa, designadamente com os pais dos Jovens. Faltar às actividades propostas pelos Secretariados. Deixar que os Jovens se baldem.