Vegetação do Estado do Paraná
Floresta Ombrófila Densa: é a formação florestal mais rica do Sul do Brasil, com maior quantidade de espécies e com alturas que podem chegar a 35m. É denominada de densa em função do entrelaçamento das copas das árvores. Esta formação compreende sub-formações, principalmente em função de características do solo e dos diferentes patamares altitudinais.
Floresta Ombrófila Densa Aluvial: ocorre na beira dos rios da Serra do Mar e a florística é determinada principalmente pela altitude e pelo material de origem dos solos existentes naquele ambiente.
Os caxetais são a transição entre as várzeas e as florestas úmidas da planície litorânea. Seus solos, saturados de água, não suportam nenhuma forma de atividade humana, a não ser a extração da caxeta, a melhor madeira para fabricar lápis. Na baía de Guaratuba ainda é possível observar, em uma única paisagem, o manguezal, a várzea, o caxetal e a floresta de planície. Ao fundo, as florestas de encosta da serra das Canavieiras. http://www.sobania.com.br/sobania/os_caxetais.html
Floresta Ombrófila Densa Submontana: compreende a formação entre 20 e 600m sobre o nível do mar. Esta formação é bastante diversificada do ponto de vista vegetal. Desenvolve-se emdiferentes tipos de solo. Neste ambiente são encontrados, dentre outras espécies, o guapuruvu (Schizolobium parahyba), a embaúba (Cecropia sp.) e o palmiteiro (Euterpe edulis), que são considerados, em termos práticos indicadores deste patamar altitudinal pela sua presença, pois já não ocorrem no patamar montano. Floresta Ombrófila Densa Montana: é bastante semelhante em termos florísticos ao patamar submontano, entretanto é mais pobre em número de espécies que aquele em função da ocorrência de eventuais geadas e em função de solos mais rasos. Situa-se entre 600 e 1.200m dealtitude.
Floresta Ombrófila Densa Altomontana: compreende as formações campestres e florestais que se desenvolvem no alto das serras, acima de 1.200m de altitude. Possuem menor úmero de espécies vegetais em relação ao patamar montano, em função de solos muito rasos e ventos fortes. É uma ambiente com acentuada umidade relativa do ar ao longo do ano e baixas temperaturas. Os indivíduos arbóreos possuem altura variando entre 3 e 7 metros. É chamada de mata nebular em função da presença das nuvens vindas do Oceano Atlântico.
Floresta Ombrófila Mista Montana: formação florestal com chuvas bem distribuídas ao longo do ano, daí o termo Ombrófila, composta de uma mistura das floras australásicas (Drymis ou cataia e Araucaria ou pinheiro-do-paraná) e afroasiática (Podocarpus ou pinheiro-bravo). O termo Montana remete a formações ocorrentes, no Paraná, entre 700 e 1000 m de altitude.
Floresta Ombrófila Mista Aluvial (ver Floresta Ombrófila Mista Montana): ocorre na margem dos rios e fazendo divisa com as formações pioneiras flúvio-lacustres. Algumas espécies são dominantes como o branquinho ou branquilho (Sebastiania commersoniana) que forma estrato arbóreo contínuo, ao longo destas áreas, chegando a compor entre 40-60% do número de indivíduos arbóreos deste ambiente. Floresta Ombrófila Mista Altomontana: formação de Floresta Ombrófila Mista localizada acima de 1.000m de altitude. Diferencia-se, basicamente, da formação Montana, por possuir uma florística mais simplificada.
Savana: denominada popularmente de cerrado, a savana caracteriza-se por possuir uma vegetação xeromorfa, isto é, com aparência de locais secos. Entretanto, as plantas do cerrado geralmente não sofrem déficit hídrico. Desenvolveram estruturas subterrâneas como geófitos ou xilopódios, que são verdadeiros troncos subterrâneos que servem para armazenar substâncias nutritivas e água, bem como conferem à planta resistência ao fogo. Muitas plantas também apresentam cascas grossas, como defesa contra o fogo que ocorre neste ambiente.
Estepe gramíneo-lenhosa: o termo estepe tem origem na Rússia e foi empregado pelo IBGE para definir os campos gerais. O termo gramíneolenhosa refere-se à presença de ervas graminóides e arbustos esparsos. Para vários pesquisadores a Estepe é muito semelhante à Savana, tanto em termos florísticos, como adaptativos.
Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Semi-Caducifólia): esta formação florestal caracteriza-se por apresentar entre 20 a 50% do componente arbóreo com perda de folhas na época desfavorável (seca ou frio), de onde o termo semidecidual deriva. Se mais que 50% dos indivíduos arbóreos perdessem as folhas, estaríamos frente a uma floresta decidual. O termo estacional diz respeito a dupla variabilidade climática na região de ocorrência, com chuvas concentradas nos meses mais quentes e um período de seca fisiológica nos meses mais frios;
Floresta Estacional Semidecidual Aluvial (Floresta Semi-Caducifólia): é a formação ocorrente na margem dos rios e das formações pioneiras sob o domínio desta tipologia vegetal. É caracterizada pela presença de ingás (Inga spp.) e Ficus spp. ao longo das margens rochosas ou com solo profundo. Em áreas mais úmidas, com presença de neossolos flúvicos, organossolos hidromórficos e gleissolos, ocorrem plantas adaptadas a frequentes inundações como a sangra-d'água (Cróton urucurana), a embaúba (Cecropia pachystachya), o novateiro (Triplaris americana), ingás (Inga spp.) dentre outras espécies arbóreas a arbustivas. Se comparada a Floresta Estacional Semidecidual Submontana, apresenta menor número de espécies por conta das exigências ambientais existentes.
Formações Pioneiras de Influência Flúvio-Marinha (mangues e campos salinos): são ambientes encontrados no litoral do estado, na foz dos rios que desembocam no mar. Caracterizam-se por terrenos geologicamente instáveis, como solos lodosos, pobres em oxigênio. Desta forma as plantas que vivem nestes locais criaram adaptações como os pneumatóforos, que são raízes que se projetam do solo, para captar o oxigênio e, em função do embate das marés, as essências arbóreas possuem projeções do caule denominadas de escoras, que servem para fixá-las no solo.
Os extremos de salinidade também são constantes com as marés cheias e vazantes, o que explica o reduzido número de espécies arbóreas adaptadas a este ambiente, ou seja, três: Avicennia schaueriana (Avicenniaceae); Rhizophora mangle (Rizophoraceae) e Laguncularia racemosa (Combretaceae).
Antecedendo os mangezais, encontram-se os campos salinos compostos de ervas de porte baixo, destacando-se Cyperaceae e Poaceae.
Formações Pioneiras de Influência Marinha (restingas): a fisionomia deste ambiente é associada a condições ambientais adversas tais como a salinidade, os ventos e as condições pedológicas desfavoráveis, principalmente em dunas não fixadas. Para o interior, existem dunas fixadas pela vegetação, onde, no lado exposto ao vento, as plantas tem porte baixo, retorcido, enquanto que no lado protegido da duna, com condições mais favoráveis, algumas espécies como o araçá (Psidium cattleianum) tem porte arbóreo. Entre duas dunas consolidadas aparecem áreas úmidas com comunidades de plantas características desta condição.