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Transcrição:

ÍNDICE 1. O QUE É UM RESUMO NÃO TÉCNICO...2 2. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO...3 3. O QUE É O PROJECTO...5 4. QUAL É A SITUAÇÃO ACTUAL...10 5. QUE IMPACTES O PROJECTO PODE ORIGINAR E MEDIDAS A APLICAR...12 6. PLANOS DE MONITORIZAÇÃO, PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL...15 7. SÍNTESE...16 1

1. O QUE É UM RESUMO NÃO TÉCNICO O Resumo Não é um documento em linguagem não técnica, onde se resumem os principais resultados do Estudo de Impacte Ambiental referente à instalação do Projecto do Parque de Desportos Motorizados de Portimão, incluindo a descrição: do projecto; da situação actual da zona (situação de referência); dos impactes previstos durante as fases de construção e de exploração; das medidas de prevenção/minimização dos impactes ambientais propostas; das conclusões. O conteúdo e os métodos adoptados no Estudo de Impacte Ambiental estão de acordo com a legislação de Avaliação de Impacte Ambiental, designadamente o Decreto-Lei n.º 69/2000, de 3 de Maio, a Portaria n.º 330/2001, de 2 de Abril e as Normas Técnicas de Elaboração de Resumos Não s, publicadas pelo IPAMB. A informação contida neste Resumo Não não dispensa a consulta do Relatório do Estudo de Impacte Ambiental pelo que, caso o público em geral pretenda uma informação mais detalhada e técnica, é recomendada a consulta do referido relatório de Estudo de Impacte Ambiental. O Estudo de Impacte Ambiental, elaborado pela IPA Inovação e Projectos em Ambiente, Lda. Foi iniciado em Outubro de 2003, tendo sido concluído em. O proponente do projecto é a ParkAlgar, Parques Tecnológicos, Lda. na sequência da elaboração de um protocolo com a Câmara Municipal de Portimão. 2

2. OBJECTIVOS E JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO O projecto de um Autódromo em Portimão foi baseado em três pressupostos principais: excelência de clima adequado ao longo de todo ano; oferta turística condizente com as necessidades emergentes; necessidade deste tipo de equipamento no que se refere às infra-estruturas promocionais e desportivas do Sul do país e da Europa. A figura da página seguinte apresenta a inserção do projecto ao nível local, regional e nacional. 3

3. O QUE É O PROJECTO O Parque de Desportos Motorizados de Portimão tem como objectivo a implantação de uma infraestrutura turística e desportiva inovadora e de qualidade na região do Algarve, distrito de Faro e abrange o concelho de Portimão, mais precisamente a freguesia de Mexilhoeira Grande, próximo do lugar de Pereira. Os terrenos a utilizar têm uma área total de cerca de 280 ha, e uma altitude que varia entre os 90 m e os 161 m. O Parque de Desportos Motorizados de Portimão engloba um conjunto de infra-estruturas, e que constam dos seguintes elementos principais: 1. Autódromo conjunto de infra-estruturas destinadas à realização de provas e competições de qualquer desporto motorizado, composto por um circuito fechado, bancadas, boxes, paddock, bilheteiras e edifícios de apoio e estacionamento; 2. Kartódromo conjunto de infra-estruturas destinadas à realização de provas e competições de karting, incluindo todas as infra-estruturas associadas ao mesmo; 3. Parque Tecnológico conjunto de infra-estruturas destinadas ao uso de centros de investigação e desenvolvimento tecnológico; 4. Hotel unidade hoteleira de 4 ou 5 estrelas, com previsão de composição mínima de 200 quartos; 5. Parque Habitacional construção de 160 fogos destinados a meios complementares de alojamento e respectivos equipamentos de apoio. Associado a estas infra-estruturas irão ser construídas outras de apoio, nomeadamente um local para campismo ocasional e um parque de merendas, devendo ser igualmente considerados os acessos internos e outras infra-estruturas de suporte, incluindo de saneamento. Está ainda prevista a construção de um sistema de recolha de óleos e gorduras e uma central de decantação. O fornecimento de água será garantido pela Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão (EMARP), tal como a recolha de águas residuais/pluviais após tratamento nas ETAR a construir no Parque de Desportos Motorizados de Portimão. Prevê-se que parte do Fornecimento de energia seja efectuado através de painéis fotovoltaicos a instalar no Parque, para o que ainda não existe projecto. 5

A Figura que se segue apresenta a disposição prevista das infra-estruturas do Parque de Desportos Motorizados de Portimão. Figura 2 Localização prevista das infra-estruturas do Parque de Desportos Motorizados de Portimão A área total do Parque de Desportos Motorizados de Portimão tem 2.868 256,00 m 2, em que 157 300 m 2 constitui área de construção, sem contar com o Autódromo e Kartódromo. O Quadro que se apresenta de seguida discrimina a área ocupada pelos espaços verdes e por cada infra-estrutura, bem como a área de construção e de implantação, entre outras. 6

Uso Quadro 1 Áreas Implantação e Impermeabilização das diferentes Infra-Estruturas Descrição Área (m 2 ) Construçã o (m 2 ) COS Implantaçã o (m 2 ) CAS Impermeabilizaç ão (m 2 ) Autódromo 920 000 120 000 0,13 40 000 0,04 300 000 0,33 6 ou 7 Kartódromo 121 000 1 000 0,008 600 0,005 1 000 0,008 2 Equipamento Parque de 13 000 135 0,01 135 0,01 135 0,01 1 Merendas Serviços Parque 4 + 51 400 40 000 0,78 20 000 0,39 25 000 0,49 Tecnológico Cave Hotel 183 500 25 000 0,14 5 000 0,03 20 000 0,11 6 + cave Turismo Aldeamentos 2 + 135 000 25 000 0,17 20 000 0,15 40 000 0,28 Turísticos cave Apartamentos 2 + 198 000 20 000 0,10 15 000 0,08 30 000 0,15 Turisticos Cave R.A.N. e R.E.N. 105 000 - - - - - - - Área Florestal - recuperação n.d. - - - - - - - Espaços Verdes Área Verde Equipada n.d. - - - - - - - Área Verde Enquadramento n.d. - - - - - - - Corredor Verde 233 000 - - - - - - - Circulação Circulação Envolvente 76 000 - - - - - - - Circuito 84 285 - - - - - - - Estacionamento Padock 77 000 - - - - - - - Exterior VIP 72 000 - - - - - - - Áreas Totais 2 804 375 231 135 0,08 100 135 0,03 342 463 0,19 - Nota: C.O.S. - Coeficiente de ocupação do solo C.A.S. - Coeficiente de afectação do solo C.I.S. - Coeficiente de impermeabilização do solo CIS Pisos O circuito de velocidade (Autódromo) será dotado de características técnicas que permitam acolher provas de automobilismo e motociclismo do mais alto nível, associadas a um conceito moderno de autódromo, em que se privilegiará a cuidada relação da infraestrutura com as qualidades ambientais e topográficas do local e a relação próxima do espectador com os eventos e a paisagem envolvente. As principais acções que irão gerar impactes ambientais far-se-ão sentir durante as diversas fases que vão desde o planeamento da obra até ao seu encerramento. Sendo assim, a análise deste projecto realizar-se-á de acordo com a respectiva divisão em três fases: fase de construção, fase de exploração e fase de desactivação. A fase de construção é aquela que engloba a desmatação, a movimentação de terras, incluindo as terraplenagens e a construção propriamente dita. É uma fase em que há bastante movimentação de veículos pesados, tanto maquinaria pesada afecta à obra como camiões de transporte de terras e materiais. Nesta fase serão construídas todas as infra-estruturas necessárias para o funcionamento do Parque de Desportos Motorizados de Portimão (Autódromo, Kartódromo, Parque Tecnológico, Hotel, Parque Habitacional, Parque de Campismo e Estacionamentos). 7

A fase de exploração consiste no funcionamento de todas as actividades do Parque de Desportos Motorizados de Portimão. 3.1. ACÇÕES DA FASE DE CONSTRUÇÃO Durante esta fase proceder-se-á à construção das várias infra-estruturas de todo o Parque de Desportos Motorizados de Portimão. Os potenciais impactes que daí poderão decorrer serão gerados pelas seguintes operações: I. Instalação e utilização dos estaleiros; II. Reabilitação e/ou abertura de caminhos de acesso à zona de implantação do projecto; III. Transporte de materiais diversos para construção; IV. Colocação de uma área reservada ao depósito temporário de materiais resultantes das escavações; V. Construção dos Edifícios e Infra-estruturas obras de construção civil; VI. Recuperação paisagística das zonas intervencionadas. Nas operações descritas anteriormente estão incluídas as seguintes acções: Limpeza do terreno/desmatação; Decapagem e remoção da camada de terra vegetal; Escavação; Terraplenagens; Criação de vias de acesso à obra, temporárias e/ou permanentes; Transporte dos materiais para as zonas de depósito próximas à obra; As operações de desmatação e limpeza do terreno têm como objectivo deixar toda a zona de intervenção limpa (sem resíduos e outros materiais aí depositados), de modo a que o solo fique acessível, para que se procedam às actividades de construção que se seguem. Estas operações, como o próprio nome indica, incluem o corte e a desbastação de vegetação; a remoção ou a transplantação das árvores que aí existam; o desenraizamento e a limpeza do solo; a demolição ou a remodelação de estruturas aí existentes; a remoção de produtos demolidos e de outros materiais removidos para destino final apropriado ou para posterior reutilização (caso específico de terras e outros materiais que poderão, numa fase posterior, ser reutilizados, por exemplo, na fase de modelação do terreno). 8

3.2. ACÇÕES DA FASE DE EXPLORAÇÃO A fase de exploração envolve a manutenção de todo o Parque de Desportos Motorizados de Portimão, como as operações de fertilização, tratamento fitossanitário (insecticidas, fungicidas e herbicidas), a limpeza e pulverização das árvores, a manutenção dos sistemas de rega e de drenagem, o controle de tráfego, a manutenção dos acessos e dos edifícios a construir, bem como a recolha e envio para destino final dos resíduos orgânicos e não orgânicos produzidos. Assim, as acções que podem gerar impactes no ambiente são: I. Presença física dos edifícios (Autódromo, Kartódromo, Parque Habitacional, Parque Tecnológico e Hotel) e infra-estruturas associadas; II. Presença de pessoas e fluxos populacionais; III. Tráfego rodoviário; IV. Manutenção e/ou reparação de equipamentos, infra-estruturas e acessos; V. Manutenção dos espaços verdes; VI. Exploração das actividades previstas do Parque de Desportos Motorizados de Portimão. 3.3. FASE DE DESACTIVAÇÃO Nesta fase de projecto (Estudo Prévio), não existem elementos que permitam determinar a necessidade de caracterização da fase de desactivação, já que a mesma, a ser considerada, o é apenas a muito longo prazo. Outro factor que contribui para a não consideração de tal fase, prende-se com o facto de as experiências internacionais conhecidas neste domínio (nomeadamente os autódromos de primeira geração como Silverstone e Brands Hatch) encontram-se, quase quatro décadas depois, a encarar o fim do seu suposto tempo de vida útil, sobretudo ao nível da sua remodelação e modernização, não sendo equacionada uma eventual desactivação. Nada indica que, no presente projecto, não seja precisamente esta a solução encarada, pelo que, no futuro, se deverá contemplar porventura uma remodelação e modernização das instalações, mas não tanto uma desactivação no verdadeiro sentido da palavra. 9

4. QUAL É A SITUAÇÃO ACTUAL Efectuou-se uma avaliação da área afecta ao projecto, tendo-se seguido os grandes itens normalmente associados a um Estudo de Impacte Ambiental. Caracteriza-se esta zona por ser relativamente dobrada, com declives suaves, atravessando áreas cuja altitude varia entre os 161 m e os 90 m, menores na área onde será implantado o autódromo, a Este, e maiores (superiores a 30%) a Norte, no local onde será implantado o hotel. O Clima caracteriza-se por ser temperado húmido, com Invernos suaves e Verões quentes. A temperatura média do mês mais quente é superior a 22ºC (Csa). Ao nível da Geologia, a área de Implantação das instalações desportivas é constituída por uma camada de material argiloso, de cor avermelhada, com uma espessura que pode atingir 1,50 metros. A nível da sismicidade verifica-se a intensidade sísmica de 10, a maior verificada no território do continente português. Na zona de implantação do projecto foram identificados quatro tipos de solos: Solos incipientes; Solos argiluviados poucos insaturados; Solos de baixas; Solos mediterrâneos. Relativamente à Capacidade de Uso dos Solos, na zona de implantação do projecto predomina a classe E, a de menor qualidade e capacidade para a agricultura. Os solos podem ser classificados no geral como pobres. A área de Implantação inclui a Ribeira da Amieira e seus afluentes, tratando-se estas de linhas de água efémeras. A zona de estudo compreende quatros unidades de vegetação fundamentais: área florestal com povoamentos de pinheiro-manso e sub-bosque de matos, áreas residuais de montado, galeria ripícola e dois corpos de água e uma área de povoamento de alfarrobeira no vale e orlas da galeria ripícola. A vegetação nas áreas não afectadas pelo fogo encontra-se em mau estado de conservação (matos e habitats representados na galeria ripícola). 10

A Fauna apresenta, no geral, uma diversidade média predominando espécies comuns ao nível de anfíbios, répteis e mamíferos, e algumas espécies de aves, com maior abundância da Felosa-domato, Felosa-comum, Chapim-real, Chapim-azul e melro. A análise da Qualidade do Ar foi efectuada de acordo com a Medição da Qualidade do Ar da Região do Algarve (RMQA), nas Estações de David Neto e Pontal, ambas localizadas no Concelho de Portimão. Nestas estações e comparando os valores aí obtidos com a legislação portuguesa e comunitária, verifica-se que tais valores são inferiores aos valores limite e guia estabelecidos na legislação portuguesa. Foram efectuadas medições de ruído em 10 Pontos de Medição no período diurno e nocturno e foram igualmente identificadas e caracterizadas as fontes de ruído existentes na zona. Os valores alcançados, na generalidade, cumprem os limites estabelecidos na legislação em vigor. Na zona de implantação do projecto, foram identificadas cinco subunidades de paisagem: Área florestal, Galeria Ripícola, Área de Sobreiro (sendo estas consideradas de maior sensibilidade paisagística), Áreas sociais e Áreas de matos. O Algarve caracteriza-se por ser uma zona de forte incremento da actividade turística, mas na zona em estudo predomina a actividade rural e povoamentos de pequena dimensão (os lugares de Pereira e Folga). No Plano Director Municipal de Portimão foram identificadas Zonas Verdes de Equilíbrio e Protecção Ambiental Não Urbanizáveis (80 a 85% do local de implantação) e Áreas para Implementação de Equipamentos Municipais (15 a 20% do local). Observaram-se alguns condicionamentos, resultantes de áreas classificadas como Reserva Ecológica Nacional; Reserva Agrícola Nacional; Marcos Geodésicos, e Espécies Florestais Protegidas. De acordo com o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (neste momento em fase de revisão) o projecto desenvolve-se em Zonas Agrícolas, Zonas de Desenvolvimento Agro-Florestal e Zonas de Atractivo Paisagístico. 11

5. QUE IMPACTES O PROJECTO PODE ORIGINAR E MEDIDAS A APLICAR Foram determinados impactes ambientais resultantes do Parque de Desportos Motorizados de Portimão e foram propostas medidas que permitam conter ou valorizar esses mesmos impactes. Os Estaleiros, pelas suas características e dimensão, causam normalmente impactes que podem ser significativos, podendo estes ser contudo fortemente reduzidos. Desta forma, a escolha cuidada do local de inserção dos estaleiros é muito importante, até como medida de minimização de impactes. O Estudo propõe a localização de dois estaleiros de apoio à obra, na área que será ocupada pelo Autódromo e pelo Parque Habitacional, eliminando desta forma os condicionamentos existentes. Na Topografia o principal impacte deve-se ao volume de terras escavadas, que se estima em 200.000 m 3. No entanto, tal impacte é anulável pelo facto de todas estas terras serem reutilizadas na construção de outras infra-estruturas do próprio parque. Não se prevêem impactes ao nível do Clima. No que se refere à Geologia, os principais impactes poderão ocorrer durante a fase de construção e prendem-se com a escavação das formações geológicas; estabilidade das fundações; depósito de terras e drenagem das águas em profundidade. Este último caso refere-se à possibilidade de as áreas a serem ocupadas com edificações (impermeabilizadas) poderem impedir a recarga dos aquíferos. Assim, ao nível das medidas a tomar, destaca-se a necessidade de, antes da execução do projecto de execução, efectuar levantamentos pormenorizados e adoptar medidas de construção adequadas aos potenciais impactes. Ao nível dos Solos a implantação do parque irá ter efeitos ao nível da ocupação actual do solo, alterando as suas características actuais. Na fase de construção e de exploração podem ocorrer contaminações do solo, por derrame de diversos poluentes. No entanto, a adopção de medidas adequadas, reduzem e eliminam este potencial de contaminação. As terras escavadas deverão ser sempre que as suas características o permitam utilizadas como materiais de construção. Proceder à recuperação das zonas intervencionadas 12

(reconstituição do coberto vegetal) nos locais perto das linhas de água ou de maior declive. Impermeabilizar as superfícies de armazenamento de resíduos com a consequente recolha de fugas e derrames No que se refere aos Recursos Hídricos Superficiais, os principais impactes que podem ocorrer durante a fase de construção prendem-se com a desmatação e movimentação de terras, com a alteração da modelação do terreno e com a ocorrência de derrames acidentais. Durante a fase de exploração, os principais impactes prendem-se com a presença das áreas impermeabilizadas nos locais onde serão implantadas as infra-estruturas do Parque, assim como a possibilidade de contaminação das linhas de água devido à escorrência. De igual modo serão produzidos volumes importantes de águas residuais domésticas, as quais irão ser tratadas nas Estações de Tratamento de Águas Residuais que servirão o Parque. Nas medidas propostas destaca-se a necessidade de controlo na origem das águas provenientes da escorrência das chuvas, recorrendo a sistemas que reaproveitam as águas e a implantação de várias Estações de Tratamento de Águas Residuais mais naturalizadas, ou seja através de lagoas com vegetação, permitindo desta forma a reutilização das águas para outros fins que não o consumo humano. Ao nível da flora e da fauna são de destacar os impactes resultantes da remoção do coberto vegetal e a destruição e alteração dos habitats utilizados pela fauna. Em geral, os impactes são considerados pouco importantes, mas foram propostas medidas que visam simultaneamente manter as principais comunidades vegetais e dar protecção às espécies de fauna, minimizando a destruição do respectivo habitat. Manter áreas com a vegetação existente. Estas funcionam como protecção e abrigo às espécies animais e diminuem a destruição e perturbação do habitat; Para a determinação dos efeitos ao nível da qualidade do ar recorreu-se à aplicação de um modelo de simulação (modelo de dispersão). De acordo com os resultados do modelo, as emissões decorrentes da exploração do autódromo encontram-se dentro dos limites impostos pela legislação. Ainda assim, considerou-se importante que o promotor proceda à instalação de uma estação de monitorização da qualidade do ar no Parque, assim como a construção uma barreira de árvores. Ao nível do Ruído recorreu-se igualmente a modelação específica. Concluiu-se que os valores de ruído provenientes do funcionamento do autódromo podem ser significativos, atingindo valores que podem causar incómodo às populações de Pereira e Folga, mas forma esporádica. Desta forma, propõe-se a adopção de barreiras acústicas e modelações de terreno, que reduzam o ruído para os limites conformes à legislação. 13

Durante as fases de construção e de exploração, serão produzidos diversos tipos de resíduos, de características diversificadas, quer a nível qualitativo, quer a nível quantitativo, consoante o tipo de actividades em causa. Foram estimadas as quantidades de resíduos provenientes do parque, que constarão sobretudo de papel / cartão; plástico; vidro; restos de comida; metal; resíduos de jardim e resíduos de construção e demolição. O parque não terá efeitos significativos sobre a capacidade do actual Aterro Sanitário do Barlavento. Nas medidas propostas deu-se forte destaque à implantação de sistemas de recolha selectiva, que permitam desviar quantidades significativas de resíduos de deposição em aterro e proceder à reciclagem de percentagens elevadas de materiais. Os impactes sobre a paisagem são sobretudo decorrentes da implantação de infra-estruturas num terreno neste momento não humanizado. Contudo, as áreas de maior importância paisagística não serão sujeitas a ocupação. Ao nível sócio-económico o Parque assume-se muito importante e positivo, promovendo o crescimento populacional dos espaços locais, permitindo obter ganhos económicos e financeiros significativos a promovendo, qualitativa e quantitativamente, o emprego local. O Parque é importante para a diversificação económica do território local e regional. De entre as principais medidas destacam-se aquelas que se prendem com o recurso a fornecedores e mão-de-obra local. No que se refere ao Património Arqueológico e ao Ordenamento do Território, os impactes daí resultantes não são significativos. As medidas definidas para a componente de Ordenamento do Território visam que sejam respeitadas todas as condicionantes territoriais identificadas. Não se prevê a ocorrência de impactes cumulativos. 14

6. PLANOS DE MONITORIZAÇÃO, PROGRAMA DE GESTÃO AMBIENTAL E SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL O plano de monitorização definido tem como objectivo avaliar e caracterizar o ambiente afectado pela implantação do projecto, através de campanhas periódicas de amostragem. Deste modo, os impactes resultantes das diversas fases do projecto são acompanhados por especialistas que se certificam que as medidas de minimização estão correctamente implantadas. Para algumas situações pontuais, poderá ser necessário corrigir algumas das medidas com o objectivo de minimizar os impactes. O plano de monitorização abordou os aspectos que foram considerados como mais significativos, nomeadamente os relativos às Terras Escavadas, Recursos Hídricos e Qualidade das Águas, Ruído e Qualidade do Ar. Foi elaborado um Programa de Acompanhamento Ambiental cujo objectivo é minimizar os impactes ambientais da fase de construção do projecto, tendo sido dado especial destaque à monitorização dos aspectos ligados às Terras Escavadas, Recursos Hídricos e Qualidade das Águas, Ruído e Qualidade do Ar. Consideraram-se Programas de Gestão Ambiental para os domínios do Apoio e Informação à População; Programa de Gestão dos Estaleiros; Águas; Solos; Qualidade do Ar; Gestão dos Resíduos Gerados e Sistema de Águas Residuais. Procedeu-se igualmente à definição das linhas do Sistema de Gestão Ambiental do Parque, tendo como objectivo a promoção de uma melhoria contínua do comportamento ambiental, exigindo que sejam aplicadas Políticas, Programas, Objectivos e Sistemas eficazes de Gestão do Ambiente. Deverão ser assumidos compromissos para uma melhoria razoável e contínua do comportamento ambiental, estando esses compromissos escritos e assinados pelos responsáveis pela construção e gestão do projecto. 15

7. SÍNTESE O Parque engloba um conjunto de infra-estruturas, de que constam dos seguintes elementos principais: 6. Autódromo conjunto de infra-estruturas destinadas à realização de provas e competições de Fórmula 1 ou de qualquer outro desporto motorizado, composto por um circuito fechado, bancadas, boxes, paddock, bilheteiras e edifícios de apoio e estacionamento; 7. Kartódromo conjunto de infra-estruturas destinadas à realização de provas e competições de karting, incluindo todas as infra-estruturas associadas ao mesmo; 8. Parque tecnológico conjunto de infra-estruturas destinadas ao uso de centros de desenvolvimento tecnológico; 9. Hotel unidade hoteleira de 4 ou 5 estrelas com previsão de composição mínima de 200 quartos; 10. Parque habitacional construção de 160 fogos destinados a meios complementares de alojamento e respectivos equipamentos de apoio. O estudo demonstrou que os impactes negativos previstos ocorrerão principalmente durante a fase de construção para dois descritores, nomeadamente a Topografia e a Geologia. A fase de construção engloba a desmatação, a movimentação de terras, incluindo as terraplenagens e a construção propriamente dita. É uma fase em que há bastante movimentação de veículos pesados, tanto de maquinaria pesada afecta à obra como de camiões de transporte de terras e materiais. Durante a fase de exploração, os impactes negativos mais relevantes são relativamente ao descritor Ruído, Solos e Usos do Solo e Recursos Hídricos Superficiais. No entanto, em termos do descritor População, Emprego e Actividades Económicas o projecto parece, logo à partida, revelar-se significativo, nomeadamente ao constituir um investimento significativo numa zona carenciada em termos de investimentos em infra-estruturas turísticas. Note-se aliás que tal investimento não deixará de contribuir decisivamente para o reforço dos processos locais de desenvolvimento, já que a procura turística se dirige a um leque variado de estruturas de oferta (alojamento, restauração, transportes e comunicações, comércio). Recomenda-se, para um acompanhamento e boa gestão da obra, a adopção de um Programa de Monitorização e um Sistema de Gestão Ambiental para assegurar a consistência na aplicação das medidas de minimização e valorização aconselhadas, que devem ser incorporadas no Caderno de Encargos a produzir para efeitos de construção do projecto. Em síntese, a fase de construção constituirá um momento de perturbação localizado e que ocorrerá durante cerca de 3 anos e 4 meses. Tendo em consideração as medidas minimizadoras 16

aconselhadas para os impactes negativos identificados ao longo do estudo, considera-se que a sua adopção induzirá à ocorrência de impactes ambientais residuais negativos, apenas visualizáveis durante a fase de obra, espacial e temporalmente circunscritos. Como impactes extremamente positivos destaque-se que, durante a fase de exploração, o projecto permitirá os ganhos económicos e sociais referidos, os quais se apresentam extremamente significativos. 17