Regulação da indústria de energia elétrica: Impactos na apropriação de energia térmica solar pela população de baixa renda no Brasil



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Transcrição:

Regulação da indústria de energia elétrica: Impactos na apropriação de energia térmica solar pela população de baixa renda no Brasil Osiris A. Vital Brazil - asthon@vital.srv.br Paulo M. Araújo - paulo_mario@unit.br Maria O. Ramos - molivia@unifacs.br

Pressupostos Tecnologia simples Energia abundante Soluções de baixo custo Bem público

Motivação A discussão do papel da apropriação da energia térmica solar como mecanismo de democratização do acesso e uso de energia entre a população de baixa renda no Brasil

6,2 x 10 22 J/ano de energia solar 55.000 vezes o consumo de energia elétrica do país (1,13 x 10 18 J/ano)

A demanda de água quente para o banho O chuveiro elétrico está presente em 67,6% dos domicílios. Regiões Sul e Sudeste mais de 80% dos domicílios contam com o acesso a água quente, nas Regiões Norte e Nordeste menos de 20 % podem usufruir deste benefício. No estado de Sergipe 75% dos residentes de habitações populares declaram desejar água aquecida para banho.

Horário de Ponta Setor residencial: 35% da demanda na ponta Chuveiro elétrico: 27% da demanda residencial na ponta 90% penetração Chuveiro elétrico: 8,5% da demanda na ponta 4.800 MW 40% da capacidade Itaipu

Energia As famílias com renda até 2 salários mínimos têm em média 22,8% da sua despesa com energia elétrica comprometida com a energia térmica para o aquecimento de água. (SCHAEEFER, 2004)

Energia e renda A cesta básica de energia elétrica para uma família brasileira equivale a 220 kwh/mês, sendo que 70kWh. O subsídio ao consumo de energia elétrica, caracteriza como de baixa renda 80kWh sem a necessidade de comprovação de renda, ou até 220 kwh.

Objetivo Discutir a relação existente entre a regulação da indústria de energia e a apropriação da energia termo-solar pela população de baixa renda.

Metodologia Pesquisa bibliográfica descritiva na legislação Normalização Regulamentação Despachos da ANEEL sobre utilização de aquecimento solar em programas de eficiência energética.

Regulamentação A Lei 9.991/2000 determina que 0,5% da receita operacional - eficiência energética. Resolução Normativa ANEEL 492 (2002) e 176 (2005) Manual do Programa de Eficiência Energética MPEE/ANEEL (2002) e MPEE/ANEEL (2005) Etiqueta Nacional de Conservação de Energia ENCE/ INMETRO INMETRO - regulamento RESP-006/SOL de 1997 NBR 10185 e NBR 10184/ 1988

Eficiência energética (2002-2004) Resolução Normativa ANEEL 492 (2002) Manual do Programa de Eficiência Energética MPEE (2002) Aquecimento Solar para Substituição do Chuveiro Elétrico Equipamentos certificados PROCEL/INMETRO Entre 2001 a 2004 as concessionárias adquiriram mais de 20 milhões de reais em equipamentos solar

Eficiência energética (2004-2006) Resolução Normativa ANEEL 176 (2005) Manual do Programa de Eficiência Energética MPEE (2005) Aquecimento Solar para Substituição do Chuveiro Elétrico Equipamentos certificados PROCEL/INMETRO Atendimento a Comunidades de Baixa Renda Instalação de aquecedores solares em substituição de chuveiros elétricos, Instalação de pré-aquecedores solares em auxilio a utilização dos chuveiros elétricos. Possibilidade de sistemas sem o selo PROCEL Entre 2004 a 2006 as concessionárias adquiriram mais de 24 milhões de reais em equipamentos solar sendo 16 milhões em 2006

Resultados A industria de energia elétrico, capturou tecnologicamente a regulação do mercado de sistema de aquecimento solar de água.

Resultados A função da regulação do mercado é cuidar da relação entre clientes e fornecedores. Diferente da relação entre cidadão e Estado.

Conclusão Os programas de eficiência energética que fazem a substituição de chuveiros elétricos, estão limitados a substituir chuveiros dos consumidores de eletricidade e não tem a missão de apropriar a população de mais energia, e sim, racionalizar o uso por quem já tem acesso a energia.

Obrigado Osiris Ashton Vital Brazil asthon@vital.srv.br