REDE LOCAL DE PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE DE SANTA RITA - PB: UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO ARTICULADO



Documentos relacionados
ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTO-JUVENIL

Famílias - Abrigos: direito ao convívio familiar e social

LANÇAMENTO DO SITE DO I SIMPOSIO DE FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS DO CENTRO OESTE E 6º ENCONTRO NACIONAL DE CREAS

CMDCA INFORMA MATÉRIA ESPECIAL

SEMINÁRIO DE ADESÃO E SENSIBILIZAÇÃO DO PROGRAMA PAIR

S E D S. Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social

PLANOS DE MONITORAMENTO E ACOMPANHAMENTO DO PAIR

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Básica. AUDIÊNCIA PÚBLICA Avaliação dos Programas Federais de Respeito à Diversidade Sexual nas Escolas

Programa Social. Eixo Cidadania e Direitos Humanos. Criança e Adolescente. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

REDE SOCIOASSISTENCIAL

PLANO DE AÇÃO CONSTRUÇÃO DO PLANO DE ENFRENTAMENTO A VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES CAICÓ/ RIO GRANDE DO NORTE

Resultados do Serviço Preparação para o Primeiro Emprego

O QUE É O FÓRUM DE SAÚDE MENTAL INFANTOJUVENIL?

PLANO ESTADUAL DE ENFRENTAMENTO DO ABUSO E EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VERSÃO PRELIMINAR

CRIAÇÃO E FORTALECIMENTO DAS REDES MUNICIPAIS DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA REGIÃO DOS CAMPOS GERAIS.

REGIÃO SUDESTE. GRUPO 1 ALICIAMENTO PARA TRÁFICO DE DROGAS Planejamento das Ações Intersetoriais. Políticas Envolvidas. Segurança Pública.

OF. CMDH / GAB Nº 013/2016. Ref.: Resposta ao Instituto Alana. Belo Horizonte, 19 de fevereiro de Prezada Senhora,

Prefeitura Municipal de Itanhém publica:

Fax ( 41) CPF Função. Gerente. Celular (41) R$ ,00 (quatrocentos e sessenta e um mil e oitocentos reais)

comunitária, além de colocá-los a salvo de todas as formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Helena A Wada Watanabe 2012

DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) Paulo Sérgio Lauretto titular da DEPCA Campo Grande/MS

Criança ou adolescente com indícios de. exploração sexual. Se é flagrante

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS COORDENADORIA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE IVAIPORÃ-PR PROGRAMA INTERSETORIAL DE ENFRENTAMENTO ÀS SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIAS

Metodologia 1º ENCONTRO DE CAPACITAÇÃO DEZEMBRO/2017

ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES JOÃO PESSOA - PARAÍBA. Período. Julho / 2008 Julho / 2009

Resolução CONANDA nº 117 de 11/07/2006

PLANO DE AÇÃO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE PALHOÇA

POLÍTICAS PÚBLICAS. Profa. Dra. Júnia Mara do Vale

Proteção Social na Cidade de São Paulo

PROJETO DEGRAUS CRIANÇA: UM INSTRUMENTO DE CIDADANIA Ana Paula Santana GIROTO 1 Laís Ferreira VASCONCELLOS 2,

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Ações da Secretaria Nacional de

Prefeitura Municipal de Itaetê publica:

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

ELEIÇÕES 2012 DIRETRIZES DO PROGRAMA DE GOVERNO DO CANDIDATO JOSÉ SIMÃO DE SOUSA PARA A PREFEITURA DE MANAÍRA/PB ZÉ SIMÃO 45 - PREFEITO

SECRETARIA DE ESTADO DA HUMANA

OS DIREITOS DA CRIANÇA

RELATÓRIO DA REDE DE ENFRENTAMENTO AO TRÁFICO DE PESSOAS

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Secretaria de Políticas Para Crianças Adolescentes e Juventude do Distrito Federal

Projeto apoiado pela Fundação Bernard van Leer

O Papel dos Trabalhadores Sociais em Núcleos Comunitários. Outubro/2013

PLANO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO

MÃO AMIGA A SUA ATITUDE FAZ A DIFERENÇA!

10 Anos do Estatuto do Idoso e os entraves à sua consolidação

Órgão Ministério do Turismo (MTur) Representação Efetiva Câmara Temática de Turismo Sustentável e Infância do CNT Representante Ana Paula de Siqueira

SEMINÁRIO DE ADESÃO E SENSIBILIZAÇÃO AO PROGRAMA PAIR ITAOBIM 15 E 16 DE MAIO 2007

O SR. REMI TRINTA (PL-MA) pronuncia o seguinte. discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores

Concurso Agentes Comunitários de Saúde 2 Etapa

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL JANEIRO A DEZEMBRO 2017

Integração entre serviços e benefícios do Sistema Único da Assistência Social. RENATA FERREIRA Diretora de Proteção Social Básica SNAS

Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE

Territórios de atuação do PGI no Pará

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍ PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA. Centro de Apoio Operacional de Defesa da Infância da Juventude CAODIJ

Integração de Políticas Públicas e seus desafios

PLANOS DECENAIS DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: FORTALECENDO OS CONSELHOS DE DIREITOS

Todos dos dias construindo um futuro melhor PLANO DE GOVERNO DONIZETEOLIVEIRA COSTA VICE - PREFEITO

TERMO DE REFERÊNCIA. 1. Justificativa

Programa Saúde Perto de Você

SEMINÁRIO REGIONAL: PERNAMBUCO PELOS DIREITOS HUMANOS.

PLANO DECENAL DOS DIREITOS HUMANOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE BELÉM/PARÁ. Fevereiro/2016. Belém Pará

Infância em Foco. Redes

POLÍTICA DE ALTERNATIVAS PENAIS: A CONCEPÇÃO DE UMA POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA E DE JUSTIÇA 1

RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE.

Presencial. Avenida Prof.ª Marlene Cerqueira de Oliveira, S/N,Bairro Prisco Viana, Caetité/BA

REDES DE INCLUSÃO. Garantindo direitos das famílias e das crianças com Síndrome Congênita do Zika vírus e outras deficiências

Angela Cristina Marchionatti

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE OSASCO

1 1 Considerações iniciais quanto ao Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho Acessuas Trabalho.

MANDATOS DECORRENTES DA SEXTA CÚPULA DAS AMÉRICAS. As Chefes e os Chefes de Estado e de Governo das Américas nos comprometemos a:

Prezado(a) Gestor(a),

Investimento Social no Entorno do Cenpes. Edson Cunha - Geólogo (UERJ) Msc. em Sensoriamento Remoto (INPE)

IBGE: HABITANTES URBANA: RURAL: AREA 350 KM² 56 comunidades 8 bairros

Projeto de Financiamento para Aquisição de Transporte

Juventude e Políticas Públicas em Salvador

REGULAMENTO. 1. DO TEMA 1.1. O tema a ser desenvolvido é Proteja nossas crianças e adolescentes.

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil. Embu das Artes - SP

Categoria Concessões de Rodovias. Tema Avanços nas ações integradas realizadas em parceria nas rodovias

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

I ENCONTRO ESTADUAL DE COORDENADORES REGIONAIS. Defesa de Direitos e Mobilização Social. Informática e Comunicação. Artes

fortalecimento das incidências técnica e política no campo de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes

CAPTAÇÃO DE PATROCÍNIO 2019/2020 ASSOCIAÇÃO SANTA LUZIA

PROPOSTA DE GOVERNO ANO COLIGAÇÃO. Todos por Abaeté.

O PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

VIII JORNADA DE ESTÁGIO DE SERVIÇO SOCIAL CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGO CENTRO DE REFERÊNCIA ASSISTÊNCIA SOCIAL VILA ROSA - PALMEIRA - PR

Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Secretaria Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social Gerência de Planejamento,

NASF e PAIF/CRAS: a contribuição de cada serviço para a garantia dos direitos. Débora Martini

CONSIDERANDO a Resolução 172 de 04 de Dezembro de 2014 do CONANDA resolve:

REQUERIMENTO (Do Sr. Dr. UBIALI)

PROPOSTA DE GOVERNO DO PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO PSB. VAMOS MUDAR JAMBEIRO

PLANO DE AÇÃO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE PALHOÇA

O Programa Saúde na Escola possui 12 ações: 1. Ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti;

COMUNICADO nº 011/2013

pelo Departamento de Assistência Social aditamento de prazo e valor Prazo: 30/04/2017

A Integralidade da Proteção Social

2 A DIMENSÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA SEXUAL INFANTO-JUVENIL

VIII CONFERENCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇA E ADOLESCENTE

A RELAÇÃO MÉDICO X SUS

Transcrição:

REDE LOCAL DE PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE DE SANTA RITA - PB: UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO ARTICULADO Ana Cláudia Santana de Andrade Tavares 1 Ana Luisa Costa de Melo 2 Carla Raquel Carmélio Cavalcanti 3 Luciane de Souza Borges Pontes 4 RESUMO Este artigo objetiva apresentar o relato da experiência que constitui os elementos referentes ao trabalho articulado em Rede de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente no Município de Santa Rita PB. Considerando as potencialidades e as limitações de um Trabalho Intersetorial, que prioriza a unificação de pessoas, organizações e instituições com a variedade de concepções difundidas entre elas, a proposta da articulação em rede consolida-se como a perspectiva de que, através da plena participação cidadã conjuga-se a possibilidade da concretização da garantia dos direitos coletivos e individuais no que compreende o Universo da Criança e do Adolescente, apresentado em constante interação com a sociedade contemporânea. Palavras-Chave: Rede de Proteção, Intersetorialidade, Criança, Adolescente 1. Assistente Social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social CREAS do Município de Santa Rita; 2. Psicóloga da Vara da Infância e Juventude do Município de Santa Rita; 3. Psicóloga do Centro de Referência de Assistência Social / Programa de Atenção Integral a Família - CRAS / PAIF do Município de Santa Rita; 4. Psicóloga do Centro de Referência de Assistência Social / Programa de Atenção Integral a Família - CRAS / PAIF e Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Município de Santa Rita.

INTRODUÇÃO A ótica do trabalho da Rede de Proteção surge a partir do Art. 227 da Constituição Federal e do Art. 86 de Estatuto da Criança e do Adolescente. A doutrina de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente é iniciada com a aprovação da Constituição Brasileira de 1988, que em seu Art. 227, preconiza que "é dever da família da sociedade e do Estado, assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." Com a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n 8.069/90, este artigo da Constituição passa a ter nova redação, incluindo a comunidade como sendo a parte da sociedade mais próxima da criança e do adolescente: "É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária" (E.C.A, Art. 4,) O Art. 86 do E.C.A estabelece que "a política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios," configurando, assim, o que denominamos de Rede de Proteção. Falar em Rede é falar de algo tão antigo quanto à história da humanidade. As mobilizações sociais, com o conseqüente processo de democratização da sociedade brasileira, nas décadas de 70 e 80, trouxeram à tona a reivindicação pela plena participação, pela construção de uma cidadania que tem na base a garantia de direitos coletivos e individuais. Segundo Aciole (2007), falar em redes significa trabalhar com concepções variadas nas quais parecem misturar-se idéias baseadas no senso comum, na experiência cotidiana do mundo globalizado ou ainda em determinado referencial teórico-conceitual.

Nessa perspectiva entende-se como rede de proteção uma articulação de pessoas, de organizações e instituições que têm como objetivo compartilhar causas, projetos, de modo igualitário, democrático e solidário, baseado na cooperação, na conectividade e na divisão de responsabilidades e competências. É, portanto, uma articulação política, uma aliança estratégica entre atores sociais (pessoas) e forças (instituições), não hierárquica, que tem na horizontalidade das decisões e no exercício do poder, os princípios norteadores mais importantes. A presente experiência de trabalho com Rede de Proteção está sendo desenvolvida na cidade de Santa Rita-PB. O município é o terceiro do Estado em população, com 122.454 habitantes, e o primeiro em extensão territorial, com 726,57 km 2. É conhecida como a cidade dos canaviais, pela grande produção de cana-de-açúcar. A cidade é a maior produtora de abacaxi do Estado. Também é conhecida, segundo o IBGE, pelo alto índice de analfabetismo (29,31%) e de pobreza (65,88%). O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) revela que no tocante a violência, Santa Rita se encontra na 31ª posição com índice de 4,22, superando João Pessoa que está na 74ª posição nacional com índice de 2,78. Visando fomentar ações no sentido de levantar as necessidades no atendimento às crianças e aos adolescentes e fortalecer o trabalho em rede no município, nos anos de 2006 (Figura 1) e 2007 (Figuras 2 e 3), a REMAR (Rede Margaridas Pró Crianças e Adolescentes de João Pessoa), realizou dois encontros com representantes do Poder Público e da Sociedade Civil Organizada (ONGs) na cidade de Santa Rita- PB, não obtendo êxito quanto à continuidade do trabalho.

Figura 1 - Encontro em 2006 Figura 2 - Encontro em 2007

Figura 3 - Participação da Juíza Antonieta Maroja no encontro de 2007 Mais uma iniciativa de congregar esforços para articulação da Rede de Proteção Integral se deu no dia 17/07/2009, por iniciativa da Juíza da Infância e da Juventude da Cidade, Dra. Antonieta Lúcia Maroja Arcoverde Nóbrega Santos, que convocou uma reunião com representantes do Poder Público (Secretaria do Bem-Estar Social e Ação Comunitária, da Casa de Passagem, do CEAV- Centro de Atendimento as Vítimas de Crime, do CRAS- Centro de Referência de Assistência Social / PAIF Programa de Atenção Integral a Família, do CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social / Serviço Sentinela, do CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho Tutelar e do Setor Psicossocial da referida Vara), tendo como objetivo discutir o Regimento Interno da Casa de Passagem e levantar alternativas para o atendimento dos casos de uma criança e de um adolescente em situação de vulnerabilidade no Município. É neste encontro que nasce a Rede de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente de Santa Rita. (Figura 4)

Figura 4 - Surgimento da Rede A Rede de Proteção tem como finalidade assegurar o fortalecimento institucional das entidades, potencializando a exigibilidade dos Direitos, favorecendo a articulação e integração dos diversos atores do Sistema de Garantia de Direitos com vista à política de proteção integral de crianças, adolescentes e famílias. Os Princípios norteadores desta prática são: confiança, colaboração, parceria, construção coletiva, respeito, horizontalidade, intersetorialidade, autonomia, diálogo e negociação. A sistematização do trabalho em rede acontece por meio da colaboração de uma comissão gestora composta por 01 Assistente Social e 03 Psicólogas, do projeto intitulado Articulação em Rede: fortalecimento do Sistema de Garantias de direitos da criança e do adolescente do programa de extensão da UFPB e pelo trabalho das comissões de fortalecimento do CMDCA; do Diagnóstico; do projeto de articulação em rede. (Figura 5)

Figura 5 - Comissão Gestora da Rede de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente de Santa Rita As reuniões ordinárias da Rede de Proteção acontecem toda primeira sexta-feira de cada mês, no salão do Júri do Fórum local (Figura 6) Figura 6 - Reunião da Rede que acontece nas primeiras sextas- feiras de cada mês no Tribunal do Júri do Fórum de Santa Rita - PB Dentre as atividades desenvolvidas pela Rede de Proteção, no decorrer de um ano de atuação, está o fortalecimento do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), que através de uma comissão da Rede realizou um diagnóstico da situação real do Conselho, apontando as fragilidades que obstaculizavam o seu bom funcionamento. O resultado desse diagnóstico foi apresentado na reunião da Rede e todos colaboraram no sentido de propor alternativas para a resolução dos impasses. Outra atividade desenvolvida pela Rede foi colaborar com a organização e

realização da V Conferência dos Direitos da Criança e dos Adolescentes, através de uma comissão formada por parceiros da Rede. A Conferência foi preparada pela Comissão Organizadora, por profissionais do CRAS-PAIF, por e por um grupo de adolescentes. Os profissionais do CRAS-PAIF juntamente com o grupo de adolescentes prepararam as oficinas de trabalho e a condução dos trabalhos foi de competência dos adolescentes. Participaram da V Conferência 162 pessoas, sendo 25 crianças e adolescentes. Também foram eleitos 17 delegados (07 adolescentes e 10 adultos) para a Conferência Estadual e 04 delegados (01 adolescente e 03 adultos) para a Conferência Nacional. (Figura 7 e 8) Figura 7 - V Conferência Municipal dos Diretos da Criança e do Adolescente de Santa Rita PB Figura 8 - Comissão Organizadora da V Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Santa Rita PB

Atualmente a Rede de Proteção, juntamente com a Prefeitura Municipal, está empreendendo esforços no sentido de realizar um diagnóstico da situação de vulnerabilidade pessoal e social das crianças e adolescentes do município, em parceria com o IDEME, UFPB, Secretaria Municipal do Bem-estar Social e Ação Comunitária e REMAR. Os indicadores apontados na pesquisa irão subsidiar o CMDCA no tocante a elaboração do seu plano de ação e aplicação do FIA (Fundo da Infância e da Juventude). A Rede de Proteção Integral é formada por um conjunto de entidades Governamentais, não Governamentais, Conselhos Setoriais e Sistema de Justiça que trabalham de forma integrada, visando atender crianças, adolescentes e suas famílias. É composta por 44 parceiros: Instituições Governamentais: Sistema de Justiça: COINJU Coordenadoria da Infância e da Juventude - Tribunal de Justiça; Vara da Infância e da Juventude; Curadoria da Infância e da Juventude; 6ª Delegacia Distrital; 14ª Delegacia Distrital; 7º Batalhão de Policia Militar; Poder Executivo: Prefeitura Municipal de Santa Rita; Secretaria Municipal de Educação; Secretaria Municipal de Saúde; Secretaria Municipal de Turismo; Secretaria Municipal do Bem-Estar Social e Ação Comunitária; Secretaria Municipal de Comunicação; CRAS/PAIF Centro de Referência da Assistência Social/ Programa de Atenção Integral a Família; CREAS/Serviço Sentinela Centro de Referência Especializado da Assistência Social/ Serviço Sentinela; CEAV Centro de Atendimento a Vitimas de Violência; Casa de Passagem; Secretaria de Segurança Pública; Vigilância Sanitária; NASF Núcleo de Atenção Integrada da Saúde da Família; Núcleo de Produção de Mão-de-obra Aureliano O. Trindade; Conselhos Setoriais: CMDCA Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; Conselho Municipal de Assistência Social; Conselho Tutelar; Conselho Municipal de Educação; Movimentos Sociais/ONG s: Fórum da Juventude; USAC União das Associações Comunitárias; Pastoral do Menor - PAMEN Várzea Nova; REMAR; ACARDD Associação de Criatividade Artística e Desportiva de Deficientes da Paraíba; APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais; ASDERSI Associação de Defesa dos Direitos dos Portadores de Deficiência de Santa Rita; Associação Papa João XXIII/Projeto Famílias Acolhedoras; Associação Pro Dia Nascer Feliz; CAF Centro Apoio à Família Silvana Perini; Casa da Juventude Daniel Comboni; Casa dos Sonhos; CEDOR Centro de Defesa dos Direitos Humanos Oscar Romero; CEFEC/CECIF Centro

de Formação Educativo Comunitário; Centro Cultural Bajo Ayo; CESE Centro Social Eliasafe; Instituto Santa Rita; Instituto Alpargatas; LEC Lar Evangélico da Criança; ONG ECOAR Sociedade Ecológica de Santa Rita; OOPS! Observatório de Orçamento e Políticas Públicas de Santa Rita. Frente à complexidade de se fazer valer os direitos das crianças e adolescentes, a Rede de Proteção tem como desafios o enfrentamento à violação de direitos de crianças e adolescentes em situação de Drogadição; Violência sexual (abuso e exploração), Situação de moradia nas ruas; violência familiar; trabalho infantil; fortalecimento do CMDCA e Conselhos Tutelares (Diagnóstico e Plano de Ação); política pública e orçamento com recursos voltados para a criança/adolescente; protagonismo infanto-juvenil. REFERÊNCIAS: ACIOLI, S. Redes Sociais e Teoria Social: Revendo os Fundamentos do Conceito. Inf. Inf.: Londrina, 2007. Constituição Brasileira. Presidência da República: Brasília, 1988. Estatuto da Criança e do Adolescente. Presidência da República: Distrito Federal, 1990. Índice de Homicídios na Adolescência (IHA). PRVL - Programa de Redução da Violência Letal contra Adolescentes e Jovens. Observatório de Favelas; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF); Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ): Rio de Janeiro, 2009.

CONTATOS: Ana Cláudia Santana de Andrade Tavares Assistente Social do CREAS Santa Rita - PB Contatos -8894-9224 - anacress2365@hotmail.com Ana Luísa Costa de Melo Psicóloga da Vara da Infância e da Juventude de Santa Rita PB Contatos -8806-3735- aluisacmelo@gmail.com Carla Raquel Carmélio Cavalcanti Psicóloga do CRAS/PAIF - Santa Rita - PB Contatos - 8815-7905 - carlinharaquel@hotmail.com Luciane de Souza Borges Pontes Presidente do CMDCA e Psicóloga do CRAS/PAIF de Santa Rita PB Contatos - 8878-9905 - lucianesb@yahoo.com.br