MODIFICAÇÕES DA LINHA DE COSTA CAUSADOS PELA EXPANSÃO URBANA NA ILHA DE ITAMARACÁ DGEO/UFPE



Documentos relacionados
ANÁLISE MULTITEMPORAL DA LINHA DE COSTA ENTRE AS PRAIAS DO NORTE E DA AVENIDA - ILHÉUS -BA

Utilização de imagens satélites, fotografias aéreas, MDT s e MDE no estudo de processos costeiros Cabo Frio/RJ

Causas Naturais da Erosão Costeira

Geotecnologia aplicadas à análise histórica humana /intervenções urbanas e evolução da linha de costa

MINUTA DECRETO Nº, DE_ DE_ DE ALBERTO GOLDMAN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,

MÉTODO DE ANÁLISE DA VULNERABILIDADE COSTEIRA À EROSÃO

Supporting Information I

EVOLUÇÃO DA VULNERABILIDADE À EROSÃO DAS PRAIAS DA ILHA DE ITAMARACÁ PE, COMO SUBSÍDIO PARA UM MONITORAMENTO DA MORFOLOGIA PRAIAL.

Figura 7: Distribuição dos diferentes tipos de perfis localizados nos municípios do setor Sul do litoral catarinense.

USO DA TERRA E COBERTURA VEGETAL NA BACIA HIDROGRÁFICA DO XIDARINI NO MUNICÍPIO DE TEFÉ-AM.

A AMEAÇA QUE VEM DO MAR: A ÁREA DE RISCO DA PRAIA DE ATAFONA (RJ-BRASIL)

CRESCIMENTO URBANO E IMPACTOS AMBIENTAIS NA ZONA COSTEIRA DO MUNICÍPIO DE MARICÁ, RIO DE JANEIRO (RJ)

Morfologia do Perfil Praial, Sedimentologia e Evolução Histórica da Linha de Costa das Praias da Enseada do Itapocorói Santa Catarina

Universidade Federal de Pernambuco, Avenida Arquitetura S/N Cidade Universitária Recife (PE), CEP Recife, PE

Coordenador: Prof. Dr. Paolo Alfredini Professor Livre-Docente da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

ANDRADE, Manuel Correia de. Formação Histórica da Rede Urbana do Nordeste. Revista de História Municipal, Recife, v. 1, n. 1, p , jun

O CRESCIMENTO URBANO E OS IMPACTOS SÓCIOAMBIENTAIS NO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS:

Erosão costeira e a produção de sedimentos do Rio Capibaribe

Interferência entre a ocupação urbana e a dinâmica natural no Litoral Sul do Paraná 1

VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DAS ESTAÇÕES NO ESTADO DE SÃO PAULO PARA AS VARIAVEIS TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

CARACTERIZAÇÃO MORFODINÂMICA E GEOAMBIENTAL DAS PRAIAS DO POÇO E CAMBOINHA DO MUNICÍPIO DE CABEDELO - PB

As Intervenções de Defesa Costeira na Mitigação do Problema da Erosão

Potencial de Produção de Sedimentos e de Inundação da Sub-Bacia do Ribeirão Caveirinha Goiânia GO

USO DE IMAGENS GEOEYE PARA CARACTERIZAÇÃO DO COMPORTAMENTO DA LINHA COSTEIRA ESTUARINA DO MUNICÍPIO DE RIO GRANDE-RS, ENTRE OS ANOS DE 2004 E 2011

BALANÇO SEDIMENTAR: PRAIA DE MANAÍRA JOÃO PESSOA PB BALANÇO SEDIMENTAR: PRAIA DE MANAÍRA JOÃO PESSOA PB. Henrique, I.K.A. 1 ;

SERGIPE. Abílio Carlos da Silva P. Bittencourt CPGG - INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

Lagoa Urussanga Velha Lagoa Mãe Luzia

É a superfície coberta por água o que corresponde a 70% da mesma; Encontrada em: - Oceanos; - Mares; - Águas continentais (rios, lagos e geleiras);

Praias Antropizadas Conforme citado anteriormente, os perfis 1, 5, 7, 9 (Passo de Torres), 13, 14, (Balneário Gaivota), 19, 21, 24, 25, 27 (Balneário

Variações Granulométricas durante a Progradação da Barreira Costeira Holocênica no Trecho Atlântida Sul Rondinha Nova, RS

Mapeamento Costeiro. Métodos e técnicas para configurar espacialmente feições costeiras para interpretações geológicas e geomorfológicas

Descrição da área de estudo

IMPACTOS DE ATIVIDADES DE MINERAÇÃO NA DINÂMICA FLUVIAL DO RIO ARAQUÁ (SÃO PEDRO SP)

Resultados e Conteúdo

EROSÃO ACELERADA EM UMA CANAL URBANO ASSOCIADA À OCUPAÇÃO URBANA PERIFÉRICA NO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA> RESULTADOS PRELIMINARES.

A praia de Piratininga localiza-se na cidade de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Segundo Muehe (2001) esta praia pertence ao

DEFESA LITORÂNEA DA PRAIA 13 DE JULHO

DINÂMICA COSTEIRA NO EXTREMO SUL DA ILHA DE ITAMARACÁ PE

Anais III Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Aracaju/SE, 25 a 27 de outubro de 2006

EROSÃO COSTEIRA POR AÇÃO ANTRÓPICA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A HIDROSFERA. É a camada líquida da terra

LAGEMAR, UFF; 3 Depto. Engenharia Cartográfica, UERJ; 4 Depto. Geologia, UERJ. Depto. Geografia, UFF 2

MONITORAMENTO CARTOGRÁFICO DA LINHA DE COSTA AO SUL DA ILHA DE ITAMARACÁ

Souza, T.A. 1 ; Oliveira, R.C. 2 ;

ANÁLISE DO USO DO SOLO NAS APP S DO RIO SAGRADO (MORRETES/PR) E DE SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE FEIÇÕES FLUVIAIS DE DEPÓSITO

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E AS FORMAÇÕES VEGETAIS DO BRASIL. Módulo 46 Livro 2 páginas 211 a 216

Identificação e mapeamento das áreas vulneráveis da zona costeira de PE e os riscos potenciais decorrentes das alterações as mudanças climáticas!

GEOGRAFIA - 2 o ANO MÓDULO 64 OCEANIA

ESTUDO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS PROCEDENTES DO USO E OCUPAÇÃO DA ORLA MARITIMA DO MUNICIPIO DE PARIPUEIRA ALAGOAS

Programa de Gestión Urbana. Governador Valadares/MG/Brasil. Texto para Conferencia Eletrônica. Coordinación Regional para América Latina y El Caribe

Geologia para Ciências Biológicas

Atividade de Perfuração Marítima nos Blocos BM-PAMA-16 e BM-PAMA-17 Bacia do Pará - Maranhão

Synthesis Study of an Erosion Hot Spot, Ocean Beach, California. Patrick L. Barnard, Jeff E. Hansen, and Li H. Erikson

O CONHECIMENTO GEOLOGICO COMO FERRAMENTA DO MONITORAMENTO COSTEIRO E APOIO AO USO E OCUPAQAO DO LITORAL: ESTUDO DE CAS0 NO LITORAL DE SERGIPE, BRASIL

IMPACTOS AMBIENTAIS DECORRENTE DA EROSÃO COSTEIRA NA ORLA MARÍTIMA DA CIDADE DA BEIRA (MOÇAMBIQUE).

PROCESSOS OCEÂNICOS E A FISIOGRAFIA DOS FUNDOS MARINHOS

Vegetação Turismo Atividades Sócio-Econômicas e situação Ambiental Definição da Área de Estudo

Mudança da Linha de Costa à Médio Prazo das Praias do Pina e da Boa Viagem (Recife PE)

Hidráulica Marítima. Hidráulica Marítima (HM) ou Costeira ( Coastal Engineering ) :

Revista de Gestão Costeira Integrada / Journal of Integrated Coastal Zone Management, 16(X):XXX-XXX (2016)

praiais estuarino manguezais

RESUMO ABSTRACT 1 - INTRODUÇÃO

Fig Espinho. Paredão parabólico de Espinho que defende directamente a frente oceânica do núcleo urbano. (Foto A. Dias, 2.ABR.

Áreas críticas e de risco potencial à erosão costeira no Município de Maricá, Rio de Janeiro


EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA COSTEIRA DO LITORAL OESTE DE ICAPUÍ - CE EVOLUÇÃO DA MORFOLOGIA COSTEIRA DO LITORAL OESTE DE ICAPUÍ - CE

Planejamento e gestão ambiental: análise integrada da Praia de Canoa Quebrada em Aracati- Ce.

Material de apoio para o exame final

Anais XVII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, João Pessoa-PB, Brasil, 25 a 29 de abril de 2015, INPE

ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS NO LITORAL DE CAPONGA, CASCAVEL-CE

PROPOSTA DE COOPERAÇÃO

MITIGATION OF BEACH EROSION AFTER COASTAL ROAD CONSTRUCTION KIM, K. H.; YOO, H. S.; KOBAYASHI, N.

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

ANÁLISE DA LINHA DE COSTA ENTRE O RIO MACAÉ E O CANAL DAS FLECHAS (RJ) DE 1967 A 2007 POR MEIO DE FOTOGRAFIAS AÉREAS

1. Descrição da Cidade

Livro Interactivo 3D Permite Fazer Anotações e Imprimir. Dúvidas Mais Comuns GEO 11. Flipping Book.

Deltas de Maré Vazante e Erosão Costeira na Atalaia Velha e no Mosqueiro, Aracaju (SE) no período de 1965 a 2008

RESUMO. Palavras-chaves: Córrego, degradação, nascente.

Uso e recobrimento do solo no município de Ilha Comprida-SP no período de 1993 a 2010: influência da ação antrópica sobre a vegetação de restinga.

ANÁLISE DA DINÂMICA DO USO DA TERRA NO MUNICÍPIO DE BERTIOGA/SP

A QUESTÃO DA ÁGUA NO NORDESTE Meio Ambiente e Qualidade da Água

Cópia autorizada. II

NOVO MAPA NO BRASIL?

CAPÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Paloma Costa da SILVA Estudante do curso de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Supporting Information I

TÍTULO: ANÁLISE DE PARÂMETROS FÍSICOS E QUÍMICOS DA ÁGUA E SUA INFLUÊNCIA NA SOBREVIVÊNCIA DOS ORGANISMOS DA PRAIA PEREQUÊ-MIRIM UBATUBA-SP.

Tadeu Corrêa Pinheiro. Orientador: Prof. Dr. Gilberto Pessanha Ribeiro

ANÁLISE DA QUALIDADE AMBIENTAL PARA USO TURÍSTICO NO LAGO IGAPÓ DE LONDRINA/PR

Assunto: Função do 2º grau

Eixo Temático ET Gestão Ambiental ASPECTOS AMBIENTAIS URBANOS DAS METRÓPOLES BRASILEIRAS


Gestão da Linha de Costa do Brasil

GERAÇÃO DE CARTA DE USO DO SOLO DA ILHA DE ITAPESSOCA, GOIANA, PERNAMBUCO

Atividades de Recuperação Paralela de Geografia

XV COBREAP CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE AVALIAÇÕES E PERÍCIAS IBAPE/SP 2009

USO DO SENSORIAMENTO REMOTO NO ESTUDO DA GEOMORFOLOGIA COSTEIRA: EXEMPLO DO PONTAL DO DEPREC, RG, RS

Transcrição:

MODIFICAÇÕES DA LINHA DE COSTA CAUSADOS PELA EXPANSÃO URBANA NA ILHA DE ITAMARACÁ Maria Zilene C. Morais 1 ; Mário Lima Filho 2. 1 Mestrado em Gestão Políticas Ambientais/Dept. Geografia ; 2 DGEO/UFPE RESUMO O uso sornado do solo, principalm nas áreas costeiras, motivado pela expansão urbana acelerada nas últimas décadas, vem mostrando a inexistência uma relação Homem-Natureza equilibrada e uma atuação eficaz dos administradores públicos. Diante disso, procurou-se analisar o uso e ocupação da zona costeira do Município Itamaracá bem como o grau senvolvimento urbano e sua relação com os níveis erosão na linha costa, afim dar subsídios à gestão ambiental em áreas costeiras.para tanto, foi realizada inicialm pesquisa bibliográfica e cartográfica. Em seguida, foi confeccionado o Mapa Uso e Ocupação do Solo da Zona Costeira Itamaracá, utilizando-se a Imagem Satélite SPOT-1998 (Engesat), pesquisa campo e fotografias aéreas (1996), o que u subsídios para aplicação do Grau Desenvolvimento Urbano (GDU). Para senvolver essa metodologia dividiu-se a Zona Costeira do Município Itamaracá por praias, facilitando, assim, a análise cada trecho, diferenciado pela variação na linha costa nas mesmas. O resultado dos estudos foi expresso no mapa Uso e Ocupação do Solo da Zona Costeira Itamaracá, em três bandas: Banda 1- Grau Desenvolvimento Urbano, Banda 2 Situação Linha Costa e Banda 3- Presença, ou não, Medidas Contenção.Tais resultados mostram que 20 da zona costeira apresenta GDU alto, 49 com GDU baixo e 31 intermediário.a situação linha costa apresenta-se 27 intensam erodida, 3,8 erodida e 69,2 estável. As medidas proteção ocorre em 30 do litoral.associando-se a estes estudos foi analisado a variação linha costa nos períodos 1974, 1988 e 1998, o que mostra uma variação acentuada da linha costa, nos trechos entre as praias Forte Orange e São Paulo e entre a foz do rio Jaguaribe e a praia do Fortim. ABSTRACT The wrong use of the coastal earth, mainly due to a fast urban extension in the last ca has shown that there is no relation man-nature in equilibrium, or a strong action from the public managers. Then, the use and occupation of the coastal zone of Itamaracá Isle, as well as the gree of urban velopment and its relation with the levels of the coastal line erosion, were analysed in orr to give support to the environment managing in coastal areas. First, we started with a survey in the literature and cartographic research. Secondly, a map for use and earth occupation of the coastal zone of Itamaracá, utilizing the satellite image SPOT 1998 (Engesat), outsi research and air photos (1996), gave support to apply the gree of urban velopment. To velop this methodology, the coastal zone of Itamaracá was divid in several beaches.the results of our studies were expressed in a use and occupation of the earth map for the coastal zone of Itamaracá in 3 bands: Band 1- gree of urban velopment, Band 2 situation of the coastal line and, Band 3 - existence or not of maintenance measures. The results heve show that 20 of the coastal zone present a high gree of urban velopment, 31 with a low urban velopment gree and 49 with an intermediate urban velopment gree. The coastal line situation his 27 highly erod; 3,8 erod and 69,2 stable. Protecting measures occur in 30 of the cost. The coastal line was analysed in 1974, 1988 and 1998 and the analysis has show a big change in the coastal line between Forte Orange and São Paulo beaches and, between the Jaguaribe river and Fortim beaches. INTRODUÇÃO A ilha Itamaracá, cujo município é integrante da Região Metropolitana do Recife Figura 1, teve seu primeiro núcleo populacional formado às margens do Canal Santa Cruz. Com a fundação dos Engenhos Amparo, São João, Cumati, Macaxeira e Queimada, abertura estradas, etc, o aglomerado passou à condição vila, sendo chamado Vila Velha, atualm consirado sítio histórico. A atual se do município da Itamaracá está situada no Pilar, on os pescadores encontravam facilida em ixar, ali, suas embarcações. Também, pela inexistência irregularidas topográficas na área, tornou-se uma das áreas mais urbanizadas da ilha. A ilha Itamaracá encontra-se submetida a uma forte dinâmica do processo uso e ocupação do solo, pelas atividas urbanas e rurais, tendo um importante papel no senvolvimento sócio-econômico da região. Na zona costeira, as atividas urbanas predominam sobre as rurais e o movimento turístico motivou a ocupação extensas áreas por loteamentos voltados ao lazer, sendo este o principal indutor da urbanização. Dentre as atividas urbanas e rurais exists na zona costeira da Ilha Itamaracá, o turismo, a pesca, a extração mineral, o comércio e prestação serviços pom ser consiradas as principais. Por sua vez, a faixa costeira Itamaracá tem apresentado problemas ambientais relacionados principalm com a expansão urbana sornada (ocupação da faixa praia úmida com a implantação loteamentos), atividas turísticas, pesca, poluição dos recursos hídricos (lixo, esgoto etc), ocupação áreas mananciais abastecimento e ocupação áreas recarga. EVOLUÇÃO URBANA A procura por loteamentos próximos à zona costeira, amplia as áreas já smatadas e direciona a ocupação urbana a áreas ainda pouco povoadas. As atividas subsistência, com baixo impacto sobre o meio ambi,

foram substituídas por intenso processo urbanização turística, causando a poluição das águas da zona costeira. A ocupação urbana, principalm relacionada ao turismo, ocorre ao longo da orla marítima, criando um eixo urbanização paralelo à costa. A ilha, vido a sua forte característica área turística, como já mencionado, apresenta um processo ocupação da zona costeira com muitas residências veraneio. Essa ocupação vem ocorrendo com muita rapiz e forma sornada, o que vem causando problemas como erosão e sedimentação em muitos trechos das praias. A figura 2 mostra a evolução urbana entre 1974, 1988 e 1998, on se notam o avanço na ocupação da faixa costeira da ilha, principalm na área do Pilar, Jaguaribe, Forno da Cal e São Paulo. O extremo norte da ilha, apesar do aumento no número loteamentos e residências, ainda não tem uma nsida comparada com a das áreas ao sul do rio Jaguaribe. CÁLCULO DOS ÍNDICES DO GRAU DE DESENVOLVIMENTO URBANO Na confecção do mapa uso e ocupação do solo, procurou-se quantificar o grau senvolvimento urbano (GDU), intificar a situação da linha costa, bem como a presença ou não medidas proteção. Para tanto, utilizou-se a metodologia utilizada por Esteves & Finkl Jr. (1998), cujo estudos foram senvolvidos para as praias da Flórida-USA e adaptados para o nosso litoral. Este método consiste em calcular a área da zona costeira que vai da linha preamar até 500m em direção ao contin. Em seguida calcula-se a área ocupação urbana. Se a mesma for maior que 60, tem-se um GDU alto, se a área ocupada estiver entre 30 à 60 o GDU é consirado intermediário, e por fim, se a área ocupada for menor que 30, então o GDU é consirado baixo. No entanto, neste trabalho, sconsirou-se o valor 500m da metodologia Estevez e Finkl Jr. (1998), por ser a zona costeira em que foi aplicada esta metodologia difer da nossa zona costeira e, também por essa medida não abranger toda a nossa área estudo. Portanto, a área calculada para o GDU, situa-se entre a linha preamar, até a cota 10m altitu, on iniciam-se as falésias da Formação Barreiras. A situação da linha costa foi finida com base nos termos sugeridos por Esteves e Finkl Jr. (1998), adotandose o critério do grau avanço da linha costa, observado em campo e análise imagens satélitais. Assim, a linha costa foi classificada em: erodida, Erodida e, corresponndo, respectivam, aos trechos com alta (ausência póspraia, estirâncio reduzido e forte presença estruturas proteção), média ( a praia apresenta frágil estabilida ou ligeira tendência erosiva) e baixa vulnerabilida (praia com tendência a progradação, pós-praia e estirâncio bem senvolvidos e ausência obras contenção) - (Martins 1997). O outro critério utilizado foi a verificação medidas proteção do litoral (enrocamentos, troncos, muros, rampas), através pesquisa campo. O litoral da Ilha Itamaracá foi dividido em praias, para facilitar o seu estudo, totalizando 16.550 metros linha costa. A tabela 1 mostra a área urbanizada e a percentagem urbanização da zona costeira cada praia. Esses cálculos foram realizados a partir da digitalização do mapa uso e ocupação do solo da zona costeira Itamaracá, cujo resultado relaciona-se diretam com o GDU. Os limites das praias foram retiradas das ortofotocartas na escala 1/10.000 (FIDEM, 1988). Para efeito ste estudo a praia do Âmbar foi incluída na praia Forno da Cal e a praia da Baixa Ver, foi incluída na praia do Pilar. A Tabela 2 também indica a classificação das praias em cada um dos parâmetros utilizados: GDU, situação linha costa e medidas proteção. Tabela 1-Extensão e Área Urbanizada Por da Ilha Itamaracá. Área em m 2 Área urbanizada ( ) GDU Forte Orange 1.239.969 16 Baixo São Paulo 1.284.320 54 Intermediário Forno da Cal 2.115.665 42 Intermediário Pilar 1.513.214 62 Alto Jaguaribe 520.131 72 Alto Sossego 1.445.816 6 Baixo Enseada dos Golfinhos 1.454.934 14 Baixo Fortim 618.620 19 Baixo

Grau Desenvo lviment o Urbano Alto Interme diário Baixo Situação da Linha Costa Medidas Proteção II Congresso sobre Planejamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países Expressão Portuguesa Tabela 2-Definição dos Parâmetros Usados para as praias da Ilha Itamaracá do Forte Orange São Paulo Forno da Cal do Pilar Jaguaribe do Sossego Enseada dos Golfinho do Fortim 49 7 do Litoral 11 15 3 9 0,8 31 85 9,2 100 42 20 58 11 100 100 100 100 49 De acordo com os dados da Tabela 2, as praias que sofrem maior impacto ambiental pela ocupação da zona costeira são as São Paulo, Forno da Cal e Pilar. O avanço do mar sobre a praia São Paulo corre provavelm das mudanças corrs provocadas pela existência um banco areia formado na direção sul para norte (foto 1), uma vez que a praia do Forte Orange, anterior a esta, encontra-se estável. Esse banco, na maré seca, fica totalm emerso, pondo se caminhar sobre ele. Sua formação corre da presença da Coroa do Avião, fato mencionado por Martins (1997), porém seu trabalho não relacionou o crescimento da Coroa do Avião com a erosão na praia São Paulo, o que foi tectado neste trabalho. As edificações neste trecho estão sendo struídas pela ação das ondas e as medidas proteção utilizadas para conter o avanço do mar, agravam mais ainda este processo. A erosão na praia São Paulo avançou para a praia Forno da Cal que se agravou com as construções sobre a zona berma. Essas duas praias apresentam GDU Intermediário, porém no limite classe alto. Deve-se consirar a proximida das falésias em um trecho da praia Forno da Cal, on não se recomendam construções. A praia do Pilar apresenta-se inicialm estável, porém as construções exists na zona berma e estirâncio sencaiam um processo erosivo levando essa praia a uma gradação total. Essas três praias possuem uma ocupação urbana totalm sornada, o que po afirmar uma intervenção totalm antropica na variação sua linha costa. A praia Jaguaribe, com 72 sua área ocupada, ou seja GDU alto apresenta-se estável em sua maioria. À proximida com o rio Jaguaribe ajuda no processo sedimentação ssa área, pois o rio funciona como um molhe natural impedindo o transporte dos sedimentos. As praias ao norte da ilha (Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim) apresentam-se estáveis e com um baixo GDU. Ao sul, a praia do Forte Orange apresenta-se estável e com GDU baixo. Em toda a zona costeira Itamaracá a ocupação urbana ultrapassa a faixa ver 100m medidos a partir da linha preamar média atual para o início da área a ser loteada das glebas situadas a beira mar, terminada pelo Projeto Lei nº 674/88, cap. III, art.21. CONCLUSÃO Entre as diversas formas uso e ocupação do solo da zona costeira Itamaracá, a expansão urbana forma sornada é a que vem causando maiores impactos ambientais, alterando consiravelm a linha costa, influenciando também na balneabilida das praias. Através do cálculo do Grau Desenvolvimento Urbano (GDU), pô-se mensurar o grau ocupação cada praia e constatou-se que as praias com o GDU baixo, Sossego, Enseada dos Golfinhos e Fortim, localizadas ao norte da foz do rio Jaguaribe, encontram-se com sua situação linha costa estável, à exceção do trecho entre a praia do Sossego e Enseada dos Golfinhos, on encontram-se casas construídas na zona estirâncio, sencaando processos erosivos localizados. Ao sul da ilha, a praia do Forte Orange também apresenta um GDU baixo. Esses trechos representam 49 do litoral Itamaracá com GDU baixo e 69,2 com linha costa estável e sem medidas contenção. As praias com um GDU intermediário e alto, encontram-se com um quadro gradação ambiental mais acentuado, como as praias São Paulo, Forno da Cal e Pilar, à exceção da praia Jaguaribe, que tem um GDU alto e apresenta-se estável. Esses trechos representam 20 do litoral com GDU alto e 31 com

GDU intermediário, uma linha costa com 27 intensam erodida e 3,8 erodida e, ainda, 30 com medidas conteção e 0,8 ssas praias sem medidas contenção Tabela 3. Tabela 2 - Percentual Total dos Parâmetros Litoral Itamaracá GDU Situação Linha Costa Alto Baixo Intermediário 20 49 31 27-3 0,8-69,2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ESTEVES, Luciana e FINKL Jnr., Charles W. The problem of critically erod areas (CEA): in evaluation of Florida Beaches. Journal of coastal research,... n.26, p.11-17, 1998. MARTINS, Marcos Henrique Abreu. Caracterização morfodinâmica do litoral da ilha Itamaracá PE, Dissertação (Mestrado em Geociências). Centro Tecnologia e Geociências. Universida Feral Pernambuco, 1997, 111p. MARQUÉS. M. A & JULIÁ, R. Geomorphological Mapping of Mediterranean Coastal Features, Northeast Spain. In: Jorn. of Coastal Research, 1987 3 (1):24 36.