Departamento de Desenvolvimento Profissional CONTABILIDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS - ONGS

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Transcrição:

Departamento de Desenvolvimento Profissional CONTABILIDADE PARA ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS - ONGS Prof. Luis Antonio B Rangel luisantoniobrangel@ig.com.br Rio de Janeiro Julho de 2015 Rua 1º de Março, 33 Centro Rio de Janeiro/RJ Cep: 20.010-000 Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 cursos@crcrj.org.br www.crc.org.br

SUMÁRIO 1. Introdução 2. Aspectos Legais 2.1 Constituição e Legalização da Entidades Sem Finalidade de Lucro. 2.1.1 Natureza Jurídica 2.1.2 Associação 2.1.3 Fundação 2.1.4 Organizações Religiosas 2.1.5 Partidos Políticos 2.1.6 Registro civil da Ata de criação e do Estatuto das Entidades do 3 Setor 2.2 Benefícios concedidos pelo Poder Público às entidades de interesse social 2.2.1 Titulações e Certificações 2.2.2 Título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) 2.2.3 Título de Organização Social (OS) 2.2.4 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) 2.2.5 Título de Utilidade Pública Federal (UPF) 2.3 Imunidades e Isenções 2.3.1 Imunidade tributária 2.3.2 Isenções tributárias 2.3.3 Contribuições Sociais alcançadas pela isenção 2.4 Obrigações acessórias das Entidades do 3 Setor 2.4.1 Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) 2.4.2 Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) 2.4.3 Escrituração Fiscal Digital Contribuições (EFD Contribuições) 2.4.4 Declaração de Informações Econômico-Fiscal da Pessoa Jurídica (DIPJ) 2.4.5 GFIP/SEFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a Previdência 2.4.6 Escrituração Contábil Digital (ECD) 2.4.7 Exercícios 3. Aspectos Contábeis. 3.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicada ao 3 Setor (Res. CFC 1.409/12) 3.2 Escrituração Contábil 3.2.1 Mensuração e Reconhecimento Contábil das Receitas de Doações 3.2.2 Trabalho Voluntário utilizado como investimento 3.2.3 Trabalho Voluntário utilizado como custeio 3.2.4 Reconhecimento das imunidades e isenções 3.2.5 Receita de Convênios e Contrapartidas de Convênios 3.2.6 Reconhecimento da gratuidade 3.3 Demonstrações Contábeis

3.3.1 Finalidade das Demonstrações Contábeis 3.3.2 Regime de Competência 3.3.3 Pressuposto da Continuidade Normal das Operações 3.3.4 Modelos de Demonstrações Contábeis ( Res. 1.409/12 ) 3.3.4.1 Balaço Patrimonial 3.3.4.2 Demonstração do Resultado do Período 3.3.4.3 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 3.3.4.4 Demonstração dos Fluxos de Caixa 3.3.5 Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis 4. Exercícios 5. Anexos 6. Referências

Introdução. Impulsionada pelos Movimentos Sociais a década de 1980 foi marcada pelo crescimento significativo das Entidades do Terceiro Setor, notabilizada pelo segmento das Organizações Sociais atuante em áreas específica como: meio ambiente, pobreza, discriminação racial, entre outras. O meio ambiente dominou a pauta dos debates na sociedade, sobretudo, os temas versando sobre biodiversidade, preservação das espécies, despoluição do ar, etc. Neste cenário realizou-se a ECO-92, vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, em Estocolmo Suécia. No Rio de Janeiro, representantes de cento e oito países do mundo reuniram-se para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. A intenção, nesse encontro, era introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento econômico menos consumista e mais adequado ao equilíbrio ecológico. Dentre os resultados da Conferência aparece o crescimento de fundos internacionais para apoio às ONG. No Brasil, o termo ONG não está contemplado na nossa legislação, sendo mais usado termos como Organização da Sociedade Civil, Terceiro Setor ou Entidade sem fim lucrativo. Estas Instituições são constituídas com a natureza jurídica de Associações, Fundações, Partidos Políticos e Instituições Religiosas. Segundo Estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA em parceria com a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais - Abong e o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas GIFE existiam no Brasil em 2010, 290,7 mil Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos - Fasfil. Sua importância é revelada pelo fato de este grupo de instituições representar mais da metade (52,2%) do total de 556,8 mil entidades sem fins lucrativos e uma parcela significativa (5,2%) do total de 5,6 milhões de entidades públicas e privadas, lucrativas e não lucrativas, que compunham o Cadastro Central de Empresas - Cempre, do IBGE neste mesmo ano. No nosso curso vamos fazer uma abordagem das Entidades do Terceiro setor sob dois aspectos: O legal e o contábil. No primeiro, trataremos de questões como constituição, benefícios concedidos pelo Poder públicos, Imunidades e Isenções e obrigações acessórias; no segundo será a vez de abordarmos as Normas Brasileiras de Contabilidade, Escrituração e Demonstrações Contábeis. Não temos a pretensão de esgotar o assunto, contudo, esperamos contribuir para o aprofundamento do conhecimento das Entidades com compõem o Terceiro Setor.

2. Aspectos Legais. Delimitando o campo de aplicação da Contabilidade do Terceiro setor, podemos definir como sendo o das pessoas jurídicas que não tem objetivo de lucro. Neste sentido, o quadro abaixo mostra as pessoas jurídicas existente no Brasil de acordo com a Lei 10.406 de 2002, nosso Código Civil. Interno: União, Estados, Distrito Federal, Municípios, Autarquias e demais Entidades de caráter público criadas por Lei. Direito Público Externo: Estados estrangeiros e toda pessoa Jurídica regida pelo Direito Público Internacional 1 Setor Pessoa Jurídica Associações Fundações Organizações Religiosas Partidos Políticos 3 Setor Direito Privado Sociedades Empresarias Limitada Anônima Nome coletivo Comandita Simples Comandita Por ações Não Empresárias Sociedade Simples Sociedades Cooperativas 2 Setor

2.1 Constituição e Legalização das Entidades Sem Finalidade de Lucro. As Entidades Sem Finalidades de Lucro se constituem de fato e de direito a partir dos registros dos seus atos constitutivos nos órgãos competentes. Compõem os atos constitutivos das Entidades do terceiro setor. Associação: o Ata da Assembleia de Fundação o Estatuto aprovado pela Assembleia de Fundação Fundação. o Escritura pública ou testamento o Estatuto Organizações Religiosas: o Ata da Assembleia de Fundação o Estatuto aprovado pela Assembleia de Fundação Partidos Políticos: o Requerimento do registro de partido político, dirigido ao cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas, da Capital Federal, devendo ser subscrito pelos seus fundadores, em número nunca inferior a cento e um, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos Estados, e será acompanhado de: o I - cópia autêntica da ata da reunião de fundação do partido; o II - exemplares do Diário Oficial que publicou, no seu inteiro teor, o programa e o estatuto; o III - relação de todos os fundadores com o nome completo, naturalidade, número do título eleitoral com a Zona, Seção, Município e Estado, profissão e endereço da residência.

2.1.1 Natureza Jurídica De acordo com os incisos I, III, IV e V do Art. 44 da Lei 10.406 de 2002, Código Civil a Natureza Jurídica das Entidades do terceiro se apresenta: Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I as associações; ------------------------------------------------------------------------------------------------ III as fundações. IV as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003); V os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003). 2.1.2 Associação É uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de necessidades e objetivos comuns, sem finalidade de lucro. Sua constituição permite a construção de melhores condições do que aquelas que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. Segundo o Art. 53 do CCB Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. ASSOCIATIVISMO. As associações assumem os princípios de uma doutrina que se chama associativismo e que expressa a crença de que juntos pode-se encontrar soluções melhores para os conflitos que a vida em sociedade apresenta. Esses princípios são reconhecidos no mundo todo e embasam as várias formas que as associações podem assumir: OSCIP, cooperativas, sindicatos, organizações sociais, rede de empresas e clubes. O que diferenciará a forma jurídica de cada tipo de associação são basicamente os objetivos que se pretende alcançar. Os princípios do associativismo reconhecidos em praticamente todo o mundo são: Princípio da adesão voluntária e livre As associações são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a usar seus serviços e dispostas a aceitar as responsabilidades de sócio, sem discriminação social, racial, política, religiosa e de gênero. Princípio da gestão democrática pelos sócios As associações são organizações democráticas, controladas por seus associados, que participam ativamente no estabelecimento de suas políticas e na tomada de decisões. Homens e mulheres eleitos como representantes são responsáveis para com os associados. Princípio da participação econômica dos sócios Os sócios contribuem de forma equitativa e controlam democraticamente as suas associações. Os sócios destinam eventual superávit para os seus objetivos por meio de deliberação em assembleia geral.

Princípio da autonomia e independência As associações são organizações autônomas de ajuda mútua, controladas por seus associados. Entrando em acordo operacional com outras entidades, inclusive governamentais, ou recebendo capital de origem externa, devem fazê-lo de forma a preservar seu controle democrático pelos sócios e manter sua autonomia. Princípio da educação, formação e informação As associações devem proporcionar educação e formação aos sócios, dirigentes eleitos e administradores, de modo a contribuir efetivamente para o seu desenvolvimento. Eles deverão informar o público em geral, particularmente os jovens e os líderes formadores de opinião, sobre a natureza e os benefícios da cooperação. Princípio da interação As associações atendem a seus associados mais efetivamente e fortalecem o movimento associativista trabalhando juntas, por meio de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais. Princípio do interesse pela comunidade As associações trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades, municípios, regiões, estados e país por meio de políticas aprovadas por seus membros. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. De modo geral as associações caracterizam-se por: Reunião de duas ou mais pessoas para a realização de objetivos comuns (lembrando que a lei não define o número legal para criar uma associação); Seu patrimônio é constituído pela contribuição dos associados ou de seus membros, por doações, subvenções. Não possui capital social, por isso dificulta a obtenção de financiamento junto às instituições financeiras; Seus fins podem ser alterados pelos associados; Seus associados deliberam livremente; São entidades do direito privado e não público. CONSTITUIÇÃO. Passos para constituição de uma Associação. 1 assembleia geral de Fundação da organização; 2 aprovação dos estatutos; 3 eleição dos membros da diretoria; 4 posse dos membros da diretoria; 5 lavratura das atas de reuniões; 6 registro dos atos constitutivos. DISSOLUÇÃO De acordo com o Art. 61 do Código Civil a dissolução de uma Associação deve estar expressa no seu Estatuto.

Ainda, neste mesmo Artigo, está previsto a possibilidade de restituição dos valores das contribuições prestadas ao patrimônio da Associação. Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. 1º Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. 2.1.3 Fundação. São organizações sem fins lucrativos, que podem ser públicas ou privadas. Instituídas a partir da destinação de um patrimônio com a finalidade de servir a uma causa, podendo constituir-se para fins de: atividades religiosas; cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artísticos; educação; saúde; segurança alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnico científicos; e a promoção da ética, da cidadania da democracia e dos direitos humanos. Não é necessária a reunião de várias pessoas para constituí-la, como nas das associações. No caso das fundações públicas estas são entidades de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, criadas por autorização legislativa para o desenvolvimento de atividades de interesse público (educação, cultura e pesquisa, entre outras). Vamos abordar somente as fundações privadas. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. De modo geral as Fundações caracterizam-se por: Patrimônio disponibilizado por um instituidor; Fins definidos pelo Único do Art.62 do Código Civil; Não se forma pela associação de pessoas físicas, nasce em virtude da dotação de um patrimônio inicial, o qual servirá para prestar serviços de interesse coletivo ou social; Pode assumir personalidade jurídica de direito Público ou Privado; e Controlada e fiscalizada pelo Ministério Público CONSTITUIÇÃO. Passos para constituição de uma Fundação.

1. o instituidor e/ou instituidores, designando os bens patrimoniais, elaborará o estatuto e o submeterá ao Ministério Público (Curador de Fundações) que, após analise aprovará ou não a instituição, bem como indicará modificações estatutárias, se necessário; 2. autorizado pelo Ministério Público, o instituidor e/ou instituidores providenciará a lavratura da escritura; 3. após a lavratura da escritura de constituição da fundação, esta será registrada perante Cartório de Registro de Pessoa Jurídica, atribuindo-lhe, então, a personalidade jurídica. DISSOLUÇÃO Os artigos 69 do Código Civil e 1.204 do Código de Processo Civil enumeram as hipóteses de dissolução da Fundação, a saber: a) quando a finalidade da fundação tornar-se ilícita, impossível ou inútil; b)quando vencer o prazo de sua existência; c)quando for impossível sua manutenção. Ocorrendo uma destas hipóteses, portanto, o Ministério Público ou qualquer interessado promoverá a extinção da fundação. Da interpretação destes dispositivos legais podemos concluir que qualquer interessado e também o Ministério Público podem requerer a extinção da fundação, que se dar pela via judicial ou administrativa. O Estatuto também deve prever a destinação dos bens quando da extinção da fundação, consignando o nome da instituição, com fins iguais ou semelhantes, na qual serão incorporados. Não havendo previsão estatutária, se a extinção ocorrer pela via judiciária, ficará a cargo do juiz decidir; se ocorrer pela via administrativa, caberá a escolha ao Ministério Público. É importante que conste do Estatuto a responsabilidade por realizar o registro da extinção da fundação no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, para que produza seus efeitos perante terceiros. 2.1.4 Organizações Religiosas A lei l0.825 de 22 de dezembro de 2003 deu nova redação aos Art. 44 da lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Código Civil, introduzindo o Inciso IV as organizações religiosas, definindo-a como pessoas jurídicas de direito privado. PRICIPAIS CARACTERÍSTIAS Organização religiosas é uma forma associativa que agrega pessoas que professam as mesmas convicções religiosas. De modo geral as organizações religiosas caracteriza-se por: Reunião de pessoas que professam e se dedicam na vivência de uma religião, de uma crença, de uma espiritualidade e através da meditação, da oração e de outras práticas próprias e peculiares segundo a opção pessoal e individual das pessoas;

Patrimônio é constituído pela contribuição dos associados ou de seus membros, por doações, dízimos e ofertas. Não possui capital social, por isso dificulta a obtenção de financiamento junto às instituições financeiras; Seus associados deliberam livremente; e São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. CONSTITUIÇÃO As organizações religiosas são associações de pessoas que processam as mesmas convicções religiosas, portanto, sua constituição segue os mesmos passos da associação, ou seja: Assembleia geral de Fundação da organização religiosa; Aprovação do Estatuto; Eleição dos membros da diretoria; Posse dos membros eleitos; Lavratura da ata de fundação; e Registro dos atos constitutivos. ESTATUTO Na elaboração do ato constitutivo, a organização religiosa tem ampla liberdade para estabelecer os objetivos, a estrutura administrativa, as regras de funcionamento e outros aspectos inerentes ao modo de ser da Instituição. Deste modo o estatuto das organizações religiosas além de conter as cláusulas exigidas nas associações ( Art. 54 do Código Civil), pode mencionar, ainda, a sua liturgia. DISSOLUÇÃO De acordo como o Inciso VI do Art. 54 do Código Civil, sob pena de nulidade o Estatuto das Associações deverá conter as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. 2.1.5 Partidos Políticos O inciso V do Art. 44 da lei 10.406 de 2002 Código Civil introduzida pela Lei 10.825 de 2003 define Partido Político como pessoa jurídica de direito privado. Já o parágrafo 1º do art. 17 da Constituição Federal de 1988 e o artigo 3º da Lei nº 9.096/95 introduzem no ordenamento jurídico nacional a autonomia que é assegurada ao partido político para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS O partido político é uma associação de pessoas, todas com iguais direitos e deveres, que comungam do mesmo ideário político, caracterizando-se por:

Tem a pretensão de alcançar o poder político, ou influenciá-lo tanto quanto possível, para que o Estado possa ser conduzido em consonância com esse ideário; Vedação a criação de partidos Regionais; Autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento; Assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os valores fundamentais da pessoa humana; Na falta da lei, estabelece limites de campanhas para seus candidatos. CONSTITUIÇÃO Faz-se muita confusão quando o tema é a criação de partidos políticos. Alguns, equivocadamente, pensam que o partido é criado a partir do registro do seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral. Todavia, a finalidade do registro do estatuto do partido junto ao TSE, não é apenas sua criação. É preciso separar três coisas: Fundação do partido; Aquisição de personalidade jurídica; Aquisição de direitos próprios de partidos políticos. A criação (ou fundação) do partido ocorre com a reunião de fundação do partido e a confecção da ata correspondente (Lei nº 9.096/95, art. 8º, I). A aquisição de personalidade jurídica pelo partido ocorre com o registro do seu ato constitutivo (estatuto) no Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Capital Federal (Código Civil, art.45 e Lei nº 9.096/96, art. 7º,caput e art. 8º, 3º). A aquisição de direitos próprios de partido político ocorre com o deferimento do registro do seu estatuto no TSE: direito de participar do processo eleitoral; de ter acesso gratuito ao rádio e à televisão; de receber quotas do fundo partidário; de gozar das imunidades tributárias dos partidos políticos;e de ter exclusividade sobre o uso do nome e símbolos partidários (Lei nº 9.096/95, art. 7º, 2º e 3º). ESTATUTO O estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre: I nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal; II filiação e desligamento de seus membros; III direitos e deveres dos filiados; IV modo como se organiza e administra, com a definição de sua estrutura geral e identificação, composição e competências dos órgãos

partidários nos níveis municipal, estadual e nacional, duração dos mandatos e processo de eleição dos seus membros; V fidelidade e disciplina partidárias, processo para apuração das infrações e aplicação das penalidades, assegurado amplo direito de defesa; VI condições e forma de escolha de seus candidatos a cargos e funções eletivas; VII finanças e contabilidade, estabelecendo, inclusive, normas que os habilitem a apurar as quantias que os seus candidatos possam despender com a própria eleição, que fixem os limites das contribuições dos filiados e definam as diversas fontes de receita do partido, além daquelas previstas nesta Lei; VIII critérios de distribuição dos recursos do Fundo Partidário entre os órgãos de nível municipal, estadual e nacional que compõem o partido; IX procedimento de reforma do programa e do estatuto. Art. 15 da lei 9.096 de 19 de setembro de 1995. DISSOLUÇÃO O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado: I ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; II estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros; III não ter prestado, nos termos da Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral; e IV que mantém organização paramilitar. A decisão judicial a que se refere este artigo deve ser precedida de processo regular, que assegure ampla defesa. O processo de cancelamento é iniciado pelo Tribunal à vista de denúncia de qualquer eleitor, de representante de partido, ou de representação do Procurador-Geral Eleitoral. Art. 28 da Lei 9.096/95 2.1.6 Registro civil da Ata de criação e do Estatuto das Entidades do 3 Setor. ASSOCIAÇÃO. O registro dos atos constitutivos de uma Associação é feito no Cartório de Registro de Pessoa Jurídica, da seguinte forma: Requerimento assinado pelo Presidente ou procurador (procuração especifica para RCPJ), com firma reconhecida; Tamanho mínimo de fonte em documentos digitados (11pt); A Ata da Assembleia de Fundação deve conter: o Aprovação do estatuto e da criação da associação;

o Relação dos Fundadores com identidade e CPF, assinaturas do Presidente e Secretário da Assembleia de Fundação e mesma data da ata; o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em todas as páginas e suas assinaturas na última página; o Eleição da diretoria com qualificação completa: cargo, nome, estado civil, nacionalidade, profissão, CPF, identidade, endereço. o Declaração do(s) administrador(es), firmada sob as penas da lei, de não estar(em) impedido(s) de exercer(em a administração da associação, em virtude de condenação criminal. O(s) mesmo(s) deve(m) assinar, a ata com o presidente e o secretário da assembleia, OU fazer declaração avulsa, assinada pelo Presidente e Vice-presidente da Diretoria.(Res.02/2006 CGJ). Se a qualificação for feita em folhas avulsas: Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em todas as páginas e suas assinaturas na última página; Mesma data da Assembleia de Fundação na última página; o O Estatuto deve conter: o Visto do advogado, com o número da OAB - somente na última folha; o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em todas as páginas; o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página; o Assinaturas do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação na última página o Classificar como "Associação Civil". o Artigos que tratem dos seguintes assuntos: o Endereço completo da sede; o Prazo de duração da associação; o Admissão, demissão, exclusão de associados; o Direitos e deveres dos associados; o Atribuições de todos os diretores; o Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativo e administrativo; o Prazo de mandato de todos os órgãos; o Fontes de recursos; o Forma de gestão administrativa e de Aprovação das respectivas contas; o Forma de dissolução; o Destino do patrimônio, em caso de dissolução (entidade de fins não econômicos); o Incluir na competência da Assembleia Geral os assuntos abaixo, definindo o quorum exigido: o Destituir administradores o Alterar o estatuto o

FUNDAÇÃO.. Os documentos de criação da fundação deverão ser feitos através de escritura pública e vir acompanhados de autorização do Ministério Público (Travessa do Ouvidor, 38 Centro, Rio de Janeiro/RJ). Um advogado deverá dar seu visto ao final do estatuto, informando o seu número da OAB. Declaração do(s) administrador(es), firmada sob as penas da lei, de não estar(em) impedido(s) de exercer(em a administração da fundação, em virtude de condenação criminal. O(s) mesmo(s) deve(m) assinar, a ata com o presidente e o secretário da assembleia, ou fazer declaração avulsa, assinada pelo Presidente e Vice-presidente da Diretoria.(Res.02/2006 CGJ). Todo pedido de registro deve ser apresentado com um Requerimento de Registro (disponível neste site). O Estatuto deve conter: Denominação; Fundo Patrimonial ou social, quando houver; Fins; Endereço completo da sede; Prazo de duração da Fundação; Modo de constituição de todos os órgãos e seus mandatos; Atribuições dos diretores; Cargo que representa a sociedade, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; Se o estatuto é reformável no tocante à administração, e de que modo; Se os membros respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais; Condições de extinção e, nesse caso, o destino de seu patrimônio; Nomes dos fundadores ou instituidores, informando identidade e CPF; Relação dos membros da diretoria, provisória ou definitiva, com a indicação da nacionalidade, estado civil, profissão, residência, CPF e identidade de cada um. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS Requerimento assinado pelo Presidente, com firma reconhecida, ou por procurador (procuração especifica para RCPJ com firma reconhecida); Tamanho mínimo de fonte em documentos digitados (11pt). A Ata da Assembleia de Fundação deve conter: o Aprovação do estatuto e da criação da associação; o Relação dos Fundadores c/ identidade e CPF, assinaturas do Presidente e Secretário da Assembleia de Fundação e mesma data da ata; o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em todas as páginas e suas assinaturas na última página;

o Nomeação da diretoria com qualificação completa: cargo, nome, estado civil, nacionalidade, profissão, CPF, identidade, endereço; o Se a qualificação for feita em folhas avulsas: o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em todas as páginas e suas assinaturas na última página; o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página; O Estatuto deve conter: o Visto do advogado, com o número da OAB - somente na última folha; o Rubrica do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação em todas as páginas; o Mesma data da Assembleia de Fundação na última página; o Assinaturas do presidente e do Secretário da Assembleia de Fundação na última página; o Classificar como ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA; Artigos que tratem dos seguintes assuntos: A. Endereço completo da sede; B. Prazo de duração da organização; C. Atribuições de todos os diretores; D. Modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativo e administrativo; E. Prazo de mandato de todos os órgãos; F. Fontes de recursos; G. Órgão competente e quorum para dissolução. Extraído do site http://www.rcpjrj.com.br/rcpj.web/#. 2.2 Benefícios concedidos pelo Poder Público às entidades de interesse Social As Entidades de Interesse Social são pessoas jurídicas de direito privado reguladas, quanto a sua criação e funcionamento, pelo Código Civil. Como reconhecimento da atuação dessas pessoas jurídicas, o Poder Público lhes concede benefícios como a imunidade e a isenção de tributos, além da concessão de títulos como de utilidade pública (UPF), titulo de Organização Social (OS), Certificado de Entidade Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) e o título de organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) 2.2.1 Titulações e Certificações As organizações do Terceiro Setor, basicamente as associações e fundações podem, de acordo com seus objetivos e funcionamento, solicitarem e obterem titulações e certificações que lhes concedam e/ou garantam benefícios, além daqueles previstos pela Constituição Federal, as chamadas isenções ou imunidades em relação aos tributos. Vamos nos concentrar nas titulações e certificações federais, seguindo um breve resumo das suas vantagens, condições e obrigações para obtenção ou manutenção dos mesmos.

2.2.2 Título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Titulação conferida as entidades que estabelecem termo de parceria com o Estado. Para requerer a qualificação como Oscip a entidade interessada deverá atender aos requisitos da Lei nº 9.790/99, regulamentada pelo Decreto nº 3.100/99. DELIMITANDO O CAMPO DE ATUAÇÃO Podem Obervado o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata a Lei 9.790/99; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata a Lei 9.790/99; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Art. 3º Lei 9.790/99. NÃO PODEM - Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público: I - as sociedades comerciais; II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;

IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX - as organizações sociais; X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. Art. 2 Lei 9.790/99. Para qualificarem-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, exige-se, ainda que as pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas expressamente disponham sobre: a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência; a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório; a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade; a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei 9790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta; a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei 9790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social; a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para

aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de atuação; as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que determinarão, no mínimo: observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade; que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão; a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento; a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal. Art. 4 Lei 9.790/99. Documentação Exigida DOCUMENTAÇÃO CONSTA (S/N) a) Requerimento de qualificação como OSCIP, endereçada ao Ministro da Justiça b) Estatuto registrado em cartório (cópia autenticada) c) Ata de eleição da atual Diretoria (cópia autenticada) d) Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado de Exercício (original ou cópia autenticada) - não serão aceitos tais documentos com valores zerados, devendo ainda ser original ou autenticado. Deverá constar a assinatura do representante legal e o contador. e) Declaração de Isenção do Imposto de Renda (modelo disponível no site do Ministério da Justiça)

f) Inscrição no Cadastro Nacional de Contribuintes (com os dados atualizados: ex: Razão Social, endereço) g) Declaração da entidade atestando que os membros da diretoria não exercem ou ocupam cargo ou função pública. (conforme Parecer nº45/2010/cep/cgleg/conjur/mj, de 30.04.2010 c/c parágrafo único do art. 4º da Lei 9.790/99). PEDIDO DE QUALIFICAÇÃO DE OSCIP CHECK-LIST OSCIP Base Legal: art. 5º, Lei 9.790, de 1999: CLÁUSULAS OBRIGATÓRIAS ESTATUTÁRIAS art. 4º da Lei 9.790/99: I) Observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência. II) Adoção de pratica de gestão administrativa, necessária e suficiente a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório. III) Constituição do conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres para os organismos superiores da entidade. IV) Previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo patrimônio liquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei nº 9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta. V) Previsão de que, na hipótese da pessoa jurídica perder a qualificação, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido com recursos públicos durante o período que perdurou aquela qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos da Lei nº 9.790/99, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social. VI) Possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área CONSTA (S/N)

de atuação. VII a) Normas de prestação de contas com observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas Brasileiras de Contabilidade. VII b) Normas de prestação de contas determinando a publicidade, por qualquer meio eficaz, no encerrametno do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de qualquer cidadão. VII c) Normas de prestação de contas determinando a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes, se for o caso, da aplicação de eventuais recursos objeto do termo de parceria conforme previsto em regulamento. VII d) Normas de prestação de contas de terminando que a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública recebidos pelas OSCIP será feita conforme o parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal. Obs. A documentação deve ser encaminhada ao seguinte endereço: Ministério da Justiça - Secretaria Nacional de Justiça Departamento de Justiça, Classificação, Títulos e Qualificação Setor de Qualificação OSCIP Esplanada dos Ministérios, Ministério da Justiça, Ed. Anexo II 3º Andar Sala 326 - CEP: 70.064-900 Brasília DF. TERMO DE PARCERIA. É o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público. São cláusulas essenciais do Termo de Parceria: I - a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público; II - a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os respectivos prazos de execução ou cronograma; III - a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de resultado; IV - a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a

serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a seus diretores, empregados e consultores; V - a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no item IV; VI - a de publicação, na imprensa oficial do Município, do Estado ou da União, conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os dados principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria. 2 Art. 10 da lei 9.790. 2.2.3 Título de Organização Social (OS) O Poder Executivo poderá qualificar como Organização Social as Pessoas Jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas: pesquisa científica; ao desenvolvimento tecnológico; à proteção e preservação do meio ambiente; à cultura; e à saúde. São requisitos específicos para que as entidades privadas habilitem-se à qualificação como organização social: I - comprovar o registro de seu ato constitutivo, dispondo sobre: natureza social de seus objetivos relativos à respectiva área de atuação; finalidade não-lucrativa, com a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das próprias atividades; previsão expressa de a entidade ter, como órgãos de deliberação superior e de direção, um conselho de administração e uma diretoria definidos nos termos do estatuto, asseguradas àquele composição e atribuições normativas e de controle básicas previstas na Lei 9.637/98 ; previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral; composição e atribuições da diretoria; obrigatoriedade de publicação anual, no Diário Oficial da União, dos relatórios financeiros e do relatório de execução do contrato de gestão;

no caso de associação civil, a aceitação de novos associados, na forma do estatuto; proibição de distribuição de bens ou de parcela do patrimônio líquido em qualquer hipótese, inclusive em razão de desligamento, retirada ou falecimento de associado ou membro da entidade; previsão de incorporação integral do patrimônio, dos legados ou das doações que lhe foram destinados, bem como dos excedentes financeiros decorrentes de suas atividades, em caso de extinção ou desqualificação, ao patrimônio de outra organização social qualificada no âmbito da União, da mesma área de atuação, ou ao patrimônio da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, na proporção dos recursos e bens por estes alocados; haver aprovação, quanto à conveniência e oportunidade de sua qualificação como organização social, do Ministro ou titular de órgão supervisor ou regulador da área de atividade correspondente ao seu objeto social e do Ministro de Estado da Administração Federal e Reforma do Estado. Conselho de Administração. O conselho de administração deve estar estruturado nos termos que dispuser o respectivo estatuto, observados, para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, os seguintes critérios básicos: I - ser composto por: 20 a 40% (vinte a quarenta por cento) de membros natos representantes do Poder Público, definidos pelo estatuto da entidade; 20 a 30% (vinte a trinta por cento) de membros natos representantes de entidades da sociedade civil, definidos pelo estatuto; até 10% (dez por cento), no caso de associação civil, de membros eleitos dentre os membros ou os associados; 10 a 30% (dez a trinta por cento) de membros eleitos pelos demais integrantes do conselho, dentre pessoas de notória capacidade profissional e reconhecida idoneidade moral; até 10% (dez por cento) de membros indicados ou eleitos na forma estabelecida pelo estatuto; II - os membros eleitos ou indicados para compor o Conselho devem ter mandato de quatro anos, admitida uma recondução; III - os representantes de entidades previstos nas alíneas "a" e "b" do inciso I devem corresponder a mais de 50% (cinqüenta por cento) do Conselho; IV - o primeiro mandato de metade dos membros eleitos ou indicados deve ser de dois anos, segundo critérios estabelecidos no estatuto; V - o dirigente máximo da entidade deve participar das reuniões do conselho, sem direito a voto;

VI - o Conselho deve reunir-se ordinariamente, no mínimo, três vezes a cada ano e, extraordinariamente, a qualquer tempo; VII - os conselheiros não devem receber remuneração pelos serviços que, nesta condição, prestarem à organização social, ressalvada a ajuda de custo por reunião da qual participem; VIII - os conselheiros eleitos ou indicados para integrar a diretoria da entidade devem renunciar ao assumirem funções executivas. Para os fins de atendimento dos requisitos de qualificação, devem ser atribuições privativas do Conselho de Administração, dentre outras: I - fixar o âmbito de atuação da entidade, para consecução do seu objeto; II - aprovar a proposta de contrato de gestão da entidade; III - aprovar a proposta de orçamento da entidade e o programa de investimentos; IV - designar e dispensar os membros da diretoria; V - fixar a remuneração dos membros da diretoria; VI - aprovar e dispor sobre a alteração dos estatutos e a extinção da entidade por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros; VII - aprovar o regimento interno da entidade, que deve dispor, no mínimo, sobre a estrutura, forma de gerenciamento, os cargos e respectivas competências; VIII - aprovar por maioria, no mínimo, de dois terços de seus membros, o regulamento próprio contendo os procedimentos que deve adotar para a contratação de obras, serviços, compras e alienações e o plano de cargos, salários e benefícios dos empregados da entidade; IX - aprovar e encaminhar, ao órgão supervisor da execução do contrato de gestão, os relatórios gerenciais e de atividades da entidade, elaborados pela diretoria; X - fiscalizar o cumprimento das diretrizes e metas definidas e aprovar os demonstrativos financeiros e contábeis e as contas anuais da entidade, com o auxílio de auditoria externa. Contrato de Gestão. Instrumento firmado entre a Administração Pública e a entidade qualificada como Organização Social, com vistas à formação de parceria entre as partes, elaborado em comum acordo, discriminando as atribuições e responsabilidades, devendo ser submetido ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora da área correspondente à atividade fomentada, após aprovação pelo Conselho de Administração. Na elaboração do contrato de Gestão devem ser observado os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e, também, os seguintes preceitos: I - especificação do programa de trabalho proposto pela organização social, a estipulação das metas a serem atingidas e os respectivos prazos de execução, bem como previsão expressa

dos critérios objetivos de avaliação de desempenho a serem utilizados, mediante indicadores de qualidade e produtividade; II - a estipulação dos limites e critérios para despesa com remuneração e vantagens de qualquer natureza a serem percebidas pelos dirigentes e empregados das organizações sociais, no exercício de suas funções. Desqualificação. O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão. A desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão. A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. OBS.: Base legal Lei 9.637/98. 2.2.4 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) Certificação concedida pela União a organizações sem fins lucrativos que atuem especificamente nas áreas da saúde, educação e assistência social, conforme definido no art. 1º da Lei Federal nº 12.101/2009. A conceituação e a abrangência dessas áreas são apresentadas na Constituição Federal, como segue: SAÚDE. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. ASSISTÊNCIA SOCIAL. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

EDUCAÇÃO Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Breve Histórico Cabia ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), a Certificação de Entidade Beneficente de Assistência Social. Processo pelo qual uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, com a finalidade de prestação de serviços na área de Assistência Social, Educação e Saúde, antes denominada filantrópica, é reconhecida como entidade beneficente de assistência social, com base em requisitos e critérios definidos em lei. A Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, criou novas regras e atribuiu ao Ministério da Saúde (MS), ao Ministério da Educação (MEC) e ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) a responsabilidade pela certificação das entidades em suas respectivas áreas. Requisitos para Obtenção. A certificação das entidades beneficentes de assistência social será concedida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação e que atendam ao disposto na Lei n o 12.101, de 27 de novembro de 2009. Para obter a certificação, as entidades deverão obedecer ao princípio da universalidade do atendimento, vedado o direcionamento de suas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional. Entidade com Atuação em mais de uma Área. A entidade que atuar em mais de uma das áreas deverá requerer a concessão da certificação ou sua renovação junto ao Ministério certificador da sua área de atuação preponderante, sem prejuízo da comprovação dos requisitos exigidos para as demais áreas. A atividade econômica principal constante do CNPJ deverá corresponder ao principal objeto de atuação da entidade, verificado nos documentos apresentados, sendo preponderante a área na qual a entidade realiza a maior parte de suas despesas. A área de atuação preponderante da entidade será verificada pelo Ministério certificador que receber o requerimento, antes da análise dos requisitos exigidos para sua concessão ou sua renovação.