Análise da fauna de Bethylidae (Hymemnoptera, Chrysidoidea) de oito localidades do Paraná, Brasil



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Transcrição:

BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 20:83-94 DEZEMBRO DE 2006 83 Análise da fauna de Bethylidae (Hymemnoptera, Chrysidoidea) de oito localidades do Paraná, Brasil Celso O. Azevedo 1, José L. Helmer 1, Francisco C. C. Barreto 2 RESUMO: Foi amostrada a fauna de insetos em oito localidades do estado do Paraná, no sul do Brasil durante dois anos, de agosto de 1986 até julho de 1988, através do projeto intitulado Levantamento da fauna entomológica do estado do Paraná (Profaupar). Os espécimes de vespas Bethylidae foram triados do material coletado a partir de uma armadilha Malaise de cada localidade. Foram realizadas análises dos números totais de gêneros, espécimes, agrupamento de localidades e sazonalidade de Bethylidae. Foi coletado um total de 2.638 exemplares de Bethylidae e reconhecidos 13 gêneros. Dissomphalus Ashmead foi o mais abundante. A maior abundância e riqueza de gêneros foram encontradas em Jundiaí do Sul e Ponta Grossa. As diferenças na composição e abundância dos gêneros de Bethylidae entre as localidades amostradas não está relacionada à distância geográfica entre elas. De modo geral, os Bethylidae foram mais abundantes durante o período de verão. Palavras-chave: Bethylidae, diversidade, estrutura de comunidade, Hymenoptera, Mata Atlântica. ABSTRACT: Bethylidae (Hymenoptera, Chrysidoidea) fauna from eight sites of Paraná, Brazil. During two years, from August 1986 to July 1988, the entomofauna of eight areas of State of Paraná, southern Brazil, was sampled in a project entitled Entomological survey from State of Paraná (Profaupar). Specimens of Bethylidae wasps were sorted out from the material collected using one Malaise trap in each area. The total number of genera, specimens, cluster analysis of localities and seasonality were analyzed. A total of 2,638 specimens of Bethylidae was collected and 13 genera were identified. Dissomphalus Ashmead was the most abundant. The highest abundance and genera richness were found in Jundiaí do Sul and Ponta Grossa. The difference of Bethylidae fauna of the sites is not related to geographic distance among them. In general Bethylidae are more abundant during the summer. Key words: Atlantic rain forest, Bethylidae, community ecology, diversity, Hymenoptera. 1 Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Biologia, Av. Marechal Campos 1468, Maruípe, 29.040-090 Vitória, ES, Brasil. 2 Universidade Federal de Viçosa, Programa de Pós-graduação em Entomologia. Laboratório de Ecologia Quantitativa, Viçosa, MG, Brasil.

84 AZEVEDO ET AL.: BETHYLIDAE (HYMEMNOPTERA, CHRYSIDOIDEA) DO PARANÁ Introdução Coletas de insetos eram tradicionalmente realizadas de forma difusa e sem esforço amostral calculado e, portanto não era possível estabelecer análises comparativas entre as localidades amostradas. O projeto Levantamento da Fauna Entomológica do Paraná (Profaupar) teve como objetivo geral justamente eliminar tal deficiência, realizando-se coletas de insetos em diversas localidades que permitam fazer vários tipos de comparações entre elas. Desde então, já foram publicados alguns estudos decorrentes deste projeto, tais como de Marononi & Dutra (1996) para Ctenuchidae, Marinoni et al. (19970 para Saturnidae, Marinoni et al. (1999) para Sphingidae & Costacurta et al. (2003) para Muscidae. Tais estudos tem ajudado a compreender alguns aspectos dos insetos ocorrentes no Estado do Paraná. O trabalho ora proposto representa mais um estudo realizado no âmbito do Profaupar e teve como objetivo apresentar dados de estrutura de comunidade, sazonalidade e similaridade faunística de Bethylidae coletados através de armadilha Malaise em oito localidades do Paraná. Os Bethylidae são ectoparasitóides de larvas de lepidópteros e, principalmente, de coleópteros que vivem em ambientes crípticos (Evans, 1964). Para mais informações sobre o modo de vida deste grupo, consulte Azevedo (1999b). Poucos são os estudos de Bethylidae neotropicais que abordam sua estrutura de comunidade, sendo este o terceiro com tal enfoque para o Brasil. Os estudos anteriores foram de Azevedo & Helmer (1999) que analisaram a estrutura de comunidade e similaridade faunística entre áreas de cerrado com fisionomias diferentes da Reserva Ecológica Roncador no Distrito Federal e de Azevedo et al. (2002), que em um estudo sobre o Parque Nacional da Serra do Divisor, consideram ser possível discriminar áreas com graus diferentes de diversidade usando-se Bethylidae como táxon. Desta forma, este é o primeiro estudo de Bethylidae usando-se uma abordagem ecológica comparativa para o bioma da Mata Atlântica. Métodos Coletas O estudo foi realizado com material proveniente do projeto de Levantamento da Fauna Entomológica do Paraná, Profaupar. Nesse projeto, foram amostradas áreas de oito municípios do estado do Paraná, a saber: Antonina, Colombo, Fênix, Guarapuava, Jundiaí do Sul, Ponta Grossa, São

BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 20. 2006 85 José dos Pinhais e Telêmaco Borba. As coletas foram realizadas com uma armadilha Malaise em cada área durante dois anos contínuos, entre de agosto de 1986 a julho de 1988. As armadilhas eram visitadas quinzenalmente para recolhimento do material coletado. Para maiores informações sobre o Profaupar, consulte Marinoni & Dutra (1993). Identificação de material Todos os exemplares foram identificados em nível de gênero utilizandose as chaves de Evans (1964), Terayama (1995a, b, 1996). Análise de similaridade faunística Foi elaborada uma matriz de dados (Tabela 1) em que foram listados os gêneros, com o número total de exemplares capturados em cada uma das oito localidades. Com base nesses dados, foram feitos estudos de estrutura de comunidade e similaridade faunística entre as localidades e análises estatísticas. Para analisar as relações de abundância entre as comunidades amostradas procedemos um teste de Mantel segundo Legendre & Legendre (1998). As análises foram realizadas na plataforma R de R Development Core Team (2006) com o pacote para análises de ecologia de comunidades VEGAN 1.6-10 de Oksanen et al. (2005). Tabela 1. Número de indivíduos capturados de cada gênero de Bethylidae com armadilha Malaise em cada uma das oito localidades amostradas do Paraná. (JS) Jundiaí do Sul, Jundiaí do Sul, (A) Antonina, (C) Colombo, (TB) Telêmaco Borba, (F) Fênix, (SJP) São José dos Pinhais, (G) Guarapuava e (PG) Ponta Grossa. Gêneros JS A C TB F SJP G PG Total % Dissomphalus 472 35 58 110 21 179 1 306 1184 44,90 Pseudisobrachium 262 54 29 84 27 32 2 107 597 22,64 Epyris 275 8 3 13 14 6 2 18 329 12,48 Apenesia 46 8 65 50 9 50 1 14 253 9,59 Rhabdepyris 107 7 2 9 6-2 9 142 5,38 Anisepyris 35 3 3 9 14 1-13 78 2,96 Goniozus 18 - - - - - - 7 25 0,95 Cephalonomia 1 1-2 5 - - - 9 0,34 Holepyris 7 - - - - - - 1 8 0,30 Lepidosternopsis 2 - - - 2 - - 1 5 0,19 Bakeriella 1 - - 3 - - - 1 5 0,19 Sclerodermus - - - - 1 - - - 1 0,04 Alongatepyris 1 - - - - - - - 1 0,04 Total (indivíduos) 1227 116 160 280 78 268 8 477 2637 100,00 Táxons (S) 12 7 6 8 9 5 5 10 13

86 AZEVEDO ET AL.: BETHYLIDAE (HYMEMNOPTERA, CHRYSIDOIDEA) DO PARANÁ Foi escolhido o teste de Mantel para análise de similaridade faunístico por se tratar de um teste em que a variável preditora é o espaço, medida como distância geográfica. Nesse caso, a pergunta a ser respondida é se as amostras mais próximas são também similares em sua composição, ou se as amostras mais distintas em composição são também as que estão mais distantes uma da outra. A versatilidade e eficiência do teste de Mantel têm sido comprovadas em biologia e ou genética de populações (veja Eller, 1999; Parker & Spoerke, 1998), biogeografia (veja Cesaroni et al., 1997) e evolução (veja Sokal et al., 1997). Ainda com base nos dados da tabela 1, foi feita uma análise de agrupamento das localidades, processadas no programa Fitopac (versão 2.0) (Shephered, 1995). Resultados e Discussão Foi obtido um total de 2.638 exemplares de Bethylidae (Tabela 1), tendo sido identificados treze gêneros nas oito localidades: Pseudisobrachium Kieffer, Apenesia Westwood, Dissomphalus Ashmead, Anisepyris Kieffer, Holepyris Kieffer, Epyris Westwood, Rhabdepyris Kieffer, Goniozus Förster, Sclerodermus Latreille, Lepidosternopsis Ogloblin, Bakeriella Kieffer, Cephalonomia Westwood e Alongatepyris Azevedo. Abundância genérica relativa Dissomphalus foi o gênero distintamente mais abundante, com quase 45% do total amostrado, seguido por Pseudisobrachium com quase 23% (Tabela 1). Tem sido verificada a presença dos oito primeiros gêneros supracitados nas áreas amostradas em estudos de comunidade e levantamento de Bethylidae, como no cerrado de São Carlos em São Paulo, em que Pseudisobrachium e Apenesia foram os mais coletados (Azevedo, 1991), em Rondonópolis no Mato Grosso, em que Anisepyris foi o mais abundante (Azevedo, 1996), na Reserva Ecológica do Roncador, em que Pseudisobrachium e Apenesia foram os gêneros distintamente mais abundantes, ambos com 85,6% do total amostrado (Azevedo & Helmer, 1999) e no Parque Nacional da Serra do Divisor, em que Dissomphalus e Pseudisobrachium foram os mais abundantes e diversificados (Azevedo et al., 2002). De maneira geral, estes dados indicam uma tendência de maior abundância de Dissomphalus em região úmidas ou com cobertura vegetal mais densa, e de Pseudisobrachium e Apenesia em região mais secas ou com cobertura vegetal menos densa.

BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 20. 2006 87 Sazonalidade Os gêneros Dissomphalus, Epyris, Pseudisobrachium e Goniozus apresentaram taxas altas de indivíduos nos primeiro e segundo verões e baixas nos invernos, sendo neste último o período com taxas altas de indivíduos foi mais amplo. O gênero Rhabdepyris apresentou taxas altas de indivíduos nos dois verões, mas também durante o inverno, quando estas foram mais altas do que as ocorridas nos verões. O gênero Apenesia apresentou taxas altas de indivíduos nas primeira e segunda primaveras e baixas nos verões. O gênero Anisepyris apresentou ocorrência uniforme durante o período amostral, exceto durante o segundo verão, quando ocorreram taxas altas de indivíduos. Não foi possível analisar a sazonalidade dos gêneros Holepyris, Sclerodermus, Bakeriella, Lepidosternopsis, Alongatepyris e Cephalonomia devido à ocorrência baixa em nossas amostragens. De modo geral e somando-se os valores de todos os gêneros e das oito localidades amostradas, a fauna de Bethylidae do Paraná apresenta um padrão definido de sazonalidade com uma predominância no verão e uma baixa das populações no inverno, padrão este influenciado principalmente pelos dados relativos aos gêneros Dissomphalus e Pseudisobrachium, que apresentam este padrão e representam cerca de dois terços do total de Bethylidae amostrados. Isto coincide com o período do ano com menor umidade relativa do ar e maior temperatura média conforme dados apresentados por Marinoni & Dutra (1993) para as regiões de coleta. Nossos resultados de sazonalidade são semelhantes àqueles de outros grupos de insetos coletados pelo Profaupar, como Ctenuchidae, Saturnidae, Sphingidae e Muscidae, obtidos por Marinoni e Dutra (1996), Marinoni et al. (1997, 1999) e Costacurta et al. (2003), respectivamente. Similaridade faunística As diferenças na composição e abundância dos gêneros de Bethylidae entre as localidades amostradas não está relacionada à distância geográfica entre elas (Mantel statistic r: -0.0579, p= 0.432). A heterogeneidade ambiental, tanto solos, cobertura vegetal ou clima, pode ser um fator mais importante do que a distância geográfica para explicar as relações de abundância e composição de gêneros de Bethylidae entre as oito localidades amostradas. A localidade de Guarapuava se destaca das demais pela quantidade pequena de exemplares de Bethylidae e conseqüentemente apresenta uma estrutura de comunidade bastante diferente das demais, enquanto que as localidades de Jundiaí do Sul e Ponta Grossa se destacam pela quantidade elevada de espécimes e riqueza de gêneros de vespas parasitóides desta família. Guarapuava foi o local que apresentou menor número de exemplares,

88 AZEVEDO ET AL.: BETHYLIDAE (HYMEMNOPTERA, CHRYSIDOIDEA) DO PARANÁ oito de cinco gêneros, seguido por Fênix com 98 de nove, Antonina com 116 de sete, Colombo com 160 de seis gêneros, Telêmaco Borba com 183 de oito, São José dos Pinhais com 268 de cinco, Ponta Grossa com 467 de 10 e Jundiaí do Sul com 1227 de 12. Os dados referentes à quantidade de exemplares coletados por localidade diferem daqueles de Lepidoptera obtidos por Marinoni e Dutra (1996), Marinoni et al. (1997, 1999), em que Colombo sempre foi a localidade com o número total de mais exemplares mais baixo e São José dos Pinhais o mais alto para Ctenuchidae e Saturnidae, e Antonina para Sphingidae. A análise de similaridade faunística entre os locais, considerando-se a abundância numérica de cada gênero, mostra que Jundiaí do Sul tem a fauna mais distinta das demais áreas e revela-se mais rica. Áreas como Antonina e Fênix são muito parecidas na estrutura numérica e a elas se ligam às áreas de Guarapuava e Colombo com as quais tem em comum a quantidade baixa de himenópteros. Outras duas áreas muito parecidas e com abundância intermediária são as áreas de São José dos Pinhais e Telêmaco Borba. Ponta Grossa ocupa uma posição intermediária entre estes dois grupos (Figura 1). Figura 1. Análise de agrupamento dos gêneros de Bethylidae amostrados em oito localidades do Paraná considerando-se suas abundâncias numéricas.

BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 20. 2006 89 Bethylidae do Profaupar x Bethylidae até então conhecidos no Paraná Até 1986, quando do início das coletas do levantamento entomológico no âmbito do Profaupar eram conhecidas apenas sete espécies de Bethylidae no Estado. Parte dos Bethylidae provenientes deste projeto foram utilizados em estudos taxonômicos por Azevedo (1999a, c, d, e, 2003), Leal & Azevedo (2001), Santos & Azevedo (2000), Santos & Azevedo (2003) e Rosmann & Azevedo (2005), o que resultou em um aumento do número de espécies de Bethylidae no estado para 70, isto é, um aumento de dez vezes. Além disto, duas outras espécies foram registradas para o Paraná por Azevedo (1999a) e Kawada & Azevedo (2003). Desta forma, a fauna atual conhecida de Bethylidae no Paraná é de 72 espécies (apêndice 1). Apêndice 1 Lista de espécies de Bethylidae registradas no Paraná. (*) espécies coletadas fora do âmbito do Profaupar. Alongatepyris plaunissimus Azevedo, 1992 (*)Anisepyris delicatus Evans, 1966 Anisepyris jandirae Santos & Azevedo, 2000 (*)Anisepyris proteus Evans, 1966 Anisepyris punctatus Santos & Azevedo, 2000 Anisepyris robustus Santos & Azevedo, 2000 Apenesia clypeata Leal & Azevedo, 2001 Apenesia cusco Evans, 1966 Apenesia distincta Côrrea & Azevedo, 2001 Apenesia funebris Evans, 1963 Apenesia fusilis Côrrea & Azevedo, 2001 Apenesia inca Evans, 1963 Apenesia quadrimera Leal & Azevedo, 2001 Apenesia rotunda Leal & Azevedo, 2001 Apenesia transversa Evans, 1963 Aspidepyris austrinus Evans, 1967 (*)Bakeriella cristata Evans, 1964 Bakeriella incompleta Azevedo, 1994 Bakeriella lata Kawada & Azevedo, 2003 Dissomphalus biceratus Azevedo, 2003 Dissomphalus brasiliensis Kieffer, 1910 (*)Dissomphalus claviger Evans, 1964

90 AZEVEDO ET AL.: BETHYLIDAE (HYMEMNOPTERA, CHRYSIDOIDEA) DO PARANÁ Dissomphalus concavatus Azevedo, 1999 Dissomphalus conicus Azevedo, 2003 Dissomphalus cornutus Evans, 1964 Dissomphalus cornutus Evans, 1964 Dissomphalus curviventris Azevedo, 2003 Dissomphalus gigantus Azevedo, 1999 Dissomphalus gilvipes Evans, 1979 Dissomphalus gordus Azevedo, 2003 Dissomphalus incomptus Evans, 1964 Dissomphalus infissus Evans, 1969 Dissomphalus krombeini Azevedo, 1999 (*)Dissomphalus lanceolatus Azevedo, 1999 Dissomphalus lobicephalus Azevedo, 2003 Dissomphalus manus Azevedo, 2003 Dissomphalus microstictus Evans, 1969 (*)Dissomphalus mirabilis Evans, 1966 Dissomphalus plaumanni Evans, 1964 Dissomphalus punctatus (Kieffer, 1910) Dissomphalus rectilineus Azevedo, 1999 Dissomphalus scamatus Azevedo, 1999 Dissomphalus spinosus Azevedo, 2003 Dissomphalus stellatus Azevedo, 1999 Dissomphalus strictus Azevedo, 1999 Dissomphalus truncatus Azevedo, 2003 Dissomphalus umbilicus Azevedo, 2003 Epyris angustatus Evans, 1969 Epyris argentinicus Evans, 1969 Epyris cochlear Santos & Azevedo, 2003 (*)Epyris crassifemur Evans, 1969 Epyris depressigaster Evans, 1966 Epyris distinctus Côrrea & Azevedo, 2002 Epyris intermedius Evans, 1969 Epyris jugatus Evans, 1969 Epyris longus Côrrea & Azevedo, 2002 (*)Epyris marcapata Evans, 1969 Epyris paralellus Evans, 1969 Epyris perpolitus Evans, 1969 Epyris rotundus Santos & Azevedo, 2003 Epyris variatus Côrrea & Azevedo, 2002 (*)Holepyris micidus Evans, 1977

BOL. MUS. BIOL. MELLO LEITÃO (N. SÉR.) 20. 2006 91 Rhabdepyris atlanticus Rosmann & Azevedo, 2005 Rhabdepyris foveaticeps Rosmann & Azevedo, 2005 Rhabdepyris hiticulus Evans, 1965 Rhabdepyris ocultatus Rosmann & Azevedo, 2005 Rhabdepyris plaumanni Evans, 1965 Rhabdepyris septemlineatus Kieffer, 1906 Rhabdepyris vesculus Evans, 1965 Rhabdepyris violaceus Evans, 1965 Rhabdepyris virescens Evans, 1965 Conclusões Com base nesta amostragem realizada entre 1986 e 1988 com armadilha Malaise nas oito localidades do Paraná, conclui-se que ocorrem treze gêneros de Bethylidae no estado, sendo Dissomphalus o mais abundante no geral e em quatro de oito comunidades examinadas; a heterogeneidade ambiental parece ser um fator mais importante do que a distância geográfica para explicar as relações de abundância e composição de gêneros entre as localidades; há uma tendência maior de captura de indivíduos desta família no período de verão; e, a sazonalidade de Bethylidae é semelhante àquela observada para outros grupos de inseto da mesma região. Agradecimentos Agradecemos à Keti Zanol (curadora da Coleção Entomológica Pd. Jesus Moure na época do empréstimo) e ao Renato Marinoni (coordenador do Profaupar) pelo empréstimo dos exemplares de Bethylidae, aos professores e funcionários pelo apoio às três visitas do primeiro autor ao Departamento de Zoologia da UFPR. Referências Bibliográficas AZEVEDO, C.O. 1991. Comentário dos gêneros de Bethylidae (Hymenoptera, Aculeata) da região de São Carlos, SP, Brasil. An. Sem. Reg. Ecol., 6: 483-496. AZEVEDO, C.O. 1996. Sobre os Bethylidae (Hymenoptera, Chrysidoidea)

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