REGULAMENTO MUNICIPAL DE APOIO À RECUPERAÇÃO DE HABITAÇÃO DEGRADADA NO CONCELHO DE CAMINHA



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Transcrição:

PROGRAMA CAMINHABITA REGULAMENTO MUNICIPAL DE APOIO À RECUPERAÇÃO DE HABITAÇÃO DEGRADADA NO CONCELHO DE CAMINHA 1

NOTA JUSTIFICATIVA O direito a uma habitação condigna e adequada em termos de dimensão, de condições de higiene e conforto, encontra-se entre os direitos sociais previstos em termos de direito constitucional. Atentas às desigualdades individuais, subjacentes à problemática da pobreza, as autarquias locais desempenham um papel de grande relevo, no âmbito da acção social, no sentido da progressiva inserção social e melhoria das condições de vida das pessoas e famílias carenciadas. Neste sentido, dotar as habitações do concelho com o mínimo indispensável de conforto, deve ser, na prática, uma preocupação e uma prioridade da sua actuação. No Município de Caminha, o número de habitações degradadas e sem condições mínimas de conforto e salubridade é uma realidade que não se pode ignorar, pertencentes na sua maioria a famílias desfavorecidas que não possuem os meios necessários para proceder à realização de obras de conservação, beneficiação e reparação das suas habitações. Atendendo ao número de solicitações que têm surgido na Câmara Municipal de Caminha, no âmbito da recuperação de habitações desprovidas de condições de habitabilidade, torna-se imperativo que se regule a forma de acesso a tais apoios, através de critérios uniformes e transparentes. Assim e considerando que, nos termos da Lei n.º 169/99 de 18 de Setembro republicada pela Lei n.º 5 A/2003 de 11 de Janeiro, compete às autarquias locais a participação em programas e projectos de acção social de âmbito municipal, designadamente nos domínios do combate à pobreza e exclusão social e que, de acordo com o disposto na alínea c), n.º 4, artigo 64º, compete à Câmara Municipal estabelecer em Regulamento Municipal as condições relativas à prestação de serviços e apoios a estratos sociais desfavorecidos, elabora-se o presente Regulamento com vista a melhorar as condições básicas de habitabilidade para os estratos atrás referidos. Por outro lado, serão disciplinados os procedimentos necessários ao acesso a comparticipações financeiras a fundo perdido e ao apoio técnico a conceder pela Câmara Municipal de Caminha. 2

Artigo 1º Âmbito de aplicação O Programa Caminhabita traduzido no presente Regulamento aplica-se a residentes/construções situadas no concelho de Caminha. Artigo 2º Objecto Constitui objecto do presente Regulamento a intervenção do Município na recuperação e beneficiação de habitações degradadas em parceria com as entidades competentes da administração central, administração local e instituições de carácter social. Artigo 3º Destinatários São destinatários do apoio à recuperação/beneficiação de habitação os indivíduos ou agregados familiares economicamente desfavorecidos, com condições habitacionais precárias e que preencham os requisitos referidos no artigo 10 ª. Artigo 4º Conceitos Para efeitos do disposto no presente Regulamento, considera-se: a) Agregado familiar o conjunto dos indivíduos que vivam habitualmente em comunhão de mesa e ou habitação; b) Obras de conservação e beneficiação: No exterior do edifício: Rebocos; Pinturas/caiações; Limpeza de cantarias; Recuperação de coberturas e beirados; Recuperação de caleiras e tubos de queda; Recuperação de portas e janelas; Recuperação de gradeamentos; 3

No interior do edifício: Instalação e beneficiação de instalações eléctricas; Construção ou beneficiação de instalações sanitárias com equipamentos mínimos, como lavatório, sanita, polibain e/ou banheira; Instalação e beneficiação de redes de abastecimento de água e redes de drenagem de águas residuais domésticas; Construção ou beneficiação de quartos de dormir, salas, cozinhas e outros espaços fundamentais para o bem-estar do agregado, Beneficiação de pavimentos. c) Obras de melhoramento de condições de segurança e conforto de indivíduos portadores de deficiência física/dificuldades de locomoção são todas aquelas que se demonstrem necessárias à readaptação do espaço, no sentido de o adequar à habitabilidade do portador de deficiência física, entre as quais, a construção de rampas, a adequação da disposição das louças das casas de banho ou a sua implantação, colocação de materiais protectores em portas e ombreiras, a construção de locais de recolha de cadeiras de rodas ou outro equipamento ortopédico equivalente, colocação de plataformas e cadeiras elevatórias em escadas, alteração e adaptação de mobiliário de cozinha, alargamento e adequação de espaços físicos, colocação de materiais destinados à utilização por indivíduos portadores de deficiência física-motora. Artigo 5º Tipologias de apoio 1. Apoio económico para rendas a) Para apoio a arrendamento de uma habitação provisória até ao limite de seis meses quando, pela degradação ou precariedade da situação habitacional, não seja possível ao agregado habitar no espaço enquanto este for alvo de intervenção; 2. Apoio à melhoria do alojamento em duas modalidades: a) Apoio económico e/ou fornecimento de materiais de construção; b) Apoio orientado noutros domínios, como por exemplo, isenção em taxas e tarifas referidas no Regulamento e Tabela de Taxas e Licenças da Câmara Municipal de Caminha. 3. Prestação de serviços a). Elaboração de projectos de arquitectura e especialidades por técnicos camarários, ou na impossibilidade, solicitando tais serviços a entidades externas à autarquia; b) Acompanhamento técnico e/ou acções de vistoria dentro da disponibilidade dos serviços técnicos da Câmara Municipal; c) Intervenção directa da Câmara Municipal, nos termos do artigo 21º deste Regulamento. 4

Artigo 6º Montantes do apoio económico 1. Os apoios previstos no presente Regulamento referidos no artigo 5º, não podem exceder o montante máximo de 30.000 (trinta mil euros) por cada agregado familiar/candidatura. 2. O apoio económico pode não atingir o limite máximo, tendo em conta o orçamento a despender na intervenção habitacional e a avaliação económica do agregado familiar, uma vez que este poderá ser responsabilizado para uma comparticipação. 3. As comparticipações financeiras a atribuir pela Câmara Municipal são financiadas através das verbas inscritas em Orçamento, podendo ocorrer o reforço de tais verbas nos termos legais, em casos excepcionais e devidamente fundamentados ou pelas entidades referidas no artigo 2º deste Regulamento, quando aplicáveis, directamente ou através de empreitada consoante se considere mais adequado. 4. O montante previsto no n.º 1 tem previsto uma actualização anual, afixada por deliberação em Assembleia Municipal. Artigo 7º Situações abrangidas 1. Para efeitos de comparticipações a conceder serão contempladas as seguintes situações: a) Situações relativas a obras não abrangidas por programas de apoio da administração central e/ou de outras entidades particulares ou públicas; b) Situações abrangidas por programas de apoio da administração central e/ou de outras entidades, mas neste caso, quando os apoios em causa se revelarem comprovadamente insuficientes para a sua realização. 2. Relativamente, aos apoios económicos, em cada ano, serão apoiados cinco indivíduos/agregados familiares. No entanto, este número pode ser superior, tendo em conta as situações apresentadas/analisadas, os respectivos orçamentos e o Orçamento Anual do Município. Pode efectivamente ser ultrapassado o limite da dotação inicial, procedendo-se, neste caso, ao respectivo reforço. 3. Relativamente à prestação de serviços, referida na alínea a) do n.º 3 do artigo 5º, o n.º de situações a apoiar dependerá da capacidade dos serviços e das situações candidatas. 4. Cada agregado familiar, no âmbito da candidatura, poderá cumulativamente beneficiar de várias modalidades de apoio previstas no artigo 5º do presente Regulamento. 5

Artigo 8º Tipo de Obras Os apoios a que se reporta a alínea a) do número 2 do artigo 5º destinam-se a contemplar as seguintes situações: a) Obras de conservação, reparação ou beneficiação de habitações degradadas, incluindo ligação às redes de abastecimento de água, electricidade e esgotos; b) Ampliação de moradias ou conclusão de obras; c) Melhoria das condições de segurança, conforto e acesso das habitações de forma a permitir, a pessoas portadoras de doenças crónicas debilitantes ou deficiência física, um maior conforto e mobilidade de acesso às várias divisões; d) A título excepcional, poderão ser comparticipadas as reconstruções de habitações, total ou parcialmente destruídas, sempre que a causa de tais danos resulte de circunstâncias imprevisíveis (catástrofes). Artigo 9º Exclusões Não serão comparticipadas as seguintes obras: a) Aquelas relativas à simples substituição de equipamentos, como por exemplo, electrodomésticos ou louças sanitárias; b) As obras que não dizem respeito estrita e exclusivamente à área habitacional, como por exemplo, construção ou reconstrução de muros, garagens ou anexos. c)as já executadas no momento de apresentação da candidatura. Artigo 10º Condições de acesso A concessão dos apoios previstos no artigo 4º depende da satisfação cumulativa das seguintes condições: a) A habitação tem que ser propriedade do requerente; b) A título excepcional e com as autorizações necessárias do(s) proprietário(s), poderão ser concedidos apoios a co-proprietários e usufrutuários que residam a título permanente na habitação; c) Residir o(s) requerente(s)na área do Município há pelo menos dois anos e habitação constituir residência permanente da família; d) O prédio sujeito a obras terá que constituir residência permanente do candidato e seu agregado familiar durante os próximos dez anos; e) Reunir o candidato e seu agregado familiar, as condições/pressupostos que se enquadrem no conceito de indivíduos ou agregados familiares economicamente desfavorecidos, cujo rendimento anual bruto do agregado familiar deverá ser igual ou inferior aos montantes indicados no anexo I, de forma a definir a elegibilidade ou inelegibilidade da candidatura; f) Não possuir o candidato ou outros elementos do agregado, qualquer outro bem imóvel destinado à habitação, para além daquele que é objecto do pedido de apoio; 6

g) Os requerentes não podem ter recebido apoios para a habitação de outros programas ou entidades há menos de um ano; h) Necessidade de intervenção na habitação, atendendo às condições de degradação em que a habitação se encontra; i) Compromisso de demolir e/ou não construir barracas e espaços abarracados na proximidade da habitação; j) Subscrição de um Programa de Educação Sócio-Familiar. Artigo 11º Instrução do pedido O pedido dos apoios previstos no artigo 5º, deverá ser formalizado com a apresentação dos seguintes documentos: a) Requerimento dirigido ao Presidente da Câmara Municipal anexo II (fornecido pelo Serviço da Acção Social da Autarquia); b) Formulário de candidatura anexo III (fornecido pelo Serviço da Acção Social da Autarquia); c) Declaração da Junta de Freguesia a comprovar a composição do agregado familiar; d) Fotocópias dos documentos de identificação de todos os elementos do agregado familiar, nomeadamente, bilhete de identidade ou cédula pessoal, cartão de contribuinte e cartão de beneficiário da Segurança Social ou cartão de cidadão; e) Apresentação da última declaração de rendimentos anual (modelo 1 do IRS), declaração emitida pela entidade patronal, declarando os rendimentos anuais e últimos dois recibos de vencimento, tratando-se de trabalhadores dependentes ou modelo 2 do IRS ou IRC quando trabalhadores por conta própria, em ambos os casos relativas ao ano anterior, com as respectivas notas de liquidação e anexos, se for o caso; f) No caso de isenção da apresentação do IRS, apresentar uma declaração comprovativa emitida pelos Serviços da Repartição das Finanças; g) No que diz respeito aos elementos do agregado familiar que se encontrem desempregados, deverão apresentar o(s) seguinte(s) documento(s): declaração emitida pelo Centro de Emprego a comprovar que o requerente está desempregado e/ou documento emitido pelo Centro Regional de Segurança Social onde conste o montante a que tem direito e o período de início e término do subsídio. h) Relativamente aos pensionistas e no caso de isenção da apresentação do IRS, apresentar documento comprovativo do montante que recebeu no ano transacto e que recebe actualmente, emitido pela entidade respectiva; i) Em caso de incapacidade permanente ou inaptidão para o trabalho apresentar atestado médico comprovativo de tal situação; j) Relativamente a famílias de acolhimento e famílias com o Rendimento Social de Inserção apresentar documentos comprovativos pelo Centro Regional de Segurança Social, com indicação dos respectivos montantes; k) No caso de existirem no agregado familiar estudantes com mais de 16 anos, apresentar documento comprovativo de inscrição no ano lectivo que decorre, emitido pelo respectivo estabelecimento de ensino; 7

l) No que diz respeito a trabalhadores por conta própria e trabalhadoras domésticas que não entregam declaração de IRS, mas que auferem rendimentos, mesmo que incertos, deverão declarar a média aproximada destes, juntamente com documento comprovativo da Segurança Social dos descontos efectuados, se os houver; m) Fotocópia da caderneta predial e certidão actualizada da Conservatória do Registo Predial, no que respeita à titularidade do prédio em questão, desde que não tenham decorrido mais de 6 meses desde a sua emissão; n) Declaração do Serviço de Repartição de Finanças relativamente à existência de bens imóveis; o) Se o agregado possuir viaturas automóveis, anexar cópia do respectivo livrete e registo de propriedade; p) No que diz respeito a empréstimos bancários com a habitação, anexar declaração da entidade bancária onde conste o nome do(s) titular(es), morada e montante mensal da amortização; q) Relativamente às despesas regulares com a saúde, anexar atestado médico com indicação da doença crónica, prescrição da medicação necessária e declaração da respectiva farmácia com indicação da despesa mensal; r) Relativamente às despesas com a educação, anexar documentos comprovativos relacionados com transporte, alojamento e propinas; s) Relativamente às despesas com equipamentos, anexar documentos comprovativos relacionados com lares, centros de dia, apoio domiciliário, creche/jardim-de-infância, ATL, entre outros; t) Planta de localização do imóvel a disponibilizar pelos serviços camarários; u) Cópia de três orçamentos descriminados, conforme anexo IV. Artigo 12º Cálculo do rendimento per capita 1. Para efeitos de cálculo do rendimento bruto do agregado familiar ou equiparado, ter-se-á em conta o rendimento anual líquido de todos os rendimentos e salários auferidos pelos elementos que constituam o mesmo. 2. Presume-se que o agregado familiar aufere um rendimento superior ao declarado nas seguintes situações: quando os rendimentos do requerente tenham carácter incerto, temporário ou variável e não sejam apresentadas declarações que provem claramente as remunerações decorrentes daquelas actividades e/ou sempre que um dos membros exerça uma actividade que notoriamente produza rendimentos superiores ou seja possuidor de bens não compatíveis com os rendimentos declarados. 3. Se os elementos do agregado familiar, maiores de idade, que não apresentam declaração de rendimentos ou declaram rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional, sem que façam prova de que se encontram em situação de incapacidade para o trabalho/desemprego/reforma/estudante, presume-se que auferem um rendimento mensal correspondente ao salário mínimo nacional. 8

4. A presunção estabelecida não é aplicável se a pessoa fizer prova de que a ausência de rendimentos se deve à situação de doméstica, não podendo, porém, ser considerado como tendo esta ocupação mais do que um membro do agregado familiar. 5. As despesas elegíveis do agregado familiar referem-se a impostos, saúde, educação, utilização de equipamentos sociais e habitação desde que devidamente comprovados. 6. O rendimento per capita do agregado familiar definirá a posição da candidatura numa grelha de classificação. No entanto, terão que ser tidos em conta as prioridades de decisão e os pareceres referidos nos artigos 13º e 17º respectivamente. 7. O rendimento referido no número anterior é calculado mediante a utilização da seguinte fórmula: Rpc=RF - D 12*N Rpc Rendimento per capita do agregado familiar RF Rendimento anual ilíquido do agregado familiar D Despesas fixas anuais do agregado familiar N Número de elementos do agregado familiar Artigo 13º Prioridades de decisão 1. Serão prioritárias as candidaturas onde se verifiquem as seguintes situações: a) Agregados familiares que incluam crianças, adolescentes ou menores em risco; b) Agregados familiares que incluam acamados e/ou indivíduos portadores de deficiência física/mental; b) Agregados familiares que incluam idosos; d) Envolvimento dos candidatos, familiares ou comunidade no processo de intervenção habitacional; Artigo 14º Concurso 1. A concessão dos apoios no âmbito deste programa ocorre na sequência de concurso promovido pelo Município de Caminha, nos termos legais exigidos para o efeito. 9

Artigo 15º Data de apresentação das candidaturas 1. Os prazos de candidatura serão definidos em edital, publicado e divulgado através dos órgãos de comunicação social locais e Juntas de Freguesia. 2. As candidaturas são apresentadas directamente nos Serviços da Acção Social da Câmara Municipal. Artigo 16º Procedimentos Internos 1. Terminado o prazo de entrega das candidaturas, o Serviço de Acção Social em articulação com a Divisão de Obras Particulares, Planeamento e Gestão Urbanística e a Divisão de Obras Públicas, Serviços e Transportes organizará os processos individuais, no período de dois meses após término do concurso. Os respectivos processos integrarão os seguintes documentos: a) Formulário de candidatura e documentos que o instruem; b) Relatório técnico acompanhado de fotografias a cores sobre o estado da habitação, através da realização de vistorias onde conste a situação da habitação, a viabilidade económica da intervenção, mapa de medições e orçamento respeitante às obras necessárias, entre outras informações fornecidas consideradas indispensáveis pelos serviços técnicos da DOPPGU e DOPST; c) Relatório socio-económico do agregado familiar, através de um estudo prévio composto por entrevista e visita domiciliária por parte do Gabinete de Acção Social (Anexo V) e parecer elaborado pelo Núcleo Executivo da Rede Social; d) Além dos documentos constantes nos números anteriores, os processos poderão ser instruídos com outros documentos existentes nos serviços ou que oficiosamente se venha a obter noutros organismos; e) Será elaborada uma lista de candidatos, com referência à intervenção habitacional, por freguesia, que será enviada à respectiva Junta de Freguesia para conhecimento. Artigo 17º Comissão de Análise 1. Será formada uma Comissão de Análise constituída pelos seguintes elementos: a) Vereador do Pelouro da Acção Social, que preside; b) Chefe da Divisão das Obras Particulares e Gestão Urbanística; c) Um técnico de Serviço de Acção Social; d) Um técnico de Engenharia Civil/Arquitectura da DOPPGU. 2. Os técnicos são seleccionados pelo Presidente da Câmara Municipal. A selecção (e respectivos substitutos) será submetida a aprovação da Câmara Municipal. 10

3. A Comissão de Análise apenas poderá funcionar na presença de todos os elementos constituintes. Na impossibilidade de estar presente algum dos elementos da Comissão, o Presidente da Comissão poderá seleccionar um substituto, submetendo também a aprovação da Câmara Municipal. Artigo 18º Decisão 1. No prazo de quinze dias, a Comissão de Análise escalonará as candidaturas e seleccionará as aprovadas, tendo em conta o rendimento per capita, as prioridades de decisão e os relatórios/pareceres emitidos. 2. Depois de analisadas as candidaturas e as propostas apresentadas pelos elementos referidos no número um do artigo anterior, a Comissão de Análise seleccionará as aprovadas. 3. Será elaborada uma acta, da qual constará uma lista graduada dos candidatos, que será assinada por todos os elementos da Comissão e submetida à aprovação em reunião de Câmara. 4. A decisão a recair relativamente a cada candidatura será notificada pelo Gabinete de Acção Social a todos os requerentes. Artigo 19º Fiscalização O técnico da DOPPGU que faz parte da Comissão de Análise, fiscalizará as obras e elaborará as informações técnicas e mapas de medições necessários. Artigo 20º Pagamento do apoio económico Os apoios económicos a atribuir, referidos na alínea b) do n.º 1 do artigo 5º são pagos mediante os autos de medição referidos no artigo anterior e a apresentação pelo requerente das facturas respectivas, referentes ao valor dos trabalhos/materiais comparticipados. Artigo 21º Intervenção directa da Câmara Municipal 1. O apoio económico a que se refere a alínea a) do número 2 do artigo 5º poderá ser substituído, sempre que a Câmara Municipal assim o entenda e desde que para tal detenha as necessárias disponibilidades, por uma prestação de serviços traduzida no fornecimento de mão-de-obra e/ou materiais de construção. 11

2. O fornecimento referido no número anterior será contabilizado tendo em conta os valores previstos para os materiais/mão-de-obra necessários à realização da obra. 3. O valor acumulado do fornecimento referido no número anterior não poderá ultrapassar, em caso algum, o valor do apoio económico que corresponderia ao requerente, caso realizasse as obras por sua conta e responsabilidade. Artigo 22º Acompanhamento social De forma a garantir a efectiva promoção das condições habitacionais, a progressiva inserção social e autonomização dos indivíduos e agregados familiares seleccionados com os apoios previstos, os mesmos ficam sujeitos a um acompanhamento social, sendo o programa e periodicidade definidos pelo Serviço de Acção Social da Câmara Municipal. Artigo 23º Obrigações relativas aos apoios económicos atribuídos 1. Todos os requerentes ficam obrigados a prestar à autarquia, as informações que lhe forem solicitadas no decorrer do processo, bem como informar qualquer alteração às condições socio-económicas do agregado familiar, logo que esta ocorra. 2. Após a atribuição dos apoios, os beneficiários têm que apresentar comprovativos dos rendimentos auferidos, nos dois anos seguintes, para certificar se a situação económica se mantêm. 3. Os beneficiários não podem proceder à alienação do imóvel a intervencionar durante os dez anos subsequentes à percepção do apoio e nele terão de habitar efectivamente, com residência permanente, pelo mesmo período de tempo; 4. Os beneficiários são obrigados a mantê-las em bom estado de conservação e em condições de salubridade, de acordo com a legislação em vigor. 5. A aceitação da herança que abranja uma habitação que foi objecto de apoio económico para a realização de obras de conservação e beneficiação, nos termos deste Regulamento, implicará o reembolso das referidas verbas atribuídas pela Câmara Municipal de Caminha. 6. Os autores da herança, reconhecem a dívida relativa às obras efectuadas mediante o preenchimento de uma minuta prestada pelo Município. (anexo V). 12

Artigo 24º Sanções 1. Para comprovação do cumprimento das obrigações referidas no número 3 do artigo anterior, a Câmara Municipal procederá anualmente à respectiva verificação. 2. No caso de violação das prescrições previstas no presente Regulamento, o requerente constitui-se na obrigação de ressarcir a Câmara Municipal dos valores integrais despendidos nas intervenções efectuadas. 3. A prestação de falsas declarações por parte do requerente será punida com a anulação da decisão final e/ou devolução dos apoios recebidos e impedimento de acesso a apoios futuros, sem prejuízo de comunicação às autoridades competentes para instauração do processo criminal competente. Artigo 25º Dúvidas e Omissões Quaisquer dúvidas ou omissões resultantes da interpretação do presente Regulamento, serão resolvidas pela Câmara Municipal em harmonia com as regras legais e regulamentares em vigor. Artigo 26º Revisão do Regulamento Este Regulamento será revisto sempre que seja necessário por força de legislação de ordem superior ou por manifestar desadequação à nova realidade entretanto surgida. Artigo 27º Entrada em vigor O presente Regulamento entra em vigor no dia imediato ao da sua publicação no Diário da República. 13