Seminário Energia Soluções para o Futuro Geração Hidrelétrica Flávio Antônio Neiva Presidente da ABRAGE Belo Horizonte, 24 de abril de 2014
Associadas da ABRAGE Usinas das associadas da ABRAGE Hidrelétricas 160 usinas Termelétricas 28 usinas Potência Total 63.808 MW 3.527 MW
Conceituação e visão estrutural
Principais Características do Setor Elétrico Brasileiro Intensivo em capital; Produto essencial, tanto sob o ponto de vista econômico quanto social; Praticamente sem substituto; Não globalizado (de difícil importação); Geração oriunda predominantemente de fonte hídrica; alguma incerteza na produção; Geração e Transmissão: competição nos leilões Distribuição: monopólio natural
Geração de Energia Elétrica Solar Hidrelétrica Biomassa Eólica Termelétrica Nuclear
Recursos Hídricos no Brasil 20% da População e 80% dos Recursos Hídricos de superfície 80% da População e 20% dos Recursos Hídricos de superfície
Bacias Hidrográficas do Brasil - Características Gerais - Nordeste Oferta de água de superfície baixa em comparação à população da região. Clima severo com estiagem prolongada, distribuição geográfica da água desfavorável. UHE s fortemente concentradas no Rio São Francisco. Alguns rios são intermitentes.
Bacias Hidrográficas do Brasil - Características Gerais - Sudeste e Sul Clima (chuvas regulares), sazonalidade previsível no SE e aleatória no S. Quantidade suficiente (rios, aquíferos). Qualidade para abastecimento comprometida pela forte ocupação urbana, industrialização, agricultura e mineração - pouco tratamento de efluentes. UHE s - cerca de 70% da produção hidrelétrica do país distribuída em 5 grandes bacias em MG, SP e PR já bastante desenvolvida e explorada.
Bacias Hidrográficas do Brasil - Características Gerais - Centro-Oeste Clima (chuvas regulares). Quantidade suficiente (rios, aquíferos). Agricultura intensiva - Necessidade do uso eficiente para irrigação. UHE s - Exploração intensificada recentemente, com destaque para o Rio Tocantins.
Bacias Hidrográficas do Brasil - Características Gerais - Norte Vazões elevadíssimas com sazonalidade acentuada. Baixas quedas para aproveitamento hidrelétrico. Necessidade de desenvolvimento do potencial hidrelétrico (apenas 10% explorado) respeitando os condicionantes sócio-ambientais presentes (parques, reservas indígenas, compensações, etc). UHE s - Exploração intensificada recentemente, com destaque para os rios Xingu, Madeira e Tapajós.
Fontes primárias de energia no Brasil Hidrelétrica Potencial economicamente viável total 260.000 MW - 35% desenvolvida (90.000MW) / 65% a desenvolver (170.000 MW, porém 110.000 MW com dificuldades para serem aproveitados - legislação ambiental vigente) Termelétrica convencional Gás Natural (Oferta total de gás para o Brasil 95MM m3/dia 47 Produção Nacional* / 32 Bolívia / 16 GNL) 44% para a produção de energia elétrica Gás de Xisto (em fase de prospecção) Carvão (nacional ou importado) Óleo Combustível e Óleo Diesel (alternativas para fechamento do balanço) Nuclear (reservas brasileiras de urânio suficientes para desenvolvimento de oferta nuclear 7ª maior do mundo) Fontes Alternativas Eólica (competitiva) Solar (em desenvolvimento) Biomassa (competitiva) *Oferta de gás natural ao mercado Fonte: MME
Características gerais do Sistema Elétrico Brasileiro O consumo atual do Brasil é da ordem de 592 TWh por ano (67.500 MWm), com demanda instantânea máxima de 85.708 MW (Fev/14). O crescimento médio (4,2% a.a. nos próximos 10 anos) exige a agregação de cerca 5.500 MW/ano na oferta. A matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas do mundo com 83% de fontes renováveis, enquanto a média mundial é de cerca de 20%. A universalização do atendimento de energia elétrica no Brasil é próxima de 100%. O sistema interligado brasileiro possui cerca de 300.000 MWmês em capacidade de armazenamento, porém apresentando redução da capacidade relativa (armazenamento / carga).
Planejamento do Setor Elétrico Curto Prazo - ONS Até 1 ano Instrumento: programa anual / mensal / semanal de operação Leilões: A-1 e Ajuste CMSE Médio Prazo - EPE De 1 a 10 anos Instrumento: Plano Decenal de Expansão Leilões: A-5 e A-3 Longo Prazo CNPE / MME Instrumento: Plano de Energia 2030 Políticas de Governo (CNPE)
Evolução da Capacidade Instalada 2012-2021 (MW) 2012 2021 CRESCIMENTO HIDRO 78.471 114.113 45% EOL 1.805 14.675 713% PCH 4.889 6.740 38% BIO 8.618 13.122 52% UNE 2.007 3.412 70% UTE 17.373 22.041 27% TOTAL 113.136 174.103 65% Fonte: EPE
Vantagens e Desvantagens das Fontes de Energia VANTAGENS DESVANTAGENS UHE UTE FONTES ALTERNATIVAS - Despachabilidade - Baixo custo da energia - Fonte renovável - Atendimento à ponta de carga - Despachabilidade - Segurança energética - Tempo de construção - Atendimento à ponta de carga - Abundância - Complementaridade da matriz - Tempo de construção - Fonte renovável - Sujeita a hidrologia ruim - Distância da carga - Tempo de construção - Impacto sócio-ambiental - Custo de operação - Fonte não renovável - Emissão de GEE - Despachabilidade
Usinas com reservatórios de regularização permitem: Fazer frente a períodos de hidrologia desfavorável. Tirar proveito das diversidades hidrológicas entre bacias hidrográficas. Proporcionar um ganho na GF em outros aproveitamentos integrados. Proporcionar uma redução na geração térmica pela energia secundária das hidráulicas. Integrar a geração eólica, biomassa e PCH s Agregar mais energia ao empreendimento. Regularizar todas as usinas situadas a jusante. O uso múltiplo dos recursos hídricos. Usinas A - Volume Útil (milhões de m3) B - Vazão Média anual (m3/seg) A/B (meses) Três Marias 15.728 689 8,7 Sobradinho 28.669 2500* 4,4 Furnas 17.217 924 7,2 Serra da Mesa 43.250 1050* 15,9 Emborcação 13.056 489 10,3 Nova Ponte 10.380 299 13,4 Itaipu 17.174 9.860* 0,7 *valores aproximados Jaguara 110 1000 30 horas
Características hidrológicas típicas da Região Amazônica x Região Sudeste Belo Monte Média Anual Três Marias Comparadas com a Região Sudeste, as vazões naturais da Região Amazônica apresentam as seguintes diferenças: Maior variação entre os valores mínimo e máximo mensais. Em Belo Monte, a vazão máxima é 20 vezes maior do que a mínima. Em Três Marias essa relação é 7 vezes. Maior afastamento dos valores em relação à média anual. Devido à falta de reservatório em Belo Monte, haverá dificuldades para produzir a sua capacidade máxima no período de agosto a novembro.
Matriz de Energia Elétrica: Tendências Térmica Hidrelétrica Nuclear F. Alternativas
Matriz de Energia Elétrica: Tendências Algumas características das matrizes elétricas da China e dos EUA: Percebe-se um esgotamento dos aproveitamentos hidrelétricos nesses países. Termelétricas convencionais (gás e carvão) como base da matriz. Aumento da participação de fontes alternativas (solar e eólica), apresentando uma forte redução no preço. Capacidade de produção hidrelétrica do Brasil é praticamente igual à dos EUA. A China agrega uma CEMIG por mês ou um Brasil por ano em seu sistema. O coeficiente de elasticidade Energia x PIB é alto na China, médio no Brasil, pequeno nos EUA e quase nulo na Europa. Térmica Hidrelétrica Nuclear F. Alternativas
Consumo de Gás Natural por Setor A produção de Gás Natural em 2014 tem crescido, chegando em 95,5 MM m3/dia no mês de março/14.
Gás de Xisto processo de extração Fonte: O Estado de São Paulo
Reservas de Gás de Xisto
Preços do gás natural (US$ / MMBtu) Europa - 12,00 Estados Unidos - 4,00 (Gás de Xisto) Indonésia - 17,00 Brasil 18,00 Fonte: FERC
Conjuntura energética no Brasil
Mercado e Geração (Jan-Abril) Comparativo 2013 e 2014 - MWm 2013 2014 Mercado 60.983 65.143 6,8% Geração UHEs 37.708 41.771 10,8% Geração Itaipu 10.515 9.330-11,3%
Consequência da atual situação energética A situação energética atual tem sido caracterizada por baixas afluências nas regiões Sudeste e Nordeste e por recordes sucessivos de consumo e demanda, ocasionados pela forte onda de calor no país nos primeiros meses do ano. Esses dois fatores trouxeram consequências de duas naturezas: (a) maximização da geração das UTE s (b) o aumento extraordinário do PLD (R$ 822/MWh) Esses fatores, por sua vez, pressionam os custos que recaem sobre as distribuidoras / consumidores (a) Exposição involuntária no mercado de curto prazo (b) Custeio da geração térmica (fixo + variável) (c) Exposição das cotas no mercado de curto prazo
Nível dos reservatórios do SE/CO x Geração térmica verificada 90,0 80,0 70,0 2012 2013 2014 30000,0 25000,0 60,0 20000,0 50,0 40,0 30,0 TÉRMICAS: 2012-13-14 NA: 2012-13-14 NA MÉDIO: 2002-2013 15000,0 10000,0 20,0 10,0 5000,0,0,0
Armazenamento Sudeste 2013 e 2014 100 90 80 70 2013 2014 2001 60 50 40 30 20 10 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Fonte: IPDO / ONS
MWm ENA SE/CO 2013 E 2014 X MLT 70000,0 60000,0 50000,0 40000,0 30000,0 MLT SE ENA 13 ENA 14 20000,0 10000,0 - Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro ENA Energia elétrica que pode ser produzida a partir das vazões naturais afluentes aos reservatórios. Fonte: ONS até 21/04/2014
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