TI VERDE, A TECNOLOGIA SE TORNANDO SUSTENTÁVEL Green it, technology becoming sustainable RESUMO



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Transcrição:

TI VERDE, A TECNOLOGIA SE TORNANDO SUSTENTÁVEL Green it, technology becoming sustainable RESUMO RODRIGO SLOMPO* THIAGO EDUARDO AZEREDO ** Este artigo apresenta o tema TI Verde e tem como objetivo relatar os conceitos e experiências em torno deste assunto, será demonstrado os principais pilares do Green ICT Framework, a busca por eficiência energética e o descarte correto de equipamentos eletrônicos. Palavras-chave: TI Verde; Virtualização; Nuvem; Eficiência, Reciclagem, Certificação Verde. ABSTRACT This paper presents the Green IT topic and aims to relate the concepts and experiences surrounding this issue will be shown the main pillars of the Green ICT Framework, the quest for energy efficiency and proper disposal of electronic equipment. Key words: Green IT; virtualization; cloud; Efficiency, Recycling, Green Certification. 1 Introdução A TI Verde (Tecnologia da Informação Verde), tem como objetivo implementar práticas sustentáveis à área de TI. Trata-se de uma área preocupante, pois consome muitos recursos como elétrico, financeiro e quando do descarte de equipamentos e suprimentos, pode causar inúmeros danos ao meio ambiente como a contaminação dos lençóis freáticos devido aos metais tóxicos que são liberados. A implantação dos conceitos de TI Verde, além de buscar reduzir custos e habituar os profissionais de TI às práticas benéficas para a empresa e o meio ambiente, pode se explorar também o marketing positivo para as Empresas que adotarem práticas ecologicamente corretas, estas serão mais bem vistas no mercado de trabalho e na venda de seus produtos e serviços perante a sociedade em geral. Apesar de um tema relativamente novo, TI Verde e Sustentabilidade tem * Bacharel em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e aluno de Pós-Graduação em Gestão de TI da Faculdade Cenecista de Campo Largo (FACECLA) email: rodrigoslom@gmail.com **Professor do curso de Pós-Graduação em Gestão da Tecnologia da Informação da Faculdade Cenecista de Campo Largo (FACECLA). email: thiago.azeredo@humanamais.com

ganha cada vez mais ênfase, uma série de documentações e frameworks, buscam auxiliar na adoção de práticas verdes, esta disponível neste documento algumas dessas práticas e também casos de sucessos. 2 TI Verde O conceito da TI Verde se enquadra em diversas formas de compromisso. No campo ambiental o primeiro a vir a mente é como a TI pode gastar menos energia para produzir ou processar uma quantidade cada vez maior de informações. Felizmente, diversos avanços vêm sendo feitos nesse sentido, tanto pelos fabricantes de hardware quanto pelos desenvolvedores de softwares nas mais diversas camadas dos sistemas (HESS, 2008). Na área social, a economia de energia também é importante, pois Data Centers que consumam menos energia trarão menos impacto para a região onde estão instalados, seja com relação ao sistema de refrigeração ou à necessidade de instalação de estação de transmissão elétrica próxima ao local (HESS, 2008). Tanto ambiental como social, fica claro o compromisso da empresa em manter e melhorar a região na qual ela está instalada, cidade, estado ou país, pelo bem de seus funcionários e de sua própria saúde financeira (HESS, 2008). O volume de CO 2 emitido anualmente na produção e uso de equipamentos de TI, que era de 300 milhões de toneladas em 2002, passou para 900 milhões em 2007 e deverá chegar a 1,4 bilhão de toneladas em 2020, um crescimento de 370% em 18 anos. Hoje, a TI é responsável, por cerca de 2% das emissões de CO 2 total, disputando com o setor aéreo o posto de indústria mais emissora do mundo. Do CO 2 com origem em TI, 25% são gerados na produção de computadores e demais periféricos e 75% resultam da energia gasta na sua utilização (JAYO, 2010). Em relação à fabricação de computadores, já existem vários modelos que alegam não utilizar metais pesados em sua fabricação. Alguns fabricantes estão abandonando os plásticos e metais em troca de materiais naturais: como exemplo, existe modelos de laptops com gabinete feito de fibras de bambu e madeira. Além da redução de consumo, outro ponto importante é a virtualização, que aumenta a eficiência dos processos computacionais. A virtualização já se tornou parte obrigatória do portfólio das grandes empresas de TI. Como o valor da

virtualização em alta, os principais fabricantes de softwares de virtualização foram adquiridos por grandes empresas (HESS, 2009). E por último, o software, os programas têm avançado significativamente em relação à otimização do processamento. Os softwares desenvolvidos de forma colaborativa, chamados de softwares livres, têm crescido constantemente, e são a última palavra em otimização (HESS, 2009). 2 - Green ICT Framework TI Verde é um tema muito discutido, na indústria de tecnologia, porém é necessário definições concretas sobre o tema, tornou-se difícil medir a eficácia da implementação de TI Verde na organização. Pensando nisso a Connection Research, um instituto de pesquisas ligadas a sustentabilidade, atuante em vários países e com sede na Austrália, elaborou o Green ICT Framework, que baseia-se em quatro pilares: Ciclo de vida dos equipamentos, Usuário final, Empresa e DataCenter e Emissão de Carbono. A Figura 2 ilustra os pilares do Green ICT Framwork (GRAEME Philipson, 2010). Figura 1 Quadro Green ICT Framework Fonte: GRAEME Philipson, 2010.

2.1 Ciclo de vida dos equipamentos Este pilar abrange a aquisição de equipamentos de TIC e eliminação ou reciclagem no final de seu ciclo de vida, sempre preocupando-se com o descarte correto, causando menor impacto ao meio ambiente. Os Equipamentos de TIC, como todos os outros equipamentos, passam por um ciclo de vida. É produzido, vendido, usados e reutilizados muitas vezes, em seguida, por fim é descartado ou destruído (GRAEME Philipson, 2010). 2.1.1 Aquisição O processo de aquisição é, sem dúvida, o aspecto mais importante de uma política verde, há dois aspectos a aquisição verde, a natureza do próprio equipamento e da natureza dos fornecedores desse equipamento. O equipamento pode seguir normas ambientais, inclui-se também valores ambientais do fornecedor no projeto, sua conformidade com as leis ambientais e se o fornecedor recupera e recicla equipamentos velhos coletados dos seus clientes (GRAEME Philipson, 2010). 2.1.2 Reciclagem e Reutilização Todas as organizações necessitam substituir seus equipamentos de TIC periodicamente, algumas organizações substituem seus equipamentos com maior frequência pois estas sempre precisam das últimas versões de hardware e software para funcionar adequadamente. Áreas da organização que realmente precisa de novo equipamento, pode repassar seus equipamentos antigos para outras partes da organização com menos atividades de missão crítica (GRAEME Philipson, 2010). 2.1.3 - Descarte As práticas de eliminação ambientalmente sustentável, são anteriores ao conceito de TI Verde, muitas organizações já possuíam uma consciência ambiental, já sentiam a necessidade de reduzir os danos ambientais causados pelo lixo eletrônico. Nos últimos anos, o lixo eletrônico se tornou um grande negócio. A indústria de reciclagem cresceu em torno das TIC e demais equipamentos eletrônicos são vastas as possibilidades, como a extração de metais preciosos de circuitos impressos ou em outros componentes. Em muitas localidades, as leis que

regulamentam o descarte de materiais foram ampliadas, tornando a eliminação ecológica do lixo eletrônico obrigatório (GRAEME Philipson, 2010). 2.2 Usuário final O usuário final é parte do processo de TIC, este pilar se divide em quatro partes: computação pessoal (desktop), computação pessoal (móvel), a computação do departamento, e impressão e consumíveis. Para cada item temos diferentes tecnologias e técnicas que podem reduzir o consumo de energia da organização e a emissão de carbono (GRAEME Philipson, 2010). 2.2.1 - Computação Pessoal Desktop Está é uma área importante em todos os tamanhos de empresa, esta área pode fazer uma enorme diferença para consumo de energia, várias técnicas de gestão de energia podem ser utilizadas, como por exemplo utilização thin clients onde for possível (GRAEME Philipson, 2010). 2.2.2 Computação Pessoal Móvel Muitos usuários finais de sistemas de TIC não estão mais pressos em equipamentos desktops, eles trabalham nos escritórios dos clientes, ou em suas casas e para isso utilizam notebooks, smartphones e PDAs, estes dispositivos também possuem uma série de considerações verdes que devem ser observadas principalmente em sua aquisição (GRAEME Philipson, 2010). 2.2.3 Computação de Departamento Muitas das observações deste ítem são aplicadas também no próximo tópico, computação empresarial. Os sistemas de computação departamentais são tipicamente compostos por servidores, dispositivos de armazenamento e demais periféricos que são instalados em centros de dados. Possuem na maioria das vezes dimensão significativa, e são ineficientes no uso de energia e recursos, são o alvo principal para a redução de energia (GRAEME Philipson, 2010). 2.2.4 Impressão e consumo Um dos principais consumidores de recursos é a impressão, seu consumo de energia é ineficiente, consomem quantidades significativas de energia mesmo em período ocioso, utilizam ainda materiais consumíveis como papel e toner ou tinta e estes podem causar sérios problemas ambientais, tanto na sua produção quanto em sua eliminação, as impressoras são dispositivos prejudiciais ao meio ambiente, pois

são volumosas, desenvolvidas a partir de materiais que são difíceis de reciclar ou até mesmo tóxico, exigem ainda mais manutenção do que a maioria dos outros dispositivos pois possuem muitas peças móveis. Estes problemas podem ser minimizados simplesmente imprimindo menos (GRAEME Philipson, 2010). 2.3 Computação em Empresas Computação em Empresas possuí parte da função de TIC controladas por um departamento específico de TIC, normalmente constituído por centro de dados, redes, desenvolvimento de software e terceirização de serviços. Em organizações de grande porte uma gestão eficiente dos equipamentos podem ser um dos aspectos mais importantes da TI Verde (GRAEME Philipson, 2010). 2.3.1 Data Center e Equipamentos Os equipamentos mais importantes em um Datacenter são os servidores e os dispositivos de armazenamento. Os servidores são geralmente os maiores consumidores de energia, e esse consumo continua a aumentar à medida que os processadores mais potentes são utilizados e o número de servidores aumenta exponencialmente. Nos últimos dez anos, a média do consumo de energia de um rack de servidores aumentou cinco vezes, levando em consideração também os requisitos de arrefecimento. Servidores e storages tornaram-se umas das principais tecnologias nos datacenters, nos últimos anos tudo isso aliado a tecnologias de virtualização. A virtualização é apontada por muitos como uma tecnologia para reduzir o consumo de energia, pois reduz o número de dispositivos, mas na prática a maior parte dos dados de consumo de energia continua subindo, porque os dispositivos são cada vez mais potentes, consequentemente consomem mais eletricidade (GRAEME Philipson, 2010). 2.3.2 Ambiente do datacenter O ambiente do datacenter pode consumir mais energia do que os equipamento de TIC dentro dele. Temos três aspectos principais: 1 - A fonte de alimentação: Os datacenters geralmente têm fontes de alimentação dedicadas, em muitas casos de uma. Sua eficiência varia enormemente. 2 - Resfriamento e iluminação: Os equipamentos de TIC normalmente exigem uma quantidade significativa de refrigeração, item este responsável por grande parte do consumo de energia. A iluminação é também um fator.

3 - O edifício que abriga o datacenter também pode influenciar no consumo de energia como por exemplo o isolamento do ambiente, existe ainda vários outros aspectos que devem ser observados (GRAEME Philipson, 2010). 2.3.3 Rede e comunicação Há um número de questões ambientais, especificamente ligados com comunicação, incluindo: 1 - Local Área Networking - redes LANs, em muitas organizações as redes consistem de uma coleção desordenada de cabos que consomem grandes quantidades de energia e que contribuem para arrefecimento, um projeto de cabeamento eficiente significa menor consumo de energia. 2 - Wide Atrea Networking redes WANs, muitas organizações utilizanse de VPNs (Rede privada virtual) que consiste em uma linhas de dados alugadas através da Internet. As empresas não possuem o controle diretor sobre essas redes, seu uso ineficiente contribui para o consumo geral de energia e aumenta a emissão de carbono global. 3 - A comunicação sem fio redes Wireless esta tecnologia não substituirá totalmente a rede cabeada mas sua utilização está crescendo consideravelmente, as comunicações sem fio podem ser ineficiente enquanto não estão sendo utilizados (GRAEME Philipson, 2010). 2.3.4 Terceirização e computação em nuvem A terceirização tem sido muito discutida na área das TICs, e com o aumento da preocupação com sustentabilidade, surgiu uma nova dimensão ao debate. Muitas empresas estão preocupadas em construir centros de dados eficientes, em termos energéticos, que permitam reduzir as emissões de carbono. Uma questão-chave com a terceirização é que muitas vezes essas boas práticas da TI Verde são negligenciadas pelas empresas contratadas. Outro fator de discussão é a questão financeira é impossível dizer se a terceirização é um bom negócio ou não, se não é conhecido o custo real do que está sendo terceirizado. Uma nova variável foi adicionada ao debate sobre a terceirização, a computação em nuvem, onde o processamento ocorre na em algum lugar, em uma "nuvem" na Internet, a computação em nuvem não é considerada necessariamente uma terceirização, mas, está tornando ainda mais complexo o debate (GRAEME Philipson, 2010).

2.3.5 Arquitetura de Software Muitas das discussões sobre TI Verde, refere-se apenas ao hardware, mas o software também é um fator determinante, pois o hardware é dimensionado pensando no software, dependendo do software, é determinado a arquitetura e a capacidade do hardware necessário, consequentemente é responsável pelo consumo de energia dos sistemas. Também a maneira como o software é desenvolvido e utilizado, se seu código é ou não eficiente, tem consequências diretas para o consumo de energia (GRAEME Philipson, 2010). 2.4 - TICs com baixa emissão de carbono Cerca de 2 por cento das emissões de carbono do mundo, são provenientes das TICs, principalmente através do uso de eletricidade, no funcionamento do hardware. Isso significa que, mesmo com todos os esforços na diminuição da emissão de carbono, as emissões globais cairiam apenas 1 por cento. Os reais benefícios da TI Verde estão no uso de tecnologias que beneficiem as organizações e a comunidade em geral, reduzindo suas emissões de carbono. Isso é abordado no quarto pilar do quadro (GRAEME Philipson, 2010). 2.4.1 - Governança e Gestão O tema das mudanças climáticas e questões relacionadas têm incentivado um perfil voltado a sustentabilidade, cada vez mais, as corporações procuram agir de forma ecológica e sustentável. A Governança Corporativa é um termo que surgiu na última década, para descrever o processo pelo qual as organizações, tenham uma gestão, não só em termos de cumprimento das suas obrigações comuns, mas também envolvendo seus acionistas, funcionários, e demais parceiros de negócios. Existe uma maior consciência de que, quando se trata de meio ambiente, todo mundo é interessado, e uma boa governança deve inclui também uma boa gestão ambiental (GRAEME Philipson, 2010). 2.4.2 - Teletrabalho e colaboração O termo "teletrabalho" abrange tecnologias e práticas para viabilizares o trabalho à distância, ou trabalho remoto. Os benefícios de redução de carbono estão sobretudo relacionadas com a não necessidade de viagens pessoais, se as pessoas não tem que dirigir um carro ou pegar um avião para fazer o seu trabalho, elas estão

reduzindo a emissão de carbono, pois evitam a queima de combustível gerada por essa viagem. Entre as tecnologias, podemos citar, teleconferência, videoconferência e telepresença (videoconferência em alta resolução). As ferramentas de colaboração aliadas a técnicas para aumentar a capacidade de um grupo de pessoas em trabalhar em conjunto, implicam em poder compartilhar documentos, processos e informações, tornando-os mais eficientes e reduzindo a necessidade de contato físico (GRAEME Philipson, 2010). 2.4.3 Gerenciamento de Processo Empresarial O Gerenciamento de Processo Empresarial ou Business Process Management (BPM) é o processo de melhorar as formas de uma organização ou de um indivíduo desenvolver seus trabalhos, tornando-os mais eficientes. O principal sentido refere-se a uma disciplina de gestão chamada BPM, que normalmente é dividida em cinco fases: Desenho, Modelagem, Execução, Monitoramento e Otimização. Refere-se ao processo global de gestão e melhoria de processos de negócios e fornece ferramentas para modelagem de processos e tecnologias possibilitem sua execução (GRAEME Philipson, 2010). 2.4.4 - Aplicações de Negócio A maioria das organizações necessitam de aplicações de negócios baseadas em TIC, entre os mais comuns temos os sistemas de gestão financeira da Informação, gestão de planejamento e recursos, gestão de suprimentos e fornecedores e relacionamento com clientes. Muitas organizações também possuem aplicações específicas, mais especializadas, pensadas para proporcionar-lhes vantagens competitivas. Os gestores buscam eficiência em todas as fases de cada processo, pequenas melhorias podem ter um efeito significativo, por causa da escala da operação. A TI Verde tem um papel muito importante na melhoria da eficiência de muitos processos industriais e comerciais, como no processo de fabricação e distribuição de energia elétrica e na engenharia e construção. Cada setor possuem processos únicos que podem ser mais eficientes utilizando-se da tecnologia, e ser eficiente significa ser verde (GRAEME Philipson, 2010). 2.4.5 - Gestão de Emissões de Carbono

A Gestão de Emissões de Carbono se concentra na gestão e redução de emissões de carbono de uma organização. Inclui o uso de sistemas de tecnologia projetados para reduzir a emissão de carbono. A aplicação dessas tecnologias fornecem dados de emissão de gases de efeito estufa para a gerência executiva e os reguladores. À medida que o quadro regulamentar de emissões de carbono continua a evoluir, essas ferramentas se tornam cada vez mais populares na gestão do ciclo de vida das emissões de carbono. O mercado vai continuar a amadurecer e, provavelmente, irá se consolidar, e softwares de Gestão de Emissões de Carbono se tornarão componentes funcionais dentro do portfólio de aplicativos de muitas organizações (GRAEME Philipson, 2010). 3 - Ações da TI Verde No quadro em que temos os quatro pilares, temos também as "ações", divididos em cinco componentes horizontais, sendo elas: atitude, políticas, práticas e tecnologia e métricas. As quatro primeiras ações, (atitude, políticas, práticas e tecnologia) podem ser aplicadas, através de cada um dos quatro pilares e métricas é a gestão do todo (GRAEME Philipson, 2010). 3.1 Atitude Atitude descreve como pensamos, em vez de como agimos. Trata-se de uma questão de atitude e cultura. É o ponto de partida necessário, um desejo e um compromisso de mudança, seguido por ações que precisão ter sua eficácia medida. Ter uma atitude positiva em relação a TI Verde é muito importante e essas atitudes são mais eficazes se elas vêm da alta gestão (GRAEME Philipson, 2010). 3.2 Política Entre os aspectos políticos da TI Verde, estão técnicas para redução de energia das TIC em toda a empresa. Devem incluir a comunicação dessas políticas, sua execução, medição da eficácia e ainda estratégias de mitigação. Deve se estabelecer políticas para garantir que a TI Verde torna-se um programa endossado não apenas um projeto discreto (GRAEME Philipson, 2010). 3.3 Prática

Prática se refere às técnicas e comportamento. Muitas práticas que os indivíduos e as organizações podem adotar, contribuem diretamente para TI Verde. A grande vantagem da maioria deles é que eles não custam nada, não envolvem a compra de hardware ou software, mas sim a alteração de hábitos e mentalidades, como exemplos podemos citar a ação de desligar PCs quando não está em uso, reciclagem de papel da impressora, imprimir menos e utilizar equipamentos de TIC por mais tempo, em vez de substituí-lo quando ele ainda é útil. Essas ações simples são muitas vezes as mais eficazes (GRAEME Philipson, 2010). 3.4 - Tecnologia Algumas pessoas quando se fala em TI Verde, pensam principalmente em termos de tecnologia como thin clients, servidores virtualizados, impressoras duplex. A melhor maneira na maioria dos casos de abordar questão da tecnologia verde é levar todos os princípios verdes na administração do ciclo de reposição de equipamentos. Os custos da nova tecnologia, simplesmente porque é mais verde, são tais que muitas vezes não valem a pena, principalmente quando levamos em conta o desperdício inerente a descartar o equipamento considerado velho, enquanto ele ainda é útil (GRAEME Philipson, 2010). 3.5 Métricas As métricas são aplicadas entre os quatro pilares, porém abordada de maneira diferente, escolher as ferramentas certas para medir, monitorar, gerenciar e mitigar o consumo de energia e emissões de carbono, dentro e fora do departamento de TIC, é fundamental para garantir que os projetos de TIC verdes sejam bem sucedidos ao longo do tempo. As métricas são divididas em quatro fases sendo elas: Medir: Em muitos casos as métricas ou unidades de medida, não existem tornando-se um problema é necessário identificar o que deve ser medido, e quais são as unidades? Monitor: É a medição contínua. A capacidade de medir qualquer processo ao longo do tempo e determinar se está ou não melhorando. Gerenciar: Tomando os resultados da medição e monitoramento, determinar o que deve ser feito para melhorar o processo.

Mitigar: Gerenciar o processo de tal forma que ocorra uma melhoria permanente no processo, normalmente representa uma mudança no processo (GRAEME Philipson, 2010). 4 - Medindo a TI Verde O próximo passo é a aplicação de métricas para cada aspecto do quadro, medir o nível de capacidade de uma organização em seus diferentes aspectos. A Research Connection faz isso através do uso de uma Capability Maturity Model modificado (CMM) (GRAEME Philipson, 2010). O conceito do CMM é muito utilizado na indústria de TIC para descrever o nível de implementação de vários sistemas e define cinco níveis de maturidade. Aplicando os cinco níveis CMM em cada um dos cinco aspectos de TI Verde, temos uma estrutura útil para determinar a maturidade da estratégia de TI Verde de uma organização. A Research Connection determina os níveis de maturidade através da administração de uma pesquisa que faz perguntas sobre cada aspecto como pode ser visualizado no quadro a baixo. As perguntas são feitas sobre as ações (atitude, política, prática, tecnologia, métricas), para cada um dos quatro pilares, cada pergunta é construída para avaliar esse fator em uma escala de 0 a 5, em seguida, todas as questões relevantes são agregadas e ponderadas para fornecer uma pontuação de até 100 para cada pilar. A Figura 2 exibe o Modelo de maturidade da Research Connection: Figura 2 Quadro Modelo de maturidade Fonte: GRAEME Philipson, 2010

A Research Connection tem aplicado esse modelo de pesquisa em mais de 500 organizações em todo o mundo, um número suficiente para formar uma base de conhecimento para diversos setores da indústria e diferentes tamanhos de organização (GRAEME Philipson, 2010). Através de tal metodologia é possível que uma organização determine se está acima ou abaixo da média em sua maturidade de TI Verde em cada área. Em uma análise mais profunda, das respostas às questões individuais, pode então, identificar as políticas e tecnologias que poderiam ser implementadas para melhorar a maturidade da TI Verde da organização (GRAEME Philipson, 2010). 5 Eficiência no consumo de Energia. Pensando em TI Verde, um dos principais pontos é a busca por eficiência energética o consórcio global Green Grid, formado pelas empresas como Intel, Dell, VMWare, AMD entre outras, tem como objetivo se tornar a autoridade mundial em eficiência de recursos em tecnologia da informação e datacenters, o Green Grid disponibiliza inúmeros documentos e experiências atuando como uma assessoria para empresas e demais entidades que pretendam adotar medidas para se tornarem mais eficientes na utilização de seus recursos (Green Grid 2014). A iniciativa da APC by Schneider Electric, líder mundial em soluções e serviços para ambientes críticos de energia e refrigeração, é uma das empresas que está divulgando a importância da TI Verde, ela possui uma nova estratégia de negócios, a Empresa Eficiente, cujo foco é obter maior rendimento e controle no uso da energia, entre as ações está a disponibilização do APC Trade Off Tools, que são um conjunto de aplicativos Web, projetados para utilização nos estágios iniciais de desenvolvimento de conceito e projeto de Datacenters. Permite a realização de testes em diversos cenários relacionados a virtualização, eficiência, dimensionamento de potência, custo de capital entre outros. Com essa ferramenta é possível desmembrar grandes decisões em uma série de decisões menores sendo assim mais fáceis de gerenciar. Entre as os recursos disponibilizados, algumas se destacam, como: Calculo de emissão de carbono, Calculo de custo de energia e Calculo de custo de energia com a virtualização (VERAS, 2011).

As figuras 3 e 4 mostram a interface das ferramentas disponibilizadas: Figura 3 Ferramenta para calculo de emissão de carbono. Fonte: VERAS, 2011 Figura 4 Ferramenta para calculo de eficiência do datacenter. Fonte: VERAS, 2011

6 Selo Verde Em decorrência da maior consciência ecológica dos consumidores, proliferam, em número cada vez maior, os rótulos ambientais (selos verdes), estes são vistos como elo de comunicação entre o fabricante e o consumidor. Esses selos, visam dar informações ao consumidor, o selo verde identifica os produtos que causam menos impacto ao meio ambiente em relação aos seus similares. Alguns selos verdes, partem do próprio fabricante que procura demonstrar os aspectos ambientais positivos do produto, outros selos são concedidos por organismos certificadores que fiscalizam e comprovam as informações. Diversos países criaram seus próprios selos, os quais passaram a ser um diferencial competitivo, os países pioneiros na utilização desta rotulagem ambiental de produtos, são: Alemanha Blue Angel criado em 1977, o programa mais antigo; Estados Unidos Green Seal 1989; União Européia European Ecolabel 1992 Devido a crescente proliferação de rótulos ambientais, com parâmetros, pessoais, de um grupo, organização ou país, levou a ISO (International Organization for Standardization) a criar normas e critérios gerais para a rotulagem, no Brasil, é representada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). (D AVIGNON, 1996). Uma iniciativa brasileira, desenvolvida a partir do trabalho da Comissão de Sustentabilidade do CCE (Centro de Computação e Eletrônica) da USP (Universidade de São Paulo), elaborou-se um edital com os seguintes requisitos: economia de energia elétrica, ausência de elementos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente como chumbo, cádmio, entre outros, seguindo diretrizes européias disponíveis no documento ROHS (Restriction of Hazardous Substances) e adesão aos padrões de qualidade ISSO 9001 e gestão ambiental ISO 14.001. No intuito de incentivar e premiar a empresa vencedora, que forneceria equipamentos verdes, atendendo os requisitos estabelecidos, foi desenvolvido um Selo Verde, este selo passou a ser concedido a todos os equipamentos fabricados dentro dos padrões de TI Verde, como uma forma de a USP reconhecer as empresas comprometidas com

o meio ambiente e a sustentabilidade, na ocasião a empresa ganhadora foi a Itautec. (Carvalho, 2010, p132). 7 Descarte materiais de informática. Figura 5 Selo Verde USP. Fonte: CARVALHO, 2010 Com a crescente aquisição de bens de informática e telecomunicação, por indivíduos e empresas e a grande necessidade de substituição destes equipamentos, seja por obsolescência, mau funcionamento ou simplesmente por impulso do consumidor que quer algo mais moderno, diante desta realidade, o que fazer com o volume crescente de lixo eletrônico produzido? No ano de 2010, foi sancionada a Lei 12.305/2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que obriga o gerador do resíduo a dar a destinação final adequada, com critérios ambientalmente corretos, no entanto não existe políticas efetivas nem interesse por parte da maioria dos fabricantes em assumir a necessidade do descarte correto dos artigos produzidos, identificou-se que os equipamentos descartados acabam destinados para instituições beneficentes que em sua maioria não tem condições de descartar corretamente esses equipamentos ao final da vida útil. Com o problema identificado, a Comissão de Sustentabilidade da USP em parceria com o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), elaborou um projeto de Criação de Cadeia de transformação de Lixo Eletrônico. entre as

ações desenvolvidas estão a execução de um plano piloto para coleta de resíduos intitulado Operação Descarte Legal, onde aproximadamente 5.2 toneladas de peças e equipamentos foram coletados, todo esse material inicialmente foi armazenado em um contêiner e foi extremamente importante para extrair informações necessárias para a implantação de um Centro de Triagem e descarte de resíduos de informática, os principais objetivos do centro de triagem são: Elaborar fluxo de vida dos equipamentos eletroeletrônicos. Implantar programa de coleta e descarte de lixo eletrônico. Propor solução para reaproveitamento ou reciclagem deste material. Pesquisar projetos sociais que poderiam receber esses materiais para reuso. Pesquisar empresas especializadas em reciclagem correta desse material eletrônico. Elaborar método de homologação e certificação tanto dos projetos sociais e empresas de reciclagem. Propor possíveis parcerias. Ser referência na destinação final dos resíduos eletrônicos. O modo de operação segue as seguintes fases: Recepcionar equipamentos eletrônicos obsoletos da USP. Efetuar a triagem da possibilidade de reutilização. Separar e classificar os inservíveis conforme composição. Armazenar o material até o recolhimento por empresas recicladoras credenciadas. A Figura 6 mostra em detalhes o Centro de Triagem e descarte de resíduos de informática:

igura 6 Fluxograma reciclagem, USP. Fonte: CARVALHO, 2010 F O projeto alcançou ótimos resultados, muitas pessoas e empresas contataram para adquirir mais informações, o interesse foi tanto que os pôsteres do projeto foram premiados na categoria Gestão e Inovação no GeInfo 2008 e 2009. CARVALHO (2010, pág 134). Preocupada com os recursos naturais limitados, em 2007 a Furukawa lançou o Programa Green IT, programa este ainda ativo, onde tem o objetivo de coletar resíduos de cabos, o Programa Green IT da Furukawa é um ótimo exemplo de ação que dá destino correto para resíduos de cabos substituídos em redes de comunicação, estes são reciclados e utilizados por outras indústrias, gerando larga economia de Recursos Naturais e redução da emissão dos Gases de Efeito Estufa. Segundo Hélio Durigan, diretor de Engenharia e TI da Furukawa, o programa envolve praticamente todas as empresas clientes da Furukawa que demandam projetos de substituição e modernização de redes, a Furukawa subsidia os seus integradores com incentivos comerciais e bonifica os clientes para promover o Green IT. (FURUKAWA 2014).

Na Figura 7 temos o fluxograma do programa da Furukawa: Figura 7 Fluxo do programa Green IT Furukawa. Fonte: FURUKAWA, 2014 A Remaster coleta e entrega para Furukawa toda a sobra de cabos e resíduos eletrônicos que, com o Projeto Green It, além de aumentar a economia de recursos naturais e a oferta de matéria prima reciclada, a Remaster e a Furukawa estimulam o desenvolvimento sustentável no mercado da construção civil. Figura 8 Fluxo do programa Green IT Furukawa. Fonte: REMASTER 2014 Como está demonstrado na Figura 9, a cada embalagem de 0,76 m³ (1,00x1,22x0,62) de sobras retiradas das obras, a Furukawa oferece à Remaster bonificação de três caixas com cabos Gigalan. (REMASTER 2014).

8. Considerações Finais Após a análise da literatura pode-se concluir que o crescimento tecnológico e industrial como um todo é inevitável. Também é imprescindível que o meio ambiente seja preservado, governos e empresas devem se empenhar na busca da sustentabilidade, seja por ganhos econômicos ou ambientais. Como vimos ao longo deste trabalho, são muitas as iniciativas possíveis para as práticas de TI Verdes, que podem ser consideradas, por muitos, um diferencial para as instituições que as adotam, passando para a sociedade uma boa imagem, na qual existe preocupação com a preservação do meio ambiente. Um dos tópicos mais relevantes é sem dúvida a apresentação do Green ICT Framework, que se baseia em quatro pilares: Ciclo de vida dos equipamentos, Usuário final, Empresa e DataCenter e Emissão de Carbono. Esses quatro pilares, demonstram como aplicar a TI Verde em todas as áreas da empresa. Este Framework é uma documentação completa que pode amparar empresas e demais instituições a adotarem as práticas de TI Verde. A questão Eficiência no consumo de Energia, foi amplamente abordada, destacando-se a crescente utilização das diferentes formas de virtualização e otimização de softwares, a iniciativa do consórcio global Green Grid e a APC by Schneider Electric, que vem divulgando a importância da TI Verde, cujo foco é obter maior rendimento e controle no uso da energia. Como iniciativa governamental podemos destacar os selos verdes, que tem o objetivo de incentivar empresas a pensarem de forma sustentável. Por fim na questão descarte e reutilização de material, onde iniciativas da USP e Furukawa mostram que é possível agir ecologicamente correto com ações muitas vezes simples. Este documento demonstra várias ações e certamente pode contribuir para que novas instituições e empresas adotem, em algum momento de seus processos, práticas de TI Verde. O mundo todo está passando por problemas climáticos e energéticos, a TI é uma área em destaque, em amplo crescimento e cada vez mais se torna parte

obrigatória das organizações, por esse motivo, as práticas de TI Verde são extremamente relevante na busca de um mundo sustentável

REFERÊNCIAS CARVALHO Tereza Cristina Melo de Brito, (2010). TI Tempo de Inovação: Um Estudo de Caso de Planejamento Estratégico Colaborativo. São Paulo: M.Books do Brasil, 2010. GRAEME Philipson, Connection Research, A Green Paper, (2010): A Green ICT Framework. Sydney, Australia. Connection Research Green Paper, 2010. D AVIGNON, Alexandre. Normas ambientais ISO 14000: como podem influenciar sua empresa. Rio de Janeiro: CNI, DAMPI, 1996. Furukawa:2014 Programa Green IT Apresentação disponível em: <http://www.furukawa.com.br/br/rede-furukawa/noticias/green-it-conectividadesustentavel-300.html>. Acesso em 06 de janeiro de 2014. Green Grid:2014 Green Grid Apresentação disponível em: <http://www.thegreengrid.org> Acesso em 25 de janeiro de 2014. JAYO Martin:2010 GV-executivo, vol. 9, n. 1, jan-jun 2010: Por uma TI mais Verde. São Paulo: Rae Publicações, 2010. Remaster:2014 Integradora Programa Green IT Apresentação disponível em: <http://remaster.com.br/noticias_detalhes.php?n_noticia=23> Acesso em 02 de fevereiro de 2014. VERAS Manoel, (2011). Virtualização: Componente Central do Datacenter. Rio de Janeiro: Brasport, 2011.