MISSÃO ESPECIAL DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL. Senhor Ministro,



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MISSÃO ESPECIAL DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL Nº 6 C/R La Paz, 29 de março de 1958. Senhor Ministro, Com o propósito de estreitar ainda mais as relações políticas e econômicas entre nossos países, nas conversações que tive a honra de manter com Vossa Excelência durante a Reunião Especial realizada em Corumbá nos dias 24 e 25 e em Roboré nos dias 26, 27 e 28 de janeiro de 1958, consideramos do mais alto interêsse promover, a curto prazo, a pesquisa e lavra das áreas a que se refere o Tratado sôbre a Saí da e o Aproveitamento do Petróleo Boliviano, firmado a 25 de fevereiro de 1938, e seus instrumentos complementares, aplicando-se imediatamente suas disposições em tudo aquilo que re sulte operante no presente. 2. Dentro dêstes propósitos e depois de uma análi se exaustiva, concordamos na necessidade de atualizar os refe ridos instrumentos internacionais e de concretizá-los nas se guintes estipulações: A Sua Excelência o Senhor Manuel Barrau Peláez, Ministro das Relações Exteriores e Culto.

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasil/Nº 6 C/R/1958/2. estipulações: I A Zona de Estudos a que se refere a declaração II das Notas Reversais, de 17 de janeiro de 1952, será dividi da, pelo Govêrno da Bolívia, por meio de um paralelo geográfi co, em duas áreas: Área "A", situada ao norte, compreendendo sessenta por cento (60%) da superfície da referida Zona; Área "B", situada ao sul, compreendendo quaren ta por cento (40%) da superfície da referida Zona. A medição definitiva das citadas Áreas será feita, com a possível brevidade, pelos órgãos técnicos do Estado boliviano, com a assistência de um representante do Brasil. O Govêrno da Bolívia distribui as Áreas mencio nadas da seguinte forma: Área "A", a "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos" para ser desenvolvida por esta entidade de acôrdo com o seu Estatuto Orgânico; Área "B", para pesquisa e lavra por emprêsas privadas de capitais brasileiros, exclusivamente, as quais obterão concessões sujeitas, em geral, ao Código do Petróleo da Bolívia, aprovado por Lei de 29 de outubro de 1956, e, em par ticular, às disposições do aludido Código referentes à Zona I, prevista no artigo 20. As aludidas emprêsas estarão sujeitas em suas atividades na Bolívia às leis do país, renunciando, de acôrdo com o artigo 11 do citado Código, a tôda reclamação di plomática. II As emprêsas privadas de capitais brasileiros re

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasil/Nº 6 C/R/1958/3. receberão, em igualdade de condições, tratamento não menos fa vorável do que o dispensado pela Bolívia a outras emprêsas si milares de capitais privados que, dentro da Zona I, obtiverem concessões durante o mesmo período a que se refere o artigo IV desta Nota. III Uma vez obtidos os respectivos títulos de concessão, de acôrdo com o Código do Petróleo, as emprêsas priva das de capitais brasileiros, que venham a operar na Bolívia, ficarão sujeitas, em geral, às leis bolivianas e, em particular, ao Código do Petróleo, cessando, no que lhes disser respeito, as estipulações desta Nota, salvo o previsto no último parágrafo do artigo I e nos artigos V, VI, VII, VIII, IX e X. IV As emprêsas privadas de capitais brasileiros processarão seus pedidos de concessão e obterão os respectivos títulos de concessão no prazo máximo de dezoito (18) meses, a contar da entrada em vigor desta Nota. Se as emprêsas não obtiverem os títulos de concessão no referido prazo, o Govêrno da Bolívia disporá livremente das áreas não pedidas,nem concedidas. V As pessoas físicas bolivianas poderão ser acio nistas das emprêsas privadas de capitais brasileiros que operarem na Área "B. VI Uma vez alcançada produção suficiente e satisfeitas as necessidades do consumo da Bolívia, êste país com-

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasil/Nº 6 C/R/1958/4. compromete-se a vender e o Brasil a comprar até cem mil (100.000) barris diários de petróleo crú, em condições e preços do mercado internacional. Essas operações de compra e ven da far-se-ão pelo tempo em que, de acôrdo com o Código do Petróleo, as emprêsas privadas de capitais brasileiros operarem na Bolívia. Para cobrir êsse volume, destinar-se-á a produ ção total de petróleo crú obtida pelas emprêsas privadas de ca pitais brasileiros na Área "B", que lhes é atribuída pelo artigo I, bem como a produção e/ou a participação que couber a "Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos" na lavra da Área "A", do mesmo artigo I. Se convier aos Govêrnos do Brasil e da Bolívia, poderão ser destinados, para a venda ao Bra sil, volumes de petróleo crú adicionais ao fixado no presente artigo. VII A Bolívia compromete-se a vender e o Brasil a comprar, nas condições e preços do mercado internacional, todo o gás natural produzido pelas emprêsas privadas de capitais brasileiros, na Área "B". Os preços dos hidrocarbonetos bolivianos serão fixados tomando-se como base as condições e preços do mercado internacional, para produtos similares, acrescidos dos custos de transporte aos lugares de entrega. I X Tanto o preço dos hidrocarbonetos que a Bolívia vender ao Brasil, provenientes da lavra da Área "A" ou de outras áreas de seu território, que não sejam a Área "B", quan

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasi1/Nº 6 C/R/1958/5. quanto o impôsto sôbre lucros e outros gravames devidos,segun do o Código do Petróleo, pelas empresas privadas de capitais brasileiros, que operarem na Área "B", pagar-se-ão à Bolívia em dólares norte-americanos de livre conversibilidade. X As emprêsas privadas de capitais brasileiros disporão livremente de sua produção, com a obrigação de desti ná-la exclusivamente ao consumo brasileiro. Cobertos os cem mil (100.000) barris diários de petróleo crú e as necessidades do mercado do Brasil, os excedentes produzidos pelas refe ridas emprêsas poderão ser comercializados em outros mercados. XI O Brasil assegura à Bolívia a compra de deriva dos de petróleo, de propriedade de "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos", nas condições e preços do mercado inter nacional, até cinco mil (5.000) barris diários. Para êsse fim, "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos" firmarão acordos com as entidades que o Govêrno do Brasil designar e nos quais se estabelecerão as condições gerais e prazos de vigência dos mesmos. XII Quando nas Áreas "A" e "B", descritas no artigo I, houver produção e reservas suficientes de petróleo crú que justifiquem econômicamente a construção de um oleoduto, o Brasil e a Bolívia comprometem-se a construí-lo tendo em conta o abastecimento do mercado brasileiro e a exportação dos excedentes não absorvidos pelo mesmo mercado. O oleoduto poderá partir de qualquer das duas Áreas, segundo o aconselharem os estudos técnico-econômicos, e terminar nas imediações

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasil/Nº 6 C/R/1958/6. imediações do pôrto de Santos. Se convier à Bolívia, o Brasil compromete-se a conceder-lhe os créditos necessários, reembolsáveis em petróleo crú, para a construção do oleoduto em território boliviano, obra que pertencerá a "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos". O Brasil construirá e operará o oleoduto no setor correspondente a seu território. XIII Quando na Área "B" houver produção e reservas suficientes de gás natural que justifiquem econômicamente a construção de um gasoduto, o Brasil e a Bolívia comprometemse a construir a referida obra, tendo em conta as necessidades efetivas do mercado brasileiro e a obrigação assumida pe los dois países no artigo VII desta Nota. Se convier à Bolivia, o Brasil compromete-se a conceder-lhe os créditos necessários, reembolsáveis em petróleo crú e/ou gás natural, para a construção da obra em ter titório boliviano, a qual pertencerá a "Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos". O Brasil construirá e operará o gasoduto no setor correspondente a seu território. XIV Os hidrocarbonetos de origem boliviana, expor tados através do território brasileiro, terão as facilidades do mais amplo, irrestrito e livre trânsito, em qualquer tempo e circunstâncias, qualquer que seja a via e o meio de trans porte que fôr utilizado. Êsses produtos estarão isentos de todo impôsto fiscal, a título de trânsito, quer federal, esta dual ou municipal. As tarifas de transporte, quer em território brasileiro quer em território boliviano, para os hidrocarbo-

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasil/Nº 6 C/R/1958/7. hidrocarbonetos bolivianos destinados ao consumo do Brasil não serão, em nenhum caso, mais elevados do que as cobradas para o transporte dos mesmos produtos e pelas mesmas vias, destinados a terceiros países. XV Caso venham a ser ajustadas vendas adicionais de bidrocarbonetos-bolivianos destinados ao mercado brasilei ro ou a terceiros países, de forma a ultrapassar a capacidade do oleoduto e gasoduto ajustados, e existirem produção e reservas suficientes, o Brasil e a Bolívia estudarão a execu ção de novos oleodutos e gasodutos, ficando entendido que a construção e a operação dos mesmos corresponderão ao Brasil e à Bolivia em seus respectivos territórios. XVI Os Governos do Brasil e da Bolívia declaram extinta a Comissão Mista a que se refere o Tratado sôbre a Saída e o Aproveitnmento do Petróleo Boliviano, de 25 de fevereiro de 1938, em sem efeito, tôdas as disposições relativas a Sociedades Mistas de exploracão de petróleo, previstas no aludido Tratado e atos internacionais complementares. As somas investidas nos estudos efetuados pela extinta Comissão Mista e o valor dos estudos entregues pela Bolívia à mesma serão reembolsados a ambos os países, em dólares norte-ameri canos de livre conversibilidade e por intermédio do Govêrno da Bolívia, pelas emprêsas que venham a operar nas Áreas "A" e "B", proporcionalmente à área ou áreas pelas mesmas obtidas. XVII As estipulações precedentes interpretam fiel e cabalmente o Tratado sôbre a Saída e o Aproveitamento do Pe-

Missão Especial dos Estados Unidos do Brasil/Nº 6 C/R/1958/8. Petróleo Boliviano, de 25 de fevereiro de 1938, e seus instrumentos complementares, ajustando-os às atuais circunstâncias e tornam, portanto, sem efeito suas disposições em tudo aquilo que não haja sido expressamente previsto e atualizado pela presente Nota Reversal. 3. Esta Nota e a Reversal de Vossa Excelência,do mesmo teor, constituem acôrdo formal entre ambos os Governos e entram em vigor nesta data. Aproveito a oportunidade para apresentar a Vos sa Excelência os protestos da minha mais alta consideração. a) José Carlos de Macedo Soares