Manual de Utilização EPS na Construção Civil 1



Documentos relacionados
Características do Sistema

Portfólio de Produtos

São assim denominados pois não utilizam o processo de queima cerâmica que levaria à derrubada de árvores para utilizar a madeira como combustível,

CATÁLOGO DE PRODUTOS

Lajes. Marcio Varela Construção I

NOX SISTEMAS CONSTRUTIVOS

Tuper LAJES MISTAS NERVURADAS Mais velocidade e economia em sua obra.

2 Sistema de Lajes com Forma de Aço Incorporado

Wood Frame CONCEITO. O Wood-Frame é um sistema composta por perfis de madeira que em conjunto com placas estruturais formam painéis


... escute o silêncio...

O QUE É EPS ( EXPANDED POLYS

AULA 4 AGLOMERANTES continuação

O que é EPS? Classe F-L: 11,0 Kg/m 3 Material retardante à chama classe F Condutividade Térmica: λ do EPS: 0,028 kcal/h.m².ºc

AULA A TIPOS DE LAJES

Na casa da minha vida, só cerâmica

Steel frame - fechamento (parte 3)

VENCENDO OS DESAFIOS DAS ARGAMASSAS PRODUZIDAS EM CENTRAIS DOSADORAS argamassa estabilizada e contrapiso autoadensável

Argamassa TIPOS. AC-I: Uso interno, com exceção de saunas, churrasqueiras, estufas e outros revestimentos especiais. AC-II: Uso interno e externo.

Chapa colada na alvenaria. Corte Vertical. Alvenaria-Pilar. Corte Horizontal - Revestimento do Pilar. Revestimento Knauf W611 Detalhes Técnicos 00-01

NORMA DE DESEMPENHO TÉRMICO DE COBERTURAS E AS EMPRESAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

SISTEMA CONSTRUTIVO ISOCRET ESTRUTURA /REVESTIMENTO

Telhas Térmicas Dânica

Wagner Stocco. David Rodrigues

PRÉ-MOLD RM PRÉ-MOLD RM PRÉ-MOLD RM PRÉ-MOLD RM

REINVENTING SUSTAINABLE, GREEN AND ACOUSTIC INSULATION.

LIGHT STEEL FRAMING. Em Portugal o sistema é vulgarmente conhecido por Estrutura em Aço Leve.

N.14 Abril 2003 PAREDES DIVISÓRIAS PAINEIS PRÉFABRICADOS DE ALVENARIA DE TIJOLO REVESTIDA A GESSO. Estudo Comparativo.

bloco de vidro ficha técnica do produto

O mundo da construção civil está em constante evolução. Nosso compromisso não é apenas acompanhar esse ritmo, mas estar à frente dele, antecipando

Placa Cimentícia. Impermeabilizada GUIA DO MONTADOR

Ficha Técnica de Produto Argamassa Biomassa Código: AB001

Desempenho Acústico de Edifícios Casos de Estudo

Eixo Temático ET Gestão de Resíduos Sólidos

REINVENTAR MATERIAIS DE NÚCLEO SUSTENTÁVEIS

Telhas Térmicas Dânica

Construção do 2º andar sobre a recepção da AEAARP

A Importância dos Projetos de Sistemas de Proteções Coletivas Engº José Carlos de Arruda Sampaio

FAQ - Frequently Asked Questions (Perguntas Frequentes)

MEIOS DE LIGAÇÃO DE TUBOS

CONSTRUINDO UM ALAGOAS MAIS LEVE

PLANO DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DE EDIFICAÇÕES DA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS DE GUARANTÂ DO NORTE

ESTUDO DE CASO CONJUNTO HABITACIONAL. HIS Conjunto Heliópolis/Gleba G

/estudo preliminar pesquisa de materialidades: o steel framing e seus componentes

Telhas Térmicas Dânica

ACEPE ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL DO POLIESTIRENO EXPANDIDO. Abr. 2007, rev EPS POLIESTIRENO EXPANDIDO

2. Sistema de fôrmas plásticas para lajes

RESIDENCIAL TERRA NATIVA Estudo do Parcelamento do Solo

Sistema de Construção Rápida, Limpa e Econômica QUALIDADE E RESPONSABILIDADE É O NOSSO COMPROMISSO

ISOLAMENTOS ACÚSTICOS

TERMILOR PAINÉIS DE POLIURETANO EXPANDIDO PARA ISOLAÇÃO TÉRMICA, ABSORÇÃO E ISOLAÇÃO ACÚSTICA

A equipa desenvolveu dois sistemas de pré-fabricação pensando num desenho atrativo e amável, do qual a parede curva é o testemunho desse compromisso.

IN TIME. Mais qualidade e velocidade para a sua obra.

CENTRO UNIVERSITARIO DE BELO HORIZONTE

Reparação, Fixação e Criação n a p a l m a d a s u a m ã o... aconselha...

Cartilha de Equipamentos. Informações para auxiliar na escolha da melhor opção de equipamentos de acesso.

Isolamento Térmico EZ

MEMORIAL DESCRITIVO versão 04

ANEXO 1 TABELA DO TIPO, PADRÃO E VALOR UNITÁRIO DE METRO QUADRADO DE CONSTRUÇÃO

Linha P05 Cime. Endurecedor mineral de superfície

Pré-Certificado Energético Edifício de Habitação SCE PROVISÓRIO

PROJETO DE EDIFICAÇÕES RURAIS

S T E E L D E C K A S O L U Ç Ã O D E F I N I T I V A E M L A J E S

ALVENARIA DE BLOCOS DE SOLO-CIMENTO FICHA CATALOGRÁFICA-27 DATA: JANEIRO/2014.

Manual de Projeto de Sistemas Drywall paredes, forros e revestimentos

Painel da Construção Civil

Problemas relacionados à disponibilidade de água estão se tornando mais graves em diversas

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL! Construção Civil II 1 0 Semestre de 2015 Professoras Heloisa Campos e Elaine Souza

FACULDADE BARÃO DE RIO BRANCO UNINORTE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA - TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO 1 (AULA 07) WILLIAN ABREU

Critérios de Avaliação Fabril. Artefatos de Concreto para uso no SEP (Sistema Elétrico de Potência)

Revestimentos térmicos acoplados a sistemas impermeabilizantes, subcoberturas e isolantes térmicos de alto desempenho. Produtos ideais para tornar

PROCEDIMENTOS PARA EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO INTERNO COM PROGESSO PROJETÁVEL

A cobertura pode ser feita com telhas que podem ser metálicas, de barro ou ainda telhas asfálticas tipo shingle.

ENGENHARIA CIVIL 5º SEMESTRE. Professora ROSELI VALLE

Blocos de. Absorção de água. Está diretamente relacionada à impermeabilidade dos produtos, ao acréscimo imprevisto de peso à Tabela 1 Dimensões reais

O RISCO INVISÍVEL DAS MODERNAS CONSTRUÇÕES

Adesivos e Fitas Adesivas Industriais 3M 3M VHB. fitas de montagem. permanente. Alternativa comprovada a parafusos, rebites e soldaduras

PLACA GYPCORK. Reabilitação Sustentável

ENCAPSULAMENTO DE AMBIENTES ASSISTENCIAIS DE SAÚDE - MC BEAM

Materiais de Construção. Prof. Aline Fernandes de Oliveira, Arquiteta Urbanista 2010

Dependendo das necessidades construtivas, pode-se executar laje plana maciça ou nervurada e lajes tradicionais com vigas.

Concreto e Postes de Concreto Diego Augusto de Sá /Janaína Rodrigues Lenzi

Infraestrutura para canteiro de obras e manutenção

Manual Técnico do Sistema MODULAR de Terças para Cobertura e Fechamento. Edição - Julho/2012. modular@modularsc.com.br

Jato suave e concentrado; Chuveiro com chave seletora para ajuste da temperatura (4 temperaturas); Inovação tecnológica;

Câmara Frigorífica para Frios & Laticínios Resfriados - CRE.

Misturadores de Argamassa ANVI. Maior Produtividade e Qualidade na sua Obra. Misturadores e Projetores de Argamassa FABRICADO NO BRASIL

Certificado Energético Edifício de Habitação IDENTIFICAÇÃO POSTAL. Morada RUA ENGENHEIRO CARLOS RODRIGUES, BLOCO N.º 4, 1º D Localidade ÁGUEDA

Construindo Soluções em EPS.

Entidade Setorial Nacional Mantenedora

1 Desempenho térmico

Soluções Industrializadas em Estruturas de Concreto para Edificações de Múltiplos Pavimentos

Na mentalidade da empresa, modernizar é elevar a qualidade dos processos e produtos, consequentemente, aumentar sua competitividade no mercado.

ELASTEQ 7000 ARGAMASSA POLIMÉRICA

A entrada de energia elétrica será executada através de:

III Simpósio de Pesquisa e de Práticas Pedagógicas dos Docentes do UGB ANAIS CONFORTO AMBIENTAL

FACHADAS Janeiro Soluções para isolamento térmico-acústico em fachadas. Lã Mineral Natural

Catálogo de Produtos


Transcrição:

Manual de Utilização EPS na Construção Civil 1

prefácio A PINI sente-se honrada por ter recebido da Abrapex Associação Brasileira do Poliestireno a missão de editar este Manual de Utilização do EPS na Construção Civil. Seguindo princípios técnicos em conformidade com as normas nacionais, o livro orienta os profissionais nas diferentes especificações e usos de um material, cuja leveza, facilidade de manuseio e versatilidade se aliam à boa resistência mecânica, capacidade de absorção de choques e baixo envelhecimento. Para a construção civil, um dos principais trunfos do EPS, sigla internacional que designa o poliestireno expandido, está relacionado à baixa condutividade térmica. Considerando a premente necessidade de projetar e construir edificações que façam uso racional da energia, pode-se apontar o EPS como um produto estratégico. Indicado para o preenchimento de vazios, especialmente em painéis e lajes industrializadas. Pode também ser empregado como concreto leve ou para aterros estáveis em solos frágeis. Um dos diferenciais desta publicação é o fato de não se ater exclusivamente à aplicação específica do EPS. Esmiúça detalhes de cada sistema construtivo relacionado, mesmo que o aspecto abordado não possua ligação direta com a utilização do poliestireno. Tal visão sistêmica demonstrada pela Abrapex e pelo Arq. Osmar Mammini, grande colaborador da presente publicação, foi muito importante para o resultado final do livro. Em um momento delicado para o setor, no qual recentes avanços tecnológicos da construção são colocados em xeque, devido à corrida pela redução de custos, surge uma publicação que reforça a necessidade de praticar a verdadeira Engenharia Civil, onde as determinantes qualidade, tempo e custo são equalizadas de forma racional e responsável. À PINI resta o desafio recorrente das últimas seis décadas: difundir a boa informação técnica ao maior número de profissionais do setor. Tarefa muitas vezes facilitada pelo empenho de entidades como a Abrapex, comprometida com o desenvolvimento tecnológico da indústria da construção no Brasil. Eric Cozza Diretor de Redação PINI Manual de Utilização EPS na Construção Civil 3

sumário 1 - O que é EPS...7 2 - O uso do EPS na construção civil...7 3 - Nivelamento de lajes e fôrmas para concreto...9 4 - Lajes industrializadas... 10 5 - As lajes nervuradas na moderna construção de edifícios... 11 5.1 Generalidades... 11 5.2 Critérios de dimensionamento... 17 5.3 Elementos construtivos... 25 5.4 Sistemas construtivos... 31 6 - Concreto leve... 53 6.1 Descrição... 53 6.2 Aplicações... 53 6.3 Propriedades... 53 6.4 Processo de preparação e mistura... 53 6.5 Aquisição do EPS... 55 6.6 Dilatação térmica... 55 6.7 Comportamento ao fogo... 55 6.8 Pré-fabricados... 55 7 - Isolamento térmico e acústico... 56 7.1 Isolamento térmico de lajes impermeabilizadas... 56 7.2 Isolamento térmico de telhados... 59 7.3 Isolamento com placas especiais... 63 7.4 Isolamento térmico de paredes externas... 63 7.5 Isolamento térmico para dutos de ar condicionado... 65 7.6 Isolamento térmico de tubulações e reservatórios... 66 7.7 Isolamento térmico em câmaras frigoríficas... 67 7.8 O EPS como isolante acústico... 69 7.9 Isolamento de ruído de impacto Pavimento flutuante... 69 8 - Forros isolantes e decorativos... 71 8.1 Molduras... 71 9 - Painéis autoportantes... 72 9.1 Montagem... 73 4 Manual de Utilização EPS na Construção Civil

9.2 Instalações... 74 9.3 Revestimento... 74 9.4 Origem do sistema... 75 9.5 Vantagens do sistema... 76 9.6 Conforto térmico do Sistema Monolite x Sistema convencional... 76 10 - Painéis divisórios... 77 10.1 Divisórias leves... 77 10.2 Painéis de fechamento... 77 10.3 Fixação de painéis... 78 10.4 Painéis em concreto leve... 78 10.5 Styrobloc... 79 10.6 Fachadas contínuas... 79 11 - Sistema de blocos vazados de EPS... 80 11.1 Características e qualidades... 80 11.2 Montagem... 80 11.3 Instalações... 80 11.4 Revestimento... 80 12 - Fundação para estradas... 81 12.1 Aterro sobre solo mole com blocos de EPS... 81 12.2 Geossintéticos... 82 12.3 Propriedades do material... 83 12.4 Procedimentos para elaboração do projeto com EPS... 83 12.5 Método executivo com blocos de EPS... 84 13 - Juntas de dilatação... 84 14 - Drenagem... 85 14.1 Drenagem em muros de arrimo... 85 14.2 Drenagem de quadra esportiva... 85 14.3 Drenagem de pisos internos... 85 Anexo 1 Análise de redução no custo da estrutura substituindo alvenaria convencional por alvenaria leve (EPS)... 87 Anexo 2 A isolação térmica na conservação de energia... 103 Manual de Utilização EPS na Construção Civil 5

1 O que é EPS EPS é a sigla internacional do Poliestireno Expandido, de acordo com a definição da norma DIN ISO- 1043/78. O material foi descoberto em 1949 pelos químicos Fritz Stastny e Karl Buchholz, quando trabalhavam nos laboratórios da Basf, na Alemanha. No Brasil, é mais conhecido como Isopor, marca registrada da Knauf que designa, comercialmente, os produtos de poliestireno expandido vendidos por esta empresa. O EPS é um plástico celular rígido, resultado da polimerização do estireno em água. O seu processo produtivo não utiliza e nunca utilizou o gás CFC ou qualquer um de seus substitutos. Como agente expansor para a transformação do EPS, emprega-se o pentano, um hidrocarboneto que se deteriora rapidamente pela reação fotoquímica gerada pelos raios solares, o que não compromete o meio ambiente. O produto final são pérolas de até 3 milímetros de diâmetro, que se destinam à expansão. No processo de transformação, essas pérolas aumentam em até 50 vezes o seu tamanho original, por meio de vapor, fundindo-se e moldando-se em formas diversas. Expandidas, as pérolas apresentam em seu volume até 98% de ar e apenas 2% de poliestireno. Em 1m³ de EPS expandido, por exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células fechadas e cheias de ar. Os produtos finais de EPS são inodoros, não contaminam o solo, água e ar, são 100% reaproveitáveis e recicláveis e podem voltar à condição de matéria-prima. O EPS tem inúmeras aplicações em embalagens industriais, artigos de consumo (caixas térmicas, pranchas, porta-gelo etc.) e agricultura. É na construção civil, porém, que sua utilização é mais difundida, por ser um material isolante, resistente e de extrema leveza. Vantagens Baixa Condutividade Térmica Baixo Peso Resistência Mecânica Baixa Absorção de Água Facilidade de Manuseio Versatilidade Resistência ao Envelhecimento Absorção de Choques Resistência à Compressão 2 O uso do EPS na construção civil Referências Normativas NBR 11752 Materiais celulares de poliestireno para isolamento térmico na construção civil e câmaras frigoríficas. Manual de Utilização EPS na Construção Civil 7

NBR 7973 Determinação de absorção d água Método de ensaio NBR 8081 Permeabilidade ao vapor d água Método de ensaio NBR 8082 Resistência à compressão Método de ensaio NBR 10411 Inspeção e amostragem de isolantes térmicos Procedimento NBR 11948 Ensaio de flamabilidade Método de ensaio NBR 11949 Determinação da massa específica aparente Método de ensaio NBR 12094 Determinação da condutividade térmica Método de ensaio ASTM C-203 Test method for breaking load and flexural properties of block-type thermal insulation Características A espuma rígida de poliestireno é comprovadamente um material isolante. Sem ele, os países mais desenvolvidos não conseguiriam projetar empreendimentos tão bons em termos de economia de energia. Nos últimos 35 anos, o material ganhou uma posição estável na construção civil, não apenas por suas características isolantes, mas também por sua leveza, resistência, facilidade de manuseio e baixo custo. O EPS é um material plástico na forma de espuma com microcélulas fechadas, composto basicamente de vazios contendo ar, na cor branca, inodoro, reciclável, não-poluente e fisicamente estável. Com essas características, é um material isolante da melhor qualidade nas temperaturas de 70 a 80 Celsius. Resistente, fácil de recortar, leve e durável, é o melhor material para preenchimento de rebaixos ou vazios necessários a vários processos construtivos, principalmente lajes e painéis pré-fabricados ou semiindustrializados. Pelas mesmas qualidades pode ser a solução para aterros estáveis sobre solos frágeis. Para que se faça o melhor uso do poliestireno expandido (EPS) como isolante térmico, recomenda-se verificar se: O material adquirido é tecnicamente o mais adequado para a utilização a que se destina. O EPS entregue tem a densidade e a espessura combinadas. PROPRIEDADES NORMA Unid. TIPOS EPS Método Ensaio TIPO 1 TIPO 2 TIPO 3 TIPO 4 TIPO 5 TIPO 6 TIPO 7 Densidade Aparente NBR 11949 kg/m³ 10,0 12,0 14,0 18,0 22,5 27,5 32,5 Nominal Densidade aparente NBR 11949 kg/m³ 9,0 11,0 13,0 16,0 20,0 25,0 30,0 Mínima Condutividade NBR 12094 W/m.K 0,042 0,039 0,037 0,035 0,035 Térmica Máxima (23ºC) Tensão por Compressão NBR 8082 KPa 33 42 65 80 110 145 165 com deformação de 10% Resistência mínima ASTM C-203 KPa 50 60 120 160 220 275 340 à flexão Resistência mínima EN-12090 KPa 25 30 60 80 110 135 170 ao cisalhamento Flamabilidade NBR 11948 Material Retardante à Chama (se Material Classe F) 8 Manual de Utilização EPS na Construção Civil

Como identificar o material As etiquetas e notas fiscais devem identificar claramente o tipo e a classe do produto. Nas etiquetas de identificação, confira também se há o logotipo da Abrapex em marca d água. Os blocos são identificados da seguinte forma: Tipo 1 (9 10 kg/m 3 ) e Tipo 2 (11 12 kg/m 3 ) + Classe Tarja Verde ou Tarja Vermelha (se for retardante à chama) Tipo 3 (13 14 kg/m 3 ) e Tipo 4 (16 18 kg/m 3 ) Tarja Azul ou Tarja Vermelha (se for retardante à chama) Tipo 5 (20 22,5 kg/m 3 ), Tipo 6 (25 27,5 kg/m 3 ) e Tipo 7 (30 31,5 kg/m 3 ) Tarja Preta ou Tarja Vermelha (se for retardante à chama) As tarjas não precisam estar em toda a extensão do bloco, mas devem necessariamente estar em local visível. 3 Nivelamento de lajes e fôrmas para concreto Vantagens A leveza e a resistência do EPS são características muito favoráveis para o nivelamento de lajes. O produto pode ser usado até 10 kg/m 3 e oferecer até 50 KPa nos materiais produzidos dentro das normas da ABNT, classificação PI NBR 11752. Por ser um excelente isolante térmico e oferecer baixa absorção de água (máximo de 5% em volume na classificação PI), permite que a cura do concreto seja bem melhor e mais rápida. O poliestireno expandido não serve de alimento a nenhum ser vivo, inclusive microorganismos, portanto não atrai cupins nem apodrece. Dimensões O EPS é fornecido em blocos de 2 a 6 metros de comprimento, com seção de 0,50 x 1,00 m a 1,20 x 1,20 m. De acordo com o projeto, pode ser facilmente cortado em blocos menores ou fornecido já no tamanho necessário, com perfeição dimensional difícil de ser obtida com outros materiais. O peso próprio das lajes com enchimento de EPS é bastante aliviado. É importante, nesse caso, que o cálculo contemple o uso do EPS, reduzindo-se todo o dimensionamento da estrutura e fundações. Aplicações Usado em lajes nervuradas como fôrma em uma só direção ou em grelha, permite o acabamento num único plano inferior, com grande economia de cimbramento, mão-de-obra e tempo. Como fôrma simples, é usado sempre que as condições da obra dificultam a retirada da fôrma convencional após a cura. É usado como revestimento da madeira da fôrma e pela sua qualidade semi-elástica permite a retirada da fôrma facilmente e sem perdas significativas. Manual de Utilização EPS na Construção Civil 9

Também no caso de detalhes complexos em relevos ou recortes no concreto, o EPS pode ser recortado e aplicado dentro das fôrmas de madeira, de tal modo que, ao retirá-las, se obtêm os relevos ou recortes desejados no concreto acabado. Um bom exemplo desse uso é a fachada do edifício da Petrobrás no Rio de Janeiro. Há empresas que produzem o bloco de EPS revestido para reutilização. Concreto EPS Revestimento de argamassa de cal ou gesso Chapisco Figura 3.1 Competitivo em preço, o EPS é um material que oferece rapidez de montagem sem quebras ou perdas 4 Lajes industrializadas As lajes nervuradas também podem ser industrializadas ou pré-fabricadas. Há dois tipos de lajes nervuradas industrializadas: Laje nervurada pré-fabricada unidirecional Laje nervurada bidirecional A laje nervurada pré-fabricada unidirecional usa, tradicionalmente, tijolos cerâmicos ou blocos de concreto como elementos de preenchimento de vãos entre nervuras. Esses materiais têm participação significativa no peso próprio da laje e geram perdas, por quebra de elementos e vazamento de concreto. O uso do EPS, como substituto desses materiais, elimina esse risco e reduz sensivelmente a mão-de-obra e o entulho na montagem dessas lajes. A laje nervurada bidirecional é uma concepção recente, que usa o EPS como elemento de preenchimento entre nervuras. A solução permite vencer grandes vãos com lajes delgadas, econômicas e bem resolvidas estruturalmente. O alívio de peso próprio das lajes permite a redução de dimensionamento de toda a estrutura, o que se traduz em economia. O EPS pode ser fornecido como peça pronta, geralmente no comprimento de 1 metro e a seção necessária à laje a ser montada. Seu corte é fácil e os pedaços restantes servem para uso na mesma laje, com perdas quase nulas. A colocação se faz do mesmo modo que os blocos cerâmicos, mas com muito menos esforço e com o transporte interno na obra bem mais rápido, o que permite também uma economia de mão-de-obra de quase 50%. Na concretagem, não há quebra de blocos e as juntas são tão justas que a nata de cimento não vasa. Com isso, a superfície inferior da laje fica limpa e bem plana, permitindo um revestimento com menor consumo de argamassa. É recomendável, porém, um chapisco prévio aditivado com emulsões à base de acrílico ou PVA. 10 Manual de Utilização EPS na Construção Civil