Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores



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Transcrição:

CAPÍTULO I Introdução A reuniu no dia 30 de março de 2016, na delegação da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores da ilha Terceira, para efeitos de audição da Dr.ª Luísa Maria da Silveira e Sousa Melo Alves, indigitada para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Saudaçor Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores, S.A.. A nota académica e curricular da indigitada, Dr.ª Luísa Maria da Silveira e Sousa Melo Alves, fez acompanhar a pretensão de nomeação desta, enviada por Sua Excelência, o Presidente do Governo Regional dos Açores a Sua Excelência, a Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, em 22 de março de 2016, e encontra-se anexa ao presente relatório, dele fazendo parte integrante. CAPÍTULO II Enquadramento Jurídico A presente audição é efetuada nos termos e para os efeitos previstos nos números 2 e 4 do artigo 12.º e artigo 12.º-A do Estatuto do Gestor Público Regional, o qual foi republicado em Anexo ao Decreto Legislativo Regional n.º 19/2014/A, de 30 de outubro. A comissão especializada permanente respetiva deve proceder à audição no prazo de vinte dias, a contar da data do despacho do Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. (cf. previsto no n.º 3 do artigo 12.º-A) A comissão referida no número anterior, ao abrigo das correspondentes normas regimentais, elabora um relatório, do qual deve constar a audição do gestor público indigitado, bem como a posição dos partidos que integrem a comissão sobre a referida audição. (cf. n.º 4 do artigo 12.º-A) - 2 -

Por fim, refira-se que O relatório é obrigatoriamente enviado, no prazo de cinco dias, pelo Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores ao Presidente do Governo Regional dos Açores, para os devidos efeitos. (cf. n.º 5 do artigo 12.º-A) CAPÍTULO III Audição da gestora indigitada A Dr.ª Luísa Maria da Silveira e Sousa Melo Alves (adiante designada por Dr.ª Luísa Melo Alves) foi ouvida no dia 30 de março de 2016. Começou por fazer uma apresentação sucinta do seu currículo profissional, informação, aliás, que consta no documento enviado à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, por parte do Sua Excelência, o Presidente do Governo Regional dos Açores, aquando da informação sobre a pretensão de nomeação da Dr.ª Luísa Melo Alves para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Saudaçor Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores, S.A.. Concluiu esta parte da sua audição salientado o facto de ter doze anos de experiência profissional como bancária e onze anos de experiência no desempenho de funções na referida Saudaçor. Em relação à Saudaçor, a Dr.ª Luísa Melo Alves relembrou que esta é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, cuja atividade teve o seu início em 09 de fevereiro de 2004, sucedendo ao então Instituto de Gestão Financeira para a Saúde e cujos objetivos são a prestação de serviços de interesse económico geral na área da saúde, o planeamento e a gestão do sistema regional de saúde e dos respetivos sistemas de informação, infraestruturas e instalações, bem como a realização de obras de construção, de conservação, de recuperação e de reconstrução de unidades e serviços de saúde. No âmbito dos objetivos da Saudaçor, a Dr.ª Luísa Melo Alves, apresentou um balanço detalhado da atividade dos últimos três anos, salientando a conclusão do processo relativo à resolução do contrato de implementação do Sistema de Informação da Saúde Açores Região Digital (SIS-ARD), o reforço da infraestrutura da Saudaçor, das Unidades - 3 -

de Saúde de Ilha (USI) e Hospitais E.P.E.R. ao nível dos equipamentos informáticos, das redes de dados, comunicações e licenciamento de ferramentas de gestão e operação da rede informática da saúde na Região. Destacou também a implementação de uma plataforma regional única que garantiu a disponibilização de um processo clínico eletrónico singular para cada utente, permitindo a interoperabilidade com sistemas de informação nacionais, como sejam a Plataforma de Dados da Saúde, a Base de Dados Nacional da Prescrição, o Registo Nacional de Utentes e o Portal de Requisições de Vinhetas e Receitas. Ainda no âmbito da implementação de plataformas regionais únicas, a Dr.ª Luísa Melo Alves elencou a de gestão administrativa e financeira nas USI e Hospitais E.P.E.R. do Serviço Regional de Saúde (SRS) e da gestão de stocks nas USI, a plataforma de análises clínicas e o Sistema de Informação de Gestão de Listas de Inscritos para Cirurgia dos Açores em todos os Hospitais E.P.E.R., bem como o Sistema Integrado de Vencimentos, da Gestão de Reembolsos nas USI e o Sistema de Gestão da Deslocação de Doentes nas USI. Continuando o balanço de atividade da Saudaçor, a Dr.ª Luísa Melo Alves, referiu o processo de consolidação das atividades de Telemedicina nas USI e Hospitais E.P.E.R. e a implementação do Centro de Conferência de Faturas dos Açores. No que se refere à contratualização, a Dr.ª Luísa Melo Alves referiu o novo modelo de contratualização com os cuidados de saúde primários, redefinindo o existente com os Hospitais E.P.E.R., o processo de avaliação trimestral das metas contratualizadas com as USI, a organização e formação, no âmbito da Codificação Clínica em Grupos de Diagnóstico Homogéneos (GDH) para os Hospitais, E.P.E.R., a disponibilização de uma ferramenta de benchmarking aos Hospitais E.P.E.R., na qual são evidenciados os seus resultados de desempenho e ainda a nova metodologia de contratualização/financiamento com as USI e com os Hospitais E.P.E.R. para o triénio 2016-2020. Paralelamente ao já referido, a Dr.ª Luísa Melo Alves informou que, no âmbito da Central de Compras, foi implementada uma plataforma de contratação eletrónica para - 4 -

condução e gestão de todos os procedimentos concursais da Saudaçor e das entidades dos SRS. No que concerne às competências relativas às Infraestruturas de Saúde, a Dr.ª Luísa Melo Alves referiu as empreitadas concretizadas, nomeadamente o novo Centro de Saúde da Graciosa, a ampliação do Centro de Saúde de Vila do Porto, o novo Centro de Saúde da Madalena e o novo Centro de Saúde de Ponta Delgada. De igual modo, referiu o acompanhamento, planeamento e coordenação da execução da Carta Regional de Obras Públicas da Região (CROP), com procedimentos em curso com vista à execução de empreitadas e conclusão de projetos de execução, designadamente a empreitada do Centro de Saúde de Ponta Delgada, a beneficiação do edifício da USI do Corvo, nos edifícios da USI da Terceira, a remodelação do Centro de Saúde das Velas, a ampliação e remodelação do Serviço de Urgência do Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, a ampliação do Centro de Saúde da Calheta, a beneficiação do edifício da USI das Flores e a remodelação do Centro de Saúde das Lajes do Pico. Quanto à gestão do Plano de Investimentos e Fundos Comunitários efetuado pela Saudaçor e no que respeita à área da Saúde, a Dr.ª Luísa Melo Alves informou que a taxa de execução foi na ordem dos 94% nos últimos três anos. Acerca do financiamento do SRS, referindo-se em particular à Saudaçor, a Dr.ª Luísa Melo Alves sublinhou a alteração substancial no montante atribuído à Saudaçor em contrato-programa, cujo fim último foi o de esta assumir o financiamento da política financeira do SRS, deixando para os Hospitais E.P.E.R. o foco exclusivo na sua gestão operacional. A título exemplificativo, informou que em 2013 foi concretizada uma operação extraordinária de pagamento a fornecedores dos três Hospitais E.P.E.R., originando uma poupança de um milhão e duzentos mil de euros. Após o balanço aqui exposto, a Dr.ª Luísa Melo Alves debruçou-se na apresentação dos objetivos estratégicos que delineia para a Saudaçor no triénio 2016-2018, da sua responsabilidade se se concretizar a sua nomeação para o cargo do qual está indigitada e pelo qual é agora ouvida em sede da Comissão Permanente de Assuntos Sociais. - 5 -

Assim, definiu como oito objetivos principais: 1 Consolidar a implementação dos sistemas de informação do SRS, promovendo a sua interoperabilidade e uniformização. Aqui, a Dr.ª Luísa Melo Alves destacou o suporte aos sistemas de informação nas áreas nucleares da saúde, a consolidação e implementação do Sistema Integrado de Informação Hospitalar, a implementação do Sistema de Informação de suporte à gestão de meios complementares de diagnóstico na área da imagiologia, a modernização do parque informático e infraestruturas da rede do SRS, o aumento da segurança, proteção de dados e continuidade de serviços e a implementação da prescrição eletrónica de meios complementares de diagnóstico e terapêutica no SRS. 2 - Consolidar regras e procedimentos de gestão do SRS. De destacar neste objetivo a consolidação de regras de referenciação do utente e regras de responsabilidade financeira interna e externa das entidades do SRS e faturação, a definição do Plano de contabilidade analítica comum para as USI e Hospitais E.P.E.R, monitorizar o processo de gestão de stocks e a consolidação da uniformização de procedimentos administrativos e financeiros comuns aos SRS. 3 Promover a eficiência, sustentabilidade e racionalização da gestão do SRS. Neste objetivo incluem-se o alargamento da central de compras da Saudaçor, a consolidação da implementação da plataforma de contratação eletrónica das USI, o acompanhamento da execução económico-financeira e das necessidades de tesouraria do SRS, promovendo o adequado financiamento das Unidades de Saúde, desenvolver projetos no âmbito da reorganização do SRS e consolidar a utilização da telemedicina entre todas as Unidades de Saúde e destas com o Serviço Nacional de Saúde. 4 Assegurar o acompanhamento e controle da execução necessários à reabilitação e construção de infraestruturas e equipamentos de saúde, de acordo com a CROP e PO2020. Neste âmbito, a Dr.ª Luísa Melo Alves referiu o acompanhamento, para a execução, na área da Saúde, da CROP, previsto no Plano de Investimentos para 2016, a definição e elaboração de novas candidaturas, dentro do Quadro Comunitário 2014-2020, - 6 -

quanto a infraestruturas físicas e equipamentos do SRS, acompanhar a execução do já referido Plano de Investimentos e contribuir para a elaboração do Plano de Investimentos para 2017 e assegurar a implementação e acompanhamento de um plano de garantia e manutenção das infraestruturas do SRS. 5 Implementar o novo modelo de financiamento para as Instituições do SRS 2016-2020, designadamente com o acompanhamento e implementação de uma nova metodologia de contratualização nas USI e Hospitais, E.P.E.R. e de todo o processo de acompanhamento e monitorização hospitalar. Este modelo não vem acarretar maior despesa no financiamento, mas uma melhor gestão do financiamento praticado, esclareceu. Será organizado com base em 95% do histórico verificado e em 5% de objetivos propostos. 6 Desenvolver competências com vista à concretização da integração de cuidados nas Unidades de Saúde do SRS. De realçar o desenvolvimento de protocolos clínicos de articulação no âmbito das doenças crónicas, como a Diabetes, Hipertensão e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica. 7- Implementar uma Central Regional de Deslocação de Doentes (CRDDA). Este objetivo surge de forma embrionária, prevendo-se a elaboração de um estudo para a definição do modelo de funcionamento desta CRDDA. 8 Implementar a receita sem papel no SRS. Por fim, a Dr.ª Luísa Melo Alves concluiu a sua apresentação inicial, indicando este objetivo como uma experiência piloto a implementar no triénio 2016-2018. De seguida, deu-se início a um período destinado à prestação de esclarecimentos por parte da indigitada, na medida em que foi solicitada a sua presença na Comissão Permanente de Assuntos Sociais, para cumprimento do disposto no artigo 12.º-A do Decreto Legislativo Regional n.º 19/2014/A, de 30 de outubro. - 7 -

Assim, intervieram os deputados Artur Lima, Aníbal Pires, Luís Maurício, Domingos Cunha e Paulo Estevão. O deputado Artur Lima, do CDS-PP, iniciou a sua intervenção declarando não se pronunciar sobre a nomeação proposta, até pelo facto do Grupo Parlamentar a que pertence defender a extinção da Saudaçor, porquanto tudo o que foi exposto como competências desta empresa já ser realizado antes do surgimento desta e com custos inferiores para o SRS. A título exemplificativo referiu que antes da existência da Saudaçor existia mais informação estatística, nomeadamente pela publicação periódica de livros e posteriormente CD s, com a divulgação de dados da Saúde que atualmente não estão disponíveis; que ocorreu uma regressão da informação epidemiológica, visto que o SRS tinha um programa próprio e optou por utilizar o que é prática a nível nacional. Criticou também o Sistema de Conferência de Faturas, atento a detalhes que só prejudicam o doente. Em relação à gestão da lista de espera cirúrgica, o deputado Artur Lima comentou que agora opta-se por recorrer também aos critérios definidos a nível nacional, à exceção do prazo de resposta no tempo útil de três meses, e quanto à Central de Compras, o deputado apontou a diminuição da qualidade do material utilizado. Também no que se refere à implementação da Central de Deslocação de Doentes, o deputado Artur Lima considerou ser esta mais uma medida de burocratização da Saúde, que não se revelará eficaz, questionando a Dr.ª Luísa Melo Alves se todas as medidas implementadas e a implementar referentes ao registo e informação de dados dos doentes se encontram devidamente inscritas na Comissão Nacional de Proteção de Dados, ao que esta respondeu de imediato, de forma afirmativa. O deputado Artur Lima fez ainda uma referência à implementação e funcionamento da Telemedicina que disse remontar a 1997, sem resultados visíveis. Por fim, questionou a indigitada sobre o valor da massa salarial que representa a Saudaçor atualmente, ao que lhe foi respondido não ter os valores presentes mas que estes são os constantes nos relatórios de contas da Saudaçor e plasmados no site desta empresa. - 8 -

O deputado Aníbal Pires, do PCP, disse também não se pronunciar sobre a avaliação curricular da indigitada, por tal se afigurar desnecessário para a sua nomeação. No entanto, considerou que esta audição revelou-se de uma importância acrescida para demonstrar que existem dois cargos cujo desempenho é idêntico a de Presidente do Conselho de Administração da Saudaçor e a de Secretário Regional da Saúde tal é a semelhança de atuação, considerando uma tutela dupla na área da Saúde, sem ganhos de eficiência ou eficácia. Quanto ao cumprimento da legislação que prevê esta audição, o deputado classificou-o como um ritual sem consequência prática e efetiva. Opinião diferente seria, no seu entender, se o Parlamento Regional tivesse mais algum poder de decisão na escolha dos cargos de nomeação política. O deputado Luís Maurício, do PSD, ressalvou também o facto de considerar que esta audição e respetivo parecer não serem vinculativos, sublinhando, no entanto, e neste caso, a reconhecida experiência profissional, de onze anos na Saudaçor, que a indigitada possui. Assim sendo, colocou algumas questões, nomeadamente: - Se o novo modelo de financiamento, nos 95% do histórico referido, inclui já financiamento resultante da informação colhida da codificação por GDH, e qual o valor percentual desse financiamento por Hospital; - Se a Saudaçor vai atualizar os valores transferidos ao abrigo dos contratos programa, uma vez que é público que os valores praticados até à data são insuficientes todos os anos, levando à atribuição anual de apoios extraordinários para as Unidades de Saúde conseguirem suportar as respetivas despesas; - Qual o montante da dívida financeira do Serviço Regional de Saúde referente ao ano de 2015, visto que esta aumentou 73 milhões de euros entre 2013 e 2014; - Se relativamente ao aperfeiçoamento da implementação da contabilidade analítica e concretamente da análise de custeio, há resultados, e para quando se prevê a - 9 -

sua conclusão, uma vez que, disse, é essencial sabermos o que custa produzir para saber se vale ou não apena implementar outsorcing nas situações em que for menos dispendioso para o SRS; - Relativamente à Plataforma de Informática relativa às Listas de Espera Cirúrgica, o deputado questionou se é por défice informático, ou não, que não consta a data de inscrição de cada doente na respetiva lista de espera, de forma a que o doente possa consultar a sua ordem na respetiva lista; e, se é por défice informático, ou não, que os tempos máximos de resposta garantidos por Hospital, em cada uma das Especialidades Cirúrgicas e também nas consultas - não são publicados na plataforma, tal como prevê a legislação regional e ainda não cumprida; - Por fim e relativamente à Telemedicina, o deputado Luís Maurício questionou se a ineficiência verificada até à data se deve à incapacidade de meios informáticos ou organização a nível de cada uma das Unidades de Saúde. A Dr.ª Luísa Melo Alves começou por responder que, quanto ao financiamento dos Hospitais E.P.E.R. e à codificação GDH, os objetivos negociados no novo modelo de financiamento assentam em dois grupos, o processual e o desempenho assistencial, sendo que no primeiro exigir-se-á a informação atempada dos GDH no prazo máximo de dois meses. Quanto à percentagem por Hospital, disse não ter presente essa informação, mas que poderá transmiti-la posteriormente. Em relação aos contratos programa, explicou que estes são celebrados no início do ano e que as contas de cada ano só são encerradas a 30 de abril do ano seguinte ao que dizem respeito, logo e por diversas dinâmicas que surgem, nomeadamente o surgimento de situações novas, como foi o caso dos vírus ébola e zika, ou ainda a nova medicação para a Hepatite C, levam ao necessário reajustamento dos valores inicialmente previstos. Quanto à dívida financeira do ano de 2015, a Dr.ª Luísa Melo Alves, considerou que a análise efetuada dependerá dos valores tidos em consideração para essa análise, conforme seja esta uma análise macro, micro ou restrita. Ainda assim, sublinhou que o Estado é uma pessoa de bem, e como tal todos os serviços da dívida estão em dia e em - 10 -

situação de cumprimento perante a banca, não podendo precisar números, visto que as contas referentes a 2015 ainda não estão encerradas. Da contabilidade analítica, esta considerou que o que referiu é diferente do indicado para a contratualização com os Hospitais E.P.E.R. até 2016. Existem ainda vários critérios a uniformizar e pretende-se, portanto, que o plano seja definido e fechado em 2016, para posterior implementação. Em relação às plataformas informáticas, a Dr.ª Luísa Melo Alves informou que serão disponibilizadas ferramentas informáticas sempre que se demonstre necessário ao melhor desempenho destas, sendo que na Plataforma de Informação de Lista de Espera Cirúrgica, a aplicação tem a informação necessária e não apresenta incapacidade de meios informáticos ou recursos humanos. E por fim, no que respeita à Telemedicina, a Dr.ª Luísa Melo Alves sublinhou que a Região foi pioneira na implementação deste projeto piloto, até pela necessidade de colmatar as barreiras geográficas existentes, e destinada a melhor acompanhar e melhorar o desempenho dos Hospitais E.P.E.R. e destes com as USI. Acrescentou que, sendo facto que a implementação desta medida ainda não atingiu a velocidade cruzeiro desejada, também é real que já existem consultas neste âmbito efetuadas na Região e também, por isso mesmo, está definido como objetivo a consolidação e incrementação da utilização da Telemedicina nos Açores. O deputado Luís Maurício em réplica permitida pela Senhora Presidente da Comissão alertou para o facto da Dra. Luísa Melo Alves não ter respondido a todas as questões por si colocadas, reiterando se era ou não por insuficiência informática que a data de inscrição dos doentes em espera cirúrgica não constava da plataforma assim como os tempos máximos de resposta garantidos para cada especialidade cirúrgica e por Hospital, ao que a Dra. Luísa Melo Alves respondeu que não era por insuficiência da plataforma informática que esses dados não constavam. - 11 -

O deputado Domingos Cunha (em substituição do deputado Lúcio Rodrigues) cumprimentou a indigitada, desejando-lhe felicidades, sorte, sucesso, bem como coragem e bom senso. De resto, comentou que a Plataforma Informática de Informação permite uma melhor articulação entre os Hospitais E.P.E.R e entre estes e as USI, seja pelo acesso às análises efetuadas, na área da imagiologia e mesmo pela evolução da desmaterialização do receituário prescrito, questionando a Dr.ª Luísa Melo Alves se esta plataforma prevê também uma melhor complementaridade entre o Setor Público e o Setor Privado da Saúde, medida que considerou ser importante para uma melhor prestação de serviços ao cidadão. Em relação à informação estatística mencionada pelo deputado Artur Lima, o deputado disse não serem justas as afirmações proferidas por aquele deputado, e considerou pertinente registar que a entidade reconhecida para essa divulgação é o Instituto Nacional de Estatística, cujos dados regionais são disponibilizados pelo Serviço Regional de Estatística dos Açores. Quanto ao cumprimento do artigo 12.º-A do Decreto Legislativo Regional n.º 12/2008/A, de 19 de maio, na redação do Decreto Legislativo Regional n.º 19/2014/A, de 30 de outubro, o deputado relembrou que esta é uma medida aprovada pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e que obteve o voto favorável do PS, do PSD e do BE, a abstenção do CDS-PP e do PCP e o voto contra do PPM, colocando o CDS-PP numa posição ambígua, que nem se manifestou a favor, nem contra a medida proposta e atualmente em vigor. O deputado Paulo Estêvão disse que sempre foi apanágio do PPM, no que respeita a estas audições, cingir-se ao conhecimento específico sobre o objeto da indigitação. Neste sentido, considerou muito positivo o conhecimento revelado e demonstrado pela indigitada, bem como a consistência do projeto político apresentado, para o desempenho das funções em causa. - 12 -

Relativamente a preocupações futuras, o deputado apontou a dívida da Saúde como ponto a registar, questionado a indigitada se o Governo Regional dos Açores assumiu para com esta algum compromisso político no abatimento da dívida com maior rapidez do que tem sido verificado nos últimos anos. Além desta, acrescentou como fator preocupante a pretensão da criação da Central de Deslocação de Doentes, suscitando dúvidas se não será mais um fator burocrático, que acarretará mais delongas nas deslocações, ao invés de agilizar procedimentos. Solicitou assim, que a indigitada esclareça melhor o que se pretende com este objetivo e como pretende implementá-lo sem prejuízo para os doentes açorianos. A Dr.ª Luísa Melo Alves respondeu que, em relação à primeira questão, esta deveria ser colocada ao Governo Regional dos Açores. Da sua parte, esclareceu que a Saudaçor recebe instruções da Assembleia Geral e que de resto não tem qualquer outro compromisso assumido com o Governo Regional dos Açores. Quanto à segunda questão, respondeu que o objetivo último desta medida e da Saudaçor é aumentar a qualidade dos serviços prestados aos doentes, logo este projeto piloto segue a mesma linha de pensamento a redução do tempo de espera de deslocação do doente, bem como a redução do tempo de permanência fora da sua residência. Ainda assim, relembrou que esta é uma central embrionária, que carece de estudo para definição da metodologia a seguir. Por fim, o deputado Artur Lima interveio novamente rebatendo as afirmações do deputado Domingos Cunha, referindo que a Direção Geral de Saúde publica semanalmente estatísticas sobre a Saúde, e questionou a Dr.ª Luísa Melo Alves sobre o facto de, após 40 anos de autonomia, não ser ainda possível, por exemplo à Saudaçor, implementar um sistema de gestão de vinhetas e receitas, de modo a terminar com a necessidade dos médicos terem que encomendar vinhetas e receitas ao Continente Português. A questão foi respondida como sendo pertinente, mas que um dos objetivos da Saudaçor prende-se com a desmaterialização das receitas, logo sem vinhetas, ressalvando necessariamente todas as exceções legalmente previstas. - 13 -

CAPÍTULO IV Posição dos partidos O Grupo Parlamentar do PS manifesta apoio à indicação da Dr.ª Luísa Maria da Silveira e Sousa Melo Alves para o desempenho do cargo de Presidente do Conselho de Administração da Saudaçor- Sociedade Gestora de Recursos e Equipamento da Saúde dos Açores, S.A.. O Grupo Parlamentar do PSD considera que a Dra. Luísa Melo Alves apresenta um longo percurso de administração na Saudaçor. Revelou na sua audição o conhecimento próprio de quem convive diariamente com as questões relacionadas com a gestão do Serviço Regional de Saúde e explanou - independentemente da manifestação da nossa concordância com todos eles - os objetivos da gestão do órgão a que presidirá. O seu curriculum e a sua experiência estão, no nosso entender, contextualizados com o cargo a que se propõe exercer. O Grupo Parlamentar do CDS-PP considera que a audição da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, para dar parecer à nomeação de administradores pelo Presidente do Governo Regional, é um ato meramente simbólico e sem nenhum valor vinculativo. Relativamente à nomeação da Dr.ª Luísa Melo Alves, apenas nos apraz enfatizar que é da escolha do Presidente do Governo Regional e este deve assumir todas as responsabilidades da sua escolha. Entendemos contudo que a Saudaçor DEVE ser Extinta não Necessitando de administração. A Representação Parlamentar do PPM considera satisfatória a audição da Dra. Luísa Maria da Silveira e Sousa Melo Alves. A mesma revelou um profundo conhecimento dos problemas e das potencialidades da Saudaçor, S.A.. Apresentou um - 14 -

projeto bem estruturado, que contextualizou, de forma racional e competente, no Programa do Governo. O PPM discorda da abordagem e da estratégia do atual Governo Regional no âmbito do sistema regional de saúde, mas não deixa de reconhecer que a Dra. Luísa Maria da Silveira e Sousa Melo Alves revelou as competências necessárias para desempenhar o cargo para a qual foi indigitada. O PCP, com assento na Comissão (embora sem direito a voto, o que não é aplicável, neste caso), declarou abster-se quanto à nomeação da Dr.ª Luísa Melo Alves para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Saudaçor Sociedade Gestora de Recursos e Equipamentos da Saúde dos Açores, S.A.. A Relatora O presente relatório foi aprovado por unanimidade. (Arlinda Nunes) A Presidente (Catarina Moniz Furtado) - 15 -