O Batismo: CONOZCA AL MAESTRO Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos... perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João. Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus (Atos 19:1 5). O Batismo Correto Owen Olbricht O batismo preparatório de João tornou-se insuficiente, assim que o batismo da nova aliança foi introduzido. Pelo menos alguns dos que receberam o batismo de João foram mais tarde batizados novamente, no nome de Jesus Cristo, evidentemente como uma expressão de que aceitavam Jesus como o Messias (Atos 19:1 5), para o perdão de seus pecados e para assim entrarem no reino. O batismo de João já não era suficiente; portanto, é evidente não é qualquer batismo que é o batismo da nova aliança (Efésios 4:5). Se o indivíduo recebeu um batismo que não preenche os requisitos da nova aliança, não deve confiar nele e precisa ser batizado novamente para receber o batismo da nova aliança. O batismo da nova aliança começou a ser pregado depois que a nova aliança entrou em vigor através da morte de Jesus (Hebreus 9:15 17), o mediador da nova aliança (Hebreus 12:24). A velha aliança, que foi anulada assim que a nova aliança foi estabelecida (Hebreus 10:9), era para a nação de Israel (Êxodo 34:28, 29; 1 Reis 8:9, 21; Deuteronômio 5:1 5), assim como a obra preparatória de João, Jesus (Mateus 15:24) e dos apóstolos (Mateus 10:5, 6). O QUE DEVE ANTECEDER O BATISMO? Ensino O batismo da nova aliança, embora semelhante ao de João (Lucas 3:3 13), tinha algumas diferenças. Devia ser antecedido pela instrução do evangelho (Marcos 16:15, 16). Os que o recebiam haviam aprendido sobre Jesus (Atos 2:37, 41; 8:14; 11:1; 16:14; 18:8; 19:5). Crença em Jesus A crença em Jesus, que se dá por meio do ensino (João 17:20; 20:30, 31; Atos 15:7; 17:11; Romanos 10:17), antecedia o batismo (Marcos 16:16; Atos 8:12; 18:8; 19:4, 5). Sem fé, nenhuma ação do homem pode agradar a Deus (João 8:24; Hebreus 11:6). A fé que traz salvação é a fé em Jesus como Senhor e Messias (Romanos 10:9; 1 João 5:1), em Sua ressurreição (Romanos 10:9) e em Seu sangue (Romanos 3:25; 5:9). Se essa fé não estiver presente, o pecador simplesmente entrará nas águas enxuto e dali sairá encharcado. Arrependimento No dia de Pentecostes Pedro disse aos judeus, cuja fé os movera a perguntar o que fazer, para se arrependerem e serem batizados em nome de Jesus Cristo para o perdão dos pecados (Atos 2:38). O arrependimento é uma mudança de pensamento que gera uma mudança de vida (Mateus 3:8; Atos 3:19; 26:20). O remorso e a tristeza de coração não são arrependimento; todavia, tais emoções podem levar ao arrependimento (2 Coríntios 7:8, 9). O arrependimento é o ponto em que a pessoa decide mudar de vida. O batismo é o selo dessa decisão (Romanos 6:4). Receber o batismo é como assinar a linha pontilhada ao final de um contrato, um ato pelo qual se confirma o compromisso de viver uma nova vida para Jesus. Confissão A única passagem que liga a confissão diretamente ao batismo é Atos 8:37. Hugo McCord escreveu o seguinte a respeito desse versículo: A ausência do v. 37 nos manuscritos Aleph e B, do quarto século, e de p 45 do terceiro, leva a maioria dos críticos textuais a rejeitar o versículo. O manuscrito uncial mais antigo que contém esse versículo é o E do sexto século, sendo também encontrado em manuscritos em latim do segundo século e em Irineu do segundo século. Por outro lado, evidências internas 1
favorecem sua retenção, pois sua omissão deixa uma grande lacuna. Ao perguntar a Filipe o que o impedia de ser batizado, o etíope não esperou por uma resposta e parou a carruagem em preparação para o batismo. A inclusão do versículo nesse episódio torna o relato coerente. Além disso, a confissão de Atos 8:37 está em harmonia com outros dados do Novo Testamento (Romanos 10:9, 10; Filemom 2:11; 1 Timóteo 6:13; 1 João 4:15) 1. A confissão de Jesus como Senhor é um prérequisito para a salvação (Romanos 10:9), assim como a crença em Jesus e o batismo (Marcos 16:16). Como saber se estamos batizando um crente, a menos que ele confesse sua fé em Jesus? A construção grega de ean ( se ) com o subjuntivo aoristo omologeses ( confessares, Romanos 10:9) sugere uma única confissão para ser salvo. Funk 2 descreveu o subjuntivo aoristo como pontual, ingressivo, complexo, o que significa que o subjuntivo aoristo é uma ação única, não linear, duradoura ou contínua. Antes do batismo, a pessoa deve fazer uma única confissão de que Jesus é Senhor. Beasley-Murray associou corretamente Romanos 10:9 à confissão Jesus é Senhor. Essa confissão está nos lábios de quem procura o batismo. Ele afirmou que a ligação entre Mateus 28:18 e Daniel 7:13 e 14 é presumível na simples confissão: Jesus é Senhor, confessada pelo homem que é batizado crendo que Deus O ressuscitou dos mortos 3. Mais adiante, ele escreveu o seguinte a respeito de Romanos 10:9, 10: Aqui é evidente que a fé é direcionada ao Senhor com o propósito de se receber justiça, e a confissão é feita com o intuito de se receber salvação, o momento exato em que se confere o dom não é mencionado, mas não é necessário fazê-lo; a fé direcionada ao Senhor recebe a graça almejada assim como a confissão feita no batismo recebe a salvação de Deus 4. Referindo-se a essa exposição, ele escreveu: 11 Hugo McCord, New Testament ( O Novo Testamento ). Henderson, Tenn.: Freed-Hardeman College, 1988, p. 520. 12 Robert W. Funk, A Greek Grammar of the New Testament ( Gramática do Novo Testamento Grego ). Chicago: University of Chicago Press, 1961, p. 174. 13 G. R. Beasley-Murray, Baptism in the New Testament ( O Batismo no Novo Testamento ). Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1977, p. 87. 14 Ibid., p. 103. Convém lembrar que a declaração do evangelho em Romanos 10:9 agrega a confissão batismal de que Jesus é Senhor. Do ponto de vista humano o batismo é uma confissão de fé em Jesus como Senhor, um compromisso jubiloso com Cristo em que se toma parte de Sua morte e ressurreição, e uma apropriação, pela fé, da infinita graça que o Senhor possibilitou através da sua redenção. No batismo a proclamação do evangelho e o ouvir da fé unem-se num ato indissolúvel, que é ao mesmo tempo um ato de graça e fé, um ato divino e humano 5. A fé no Senhor ressurreto é expressa tanto pela confissão de que Jesus é Senhor como pelos atos de sepultar e ressuscitar quando a pessoa é batizada no nome de Jesus Cristo. E QUANTO AO BATISMO INFANTIL? Debaixo da nova aliança, uma pessoa é preparada para ser batizada se, após aprender acerca do evangelho, crê que o sangue de Jesus lhe perdoa os pecados, assume o compromisso de viver uma nova vida para Jesus e confessa sua fé em Jesus como o Senhor e Messias ressurreto. As crianças são incapazes de preencher tais requisitos. Em primeiro lugar, as crianças não são pecadoras. Elas são cegas para os princípios morais e espirituais (Deuteronômio 1:39; Isaías 7:16) e, portanto, sem pecado (João 9:41). Não carregam a culpa do pecado de seus pais, pois cada um é justo ou ímpio de acordo com seus próprios atos (Ezequiel 18:20). O reino dos céus pertence aos que são como as crianças (Mateus 19:14). Em segundo lugar, as passagens bíblicas usadas para provar que as crianças nascem com o pecado original ou são mal aplicadas ou traduzidas inadequadamente. Salmos 51:5, traduzido literalmente, diz: Eis que fui gerado na iniqüidade e em pecado me concebeu minha mãe 6. Quase todas as traduções concordam com essa versão, com poucas exceções (veja a NVI e a NTLH, que traduzem para a passagem a doutrina do pecado original). Davi não estava comentando sobre sua condição após o nascimento, mas estava lamentando o ambiente no qual nasceu. O versículo não diz que Davi nasceu pecador. 15 Ibid., p. 272. 16 Jay P. Green, A Literal Translation of the Bible ( Uma Tradução Literal da Bíblia ). Peabody, Mass.: Hendrickson Publishers, 1987, p. 495. 2
Como uma expressão poética, Davi deu voz ao seu lamento como diria um norte-americano: Fui concebido no mais rigoroso inverno e nasci em Montana numa nevasca; não é de admirar que eu viva neste clima miserável. Tal declaração não significaria que a pessoa nasceu num floco de neve, mas seria a descrição pessoal de um lamento em relação ao cenário indesejável em que continuou vivendo. Leslie S. McCaw disse: Isso não implica que houvesse nele uma disposição pecaminosa por ser o ato físico da concepção em si pecaminoso. O versículo simplesmente denota que pelo fato de sermos membros da raça humana estamos obrigatoriamente envolvidos na realidade do pecado 7. O pecado de Adão e Eva resultou em morte, dores de parto, uma terra amaldiçoada e o conhecimento do bem e do mal (Gênesis 3:1 22), mas não numa herança de culpa ou numa natureza corrupta para a posteridade deles. De modo semelhante, assim como uma criança pode sofrer as conseqüências do ataque de um estuprador sem levar a culpa pelo estupro, nós também sofremos as conseqüências do pecado de Adão e Eva sem carregarmos a culpa pelo pecado deles. No dia do juízo, cada um prestará contas dos seus feitos (2 Coríntios 5:10). O conhecimento do bem e do mal não corrompeu a natureza deles, pois disse Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal (Gênesis 3:22). Certamente ninguém diria que o conhecimento que Deus tem do bem e do mal corrompeu Sua natureza. Tal conhecimento dá ao homem a liberdade de fazer escolhas morais (Isaias 7:16), uma responsabilidade com a qual o homem não consegue lidar bem por causa de seu desejo de auto-satisfação e por causa das tentações apresentadas a ele pelo diabo. Em terceiro lugar, as crianças recebem seus espíritos de Deus (Eclesiastes 12:7; Zacarias 12:1), o Pai dos espíritos (Hebreus 12:9). Deus não dá um espírito mau a cada pessoa que vem ao mundo, pois Deus não é a fonte do mal. 17 Francis Davidson, Alan M. Stibbs e Ernest Frederick Kevan, The New Bible Commentary ( O Novo Comentário da Bíblia ). Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1954, p. 448. Em quarto lugar, não há precedentes na Bíblia para o batismo infantil. Os batismos de famílias (ou casas) não são exceções. Os que creram e foram batizados eram homens e mulheres (Atos 8:12), uma expressão que não incluía crianças. O termo casa (e.g.: casa de Cornélio ) usado normalmente na Bíblia incluía os adultos, mas não as crianças. Observe que José deixou comida para o povo de Israel para os que estão em vossas casas, e para que comam as vossas crianças (Gênesis 47:24). Em todos os casos quando casa designa um grupo de pessoas, o contexto indica claramente que as crianças não estavam incluídas (João 4:53; Filipenses 4:22; Tito 1:11; Hebreus 11:7), pois as crianças são mentalmente incapazes de praticar os atos descritos nesses versículos. O mesmo se aplica com referência ao que chamamos conversões de casas: 1) A casa de Israel (Atos 2:36) aprendeu com Pedro (Atos 2:14 36), perguntou o que fazer (Atos 2:37), foi instruída a se arrepender e ser batizada para a remissão [ou perdão] de pecados (Atos 2:38), aceitou a Palavra e foi batizada. As crianças não têm pecados para serem perdoados e não poderiam ter agido de acordo com as instruções dessa passagem, não podendo estar entre os que se batizaram em Atos 2:41. 2) A casa de Cornélio era temente a Deus (Atos 10:2), estava presente para ouvir a mensagem (Atos 10:33), aceitou a Palavra (Atos 11:1), falou em línguas (Atos 10:44 46) e foi instruída a ser batizada (Atos 10:48). As crianças não tomaram parte dessas ações. 3) A casa de Lídia é chamada de sua casa e minha casa (Atos 16:15), o que pressupõe que ela não tinha marido. De outra forma, teria dito nossa casa. Não há prova de que Lídia fosse casada ou que tivesse filhos. 4) Paulo falou a Palavra do Senhor a todos os da casa do carcereiro de Filipos (Atos 16:32). Depois de serem batizados, creram e regozijaramse (Atos 16:34). As crianças não podiam participar dessas atividades. 5) Crispo e toda a sua casa creram no Senhor (Atos 18:8). As crianças não têm a capacidade de crer no Senhor e, conseqüentemente, não estavam incluídas entre os da casa de Crispo que foram batizados (1 Coríntios 1:14). 6) Paulo batizou a casa de Estéfanas (1 Co- 3
ríntios 1:16). Essa família também serviu os cristãos que estavam com Paulo (1 Coríntios 16:15), atividade esta impossível para as crianças. O argumento em favor do batismo infantil baseado nos batismos das casas deixa muito por conta da imaginação. O batismo infantil não preenche os requisitos do batismo da nova aliança, pois as crianças não têm pecados para serem perdoados (Atos 2:38; 22:16) e não são capazes de cumprir os pré-requisitos do batismo da nova aliança. A CIRCUNCISÃO TEM ALGUM PARALELO COM O BATISMO? Alguns argumentam em favor do batismo infantil traçando um paralelo do batismo com a circuncisão, afirmando que ambos são meios pelos quais os bebês são selados numa relação pactual com Deus. A Bíblia faz uma comparação, e não um paralelo, entre a circuncisão e o batismo. A circuncisão era administrada aos meninos no oitavo dia após o nascimento (Levítico 12:3) como um selo ou sinal de que Jeová era seu Deus (Gênesis 17:7 11), enquanto o batismo é o nascimento espiritual que torna o crente um filho de Deus (João 3:3 5; Gálatas 3:26, 27). Deus então sela a pessoa como Seu próprio filho com o dom do Espírito Santo (2 Coríntios 1:22; Gálatas 4:6; Efésios 1:13, 14; Atos 2:38). O batismo é comparado com a circuncisão porque a carne é removida na circuncisão num sentido literal, e no batismo isto se dá num sentido metafórico (Colossenses 2:11, 12). Essa semelhança não significa que o batismo é paralelo à circuncisão. Embora o batismo obedecido de coração de fato remova o passado carnal de uma pessoa, isso não acontece pelo ato do batismo em si, mas por um ato de Deus. O batismo é o nascimento espiritual que modifica a vida espiritual, enquanto que a circuncisão modifica apenas um aspecto físico mínimo após o nascimento físico. O nascimento fazia de Israel o povo da aliança de Deus e eles eram selados pela circuncisão; o batismo nos torna o povo da nova aliança de Deus, e somos selados pelo Espírito Santo. As realidades físicas do Antigo Testamento eram figuras ou tipos das realidades espirituais do Novo Testamento. A Bíblia, portanto, apresenta o nascimento físico seguido pelo selo da circuncisão em paralelo com o nascimento espiritual recebido no batismo e selado pelo dom do Espírito Santo. O paralelo não é entre o batismo e a circuncisão, mas o nascimento é paralelo ao batismo e o selo da circuncisão, ao selo do Espírito Santo. QUAL É A FORMA CERTA DO BATISMO? Uma outra consideração diz respeito à forma do batismo: por aspersão, derramamento ou imersão. A maioria dos eruditos concorda que a palavra grega baptizo significa imergir. Os dicionários e enciclopédias destituídos dos preconceitos do pensamento religioso declaram, por unanimidade, que etimologicamente (segundo a história do desenvolvimento do vocábulo) batizar é uma transliteração do latim baptizare, e este do grego baptizein, que significa mergulhar. A maioria das versões que não utilizam a transliteração batizar traduzem o grego baptizo pela palavra imergir. Os dicionários gregos dão imergir como o significado de batizar 8. Uma boa maneira de determinar o significado de baptizo é analisar seu uso no Novo Testamento. Os contextos favorecem imersão como sendo seu significado. João não levava água até as pessoas; as pessoas iam ao rio Jordão para serem batizadas por ele (Mateus 3:6). Ele preferiu batizar onde havia muita água (João 3:23). No batismo descrito no Novo Testamento as pessoas iam até a água, desciam à água e saíam da água (Mateus 3:16; Marcos 1:10; Atos 8:38, 39). Tal ação seria uma conveniência desnecessária se a aspersão ou o derramamento de água fossem classificados como batismo. Paulo comparou o batismo com o sepultamento e a ressurreição de Jesus (Romanos 6:4; Colossenses 2:12). Nem a aspersão nem o derramamento de água representam o sepultamento e a ressurreição de Jesus. Certa tradução católica da Bíblia em inglês diz o seguinte a respeito de Romanos 6:4: São Paulo faz alusão à maneira pela qual o batismo era ordinariamente conferido na igreja primitiva, por imersão. A descida às águas sugere a descida do corpo ao túmulo e a 18 Veja A. Oepke, bapto, em Theological Dictionary of the New Testament ( Dicionário Teológico do Novo Testamento ), ed. Gerhard Kittel, trad. e ed. Geoffrey W. Bromiley. Grand Rapids, Mich.: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1964, 1:545; Walter Bauer, A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, 2a. ed. rev. W. F. Arndt, F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker. Chicago: University of Chicago Press, 1979, p. 131. 4
saída sugere a ressurreição para uma nova vida. São Paulo obviamente vê mais do que um mero símbolo no rito do batismo 9. Uma nota de rodapé na Bíblia de Jerusalém traz o seguinte comentário sobre Romanos 6:3 9: O banho por imersão na água (sentido etimológico de batizar ) sepulta o pecador na morte de Cristo 10. Para alguns, se o batismo envolve imersão, aspersão ou derramamento isso é uma questão de somenos. Mas, quem sabe se Deus vai aceitar a aspersão ou o derramamento de água como uma forma de batismo, quando o significado óbvio da palavra é imersão? Talvez uma afirmação de Jesus se aplique ao caso: Quem é fiel no pouco também é fiel no muito; e quem é injusto no pouco também é injusto no muito (Lucas 16:10). Se estamos dispostos a mudar o que consideramos uma questão ínfima, que outros ensinos da Bíblia não mudaremos quando eles não concordarem com nossas crenças? (Veja Mateus 5:19.) 19 Confraternity Translation of the Bible, St. Joseph ed. Nova York: Catholic Book Publishing Co., 1963, p. 163. 10 A Bíblia de Jerusalém, Novo Testamento e Salmos, 2 a. ed. São Paulo, SP: Edições Paulinas, 1984, p. 312. QUEM PODE ADMINISTRAR O BATISMO? A eficácia do batismo não depende da atitude ou da condição espiritual de quem o administra. Se fosse assim, o indivíduo jamais saberia se seus pecados foram ou não perdoados quando ele foi batizado. Nada se diz no Novo Testamento sobre as qualificações de quem batiza. Em vez disso, as Escrituras dão grande importância ao entendimento e entrega de quem está sendo batizado. Para receber as bênçãos, a pessoa a ser batizada precisa obedecer de coração (Romanos 6:17, 18). Quem recebe o batismo com fé e entrega a Deus torna-se um cristão e entra na nova vida independentemente da atitude ou condição de quem está administrando seu batismo. Do contrário, Deus teria proporcionado uma salvação dependente não só de quem é batizado, mas também de quem administra o batismo, ensino esse não encontrado na Palavra de Deus. CONCLUSÃO Nem tudo que é chamado de batismo no mundo religioso é o batismo da nova aliança (Efésios 4:5). O batismo é obedecido de coração com fé no poder do sangue de Jesus para perdoar os pecados. O batismo envolve uma entrega em que se morre para o passado pecaminoso e se vive uma nova vida para Jesus. Qualquer ensino que faça do batismo um simples ato de obediência cega a Deus deprecia o seu valor e o torna um ritual vazio, tirando dele a fé no sangue de Jesus e o compromisso de mudar de vida, a ele associados. Quem é sepultado com Jesus no batismo precisa desejar ter seus pecados removidos de modo a viver uma nova vida de serviço para um novo mestre, Jesus Cristo. Quem não submeteu a vida a Ele dessa maneira precisa responder ao chamado de Jesus recebendo o batismo da nova aliança, o batismo correto. Copyright 2003, 2006 by A Verdade para Hoje TODOS OS DIREITOS RESERVADOS 5