UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS RICARDO DENIS ARRUDA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS RICARDO DENIS ARRUDA APURAÇÃO DO CUSTO UNITÁRIO EM UMA EMPRESA DE AUTOGESTÃO EM SAÚDE NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS SC Biguaçu 2007/2

RICARDO DENIS ARRUDA APURAÇÃO DO CUSTO UNITÁRIO EM UMA EMPRESA DE AUTOGESTÃO EM SAÚDE NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS SC Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do Título de Bacharel em Ciências Contábeis, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão. Orientador: Profº. Msc. Onei Tadeu Dutra Biguaçu 2007/2

RICARDO DENIS ARRUDA APURAÇÃO DO CUSTO UNITÁRIO EM UMA EMPRESA DE AUTOGESTÃO EM SAÚDE NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS SC Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo. Biguaçu, 11 de dezembro de 2007 Professores que compuseram a banca: Prof. Onei Tadeu Dutra, M.Sc. (Orientador) Profª. Marialene Pereira, M.Sc (Membro de Banca) Profª. Marisa Luciana Schvabe de Morais, M.Sc (Membro de Banca)

"No que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço, à dedicação, não existe meio termo. Ou você faz uma coisa bem feita ou não faz. Ayrton Senna

5 AGRADECIMENTOS A Deus pelo dom da vida, a minha família. Ao Professor Onei Tadeu Dutra pelo incentivo e apoio, fundamentais na execução deste trabalho.

6 RESUMO Arruda, Ricardo Denis. Apuração do Custo Unitário em uma empresa de Autogestão em Saúde na cidade de Florianópolis SC, 54 páginas. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) Departamento de Ciências Contábeis, UNIVALI SC. Este trabalho tem como objetivo apurar o custo unitário e propor a aplicação de uma planilha de Custos na empresa citada, resultando na contribuição para o gestor no que tange ao gerenciamento dos gastos efetuados. Devido à normas internas que restringem a citação do nome verdadeiro da empresa para publicação de trabalhos, os nomes aqui citados são fictícios. O embasamento teórico do trabalho é fundamentado nos tipos de empresas existentes, com destaque para as empresas prestadoras de serviços, objeto deste trabalho, a autogestão em saúde, a Contabilidade Gerencial e a de Custos. Uma explanação sobre a autogestão em saúde e o tipo de serviço prestado pela empresa também são apresentados. Desta forma foi possível elaborar uma planilha de custos, classificando os gastos em custos e despesas, rateio aos departamentos produtivos, e posterior custo unitário do serviço prestado. Assim sendo, a definição de critérios de rateio de custos de custos e despesas e obtenção do custo unitário seja considerada ferramenta de análise para o planejamento das atividades da empresa futuramente. Como metodologia, foi realizado um estudo de caso com dados pesquisados na própria empresa. Palavras-chave: Contabilidade de Custos, Autogestão em Saúde, Rateio de custos.

LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 DIFERENÇAS ENTRE O CUSTEIO POR PROCESSO E POR ORDEM DE PRODUÇÃO... 29 FIGURA 2 ORGANOGRAMA GERAL DA EMPRESA ALFA... 36 FIGURA 3 ORGANOGRAMA DA EMPRESA ALFA REGIONAL PARANÁ 37 FIGURA 4 ORGANOGRAMA PROPOSTO ALFA FLORIANÓPOLIS... 38

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...10 1.1 JUSTIFICATIVA...11 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA...12 1.3 OBJETIVOS...12 1.4 SUPOSIÇÕES...12 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO...13 2 EMPRESA...14 2.1 DEFINIÇÃO...14 2.2 TIPOS DE EMPRESAS...15 2.2.1 Empresas Comerciais...15 2.2.2 Empresas Industriais...16 2.2.3 Empresas Prestadoras de Serviços...16 3 CONTABILIDADE DE CUSTOS...19 3.1 ORIGEM DA CONTABILIDADE DE CUSTOS...19 3.2 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS...19 3.3 DEFINIÇÕES DE CONTABILIDADE DE CUSTO...20 3.4 AVALIAÇÃO DO ESTOQUE...21 3.5 RELAÇÃO COM A CONTABILIDADE GERENCIAL...22 3.6 TERMOS UTILIZADOS...23 3.6.1 Gasto...23 3.6.2 Despesa...24 3.6.3 Custo...24 3.7 ELEMENTOS DO CUSTO...25 3.7.1 Matéria-Prima...25 3.7.2 Mão-de-Obra Direta...26

3.7.3 Custos Indiretos de Fabricação...26 3.8 CUSTEIO DO PRODUTO...27 3.8.1 Custeio por Absorção...27 3.8.2 Custeio direto ou variável...28 3.9 CUSTEIO DE ESTOQUE...29 3.9.1 Custeio por Ordem de Produção...29 3.9.2 Custeio por processo...30 4 METODOLOGIA...32 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA...32 4.2 ESTUDO DE CASO...33 4.2.1 Caracterização da Empresa...33 4.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...34 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS...35 5.1 AUTOGESTÃO EM SAÚDE...35 5.2 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS...36 5.3 DESCRIÇÃO DOS DEPARTAMENTOS...37 5.4 GASTOS TOTAIS...43 5.5 COMENTÁRIOS FINAIS...48 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...49 6.1 GENERALIDADES...49 6.2 QUANTO AO ALCANCE DOS OBJETIVOS PROPOSTOS...50 6.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA...50 6.4 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS...51 REFERÊNCIAS...52

1 INTRODUÇÃO Em virtude da globalização, as empresas atualmente inseridas num ambiente competitivo, procuram adequar-se às novas tendências exigidas por este mercado. Com a busca de novas estruturas organizacionais e o acirramento da concorrência, as empresas procuraram investir no desenvolvimento tecnológico e num constante processo de aprimoramento na realização de suas atividades. Considerando esses fatos, a gestão das empresas tem-se tornado bastante complexa, exigindo maior grau de decisão por parte dos gestores em relação ao detalhamento das informações. As mudanças advindas do processo de globalização geraram a necessidade dos empresários obterem informações gerenciais, especificamente no que se refere aos custos, que são de suma importância para qualquer tomada de decisão, influenciando inclusive a condição de continuidade da empresa. Então, surgiu a necessidade de se ampliar o escopo da Contabilidade, efetuando assim estudos mais abrangentes no que se refere aos custos de uma empresa. Dessa forma, com o alargamento do campo de atuação da Contabilidade de Custos, ocorreu seu melhor aproveitamento em outras áreas que não a fabril, principalmente em empresas prestadoras de serviços, onde sua utilização, devido à ausência de estoques, passou a constituir um valioso instrumento com finalidade gerencial. Nesse sentido, as prestadoras de serviços, assim como as empresas industriais, dependem de um planejamento e controle dos custos para garantir sua permanência nesse ambiente competitivo, definindo, assim, novas estratégias empresariais. A alocação objetiva e controle dos custos e despesas aos diversos departamentos respectivamente, constituem o dilema existente na área de atuação da Contabilidade de Custos das empresas.

11 1.1 JUSTIFICATIVA As mudanças dos mercados nos últimos anos tornaram mais próximos diferentes mercados anteriormente assistidos apenas por fornecedores locais; a concorrência acirrou-se de maneira formidável. Hoje em dia, a busca por uma relação custo-benefício é cada vez maior. Os preços baixos fazem com que os consumidores procurem os fornecedores em diferentes partes do mundo. Esta globalização faz com que as empresas busquem uma adequação às novas tendências exigidas por este mercado. É interessante observar que a necessidade das empresas serem competitivas, ou seja, de se manterem no mercado, faz com que os seus gestores estejam voltados para a minimização dos custos, no entanto, sem afetar a qualidade e sem aumentar o preço. Nesse sentido, pode-se dizer ainda que utilizar um sistema de custos não só trará benefícios para a parte interna da empresa, auxiliando no controle dos gastos, bem como para tomada de decisões, mas também provocará um aumento considerável na satisfação dos consumidores, que buscam um serviço de qualidade com um preço adequado. Para auxiliar a empresa a gerenciar seus gastos é que a Contabilidade de Custos elabora a apuração dos Custos através da planilha de custos. Esta contêm os valores gastos pela empresa na missão para a qual está determinada. O interesse de realizar este trabalho surge da necessidade de elaborar uma planilha que permita alocar de maneira objetiva os custos e despesas em uma empresa de autogestão em saúde na cidade de Florianópolis. Outro fator que podemos citar é que a empresa, objeto desta pesquisa, não possui as informações apresentadas de forma fidedigna, ocasionando demora na coleta de informações para seus usuários quando necessário.

12 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A empresa a ser pesquisada atua no ramo de autogestão em saúde e tem como finalidade prestar assistência integral em saúde aos seus usuários. O problema identificado é a inexistência de rateio e alocação objetiva dos gastos aos diversos departamentos da empresa analisada. Com isto sugerem-se os seguintes questionamentos neste trabalho: - Qual a importância do sistema de custos para a Instituição? - Como a planilha de custos pode auxiliar o controle de gastos em uma empresa? Acredita-se que as respostas para estas perguntas podem contribuir com a Empresa no seu processo de gerenciamento, influenciando sensivelmente no planejamento, execução e controle de recursos auferidos e gastos. 1.3 OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho consiste em apurar o custo unitário na Empresa ALFA Florianópolis, resultando na melhor compreensão e tomada de decisão por seus gestores. Para o alcance do objetivo geral, apresentam-se os seguintes objetivos específicos: Identificar os gastos, definindo o que são custos e o que são despesas; Identificar os departamentos e verificar os gastos aplicáveis a cada um; Definir critérios de rateio de custos indiretos; Elaborar e aplicar a planilha de custos indicando os gastos realizados por departamentos. 1.4 SUPOSIÇÕES

13 Este trabalho tem como suposição um estudo de caso, não havendo definição de hipóteses, pois estas são passíveis de teste. Nisto, deduzem-se algumas suposições que visam orientar a solução para os objetivos que se pretende alcançar. Desta forma, supõe-se que: A apresentação de uma planilha de custos pode resultar em melhor gerenciamento das atividades da empresa; Obtenção do gasto unitário e indicando atividades mais onerosas, aperfeiçoando assim a tomada de decisão pelos gestores da empresa. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO A introdução faz parte do primeiro capítulo deste trabalho, onde é relatada a necessidade de melhor acompanhamento das empresas por seus gestores no que tange à Contabilidade para fins gerenciais. Apresenta-se a justificativa pela escolha do tema bem como a definição de objetivos e suposições relacionadas aos resultados propostos e forma de apresentação do trabalho. O segundo capítulo apresenta a definição de empresa e seus diversos tipos, com destaque às empresas prestadoras de serviços, objeto deste trabalho. A Contabilidade de Custos tem seu destaque no terceiro capítulo do trabalho, onde é apresentada sua origem e importância bem como suas definições. Cita-se também tópico sobre a avaliação dos estoques, item importante para determinação de custos em uma empresa bem como uma explanação sobre a relação da Contabilidade de Custos com a Contabilidade Gerencial. Alguns termos utilizados na Contabilidade de Custos também são apresentados neste capítulo além de uma exposição sobre os elementos do custo, o custeio do produto e custeio do estoque. O quarto capítulo apresenta a metodologia, que aborda a caracterização da pesquisa, os procedimentos metodológicos e o estudo de caso. Seguidamente, no quinto capítulo, é apresentado o caso prático, composto da planilha de custos da empresa analisada. Relata-se como foi a elaboração da mesma e posterior apresentação dos resultados obtidos.

As considerações sobre os objetivos propostos no trabalho e recomendações para trabalhos futuros são expostas no sexto capítulo desta monografia. 14 2 EMPRESA Este capítulo tem por objetivo abordar o conceito de empresa, características e uma descrição de uma empresa prestadora de serviços. 2.1 DEFINIÇÃO Conforme Santos (2004, p. 16), Empresa é uma organização que disponibiliza os recursos básicos necessários de bens e serviços que considera úteis para a sociedade, sejam eles matéria-prima, produtos semi-fabricados, bens industriais, bens de consumo e de serviço". Juridicamente, o conceito de empresa é muito amplo. Hentz (1959 apud BORGES e MARCONDES, 2002) conceituam empresa como [...] a repetição profissional de atos de comércio, a qual repousa sobre uma organização preestabelecida, destinada à sua prática. [...]. Como pode se notar, as denominações apresentadas convergem para o objetivo de produzir, comercializar bens ou ainda prestar serviços tendo como meta final a obtenção de lucro ou benefícios para a sociedade. Ao se optar por constituir uma empresa, busca-se principalmente a obtenção de resultados positivos, ou seja, o lucro. Para que isto aconteça, é necessária a produção de bens de consumo, utilizando-se da transformação de insumos ou ainda da comercialização de mercadorias ou prestação de serviços. Nesse sentido, Mosimann e Fisch (1999, p.17) afirmam que: Empresa é um grupamento humano hierarquizado que põe em ação meios intelectuais, físicos e financeiros para extrair,

15 transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços, conforme objetivos definidos por uma direção individual ou colegiado, fazendo intervir em diversos graus, motivação de benefício e utilidade social. Conforme visto acima, as empresas podem ter objetivos diferentes no que tange ao seu resultado, que pode se reverter em lucro para seus sócios ou em benefícios para a sociedade. 2.2 TIPOS DE EMPRESAS As empresas podem ser classificadas conforme sua área de atuação: Logo, temos empresas comerciais, onde seu foco é a venda de produtos; empresas industriais, caracterizadas pela industrialização de produtos e transformação de matéria prima; empresas rurais, atuantes na agricultura e pecuária de modo geral, e empresas de serviços, onde sua atividade fim é a oferta e prestação de serviços. (SOUZA, 2004). 2.2.1 Empresas Comerciais As empresas comerciais têm como objetivo o lucro através da atividade mercantil. Fornecem produtos tangíveis e na sua grande maioria, nas mesmas condições em que foram adquiridos, ou seja, sem alterar a sua forma básica ou sem sofrer transformações. Segundo Prates (2005, p. 29), inclui-se neste setor as empresas de venda varejista, atacadista e distribuição. Como exemplo, magazines, lojas de materiais de construção, etc. As mercadorias adquiridas junto aos fornecedores e não comercializadas dentro de um período contábil são consideradas como estoques deste período.

16 2.2.2 Empresas Industriais Também possuem como objetivo a obtenção do lucro, porém através da transformação de matéria-prima em produto acabado, atendendo determinada demanda. Para que ocorra a obtenção do produto final através de sua matéria-prima, são agregados a mão de obra direta e demais custos indiretos de fabricação que possam ocorrer. Prates (2005, p.29) elenca os tipos de estoques passíveis de existência em uma empresa industrial: a) Estoque de Materiais Diretos, que são os materiais adquiridos inicialmente, prontos para sofrerem algum tipo de transformação; b) Estoque de Materiais em Processo, que são os produtos que já sofreram um processo de transformação parcial, mas não totalmente finalizados; c) Estoque de Produtos Acabados, que são os produtos totalmente finalizados, prontos para comercialização, mas que não os foram ainda. As empresas industriais não apenas fabricam produtos mas também são responsáveis por seu desenvolvimento, comércio e distribuição dos mesmos. 2.2.3 Empresas Prestadoras de Serviços As prestadoras de serviços podem ser definidas como entidades que não produzem mercadorias. Seu produto e finalidade é a prestação de serviços em várias áreas, tendo como objetivo auferir resultados positivos. Riccio, Robles Junior e Gouveia (1997, p.1) afirmam que As empresas de serviços representam hoje a maior parcela do Produto Interno Bruto em grande parte dos países. A área de serviços é a que mais cresce e tudo indica que isso continuará acontecendo nos próximos anos. Nota-se que esta tendência faz-se presente no Brasil, ocasionando em aumento na geração de novos empregos, acompanhando assim transformações pelas quais a economia vem passando.

17 Com relação ao setor de serviços, Em 1993, o setor de serviços no Brasil representou uma parcela de 52 porcento, mesmo com o crescimento industrial dos últimos anos (RICCIO, ROBLES JUNIOR e GOUVEIA, 1997, p.6). Verifica-se que as empresas de serviços estão na ponta do processo, ligando indústrias e clientes. Como resultado disto, Riccio, Robles Junior e Gouveia (1997, p.6) citam exemplos de fabricantes que tornaram-se prestadores de serviços: A IBM passa a fornecer soluções mediante parcerias com prestadores de serviços; A GM oferece serviços financeiros para seus clientes; A Caterpillar criou o Caterpillar Logistics Service, para oferecer seus serviços de sistemas de peças à outras empresas. Basicamente, a prestação de serviços atende pessoas físicas e jurídicas, sendo este criado e consumido; logo a impossibilidade de estocagem dos mesmos. Como qualquer outro produto, os clientes exigem qualidade nos serviços e para que exemplos citados acima bem como demais empresas do ramo, tem no Controle de Custos um grande auxílio para sua continuidade. 2.2.3.1 CONCEITO DE SERVIÇO Na visão de Kotler e Fox (1994, p.258), serviço é qualquer atividade ou benefício que uma parte pode oferecer a outra, que seja essencialmente intangível e não resulta na propriedade de algo. Sua produção pode ou não estar ligada a um produto físico. Kotler e Armstrong (1998, p.455) ainda classificam os serviços em intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Estes autores caracterizam os serviços pela sua intangibilidade, uma vez que os serviços não podem ser vistos, provados ou sentidos antes de serem comprados; pela sua inseparabilidade, onde são produzidos e consumidos ao mesmo tempo e não podem ser separados de seus fornecedores; pela sua variabilidade, onde sua qualidade depende das

18 circunstâncias em que são prestados e por sua perecibilidade, onde os serviços não podem ser armazenados para venda ou uso futuros. Os conceitos apresentados influenciam diretamente o comportamento contemporâneo da sociedade. Desta forma, valores, estilo de vida e personalidades vão sendo moldadas na medida em que novos serviços surgem. Gronroos (2003, p.14) inclui o cliente no conceito de serviço, onde sustenta que clientes não compram bens ou serviços, compram os benefícios que os bens e serviços lhes proporcionam, e é esse serviço na oferta percebido pelos clientes que cria valor para eles. Basicamente a empresa prestadora de serviços tem como objetivo a prestação de atividades de qualquer natureza para pessoas físicas ou jurídicas. Nestas empresas, seu produto é o serviço a ser oferecido, não existindo a figura do estoque de mercadorias. Como qualquer outro tipo de empresa, os prestadores de serviços devem atingir o nível de excelência no atendimento aos seus clientes. Para que isto aconteça, o conhecimento de seus custos é um grande aliado na obtenção de vantagem competitiva bem como na otimização de resultados de uma entidade.

19 3 CONTABILIDADE DE CUSTOS Nesta seção apresentam-se alguns tópicos sobre Contabilidade de Custos, como sua origem, objetivos, entre outros. Apresentar-se-á uma abordagem sobre a avaliação de estoques, o controle gerencial, bem como termos utilizados na contabilidade de custos, o Custeio de Produto e elementos de custo. 3.1 ORIGEM DA CONTABILIDADE DE CUSTOS A Contabilidade de Custos teve sua origem na época de Revolução Industrial (Século XVIII), onde até então só existia a Contabilidade Financeira, que desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas comerciais (MARTINS, 1996, p.19). A conseqüente evolução das empresas industriais fez com que a Contabilidade adaptasse seus procedimentos de apuração de resultados utilizados para empresas comerciais nas indústrias, onde desta forma passou a agregar como custo a matéria-prima, a mão-de-obra direta e os custos indiretos de fabricação. 3.2 A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS Para uma empresa se manter competitiva no mercado, é necessário que suas atividades sejam otimizadas. Seus gestores devem estar voltados para a minimização dos custos, mas sem que isto influencie na qualidade de um produto. A contabilidade de custos está presente nas empresas para auxílio no controle das operações efetuadas, visando determinar o custo de um produto ou serviço. Neste sentido, Martins (1996, p.22) ressalta que: [...] a Contabilidade de Custos tem duas funções relevantes: no auxílio ao controle e na ajuda às tomadas de decisões. No que diz

20 respeito ao controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparação com os valores anteriormente definidos. Sendo assim, a contabilidade de custos poderá trazer benefícios no sentido de auxiliar no controle dos gastos, bem como para tomada de decisões, como por exemplo, no caso de formação de preço, onde um preço adequado poderá possibilitar um aumento considerável na satisfação dos consumidores que buscam serviços ou produtos a preços acessíveis. As empresas que ignoram essa realidade poderão encontrar dificuldades em permanecer neste mercado, onde os concorrentes terão vantagens significativas, ao praticarem preços mais baixos. 3.3 DEFINIÇÕES DE CONTABILIDADE DE CUSTO Leone (2000, p.19) conceitua contabilidade de custos: A Contabilidade de Custos é o ramo da Contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio às funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e tomada de decisões. Logo, com os conceitos apresentados acima seria incoerente afirmar que a Contabilidade de Custos surgiu para dar suporte apenas às empresas industriais. As empresas comerciais e prestadoras de serviços têm nesta ferramenta um de seus principais suportes para gerenciamento de suas atividades. Lawrence (1975 apud Galloro & Associados, 2000) vem corroborar com o conceito de Contabilidade de Custos: [...] é o processo ordenado de usar os princípios de contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio, de tal maneira que, com os dados da produção e das vendas, se torne possível à administração utilizar as contas para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários ou totais, para que, unidos a outros custos do negócio obtenham operações eficientes e lucrativas.

21 Tal denominação relaciona o termo Contabilidade de Custos com o objetivo principal das empresas, que é resultar em lucro aos seus sócios. Como um dos objetivos principais deste segmento da Contabilidade, podemos dizer que na área de Custos preparam-se informações diferenciadas para suprir necessidades diferenciadas. Souza (2004, p.35) conceitua Contabilidade de Custos como um sistema de métodos com a finalidade de determinar os custos unitários dos produtos ou serviços. Conforme apresentado, nas empresas industriais, agrícolas e de serviços a presença do Contador se faz importante, para que, de posse de ferramentas de gestão de custos, a despesa possa ser otimizada, e em conseqüência haja maximização de lucro. 3.4 AVALIAÇÃO DO ESTOQUE Os estoques representam uma modalidade de investimento de recursos significativo por parte da maioria das empresas, podendo representar uma elevada proporção de seus ativos. Neste sentido, a contabilidade de custos tem como objetivo calcular o custo unitário e efetuar a avaliação dos estoques existentes em uma empresa. Para Iudícibus, Martins e Gelbcke (1995, p. 151), Os estoques são bens adquiridos ou produzidos pela empresa com objetivo de venda ou utilização própria no curso normal de suas atividades. O estoque ainda pode ser definido como os materiais ou produtos mantidos fisicamente disponíveis pela empresa, na expectativa de ingressarem no ciclo de produção, de seguir o seu curso produtivo normal, ou de serem comercializados (MARTINS, 1996, p.40). Nas empresas comerciais o estoque é denominado Mercadoria. Este por sua vez já é informado na nota fiscal, quando da compra da mercadoria.

22 O estoque das empresas industriais é composto pelos Produtos em Fabricação, composto pela Matéria-Prima, Mão de Obra Direta e os Custos Indiretos de Fabricação. Neste grupo incluem-se também os Produtos Acabados, provenientes da finalização do processo produtivo e destinados à venda. 3.5 RELAÇÃO COM A CONTABILIDADE GERENCIAL A Contabilidade Geral, segundo Neves e Viceconti (2000, p.5), surgiu com o desenvolvimento do comércio. Seu objetivo é o controle do patrimônio da empresa e de suas variações, que são resultantes da apuração do resultado das atividades mercantis (lucro ou prejuízo). Anteriormente aos acontecimentos que marcaram a Revolução Industrial por volta do século XVIII, predominavam somente as empresas que tinham como atividade principal a compra e venda de produtos. Auferia-se uma receita e se incorria em determinado custo com a venda de um produto. Para a determinação do Custo da venda de uma mercadoria, computavase o seu estoque inicial, adicionando-se as compras do período e subtraindo-se do saldo final de estoques, conforme equação básica apresentada por Martins (1990, p.19): Final Custo das mercadorias vendidas = Estoque Inicial + Compras Estoque Com o advento das indústrias foi verificado que o método acima para determinar o custo de uma atividade fabril não satisfazia as necessidades da entidade, uma vez que tais empresas utilizavam-se de diversos fatores de produção para transformar matéria-prima em produto final. Surge então a Contabilidade de Custos para dar amparo às necessidades gerenciais dos clientes bem como ser elo de ligação com a Contabilidade Financeira. Gerencialmente, a Contabilidade de Custos possui duas funções relevantes, citadas por Martins (1990, p. 21):

23 [...] auxiliar ao Controle e na ajuda às tomadas de decisões. No que diz respeito ao Controle, sua mais importante missão é fornecer dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e, num estágio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido, para comparação com valores anteriormente definidos. [...] no que tange à decisão, seu papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre valores relevantes que dizem respeito às conseqüências de curto e longo prazo sobre medidas de corte de produtos, fixação de preços de venda, opção de compra ou fabricação [...]. Com relação ao uso dos Custos para tomada de decisão, Neves e Viceconti (1998, p.5) citam algumas questões que um administrador pode solucionar: Em caso de insuficiência da fábrica para atender pedidos de clientes, qual produto deve ter sua produção interrompida? Como fixar o preço de venda de um produto? Continuar comprando matéria-prima de terceiros ou fabricá-los na empresa? Desta forma, a Contabilidade de Custos torna-se indispensável em um Sistema de Gestão Empresarial das empresas atuais. 3.6 TERMOS UTILIZADOS Neste campo de estudo existem algumas nomenclaturas de custos que podem ser utilizados, sendo válidos em várias situações, oferecendo assim base para seus gestores tomarem suas decisões. Diariamente vimos muitas pessoas confundindo os termos custo e despesa por exemplo. As descrições a seguir visam esclarecer as diferenças entre os termos utilizados. 3.6.1 Gasto

24 Leone (2000, p.46) define gasto como as transações financeiras em que há diminuição do disponível ou assunção de um compromisso, em troca de algum bem de investimento ou bem de consumo. Tratam-se de desembolsos que a empresa realiza visando a continuidade de suas atividades e estes gastos ainda podem-se transformar em custos, despesas ou investimentos. Martins (1990, p.24) reforça o conceito de Leone afirmando que só existe gasto no ato da passagem para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. 3.6.2 Despesa A despesa pode ser denominada como bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (MARTINS, 1990, p.24). A saída de produto de seu estoque, através da venda, é registrada como despesa, integrando o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). O CMV, agregado às outras despesas, será deduzido da Receita, formando o lucro do período. Martins (1990, p.24) cita como exemplo a comissão do vendedor, que é um gasto e se torna imediatamente em uma despesa. 3.6.3 Custo Pode-se entender como custo o valor de bens ou serviços consumidos na produção de outros bens ou serviços. O custo, segundo Iudícibus (1995, p.115) significa o quanto foi gasto para adquirir certo bem, objeto, propriedade ou serviço. Como exemplo de custo, podemos citar a matéria-prima utilizada no processo produtivo. No entanto, a matéria-prima, enquanto não for utilizada no processo fabril, será alocada como investimento, classificada em conta do Ativo

25 Circulante. A partir de que tal item é disposto para o setor de produção é dado a baixa no Ativo, passando então a representar um custo, pois neste momento estamos consumindo bens que logo se transformarão em outros bens ou serviços. Martins (1990, p. 24) reforça o parágrafo acima afirmando que o custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços) para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Além de constar como parte do processo produtivo, os custos tratam somente de valores relacionados diretamente a atividade fabril da empresa. 3.7 ELEMENTOS DO CUSTO Em uma cadeia produtiva de uma empresa, se fazem presentes três elementos para que efetivamente o produto seja fabricado: A Matéria-Prima, a Mão de Obra Direta e Os Custos Indiretos de Fabricação, expostos a seguir. 3.7.1 Matéria-Prima A matéria-prima pode ser entendida como um material que é utilizado em sistema de produção qualquer, originando o produto ou serviço. Martins (1990, p.95) aponta como Matéria-Prima os componentes adquiridos prontos, embalagens e outros materiais diretos utilizados no processo de fabricação, apropriados aos produtos pelo seu valor histórico de aquisição. É importante salientar que os gastos realizados para que a matéria prima seja colocada em utilização, façam parte do estoque de matéria-prima. Como exemplo podemos citar o frete, que, quando da compra da mercadoria, tem seu valor incorporado ao estoque. É o que diz Martins (1990, p.96) ao afirmar que todos os gastos incorridos para a colocação do ativo em condições de uso ou em condições de venda incorporam o valor desse mesmo ativo.

26 3.7.2 Mão-de-Obra Direta Faz parte deste grupo a remuneração relativa ao pessoal envolvido diretamente com o processo fabril. Vale destacar que no Brasil, ao contrário de outros países que possuem baixos encargos sociais de mão-de-obra, os encargos de mão-de-obra são adicionados ao custo da MOD, como expõe Martins (1990, p. 114): [...] decorrem do contrato de trabalho o descanso semanal remunerado, férias, 13º salário, contribuição ao INSS, a remuneração dos feriados [...]. Neves e Viceconti (1995, p. 34) ressaltam ainda que: [...] a MOD é o gasto relativo ao pessoal envolvido na produção, tornando passível a averiguação do tempo dispendido, portanto sendo um gasto de valor apropriável sem necessidade de rateio. Neves e Viceconti (1995, p. 34) ainda ressaltam que os gastos do pessoal da produção que necessita de rateio para apropriação ao produto, podem ser classificados como Mão de Obra Indireta (MOI). 3.7.3 Custos Indiretos de Fabricação Conhecidos também como Gastos Gerais de Fabricação ou Despesas Indiretas de Fabricação, fazem parte deste grupo todos os demais custos da produção. Como se tratam de valores que não ocorrem homogeneamente durante o período, sua alocação é determinada através do uso de critérios de rateio. Dutra (1995 apud SANTOS 2004) menciona que o custo indireto é aquele que não pode ser apropriado diretamente ao produto no momento de sua ocorrência. A apropriação é realizada por meio de um critério de rateio. Desta forma, os gastos que não são relacionados com a matéria-prima ou a mão de obra direta são enquadrados nos Custos Indiretos de Fabricação.

27 3.8 CUSTEIO DO PRODUTO De acordo com PADOVEZE (1996, p.228), o custeamento do produto é o processo de identificar o custo unitário de um produto partindo dos custos diretos e indiretos. Assim, custeio significa método de apropriação de custos. Existem dois métodos de custeio tradicionais contemplados na literatura: custeio por absorção e custeio variável. O ABC (Activity Based Costing) surgiu como um terceiro modelo de custeio, sendo bem enfatizado recentemente. Nesta seção serão abordados os métodos de custeio por absorção e variável. 3.8.1 Custeio por Absorção Segundo MARTINS (1990, p.60), o esquema básico do sistema de absorção consiste na [...] separação entre custos e despesas; na apropriação dos custos diretos diretamente ao produto e o rateio dos custos indiretos. MARTINS (1990, p.38) ressalta ainda que custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascidos da situação histórica mencionada. Consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção; todos os gastos relativos a esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos. Desta forma entende-se que este sistema separa o custo da despesa. Todos os custos diretos e indiretos são alocados ao produto, sejam eles variáveis ou fixos. Por sua vez, Florentino (1993, p.37) explica que é a imputação aos custos dos produtos ou serviços, de todos os gastos, inclusive dos custos fixos que são rateados e distribuídos mediante critérios apropriados. Portanto, cada empresa deve estudar a sua situação específica para escolher critérios adequados. Crepaldi (1998, p.83) apresenta as vantagens do custeio por absorção: - Permite a apuração do custo por centro de custo, já que sua aplicação exige a organização contábil nesse sentido, permitindo o

28 acompanhamento de cada área se forem alocados de forma adequada aos departamentos. - Proporciona preços de venda mais reais, pois reúne todos os custos da empresa por meio dos custos unitários dos produtos; - É derivado da aplicação dos princípios fundamentais de contabilidade; - Está de acordo com a legislação fiscal. Assim, pode-se dizer que o método de absorção é o mais indicado no caso das prestadoras de serviços, pois apresenta é um método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade, por considerar todos os gastos como relacionados com os produtos ou serviços. Além disso, está alicerçado nos conceitos de custos fixos e variáveis, que passam, assim, a integrar o valor contábil dos produtos feitos ou serviços prestados. É também considerado essencial para avaliação de estoques pela contabilidade financeira, pois é aceito para fins fiscais, como também apresenta de maneira clara e objetiva a distinção entre os custos e as despesas, onde no caso das prestadoras de serviço, essa distinção não é tão transparente. 3.8.2 Custeio direto ou variável O sistema de custeio direto (também conhecido como variável) consiste: [...] em considerar como Custo de Produção do Período apenas os custos variáveis incorridos. Os Custos Fixos, pelo fato de existirem, mesmo que não haja produção, não são considerados como Custo de Produção e sim como Despesas, sendo encerrados diretamente contra o resultado do exercício. (NEVES e VICECONTI, 1995, p.85). Leone (2000, p.326) cita que, [...] somente os custos variáveis de fabricação são contabilizados no custo dos produtos fabricados. Os custos variáveis de administração e de vendas serão debitados diretamente ao custo dos produtos acabados e que vão ser vendidos. Os custos periódicos serão globalmente lançados contra os resultados obtidos no período.

29 Portanto, o sistema de custeio direto ou variável propõe uma apropriação de caráter gerencial, considerando apenas os custos variáveis dos produtos vendidos ou serviços prestados; os custos fixos ficam separados, sendo reconhecidos como despesas do período, diretamente para o resultado; dessa maneira, permite a apuração da margem de contribuição, quando confrontados os custos variáveis aos valores de receita líquida do período objeto do estudo. Entretanto, o Custeio Variável não é aceito pelo fisco, para avaliar estoques, uma vez que fere, principalmente, o princípio da competência, preconizando nos princípios fundamentais de contabilidade. Seu uso fica restrito apenas para fins gerenciais. 3.9 CUSTEIO DE ESTOQUE Entende-se por custeio de estoque a técnica de se alocar custos aos estoques (SANTOS, 2004, p. 43). Tal método tem por objetivo verificar, após obtenção dos custos da produção, se os valores encontrados estão nos patamares esperados pela entidade, sendo passível determinados ajustes e correções. Os sistemas de custo mais utilizados pela Contabilidade de Custos são o Custeamento por Ordem e Custeamento por Processo. Santos (2004, p. 43) afirma que ambos os métodos são aceitos pelo fisco desde que sejam baseados no custeio por absorção e nos custos reais incorridos. 3.9.1 Custeio por Ordem de Produção Neste modelo de apropriação, os custos são acumulados em separado para cada ordem, representando um lote de produção. Padoveze (1996, p. 207) enfatiza que: [...] um sistema de custeio por ordem coleta os custos de cada serviço ou partida de produção fisicamente identificável, à medida que se muda através da fábrica, sem levar em conta o período que se realiza o trabalho.

30 É um sistema utilizado quando são fabricados vários produtos diferenciados em cada período. O custeio por ordem de produção também é chamado de Custo por Encomenda, já que obedece a uma característica específica encomendada, seja qual for a quantidade produzida. 3.9.2 Custeio por processo Este sistema é normalmente empregado quando a empresa utiliza-se de uma produção em massa, ou seja, várias unidades de um mesmo produto, ou ainda, por etapas de fabricação, porém mantendo a homogeneidade. Leone (2000, p. 204) diz que o processo pode ser uma fase, uma seção, um departamento ou um setor fabril. Ressalta ainda que é necessário que a operação tenha determinadas características para que a empresa possa empregar com sucesso o Custeio por Processo. O procedimento básico deste sistema de custeio é o de acumular os custos incorridos de um período inteiro de um determinado departamento ou operação, e na seqüência dividir pelo total de unidades produzidas neste mesmo período. Neves e Viceconti (1995, p. 60) ressaltam que o custeamento por processo é aplicado a empresas de produção contínua, onde os custos são acumulados em contas representativas dos produtos ou linha de produtos. Desta forma, surgem os Centros de Custo, definidos por Martins (1990, p. 66) como a unidade mínima de acumulação dos Custos Indiretos de Fabricação. Tais custos devem ser rateados conforme os critérios julgados adequados pela empresa. Importante salientar que nem sempre tais critérios podem ser justos, sendo então passíveis de revisão. As diferenças entre os Custeios por Processo e por Ordem de Produção são apresentadas conforme a Figura 1 a seguir:

31 FIGURA 1 DIFERENÇAS ENTRE O CUSTEIO POR PROCESSO E POR ORDEM DE PRODUÇÃO Fonte: Prates (2005, p. 48).

32 4 METODOLOGIA A pesquisa foi desenvolvida através de um estudo de caso em uma empresa de autogestão em saúde na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. O foco de estudo ficou delimitado a elaboração de uma planilha de custos. Para a elaboração da fundamentação teórica, buscou-se pesquisar em livros, artigos na Internet e periódicos o arcabouço necessário para obtenção e alcance desta fase da pesquisa. Este capítulo detalha os procedimentos utilizados para o alcance dos objetivos. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA Este trabalho primou por objetivo gerar conhecimento para aplicação na prática buscando a solução de problemas. Huhne (1992) define o conhecimento como uma forma de estar no mundo. E o processo do conhecimento mostra ao homem que ele jamais é alguma coisa pronta na medida em que está sempre nascendo de novo quando tem a coragem de se mostrar aberto diante da realidade. A pesquisa, de acordo com Cervo (1983), é uma atividade voltada para a solução de problemas através do emprego de processos científicos. Tais processos científicos permitem a classificação das pesquisas, segundo sua utilização. Assim sendo, Gil (1991) as classifica em pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa ex-post-facto, levantamento e estudo de caso. Salomon (1999), ainda, diz que a monografia não existe sem a pesquisa científica. A pesquisa que se pretende realizar será classificada como qualitativa exploratória, através de análise documental, pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Malhotra (1999) diz: [...] A pesquisa qualitativa proporciona a compreensão fundamental da linguagem, das percepções e dos valores das pessoas. É essa pesquisa que mais freqüentemente nos capacita a decidir quanto às informações

que devemos ter para resolver o problema de pesquisa e saber interpretar adequadamente a informação. 33 4.2 ESTUDO DE CASO A pesquisa realizada trata-se de um estudo de caso, que objetivou efetuar uma planilha de custos por departamentos na empresa analisada. O estudo de caso, no conceito de Gil (1991, p.73), é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita a seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos considerados. 4.2.1 Caracterização da Empresa A ALFA é uma empresa de autogestão em saúde, com 63 anos de existência. São mais de 700 mil usuários no Brasil, divididos em dois planos de saúde. Possui 11 Unidades Regionais e as 11 Unidades Estaduais, instaladas nas principais capitais do País. A Empresa ALFA foi fundada em 1944 por um grupo de funcionários de uma Instituição Bancária em nível nacional que aqui denominamos Banco GAMA, com o objetivo de ressarcir as despesas de saúde dessa população. Nestas mais de seis décadas, a Empresa experimentou grande desenvolvimento, tornando-se uma das maiores instituições sem fins lucrativos administradoras de planos de saúde do País. Por volta de 1970, a empresa assumiu plenamente a assistência à saúde dos funcionários do Banco GAMA. Neste período, até por volta de 1996, a ALFA era diretamente ligada ao Banco GAMA, onde em 1996 passou a ter autonomia própria, passando a assumir suas despesas administrativas e com a implantação de um novo modelo assistencial em saúde. A implantação desse modelo assistencial e a reestruturação na estrutura administrativa, tecnológica e organizacional da empresa, no ano 2001, foram fatos

importantes para a consolidação de um novo referencial em termos de saúde suplementar até então existente. 34 4.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O trabalho trata-se de uma pesquisa de campo, realizada no local onde a empresa está situada. Relatório de gastos efetuados, planilhas orçamentárias, relatório da administração da empresa foram os principais meios utilizados que permitiram a elaboração da planilha de custos. Importante salientar que a vivência profissional do autor do trabalho permitiu apresentar a estrutura da Instituição, bem como seus departamentos e atividade operacional.

35 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS O Relatório Comparativo do Orçamento, que será apresentado neste item, é o principal instrumento para auxiliar o Gerente da Unidade no gerenciamento dos gastos e despesas efetuados pela Empresa ALFA em Florianópolis. A relação principal de gastos foi retirada do Sistema de Gestão Empresarial (SAP/R3), implantado pela entidade em nível nacional em meados de 2005. Neste trabalho, são expostos alguns dados da empresa como os valores desembolsados para a manutenção de suas atividades, dados da área ocupada, número de funcionários e principalmente a descrição da atividade, ou seja, o serviço prestado pela empresa. Em seguida apresenta-se a planilha de custos da empresa, distribuídas por departamentos, conforme critérios de rateio utilizados na Contabilidade de Custos. 5.1 AUTOGESTÃO EM SAÚDE Entende-se por autogestão em saúde uma empresa prestadora de serviços gerenciada pelo próprio empregador. No caso em questão, o Banco GAMA através de seu quadro de colaboradores mantém em funcionamento a Empresa ALFA, que é encarregada de administrar os programas de assistência à saúde para os colaboradores citados, seja através de serviços próprios (rede própria) ou por rede credenciada de prestadores de serviço (clínicas, laboratórios, hospitais, etc.). De modo resumido, pode-se dizer que a autogestão é um sistema onde os próprios colaboradores gerenciam a instituição. Os usuários da Empresa ALFA a gerenciam através de seu Conselho Deliberativo, situado na cidade de Brasília DF. A CASSEMS (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado do Mato Grosso do Sul) relata a importância deste tipo de empresa na atualidade, quando o foco é atenção à saúde: A autogestão em saúde ficou em maior evidência quando da regulamentação da Lei 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde), servindo de base para que o Ministério da Saúde determinasse

36 novas regras para o setor. A estimativa é de que existam cerca de 300 organizações de autogestão, o que, segundo pesquisas recentes, representa um contingente de 11,7 milhões de beneficiários atendidos (CASSEMS, 2007). Ao contrário dos planos de saúde, cooperativas ou empresas de medicina em grupo, onde o objetivo é auferir lucros, nesta modalidade de gestão os resultados positivos são revertidos em investimentos aos seus participantes. Há também a possibilidade da empresa desenvolver programas de prevenção e promoção à saúde e incentivo a qualidade de vida, criando assim vínculos maiores entre empresa e usuários. 5.2 DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS A ALFA tem como missão: Assegurar atenção integral à saúde para uma vida melhor. Os serviços oferecidos e realizados na Unidade Florianópolis são listados abaixo: Atendimento médico e de enfermagem na Unidade: disponíveis aos participantes dos planos administrados pela ALFA, constituindo como primeiro recurso antes do encaminhamento à rede credenciada; Autorização de internações, perícias e materiais: suporte dado aos usuários para a realização de cirurgias em hospitais credenciados pela ALFA, obedecidos os normativos vigentes; Programa de medicamentos: benefício concedido aos usuários portadores de patologias crônicas, nas quais possuem cobertura de percentual dos medicamentos utilizados em seus tratamentos; Administração do Plano ALFA família: Plano de saúde oferecido a exdependentes obedecendo as regras impostas pela Lei 9.656/98; Negociação e credenciamento de profissionais de saúde tais como Clínicas, hospitais, laboratórios, etc.;

37 Gerenciamento do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional dos funcionários do Banco GAMA, conforme convênio efetuado entre Empresa ALFA e Banco GAMA. Estes serviços são oferecidos também nas demais Unidades situadas nas capitais brasileiras. A empresa também está presente com alguns Núcleos no Interior do país, porém com uma estrutura reduzida de serviços acima mencionados. 5.3 DESCRIÇÃO DOS DEPARTAMENTOS Este item tem como objetivo apresentar a estrutura atual da empresa através dos seus organogramas apresentados nas figuras 2 e 3, conforme segue:

38 ALF FIGURA 2 ORGANOGRAMA GERAL DA EMPRESA ALFA Fonte: Núcleo de D.O. jun/2005

39 ALFA FIGURA 3 ORGANOGRAMA DA EMPRESA ALFA GERÊNCIA PARANÁ Fonte: Núcleo de D.O. jun/2005

41 Na atual estrutura, a ALFA Florianópolis está subordinada à Gerência do Estado do Paraná, que por sua vez reporta-se às diversas Divisões de sua Sede em Brasília conforme o tipo de assunto a ser tratado. Com relação a departamentalização de custos e gastos, não existe uma divisão na Unidade Florianópolis, o que resulta em distorções na análise global dos valores realizados no orçamento. Partindo do pressuposto de que a Contabilidade de Custos é dimensionada para identificar os custos da organização, apresenta-se na ALFA Florianópolis a atribuição de tais custos aos departamentos conforme organograma proposto na FIGURA 4, a seguir: Gerência Estadual CASSI ALFA Florianópolis Gerência Estadual Administrativo Farmácia Enfermagem Regulação Atenção à Saúde Recepção Consultórios Médicos Negociação e Produtos FIGURA 4 ORGANOGRAMA PROPOSTO ALFA FLORIANÓPOLIS Fonte: Autor Segue a descrição dos departamentos: a) Enfermagem: Departamento responsável pelo atendimento de pacientes, préconsultas, elaboração de relatórios de atendimento, visitas domiciliares e administração de medicamentos aos pacientes; b) Recepção: controla a chegada de pacientes e credenciados, efetua marcação de consultas, atendimento telefônico. Registra em aplicativo próprio a entrada e saída de pacientes em consultório; c) Farmácia: Através de profissional responsável, efetua a compra e distribuição aos associados dos medicamentos aos quais possuem benefício concedido pela ALFA.

42 Registra o balanço de medicamentos controlados, conforme determinações vigentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Importante salientar que não é registrado o Custo de Aquisição de medicamentos, sendo estes realizados separadamente; d) Negociação e Produtos: Departamento responsável pelo recebimento de guias de procedimentos médicos de prestadores credenciados, e guias de reembolso de procedimentos. Efetua a prospecção e credenciamento de novos profissionais pelo Estado de Santa Catarina bem como análise e negociação de tabelas hospitalares. A administração do Plano ALFA Família também é tarefa efetuada por este setor. e) Regulação: Composto por equipe que possui a tarefa de avaliar solicitações de reembolso de medicamentos e uso de materiais de alto custo em cirurgias. Efetua análise e autorizações de procedimentos, concedendo autorização quando necessário, sempre com observância aos normativos da empresa e recomendações da Agência Nacional de Saúde Suplementar. f) Administrativo: Responsável pelas compras e contratações de serviços, manutenção predial, administração de RH, financeiro e contábil. Efetua lançamento de notas fiscais de materiais e serviços contratados. Trabalha em conjunto com a Gerência da Unidade, fornecendo suporte para a tomada de decisões. g) Consultórios: Realizam os atendimentos em consultas eletivas (agendadas) e pronto-atendimento (atendimento por ordem de chegada); h) Atenção à Saúde: Setor responsável pelos encaminhamentos administrativos referentes à estratégia assistencial aos participantes da Empresa ALFA. Analisam indicadores de saúde, mapeiam prioridades de atendimento e desenvolvem os programas de prevenção e promoção à saúde. Este setor também é responsável pela Execução do Exame periódico dos funcionários do Banco GAMA.