AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE ÍNDICES DE SECA PARA SANTA LUZIA



Documentos relacionados
CARACTERIZAÇÃO CLIMÁTICA DA MICRORREGIÃO DO CARIRI ORIENTAL

FREQUÊNCIA DA PRECIPITAÇÃO PLUVIAL NO MUNICÍPIO DE BANANEIRAS - PB

PRINCIPAIS SECAS OCORRIDAS NESTE SÉCULO NO ESTADO DO CEARÁ: UMA AVALIAÇÃO PLUVIOMÉTRICA

MINERAÇÃO MORRO VELHO: 150 ANOS DE REGISTROS PLUVIOMÉTRICOS MORRO VELHO MINING: 150 YEARS OF RAINFALL RECORDS

ANÁLISE TERMOPLUVIOMÉTRICA E BALANÇO HÍDRICO CLIMATOLÓGICO DOS DADOS DA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DO PEIXE TO

BALANÇO HÍDRICO COMO FERRAMENTA AO PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO PARA A CIDADE DE PALMAS TO

ANÁLISE DA OCORRÊNCIA SIMULTÂNEA DE ENOS E ODP SOBRE O CARIRI CEARENSE

VARIAÇÃO CLIMÁTICA EM GILBUÉS-PI, BRASIL EM ATUAÇÃO AO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA PLUVIAIS

CARACTERIZAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA DO MUNICÍPIO DE MARECHAL DEODORO AL, NO PERÍODO DE 1978 A 2005.

IV SISTEMATIZAÇÃO DE DADOS PLUVIOMÉTRICOS PARA A REGIÃO DO MUNICÍPIO DE JOINVILLE/SC

XII SIMPÓSIO DE RECURSOS HIDRÍCOS DO NORDESTE AVALIAÇÃO DA PRECIPITAÇÃO NO OESTE DA BAHIA CONSIDERANDO AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE PRECIPITAÇÃO EM DIFERENTES INTERVALOS DE CLASSES PARA RIO DO SUL/SC

VARIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO ARROZ DE TERRAS ALTAS INFLUENCIADOS PELA SECA METEOROLOGICA EM GOIÁS

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS DE TEMPERATURA MÍNIMA DO BRASIL

Variabilidade temporal de índice de vegetação NDVI e sua conexão com o clima: Biomas Caatinga Brasileira e Savana Africana

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A PRECIPITAÇÃO REGISTRADA NOS PLUVIÔMETROS VILLE DE PARIS E MODELO DNAEE. Alice Silva de Castilho 1

IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA EVATRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA EM SANTA CATARINA

ANÁLISE DOS DADOS DE REANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO MENSAL NO PERÍODO DE 62 ANOS NO MUNICÍPIO DE IBATEGUARA-AL

MATERIAIS E METODOLOGIA

Caracterização da Variabilidade do Vento no Aeroporto Internacional de Fortaleza, Ceará. Parte 2: Análise da Velocidade

ANÁLISE DO REGIME PLUVIOMÉTRICO DA ILHA DE SANTIAGO CABO VERDE DURANTE 1981 A 2009 E SUA RELAÇÃO COM A ZCIT

A PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NO MUNICÍPIO DE ARAPIRACA/AL E OS EVENTOS EL NIÑOS/ LA NIÑAS UTILIZANDO O ÍNDICE IME.

COMPORTAMENTO DA PRECIPITAÇÃO MÉDIA EM 2006 NO ESTADO DE GOIÁS

Impacto do Fenômeno El Niño na Captação de Chuva no Semi-árido do Nordeste do Brasil

INDÍCIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS A PARTIR DO BALANÇO HÍDRICO EM JOÃO PESSOA PARAÍBA

PROJEÇÕES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL PARA CENÁRIOS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO TAPEROÁ - PB

CARACTERIZAÇÃO CLIMATOLÓGICA DO MÓDULO 4 DA FLORESTA ESTADUAL DO AMAPÁ-FLOTA/AP: DADOS PRELIMINARES

VARIABILIDADE CLIMÁTICA PREJUDICA A PRODUÇÃO DA FRUTEIRA DE CAROÇO NO MUNICÍPIO DE VIDEIRA SC.

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM ITAPERUNA - RJ

VARIAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA PRECIPITAÇÃO PLUVIOMÉTRICA NA BACIA DO RIO SOROCABA-SP

Relações entre diferentes fases da monção na América do Sul

ESTIMATIVA DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO POTENCIAL ATRAVÉS DOS MÉTODOS DE THORNTHWAITE, PENMAN MODIFICADO E TANQUE CLASSE A NO MEIO-OESTE CATARINENSE

Estudo da sazonalidade e distribuição espaço-temporal das chuvas no bioma da Mata Atlântica do estado do Mato Grosso do Sul

RELATÓRIO MENSAL DAS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS DO ESTADO DE ALAGOAS

Variação Temporal de Elementos Meteorológicos no Município de Pesqueira-PE

POTENCIAL DE APROVEITAMENTO DE ÁGUA DA CHUVA NA MESORREGIÃO NORDESTE PARAENSE POTENTIAL OF RAIN WATER UTILIZATION IN NORTHEAST MESOREGION PARAENSE

FREQUÊNCIA DA TEMPERATURA MÍNIMA DO AR ASSOCIADA A EVENTOS EL NIÑO, LA NIÑA E NEUTROS NO RIO GRANDE DO SUL

Climatologia da Probabilidade de Veranicos nas Zonas Canavieiras Paulistas

MECANISMOS FÍSICOS EM MÊS EXTREMO CHUVOSO NA CIDADE DE PETROLINA. PARTE 3: CARACTERÍSTICAS TERMODINÂMICAS E DO VENTO

VARIABILIDADE ESPAÇO-TEMPORAL DOS EVENTOS EXTREMOS DIÁRIOS DE PRECIPITAÇÃO PARA O ESTADO DE SÃO PAULO. Mercel José dos Santos, 12 Rita Yuri Ynoue 1

CARACTERIZAÇÃO PLUVIOMETRICA POR QUINQUÍDIOS DA CIDADE DE PIRENOPOLIS - GO

de Piracicaba-SP: uma abordagem comparativa por meio de modelos probabilísticos

ANÁLISE DE TENDÊNCIAS NA TEMPERATURA E PRECIPITAÇÃO EM LONDRINA, ESTADO DO PARANÁ

VARIABILIDADE DA UMIDADE RELATIVA DO AR NA BACIA DE BARRA DOS COQUEIROS - CAÇU-GO 1

A Oscilação Decadal do Pacífico e sua Influência na Precipitação de Goiânia - GO

ANÁLISE FREQUENCIAL E DISTRIBUIÇÃO TEMPORAL DAS TEMPESTADES NA REGIÃO DE RIO DO SUL/SC

Índice de anomalia de chuva do estado o Rio Grande do Sul

VARIAÇÃO DA AMPLITUDE TÉRMICA EM ÁREAS DE CLIMA TROPICAL DE ALTITUDE, ESTUDO DO CASO DE ESPIRITO SANTO DO PINHAL, SP E SÃO PAULO, SP

SOFTWARE PARA CÁLCULO DOS COMPONENTES DO BALANÇO HÍDRICO DE PALMER

PALAVRAS-CHAVE: variabilidade; clima; ENOS; microrregião; Patos

INFLUÊNCIA DE FASES EXTREMAS DA OSCILAÇÃO SUL SOBRE A INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DAS CHUVAS NO SUL DO BRASIL

ANÁLISES DO BALANÇO HÍDRICO DURANTE EVENTOS EXTREMOS PARA ÁREA DE FLORESTA TROPICAL DE TERRA FIRME DA AMAZÔNIA ORIENTAL.

AQUECIMENTO GLOBAL NA PB? : MITO, FATO OU UMA REALIDADE CADA VEZ MAIS PRÓXIMA.

Capítulo 02. Balanço Hídrico pelo método de Thornthwaite-Mather, 1955

CLASSIFICAÇÃO E INDÍCIO DE MUDANÇA CLIMÁTICA EM VASSOURAS - RJ

EROSIVIDADE DA CHUVA NA ÁREA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUÇUÍ PRETO- PI, BRASIL VISANDO O DESENVOLVIMENTO DE MANEJOS DO SOLO

ANÁLISE TERMODINÂMICA DAS SONDAGENS DE CAXIUANÃ DURANTE O EXPERIMENTO PECHULA.

PALAVRAS-CHAVE: Penman-Monteith. Semiárido. Evapotranspiração. Escassez de chuva. Irrigação

BALANÇO HÍDRICO COMO PLANEJAMENTO AGROPECUÁRIO E HIDROLÓGICO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUÇUÍ PRETO-PI, BRASIL VISANDO MUDANÇAS CLIMÁTICAS

ANÁLISE MULTITEMPORAL DO PADRÃO DE CHUVAS DA ZONA OESTE DO RIO DE JANEIRO NO ÂMBITO DOS ESTUDOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Boletim Climatológico Mensal

DESENVOLVIMENTO DE UM APLICATIVO COMPUTACIONAL PARA O CONTROLE DO MANEJO DA IRRIGAÇÃO 1

Avaliação da Qualidade da Água do Rio Sergipe no Município de Laranjeiras, Sergipe- Brasil

Comparação entre Variáveis Meteorológicas das Cidades de Fortaleza (CE) e Patos (PB)

Boletim Climatológico Anual - Ano 2010

Estimativa do Balanço Hídrico Climático para a Microrregião do Seridó - Estado do Rio Grande do Norte

FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA DO NÚMERO DE DIAS COM CHUVA PARA A REGIÃO DE MARINGÁ

RELAÇÃO ENTRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E ÁREA COLHIDA NO RIO GRANDE DO NORTE E PARAÍBA

COMPARAÇÃO DE MÉDIAS DIÁRIAS E MENSAIS DE TEMPERATURA DO AR OBTIDAS POR VÁRIOS MÉTODOS. (1) Departamento de Meteorologia da UFPa

CARACTERIZAÇÃO E DURAÇÃO DAS ESTAÇÕES SECA E CHUVOSA NO TRIÂNGULO MINEIRO MG

MUDANÇA CLIMÁTICA NA ÁREA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO URUÇUÍ PRETO - PI EM DESEMPENHO AO ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO

Aptidão climática do capim-búffel ¹. Palavras-chaves: Cenchrus ciliaris, exigência climática de capim-búffel, pecuária sustentável

CORRELAÇÃO ENTRE PRODUÇÕES PARCIAIS E TOTAIS DE LEITE EM UM REBANHO BUBALINO

CARACTERIZAÇÃO DE EXTREMOS CLIMÁTICOS UTILIZANDO O SOFTWARE RClimdex. ESTUDO DE CASO: SUDESTE DE GOIÁS.

VARIAÇÃO DIÁRIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA EM BELÉM-PA EM UM ANO DE EL NIÑO(1997) Dimitrie Nechet (1); Vanda Maria Sales de Andrade

ESTUDO PRELIMINAR DA CHUVA - VAZÃO PARA A BACIA DO RIO PARAIBA DO SUL - SP UTILIZANDO UM SIG

NTERAÇÃO ENTRE ATENDIMENTOS VOLMET, OCORRÊNCIAS DE TROVOADAS E NEVOEIRO NO AERÓDROMO INTERNACIONAL DE SÃO PAULO

Carlos Márcio de Aquino Eloi 1

BALANÇO HÍDRICO DA MICROBACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO CRISTAL, JERÔNIMO MONTEIRO-ES

ANÁLISE DA DISTRIBUIÇÃO SAZONAL E ESPACIAL DA PRECIPITAÇÃO NO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

INMET/CPTEC-INPE INFOCLIMA, Ano 13, Número 07 INFOCLIMA. BOLETIM DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS Ano de julho de 2006 Número 07

ANÁLISE DO USO DAS CISTERNAS DE PLACAS NO MUNICÍPIO DE FRECHEIRINHA: O CONTEXTO DA PAISAGEM DE SUPERFÍCIE SERTANEJA NO SEMIÁRIDO CEARENSE

ÁNALISE DAS OCORRÊNCIAS DE EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO NA REGIÃO DE RIO LARGO, ALAGOAS

TENDÊNCIA DE MUDANÇAS DA TEMPERATURA EM IGUATU, CEARÁ 1

Comportamento da Tendência Temporal da Temperatura do Ar em Microrregiões do Estado de Sergipe

DIFERENÇAS TÉRMICAS OCASIONADAS PELA ALTERAÇÃO DA PAISAGEM NATURAL EM UMA CIDADE DE PORTE MÉDIO - JUIZ DE FORA, MG.

Associação Nacional dos Bancos de Investimento

INFORME QUANTITATIVO. Esperamos que apreciem e se orgulhem da nossa entidade tanto quanto nos orgulhamos de trabalhar em prol da nossa profissão.

APTIDÃO AGROCLIMÁTICA DO CAFÉ ROBUSTA (COFFEA CANEPHORA) PARA O CENÁRIO B2 DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA BACIA DO SÃO FRANCISCO

EFEITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA DISPONIBILIDADE HÍDRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARACATU

Análise de Tendências de Extremos para o Planalto Central

Estudo de caso de um sistema frontal atuante na cidade de Salvador, Bahia

Documentos 61. Dados climatológicos: Estação de Fortaleza, 2001

Validação das observações feitas com o pluviômetro de garrafa PET na cidade de Belém-PA.

Relação entre a Precipitação Acumulada Mensal e Radiação de Onda Longa no Estado do Pará. (Dezembro/2009 a Abril/2010)

COEFICIENTES PARA ESTIMATIVAS DE PRECIPITAÇÃO COM DURAÇÃO DE 24 HORAS A 5 MINUTOS PARA JABOTICABAL

EFEITO DAS VARIÁVEIS METEOROLÓGICAS NA EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE REFERÊNCIA DO SUBMÉDIO DO VALE SÃO FRANCISCO

Comparação entre dados de precipitação obtidos por satélites e por pluviômetros no Vale do Paraíba

ÍNDICE DE ANOMALIA DE CHUVA (IAC) COMO INDICADOR PARA ANÁLISE DA VARIABILIDADE CLIMÁTICA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PAJEÚ-PE

ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO PARA A CULTURA DO DENDÊ (ELAEIS GUINEENSIS JACQ.)E EFEITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NO ESTADO DO TOCANTINS

Transcrição:

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE ÍNDICES DE SECA PARA SANTA LUZIA José Nivaldo da Silva¹, Danilo Barbosa de Aguiar², Hermes Alves de Almeida³. ¹ Estudante de Geografia (UEPB) e bolsista de IC/CNPq, e-mail: jnivaldo_silva@hotmail.com ² Estudante de Geografia (UEPB) e bolsista IC/CNPq, e-mail: daniloaguiarb@hotmail.com ³ Professor Dr. do curso de Geografia (UEPB), e-mail: hermes_almeida@uol.com.br RESUMO: O regime pluvial no semiárido nordestino caracteriza-se pela irregularidade espacial e temporal e pela curta estação chuvosa (de três a quatro meses). Diante disto houve a necessidade de avaliar essa variabilidade usando o Índice de Anomalia de Chuva (IAC) e o Índice de Aridez (IA), sendo essas determinações os objetivos principais deste trabalho. Séries mensais e anuais de precipitação do período de 1963 a 2012 para a localidade de Santa Luzia na microrregião do Seridó Ocidental da Paraíba foram disponibilizadas pela AESA. Utilizando-se a distribuição de frequência, os dados foram agrupados e em seguida calcularam-se as medidas de tendência central (média e mediana) e de dispersão (amplitude e desvio padrão da média). Foi estabelecid a a estação chuvosa e os respectivos números de dias com chuva. A Evapotranspiração Potencial foi estimada pelo método de Thornthwaite (1948) e os anos secos e chuvosos pelos Índices de Anomalia de Chuva (IAC) e o Índice de Aridez (IA). Os principais resultados mostraram que a aridez, classificada pelo IA, enquadra-se na faixa de grande deficiência de água ou semiárido. Dessa forma, os tipos de secas, classificados pelo IAC, apresentaram percentuais de 20,4% para as faixas de secas normais, 30,6% para suave a moderada e 10,2% para alta a extrema. PALAVRAS-CHAVE: Semiárido; Aridez; Clima; Precipitação; Índice de Seca. PRELIMINARY ASSESSMENT OF DROUGHT INDEX FOR SANTA LUZIA ABSTRACT: The pluvial regime in semi-arid northeast is characterized by spatial and temporal irregularity and the short rainy season (three to four months). Before this it was necessary to measure this variability using the Rainfall Anomaly Index (RAI) and the Aridity Index (AI), and these determinations are the main objectives of this work. Series of monthly and annual precipitation for the period 1963-2012 to locality of Santa Luzia in the micro Seridó Western Paraíba state were provided by AESA. Using the frequency distribution, the data were grouped and then calculated the measures of central tendency (mean and median) and dispersion (range standard deviation of mean). Was established the rainy season and their numbers of days with rain. The Potential Evapotranspiration was estimated by the method of Thornthwaite (1948) and dry years and wet by Rainfall Anomaly Index (RAI) and Aridity Index (AI). The results showed that aridity, classified by AI, fits in the range of high water stress or semiarid. Thus, the types of droughts, sorted by RAI, had percentages of 20,4% for dry normal ranges, 30,6% for mild to moderate and 10,2% for high to extreme. KEYWORDS: Semi-arid; Aridity; Climate; Rainfall; Drought Index. INTRODUÇÃO O Seridó Ocidental da Paraíba, como parte integrante do chamado polígono das secas e consequentemente do semiárido, possui características que se assemelham àquelas condizentes com a 1

referida região. Segundo Alves & Nascimento (2010), ela apresenta em média, uma precipitação de 569 mm/ano. Precipitação esta que, para Almeida & Silva (2008) é, sem dúvida, o elemento do clima que possui a maior variabilidade espacial e temporal, até mesmo nas regiões úmidas e subúmidas. De acordo com FERNANDES (et al. 2009), BARROS (2010) e CAITANO (et al. 2011) o Índice de Aridez de um local, estabelecido por Thornthwaite (1948), é um indicativo do déficit ou do superávit da água, por que resulta da relação entre a precipitação e a Evapotranspiração Potencial (ETP). Essa relação permite estimar diferentes faixas ou valores com maior ou menor nível de aridez. Sendo esse Índice de Aridez um dos critérios para delimitação do semiárido brasileiro (BRASIL, 2005). Ressalta-se, entretanto, que sendo a ETP um indicativo da demanda atmosférica, e na expressão algébrica dessa razão a precipitação ser diretamente proporcional, isso indica que há sempre uma tendência crescente de aridez em função de decréscimo dos valores de chuva. Diante da irregularidade do regime pluvial da localidade de Santa Luzia, houve a necessidade de se efetivar um estudo preliminar que permitisse avaliar os índices de monitoramento de secas para o referido local, sendo essas determinações o objetivo principal deste trabalho. MATERIAIS E MÉTODOS Para a efetivação deste estudo, foram utilizadas séries de dados de chuvas, nas escalas diárias (1994 a 2012) e mensais (1963 a 2012) da localidade de Santa Luzia, microrregião do Seridó Ocidental da Paraíba, latitude de 06 52' 19'' S e Long. 36 56' 08'' W, disponibilizados pela Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA). Os dados foram analisados utilizando-se distribuições estatísticas de medidas de tendências central (médias e medianas), de dispersão (desvio padrão e amplitude) e frequência. A análise mostrou que a distribuição mensal de chuvas é assimétrica. Assim sendo, a mediana é a medida de tendência central mais representativa. A estação chuvosa foi estabelecida como sendo a sequência de meses com maior valor mediano. As frequências de anos com diferentes níveis de aridez e/ou secas foram determinadas usando os Índices de Aridez de Thornthwaite (IA) e o de Anomalia da Chuva (IAC), para a localidade de Santa Luzia, utilizando-se as seguintes expressões: ( p IAC 3 ( m IA P 100 ETP Para anomalias positivas 2

( p IAC 3 ( x Para anomalias negativas Sendo: P = precipitação pluvial anual (mm); ETP = a evapotranspiração potencial anual (mm); p = precipitação pluvial observada (mm); pm = precipitação pluvial média (mm); m = média dos dez valores maiores de precipitação (mm); x = média dos dez menores valores de precipitação (mm). Os cálculos, análises estatísticas e os gráficos foram elaborados utilizando-se uma planilha do Microsoft Excel. RESULTADOS E DISCUSSÃO A comparação entre os totais anuais de precipitação pluvial e os acumulados na estação chuvosa é apresentada na Figura 1. Observa-se que os valores das curvas são bem próximos, o que demonstra, portanto, que a chuva se concentra em um curto período. Figura 1: Precipitação pluvial anual e nos meses da estação chuvosa para Santa Luzia, PB. A irregularidade na distribuição de chuvas mensais é bem caracterizada pelo elevado desvio padrão (DP) como mostra a Figura 2. Como pode ser observado, os Desvios Padrões superam os próprios valores medianos durante cerca de dez meses (maio a fevereiro). 3

Figura 2. Médias mensais das médias, medianas e do desvio padrão (DP) da precipitação pluvial de Santa Luzia, PB. Analisando-se as médias mensais de precipitação, constata-se que as médias aritméticas mensais diferem e são maiores que as respectivas medianas. Isso mostra, entretanto, que o perfil de distribuição da chuva é assimétrico. Diante disto, a média aritmética, mesmo sendo a medida de tendência central mais usada, ela não é o valor mais provável de ocorrer, o que concorda com as indicações feitas por Almeida (2012) para outras localidades do estado da Paraíba. A avaliação da variabilidade temporal da precipitação foi feita usando o Índice de Anomalia de Chuva (IAC), cuja representação gráfica é resumidamente apresentada na Figura 3. Os quantitativos das frequências por faixas indicam que há uma tendência maior para a ocorrência de secas do tipo suave a moderadas tanto anualmente, quanto na estação chuvosa. Figura 3. Tipos de secas pelo índice de Anomalia de Chuvas (IAC) para Santa Luzia, PB. Considerando que os eventos nas escalas temporais-mensais, anuais decendial e espacial contribuem para a variabilidade do regime hídrico de um determinado local, o monitoramento da 4

precipitação pluvial é de extrema importância para inferir as condições hídricas locais. CONCLUSÕES O regime de distribuição de chuvas é assimétrico, a estação chuvosa perdura por cerca de três meses (fevereiro a abril) e chove o equivalente a 60% do total anual. O índice de anomalia da chuva (IAC) revela-se ser um bom indicador da variabilidade da chuva, cuja frequência relativa das faixas dos tipos de secas (normal, suave a moderada e alta a extrema) totalizou 61,2%. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, H. A. de. Climate, water and sustainable development in the semi-arid of northeastern Brazil. In: Sustainable water management in the tropics and subtropics and case studies in Brazil, Unikaseel, Alemanha, v.3, p.271-298, 2012. ALMEIDA, H. A. de; SILVA, L. da. Determinação das características hídricas da microbacia de drenagem da barragem Vaca Brava. Revista brasileira de agrometeorologia, v.16, n.1, p.77-86, abr. 2008. ALVES, J. J. A.; NASCIMENTO, S. S. do. Avaliação ecoclimática do seridó paraibano. Climatologia e estudos da paisagem. Rio Claro, vol. 5, n. 2, p. 140-159, jul./dez. 2010. BARROS, K. O. Índice de aridez como indicador da susceptibilidade à Desertificação na mesorregião norte de Minas. Monografia, Universidade Federal de Viçosa MG, 2010. BRASIL, MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. Nova Delimitação do Semi-Árido Brasileiro. Brasília: MISDR, 2005. CAITANO, R. F. (et al.). Estimativa da aridez no Estado do Ceará usando Sistemas de Informação Geográfica. Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba- PR, p. 8904 8904, mai. 2011. FERNANDES, D. S. (et al.). Índices para a quantificação da seca. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2009. 48 p. Documentos/Embrapa Arroz e Feijão, ISSN 1678-9644; 244. THORNTHWAITE, C. W. An Approach toward a Rational Classification of Climate. Geographical Review, vol. 38, n. 1, p. 55-94, jan. 1948. 5